Latest Entries »

Rio terá gasto de R$ 26 milhões com transporte de católicos

PAULO LOPES por Paulo Lopes
 
Governos municipal e estadual estão na página de patrocinadores da jornada O governo do Estado do Rio vai fornecer aos peregrinos da JMJ (Jornada Mundial da Juventude), evento católico, passes de…

[[ This is a content summary only. Visit my website for full links, other content, and more! ]]

2 horas atrás

Os venezuelanos fizeram a escolha certa

CENTRODOMUNDO por Paulo Nogueira
 

A vitória de Maduro representa o combate à abjeta desigualdade social que a elite venezuelana construiu ao longo dos tempos. E Nicolas Maduro ganhou. Foi uma vitória apertada, é verdade: 51% a 49%. Mas, consideradas as circunstâncias, foi um feito extraordinário. Lembremos. Poucos meses atrás, Maduro era virtualmente desconhecido. Os venezuelanos tomaram real contato com

O post Os venezuelanos fizeram a escolha certa apareceu primeiro em Diário do Centro do Mundo.

3 horas atrás

Revolução Bolivariana segue com Maduro

ALTAMIRO BORGES por noreply@blogger.com (Miro)
 
 Por Vanessa Silva, no sítio Vermelho

 

No pleito presidencial deste domingo (14), Nicolás Maduro, o candidato da Revolução Bolivariana venceu o direitista Henrique Capriles por 50,6 6% a 49,07%. A diferença é de cerca de 200 mil votos. O comparecimento às urnas foi de 78,71%. Os dados foram divulgados apenas com 99,12% das urnas apuradas, quando o resultado é irreversível, pela presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibissay Lucena.

 

“Com a morte de Hugo Chávez, acharam que era o fim da história. Temos um triunfo legal, Constitucional, popular. São mais de 200 mil votos de diferença. Se tivesse perdido por um voto estaria aqui para assumir minha responsabilidade e entregar o cargo. Mas estou aqui para assumir a vontade do povo”, disse Maduro em seu discurso de vitória.

O presidente eleito pediu respeito, tolerância e disse que ele mesmo faz questão de que haja uma auditoria para que não sobre dúvidas sobre este processo eleitoral. O CNE anunciou que será realizada uma auditoria cidadã. Desta forma, a orientação é os comandos de campanha solicitem a auditoria de 100% dos comprovantes de votação.

O órgão eleitoral também sugeriu que os acompanhantes internacionais estendam sua estadia no país para acompanhar este novo processo.

Chávez invicto 

“Não voltarão. Não voltarão. Não voltarão. Não voltarão”, bradaram as pessoas presentes no Balcão do Povo no Palácio de Miraflores, em referência à burguesia que dominou o país durante toda a Quarta República.

“Chávez segue invicto. E seu filho será presidente da República e vai mostrar do que é capaz, vai construir uma pátria de amor, de paz, de prosperidade”, vaticinou Maduro. 

 

4 horas atrás

A vitória apertada e o trunfo de Maduro

ALTAMIRO BORGES por noreply@blogger.com (Miro)
 
 Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador

A vitória do chavismo foi apertada. Mas incontestável: Nicolás Maduro teve 50,66%, contra 49,07% de Capriles (isso faltando menos de 1% para totalizar). Diferença de mais de 200 mil votos.  A Venezuela votou no candidato de Chavez. Na Democracia é assim: 50% mais um significam vitória. E ponto.

 

Ano passado, nos EUA, Barack Obama ganhou a reeleição por dois pontos percentuais no voto popular. Foi uma eleição radicalizada. Do outro lado, havia eleitores republicanos que consideravam Obama uma espécie de “demônio socialista”, por conta do projeto de assistência pública de saúde. Os EUA viraram um país “dividido” e “ingovernável”? Não. Obama governa. E Mitt Romney sumiu, no fundo das xícaras do Tea Party.

 

A diferença é que nos EUA não há embaixada americana para fomentar golpe e instabilidade…

 

Isso quer dizer que a vida de Maduro será fácil? Não. A direita venezuelana mostrou força. A tendência dos chavistas, de tratar todo adversário como “fascista” e “oligarca”, não cola. Metade do país é fascista? Maduro terá que moderar o discurso…

 

Chavez tirou o Estado (e o petróleo) das mãos da oligarquia, criou programas sociais, deu dignidade para os pobres. Isso tudo é fato. Vi de perto, em quatro viagens à Venezuela nos últimos cinco anos. Mas há problemas sérios de gestão. E isso ficou claro desde a primeira vez que visitei Caracas, em 2007.

 

Desde aquela época, escrevi: a oposição, com 45% dos votos (era o que conseguia, na época), tem força para fazer a disputa democrática, em vez de apelar para o golpismo.

 

E aí vamos ao segundo ponto. A derrota por margem estreita tira o argumento daqueles que – em Caracas, em Washington ou no Jardim Botânico carioca – afirmam: a Venezuela chavista é uma ditadura. Bobagem. A oposição tem força midiática, presença nas TVs e jornais, liberdade de organização. E há um esquema limpo para contagem de votos.

 

O resultado, por margem estreita, é um chamado para a moderação. De lado a lado. A vitória apertada porde ser um trunfo de Maduro, na legitimação de seu governo. Só que os chavistas precisam agora dialogar com o centro, com aqueles que até apóiam as políticas sociais do governo – mas estão insatisfeitos com a gestão do dia-a-dia. Em Caracas, por exemplo, há problemas sérios nas áreas de segurança, coleta de lixo, transporte…

 

Capriles deveria apostar no institucional, cobrando que o governo resolva os problemas concretos da população. Os tempos de subir no muro da Embaixada cubana e de fomentar golpes acabaram. Será que Capriles terá grandeza para assumir o novo papel? O problema é que parte da oposição quer golpe e confronto. E o outro problema são os gringos, acostumados com o jogo sujo. Nos últimos dias, surgiram indícios de que a CIA pode ter infiltrado mercenários armados na Venezuela.

 

Maduro, por seu lado, terá que enfrentar uma burguesia e uma classe média furibundas (é esse o núcleo duro da oposição, com 30% a 40% dos votos) e, ao mesmo tempo, dialogar com aqueles 10% a 15% que votaram em Capriles mas não são “oligarcas” antipovo.

 

Não basta mais invocar a figura de Chavez apenas. O presidente morto levou Maduro até o Palácio. Agora Maduro é quem precisa escrever sua história.

 

Não podemos descartar que setores da oposição partam para campanhas abertas de desestabilização nos próximos dias. Mas será difícil justificar atos de violência quando – pelo voto – a oposição foi capaz de “quase” ganhar.

 

Contraditoriamente, portanto, a aparente fragilidade de Maduro (“ganhou por apenas 2 pontos”) é também sua força estabilizadora. A Venezuela é uma democracia. E deve ser respeitada como tal.

 

O Brasil terá um papel importante, rechaçando qualquer tentativa de ataque “por fora” da Democracia.

 

Fiquemos atentos. E não esqueçamos: em Caracas, há embaixada dos Estados Unidos. Fonte de golpes e instabilidade na história da América Latina.

4 horas atrás

Maduro eleito com 50,6%. Chávez é vitorioso

SINTONIA FINA por Rilton Nunes
 
 

Eleição de Nicolás Maduro projeta a continuidade de regimes de esquerda na América Latina; nos últimos anos, com a riqueza gerada pelo petróleo, o regime de Caracas reduziu a desigualdade social e apoiou vários países da região, como a Bolívia, o Equador, a Argentina e, sobretudo, Cuba, além de El Salvador e Nicarágua… 
Maduro promete dar continuidade à Revolução Bolivariana, mas, sem o carisma de Chávez, terá que construir sua própria liderança.

4 horas atrás

Nicolás Maduro é eleito com 50,66% dos votos

ALTAMIRO BORGES por noreply@blogger.com (Miro)
 
 Do sítio Opera Mundi

 

Há exatamente 40 dias, Nicolás Maduro anunciava à Venezuela em cadeia nacional, em lágrimas: “às 16h25 de hoje, 5 de março, faleceu o comandante presidente Hugo Chávez Frías”. Semanas de luto se passaram enquanto o país se preparava para uma nova eleição. Neste domingo (14/04), após 10 dias de campanha eleitoral – a mais curta da história venezuelana – Maduro foi eleito presidente com 50,66% dos votos (7.505.338), contra 49,07% de Henrique Capriles (7.270.403). A participação foi de 78%.

 

Essa foi a primeira eleição presidencial sem Chávez desde que o presidente foi eleito pela primeira vez, em 1998. Chávez passou por quatro eleições, sendo que na última derrotou o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, também rival de Maduro no pleito deste domingo. Ele morreu após uma longa batalha contra um câncer na região pélvica.

Após votar, Maduro esperou o resultado no Quartel da Montanha, no bairro de 23 de Janeiro, em Caracas. É lá que o corpo de Chávez repousa desde 15 de março, após ser velado na Academia Militar. Nos dias de homenagens, centenas de milhares de pessoas esperaram por até 30 horas na fila para dar seu adeus ao presidente.

 

“Jamais me imaginaria aqui, mas estou aqui”, afirmou Maduro após votar em colégio do bairro de Catia. Durante a votação, o agora presidente eleito da Venezuela aparentava estar bastante emocionado. No momento de depositar seu voto na urna, levantou a mão para cima, como se dedicasse o gesto a Chávez.

A partir de segunda-feira (15/04), Maduro, segundo suas palavras, “terá a tarefa de dar continuidade ao processo revolucionário liderado por Chávez há 14 anos”. De acordo com ele, durante coletiva de imprensa em Catia, os principais desafios são acabar com a violência e fortalecer os investimentos econômicos para desenvolver a indústria venezuelana.

Maduro também pediu que “o ódio e a intolerância” acabem na Venezuela, em referência à oposição do país. “Aqui sempre houve diálogo. Inclusive após tirarem Chávez do poder em 2002. Mas não há pacto algum com a burguesia, mas sim com o trabalhador, com o camponês”, disse após votar, acompanhado da sua família e da de Chávez.

 

Dia de votação

Durante todo o dia, apoiadores de Maduro e Capriles percorreram as ruas de Caracas convocando a população a votar. Na Venezuela, o voto não é obrigatório. “Faltam quatro horas, povo venezuelano. Honremos nosso comandante!”, gritavam alguns “motorizados”, como são chamados os motoqueiros, em frente ao colégio onde Maduro votou. Longe dali, no bairro de Sábana Grande, um casal de estudantes perguntava a quem passava “Já votou? Lembre-se que é a hora da mudança!”, repetindo slogan da campanha de Capriles.

 

Na noite de sábado (13/04), os dois principais candidatos convocaram coletivas e chamaram a população a votar e pediram paz no processo eleitoral. A oposição questionou a transparência do CNE (Conselho Nacional Eleitoral), sugerindo que houve episódios suspeitos em eleições passada.

As eleições foram acompanhadas por observadores internacionais da OEA (Organização dos Estados Americano), do Mercosul, por observadores independentes convidados pela oposição e pela missão observadora eleitoral da Unasul (União de Nações Sul-Americanas).

Maduro tem 51 anos, foi motorista de ônibus e participou desde o início do movimento de esquerda venezuelano. Em 2000, foi eleito deputado da Assembleia Nacional e, em 2006, assumiu o cargo de Ministro de Relações Exteriores do governo de Chávez, no qual se manteve até o final de 2012, quando foi designado vice-presidente do país. Em 8 de dezembro do ano passado, dia em que Chávez anunciou que retornaria a Cuba para uma nova cirurgia contra um câncer, o presidente afirmou que Maduro seria candidato a uma nova eleição caso ele não pudesse seguir na função.

4 horas atrás

Crianças estão sendo linchadas por crianças com celulares

CENTRODOMUNDO por Kiko Nogueira
 

Duas meninas se mataram depois de ser estupradas e as fotos do crime serem compartilhadas no Facebook. Duas adolescentes se mataram pelo mesmo motivo. Audrie Taylor Pott, americana de 15 anos, foi estuprada numa festa por três garotos de 16. Eles a fotografaram nua e inconsciente. Pelo menos uma das fotos tornou-se viral. Audrei desesperou-se.

O post Crianças estão sendo linchadas por crianças com celulares apareceu primeiro em Diário do Centro do Mundo.

4 horas atrás

A vitória apertada e o trunfo de Maduro

ESCREVINHADOR por Rodrigo Vianna
 

por Rodrigo Vianna

A vitória do chavismo foi apertada. Mas incontestável: Nicolás Maduro teve 50,66%, contra 49,07% de Capriles (isso faltando menos de 1% para totalizar). Diferença de mais de 200 mil votos.  A Venezuela votou no candidato de Chavez. Na Democracia é assim: 50% mais um significam vitória. E ponto.

Ano passado, nos EUA, Barack Obama ganhou a reeleição por dois pontos percentuais no voto popular. Foi uma eleição radicalizada. Do outro lado, havia eleitores republicanos que consideravam Obama uma espécie de “demônio socialista”, por conta do projeto de assistência pública de saúde. Os EUA viraram um país “dividido” e “ingovernável”? Não. Obama governa. E Mitt Romney sumiu, no fundo das xícaras do Tea Party.

A diferença é que nos EUA não há embaixada americana para fomentar golpe e instabilidade…

Isso quer dizer que a vida de Maduro será fácil? Não. A direita venezuelana mostrou força. A tendência dos chavistas, de tratar todo adversário como “fascista” e “oligarca”, não cola. Metade do país é fascista? Maduro terá que moderar o discurso…

Chavez tirou o Estado (e o petróleo) das mãos da oligarquia, criou programas sociais, deu dignidade para os pobres. Isso tudo é fato. Vi de perto, em quatro viagens à Venezuela nos últimos cinco anos. Mas há problemas sérios de gestão. E isso ficou claro desde a primeira vez que visitei Caracas, em 2007.

Desde aquela época, escrevi: a oposição, com 45% dos votos (era o que conseguia, na época), tem força para fazer a disputa democrática, em vez de apelar para o golpismo.

E aí vamos ao segundo ponto. A derrota por margem estreita tira o argumento daqueles que – em Caracas, em Washington ou no Jardim Botânico carioca – afirmam: a Venezuela chavista é uma ditadura. Bobagem. A oposição tem força midiática, presença nas TVs e jornais, liberdade de organização. E há um esquema limpo para contagem de votos.

O resultado, por margem estreita, é um chamado para a moderação. De lado a lado. A vitória apertada porde ser um trunfo de Maduro, na legitimação de seu governo. Só que os chavistas precisam agora dialogar com o centro, com aqueles que até apóiam as políticas sociais do governo – mas estão insatisfeitos com a gestão do dia-a-dia. Em Caracas, por exemplo, há problemas sérios nas áreas de segurança, coleta de lixo, transporte…

Capriles deveria apostar no institucional, cobrando que o governo resolva os problemas concretos da população. Os tempos de subir no muro da Embaixada cubana e de fomentar golpes acabaram. Será que Capriles terá grandeza para assumir o novo papel? O problema é que parte da oposição quer golpe e confronto. E o outro problema são os gringos, acostumados com o jogo sujo. Nos últimos dias, surgiram indícios de que a CIA pode ter infiltrado mercenários armados na Venezuela.

Maduro, por seu lado, terá que enfrentar uma burguesia e uma classe média furibundas (é esse o núcleo duro da oposição, com 30% a 40% dos votos) e, ao mesmo tempo, dialogar com aqueles 10% a 15% que votaram em Capriles mas não são “oligarcas” antipovo.

Não basta mais invocar a figura de Chavez apenas. O presidente morto levou Maduro até o Palácio. Agora Maduro é quem precisa escrever sua história.

Não podemos descartar que setores da oposição partam para campanhas abertas de desestabilização nos próximos dias. Mas será difícil justificar atos de violência quando – pelo voto – a oposição foi capaz de “quase” ganhar.

Contraditoriamente, portanto, a aparente fragilidade de Maduro (“ganhou por apenas 2 pontos”) é também sua força estabilizadora. A Venezuela é uma democracia. E deve ser respeitada como tal.

O Brasil terá um papel importante, rechaçando qualquer tentativa de ataque “por fora” da Democracia.

Fiquemos atentos. E não esqueçamos: em Caracas, há embaixada dos Estados Unidos. Fonte de golpes e instabilidade na história da América Latina.

Nos próximos meses também podem aparecer mais detalhes sobre o câncer que matou Chavez. A Venezuela segue a ser o centro de uma batalha continental. Os Estados Unidos querem retomar o velho quintal…

PS: assim que acabei de escrever esse texto, já na madrugada de segunda-feira, Henrique Capriles anunciou que não reconhecia os resultados eleitorais; vai pedir recontagem total de votos. Joga na instabilidade, o que na verdade pode tirar dele parte do eleitorado (não chavista, mas tampouco antichavista). É uma jogada arriscada. E que pode incendiar a Venezuela. Difícil acreditar que Capriles tome essa direção sem apoio externo daqueles que já fizeram tombar governos legítimos em Honduras e no Paraguai. Espero estar errado, mas acho que tempos difíceis nos aguardam na América do Sul. E esse clima pode “contaminar” o Brasil.

5 horas atrás

OBLIVION | Mesmice de Cruise não compromete o belo sci-fi de J. Kosinski

LITERATORTURA por literatortura
 

 

 

Por Maurício Vassali

 poe obli

Há uns dias, li uma matéria sobre a forma como o americano Tom Cruise tem conduzido sua carreira, comparando-o ao outrora elogiado Nicolas Cage. O repeteco de papeis onde sua inexpressividade é marca registrada é, realmente, desanimador em termos de atuação. Muito apesar de Cruise ser um rosto inegavelmente conhecido em blockbusters de ação prestigiados – e devo deixar clara minha admiração pelo seu desempenho físico que geralmente descarta os dublês –, o ator parece estar disposto a usar deste atributo até o seu esgotamento. Entretanto, pelo menos por enquanto, sua figura célebre e influente deve participar de projetos até sofisticados.

Este é o caso de Oblivion, que teve estreia no Brasil no último dia 12. O filme se passa na Terra do futuro, após a invasão e guerra contra os scavs, da qual a humanidade saiu vitoriosa, mas pagou um preço alto: o próprio planeta. Os seres humanos encontraram refúgio em Titã, uma lua de Saturno, enquanto que o casal Victoria e Jack continua na Terra retirando seus últimos recursos. Com a queda de uma nave espacial que carregava humanos vivos em uma espécie de cápsula, Jack consegue resgatar Julia, uma moça que constantemente aparecia em sua limitada memória. A partir daí, Jack passa a desvendar certas verdades que, até então, permaneciam em sigilo.

As questões levantadas por Jack levam o espectador a momentos instigantes, mas que infelizmente se revelam básicos demais para surpreender em termos de enredo. O roteiro, baseado no comic book de Joseph Kosinski, que dirige o filme e tem parceria no script com outros dois roteiristas, não consegue um eficiente envolvimento do espectador. Este permanece relativamente distante devido aos inúmeros diálogos clichês e artificiais pronunciados por personagens pouquíssimo desenvolvidos. Ainda assim, quando o protagonista começa a levantar questionamentos e certas conspirações passam a ser reveladas, o público se anima. O problema é que, até chegar neste ponto do longa, o tempo passa sem muito a oferecer além de flashbacks e referências a outros longas, incluindo Tom Cruise bancando o WALL-E. Com direito a plantinha.

Felizmente, Kosinski faz um trabalho de direção muito interessante, contornando os sérios problemas do roteiro. É ele o responsável por manter o público no cinema até que o enredo resolve se mostrar interessante. O diretor usa e abusa de planos abertos que valorizam a geografia irreconhecível da Terra e utiliza com propriedade de travellings que, além de explorarem aquele universo, ainda dinamizam o longa com um ritmo funcional enquanto ação, mesmo quando adotando uma postura contemplativa. Assim, sequências bobinhas no papel acabam resultando em momentos extasiantes devido ao apuro visual de Kosinski, como quando Jack explora uma biblioteca e nada na direção e montagem parece fora de lugar.

O visual do filme ganha ainda mais com a arte bastante clean nas ambientações futuristas, investindo no branco e prata sob uma iluminação irretocável. Efeitos visuais super afinados não surgem apenas com o objetivo de causar impacto em sequências de ação, mas também de criar espaços que vão do high tech ao pós-apocalíptico com muita verossimilhança. Ainda em relação à parte técnica, é impossível não mencionar o belo trabalho de design de som, que confere aos inúmeros aparatos ruídos sempre muito interessantes e inventivos que, combinados com a trilha sonora, original ou não, garantem um trabalho de som elogiável.

Uma pena que as atuações, apesar de não serem ruins, se mantêm apáticas ou no piloto automático, a começar pelo já mencionado Tom Cruise, que faz uma versão futurista de seu Ethan Hunt, de Missão Impossível. O americano se expressa sempre da mesma forma ao encarnar o justiceiro com ares de gostosão inabalável, com pitadas de um sentimentalismo superficial. Não que ele seja péssimo, mas tal continuidade de papeis começou a irritar, já que ele emprega em todos os personagens os mesmos trejeitos. Olga Kurylenko e Andrea Riseborough agradam pela beleza, porque interpretam mulheres lineares e desinteressantes que, muitas vezes, fazem as atuações de ambas parecerem coreografadas até no olhar. Morgan Freeman faz o papel que ele costuma fazer muito bem, mas sua participação é tão rápida que ele fica mais para figurante do que coadjuvante. Uma pena.

Se colocados na balança, entretanto, o roteiro problemático, Tom Cruise e sua eterna faceta de um lado e a identidade técnica e visual de outro, não há dúvidas de que Oblivion é um exemplar de sci-fi que dá certo. A direção competente e os elementos futuristas são certeiros ao criarem uma experiência cinematográfica que enche os olhos e os ouvidos, mesmo desperdiçando todo o aval de emoções e ideias que poderia apresentar.

Sobre Cruise, seus próximos projetos anunciados são Mission: Impossible 5Van Helsing e All you need is kill. Ai, ai.

 

*****

Gostou deste post? O Literatortura lançou uma revista com temática exclusivamente cultural, para que nossos leitores possam aproveitar de um conteúdo ainda mais aprofundado e qualificado! Não perca! Clique na imagem e assine!

_______________________________________________________________________________________________________

Maurício Vassali, mestrando em Ciências Ambientais pela UFRRJ, nasceu em uma cidade com 5 mil habitantes, viciado no termo gauchesco “bah” e tem uma dissertação pra escrever, mas não sai do cinema.

_______________________________________________________________________________________________________

5 horas atrás

O tempo que a vida tem: Sêneca e o valor inestimável de cada segundo

LITERATORTURA por literatortura
 

Por João Victor,

 

Podes me indicar alguém que dê valor ao seu tempo, valorize o seu dia, entenda que se morre diariamente? – Sêneca

 

Não sei quanto a você, leitor, mas ultimamente eu ando sem tempo. Tudo bastante corrido, os compromissos multiplicando-se, os lugares para onde ir também, e o tempo para ir, totalmente preenchido. Ando pensando nisso e, curiosamente, daí veio minha idéia para o post de hoje.

Porque não é bem o caso de eu estar tão atarefado que não tenho tempo para ficar com a minha namorada, ou sair com os amigos, ou para ler um bom livro, ou para escrever algo. Eu tenho tempo para isso. Divido meu tempo entre o trabalho, a universidade e meus gostos pessoais. E, adivinhem só, não sobra tempo para absolutamente nada, fora isso tudo.

Talvez você esteja pensando: “e o que diabos eu tenho a ver com isso? Escreve suas confidências no facebook, ô carente!”. Deixe eu me explicar. Tudo isso é um prelúdio para um texto de Sêneca chamado “Da economia do tempo”. Só dou esse toque de pessoalidade ao texto porque não há como explorar a ideia de Sêneca sem sermos pessoais e reflexivos de nossa própria vida.

Sêneca foi um filósofo da Antiguidade, educador – ao menos, ele tentou – de Nero, um estóico cuja serenidade filosófica foi tamanha que, ao receber de Nero, que o acusava de traição, a ordem de que se suicidasse, cumpriu-a sem hesitar. Sêneca é um dos filósofos e literatos mais marcantes que conheço. Tanto sua escrita quanto suas idéias chegam a parecer mentira, de tão delicadas e profundas. Nessa epístola, o que digo fica bem claro. Uma página em que ele recomenda ao amigo Lucílio que aproveite todas as suas horas, dizendo que ele será menos dependente do amanhã se se lançar ao presente. Sêneca recomendava a tranqüilidade da alma conjugada com a ação constante, de modo a levar uma vida serena e virtuosa. E, para isso, a ociosidade só podia ser ruim.

Ao trazer esse texto, tenho em mente o que ele pode dizer a nós, brasileiros no século XXI. Não se pode cometer o erro de pensar que encaro o texto de Sêneca como algo que permite um elogio do trabalho duro contemporâneo, nos moldes que encontramos. De fato, acho horrível que tantas pessoas trabalhem tanto tempo de suas vidas, sem ter tempo para vivê-las. Bertrand Russell escreveu uma obra chamada “Elogio do ócio” que fala bem disso. Deveríamos, diz Russell, ter tempo para nos dedicarmos ao que gostamos, ao que nos dá prazer e nos engrandece interiormente.

Aí, Sêneca, Russell e eu entramos num acordo. Pois a ocupação de Sêneca tinha muito a ver com sua reflexão filosófica e sua atividade literária, coisas bastante inúteis para o nosso tempo. Mas o fato de ocupar o tempo com isso é maravilhoso. Escrever um conto, ou ler uma obra de filosofia, refletindo, após a leitura, sobre o problema levantado é algo que melhora e torna bem mais interessante o tempo usado. Então, o que Sêneca recomenda é usar seu tempo de modo útil, o que não requer, necessariamente, o trabalho tradicional, mas requer alguma ocupação que possa dar frutos.

Isso não descarta ocupar-se com o que a sociedade naturalmente nos exige, mesmo porque isso é necessário para a própria sobrevivência (da maior parte de nós, pelo menos). É uma questão de olhar a vida e pensar: “não vou desperdiçá-la, e sim preencher cada segundo com algo de importante”. O leitor tem a chance de decidir aí o que é importante.

Por isso, o toque pessoal no início do texto. Meu “importante” tem muito a ver com o que me ocupa o tempo. E, então, no fim das contas, ociosidade é algo que realmente me falta. Não condeno o “não fazer nada”, apenas considero-o, como Sêneca, prejudicial enquanto prática constante. Há muito mais o que fazer, mais do que Sêneca poderia imaginar, inclusive. Nem nós fazemos a menor idéia do tanto a fazer que existe nesse mundo. Por isso não tenho o menor problema em ter uma ociosidade nula.

É, leitor, eu ando sem tempo. Espero que você também.

 

*****

O Literatortura lançou sua maior novidade! Uma revista com temática exclusivamente cultural, para que nossos leitores possam aproveitar de um conteúdo ainda mais aprofundado e qualificado! Não perca! Clique na imagem e assine!

_______________________________________________________________________________________________________

 

João Víctor O. Gomes é estudante de filosofia da UNB. Ocupa seu tempo livre tentanto descobrir a Pergunta Fundamental (a Resposta, nós já temos) sobre a Vida, o Universo e Tudo o Mais. Da filosofia e de seus livros adquiriu problemas de visão, nenhuma perspectiva de um futuro financeiro promissor e muitas dúvidas.

_______________________________________________________________________________________________________

7 horas atrás

SE MADURO VENCER, OU SEU POVO É LOUCO OU A MÍDIA MENTE

SINTONIA FINA por Rilton Nunes
 
 
Por Eduardo Guimarães 
Enquanto escrevo, algumas horas separam o mundo do resultado da campanha eleitoral-relâmpago a que a Venezuela foi empurrada pela morte de Hugo Chávez. Escrevo, pois, sobre o futuro, o que é uma temeridade.Mas ouso arriscar. PDF

Lendo o noticiário brasileiro sobre aquele país, tento esquecer de tudo o que sei sobre ele de forma a levar em conta tais notícias. O fato é que, sem conhecer a realidade venezuelana, torna-se praticamente impossível acreditar que o candidato do chavismo, Nicolás Maduro, possa vencer. A menos que os quase 29 milhões de venezuelanos sejam masoquistas ou completamente doidos, se me pautar pelo noticiário concluirei por uma vitória acachapante do principal entre os sete candidatos opositores: Henrique Capriles Radonski. O noticiário sobre a Venezuela remete a um inferno. Inflação e violência estariam fora de controle, o povo estaria sendo castigado por desabastecimento de gêneros de primeira necessidade, imperaria censura à imprensa… Ufa! Que país é esse do noticiário? Um país em ruínas, claro. Ora, em tal situação seria impossível que ao menos metade mais um dessas quase três dezenas de milhões de venezuelanos mantenha um governo tão incompetente. Convenhamos: isso que acabo de escrever não é uma opinião, é um fato inquestionável. Com a morte de Chávez, torna-se temerário fazer previsões peremptórias sobre o resultado da eleição. Não se pode comparar Maduro a ele. E o noticiário diz que os venezuelanos estão sofrendo. Entretanto, uma pista sobre o que deve acontecer neste domingo eleitoral na Venezuela pode ser encontrada no conjunto das pesquisas eleitorais sobre o país, que exponho ao escrutínio do leitor logo abaixo. Vejamos: Apesar de um instituto dar vantagem a Capriles (Datamática), todos os outros dão vitória a maduro. Contudo, não se pode levar em conta os números desse instituto argentino, pois fez a pesquisa por telefone. Se pecarmos por apego à verdade factual, concluiremos que o noticiário da grande imprensa brasileira sobre maduro é tão confiável quanto a pesquisa do instituto argentino Datamática. A grande imprensa brasileira, como se sabe, não disfarça uma troca escandalosa do jornalismo por torcida político-ideológica. Assim, o grande prejudicado é o público que tenta entender o que acontece naquele país. Em absolutamente todas as eleições que vêm ocorrendo na Venezuela desde 1999, perto da eleição a mídia internacional alinhada ao noticiário made in USA sempre aponta uma reação da oposição de última hora, a qual nunca se confirma. Desta vez não é diferente. Os Jornais Nacionais, nos últimos dias, pela enésima eleição venezuelana relatam que, “nos últimos dias, caiu a diferença” entre o candidato chavista e o da oposição. O resultado da eleição venezuelana, que em algumas horas – a partir da publicação deste texto – se fará conhecer graças ao sistema de urnas eletrônicas que, a exemplo do Brasil, a Venezuela também usa, reforçará o descrédito do jornalismo made in USA. Apesar de que esse tipo de jornalismo que impera na grande mídia brasileira previsivelmente tentará convencer as pessoas de que a maioria absoluta dos venezuelanos é composta por masoquistas alucinados, caso Maduro seja eleito ninguém que conheça a realidade latino-americana acreditará nisso. Se existe hoje um povo que não brinca na hora de votar, esse povo é o latino-americano. Esta parte do mundo já sofreu muito por escolhas eleitorais equivocadas e hoje vota com o bolso, com o estômago e com suas perspectivas de vida. Os venezuelanos, portanto, sabem muito bem por que votam. Se Nicolás Maduro vencer a eleição hoje, você que acredita no que o noticiário made in USA diz sobre a Venezuela terá todas as razões lógicas para acreditar que tal noticiário é uma farsa, caso pense logicamente. SINTONIA FINA – @riltonsp 

7 horas atrás

Box da série ‘Triple collection’ reúne os álbuns ‘Van Halen’, ‘1984’ e ‘5150’

NOTAS MUSICAIS por Mauro Ferreira
 
 Grupo norte-americano de rock pesado em atividade desde 1972, Van Halen tem reeditados três títulos de sua discografia em boxda série The triple album collection lançado no Brasil neste mês de abril de 2013. Voltam ao catálogo Van Halen (1978, álbum de estreia da banda que apresentou músicas que se tornariam emblemáticas na obra do Van Halen, casos deRunnin’ with the devil e Ain’t talkin’ ‘bout love), MCMLXXXIV (disco de 1984, um dos mais populares do grupo por conta de hits com Jump e mais conhecido pelo título extraoficial 1984) e 5150 (álbum de 1986, o primeiro do Van Halen com o vocalista Sammy Hagar, que substituiu David Lee Roth). Assim como os demais títulos da série, o box do Van Hallen na Triple album collection traz reedições produzidas sem encartes e sem qualquer informação sobre os discos.
8 horas atrás

Gerson Carneiro: não basta ser caridoso, tem que ser chiqueroso

MARIA FRO por mariafro
 

Por: Gerson Carneiro

Já doei bolsa Prada à Campanha do Agasalho. Neste ano, foram roupas Daslu e Juliana Jabour. Os beneficiados podem precisar de peças  assim para uma entrevista de emprego, por exemplo” , Sophia Alckmin.

Filha de Geraldo Alckmin faz sua contribuição social, anuncia um certo blog.

O que um miserável faz com uma bolsa Prada numa madrugada fria?

Talvez guardar trufas negras de R$ 6.000,00 o quilo (muito mais caras que os tomates da Ana Maria Braga) doadas por FHC.

Meu sonho é ganhar um terno Armani na Campanha do Agasalho.

E esse meu amigo está precisando de bolas de golf.

8 horas atrás

A cobertura fotográfica das eleições venezuelanas por Joka Madruga

MARIA FRO por mariafro
 

O fotógrafo Joka Madruga esteve em Caracas cobrindo a última semana da campanha das eleições para presidência na Venezuela e cobriu a votação neste domingo.
Para conhecer o excelente trabalho deste fotógrafo visite o seu site: http://www.terralivrepress.com

Venezuelanos vão às urnas neste domingo, 14 de abril de 2013, em Caracas. Foto: Joka Madruga / Futura Press


8 horas atrás

Charge do Bessinha

BRASIL , BRASIL por Nogueira Junior
 
 
8 horas atrás

Limites civilizados

BRASIL , BRASIL por Nogueira Junior
 
Delfim Netto, CartaCapital 

“A redução permanente da taxa de inflação no Brasil para limites civilizados está longe de poder ser resolvida pela elevação da taxa de juros, simplesmente com a manipulação da Selic. Todos sabem, em especial nos mercados financeiros, que conter a inflação depende de uma ação coordenada dos governos e do suporte da sociedade na redução dos benefícios ilegítimos apropriados por amplos segmentos nos setores públicos e privados. 
É de setores do mercado financeiro que surgem, contudo, as reações menos “civilizadas” à postura cautelosa do governo no trato da política monetária. Quando o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, diz, em audiência pública no Senado Federal, que o mercado precisa entender não haver “qualquer hipótese de o governo da presidenta Dilma e o próprio BC serem tolerantes com a inflação”, logo os agentes financeiros começam a especular que a autoridade monetária prepara o ambiente para a alta da Selic, “se não na reunião de maio do Copom, quem sabe até antes, na de abril…” 
Especuladores muito ansiosos defendem sem constrangimento a conveniência de promover a elevação do juro -real “para gerar logo algum desemprego e, assim, reduzir a taxa de inflação que teima em se aproximar do limite superior da meta”. Como o mercado é viciado em volatilidade, agentes mais excitados trataram de enxergar ambiguidade na colocação de meridiana clareza do presidente do BC, em resposta ao questionamento dos senadores durante a audiência desta semana. “Se e quando for necessário, o Banco Central usará os instrumentos de política monetária para que a convergência da inflação para a meta se materialize mais à frente”, disse Tombini.” Artigo Completo, ::AQUI:: 

8 horas atrás

Maduro: ‘Não haverá pacto com a burguesia’ na Venezuela

BOILERDO por Betho Flávio
 

 

“O pacto com a burguesia se acabou. Aqui não haverá pacto com a burguesia, haverá diálogo com a classe operária, com os empresários patriotas, com os estudantes secundaristas, universidades, professores, diálogos bolivarianos com todos. Bem-vindos”

O presidente interino e à Presidência da Venezuela, Nicolás Maduro, disse neste domingo (14) que, se for eleito, não fará “pacto com a burguesia” nem manterá diálogo com a “elite” nacional.

Respondendo a perguntas de jornalistas após votar em uma escola de Cátia, um subúrbio humilde no oeste da capital, Caracas, Maduro foi ainda evasivo em relação a uma retomada de relações com os Estados Unidos, “porque eles estão sempre conspirando”.

As declarações são o primeiro indício do que esperar de um governo Maduro, o candidato mais bem colocado nas pesquisas de opinião. Ele respondia à pergunta de uma jornalista sobre suas primeiras medidas no campo econômico, da união nacional e da relação com os EUA.

O presidente interino disse que o governo de seu antecessor, Hugo Chávez, sempre quis dialogar com a oposição, mas os opositores sempre preferiram tentar tirar Chávez do poder pela força. Citou, como exemplos, um fracassado golpe de Estado em 2002, uma greve patronal no fim de 2002 e 2003, e um referendo revocatório em 2004 –ano em que o líder bolivariano finalmente consolidou seu poder no país.

“Atenção: a palavra diálogo vinculada ao velho conceito da democracia representativa, esse é o pacto das elites”, disse Maduro.

“O pacto com a burguesia se acabou. Aqui não haverá pacto com a burguesia, haverá diálogo com a classe operária, com os empresários patriotas, com os estudantes secundaristas, universidades, professores, diálogos bolivarianos com todos. Bem-vindos”, continou.

“Sempre estamos abertos a conversar sobre todos os temas. Mas na Venezuela há uma revolução e esta criou novos valores da democracia. Um deles foi acabar com o pacto das elites e o coleguismo.”

Encruzilhada

Se for confirmada, a eleição de Maduro não chegará a ser uma surpresa; menos clara, nesse momento, será a linha que seu governo seguiria.

A sociedade venezuelana permanece fortemente polarizada politicamente, e esta eleição coloca o país em uma encruzilhada a partir da qual chavistas e opositores podem tentar construir um diálogo ou se apartar ainda mais.

Em um intervalo curto para passar a sua mensagem eleitoral, o candidato chavista adotou uma estratégia dupla: tentou passar uma lealdade cega e irrestrita –quase metafísica– a Hugo Chávez; e remeteu a ressentimentos históricos da população que se via excluída da política venezuela antes de Chávez.

Para tanto, tratou de qualificar o opositor, Henrique Capriles, de “burguesinho”, “oligarca” e aliado do “imperialismo ianque”, entre outros adjetivos.

A própria realização das eleições nesta semana, aniversário do fracassado golpe que derrubou Chávez no dia 11 de abril de 2002 e fracassou no dia 13, fortalece essa associação.

O antigo bordão chavista “Não voltarão” segue tão utilizado quanto o madurista “Chávez vive, a luta segue”.

Abertura?

Entretanto, há uma linha de observadores da política venezuelana que acreditam existir uma chance de que, no poder, Maduro seja mais aberto e flexível que Chávez.

Eles lembram que o herdeiro de Chávez é um civil e não um militar como seu antecessor, e que ele foi chanceler venezuelano durante mais de seis anos.

Se for eleito, no campo externo um dos problemas que herdará é um relacionamento difícil com os EUA, apesar de a Venezuelaser o terceiro maior vendedor de petróleo para os americanos e os EUA, um dos principais fornecedores de gasolina processada para a Venezuela.

Em meio a tensões na ocasião da morte de Chávez, em março, Caracas expulsou dois adidos militares da embaixada americana, acusando-os de querer incitar rebeliões entre os militares venezuelanos. Em reciprocidade, Washington também expulsou dois diplomatas venezuelanos.

Desde 2010, as representações dos dois países não são encabeçadas por embaixadores, e sim por encarregados de negócios.

“Sempre há dificuldades (com os Estados Unidos), porque eles sempre estão conspirando”, disse neste domingo Nicolás Maduro. “Na Venezuela não se aceitará que se humilhe a dignidade deste país por parte do império.”

As eleições começaram a fechar por volta das 18h (19h30 no horário de Brasília). O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) espera que o novo presidente eleito possa ser definido nas três primeiras horas da apuração.

8 horas atrás

O fim do mundo em três meses

O TERROR DO NORDESTE por O TERROR DO NORDESTE
 

Foto 



Por Ricardo Kotscho, no blogBalaio do Kotscho:

De vez em quando, ultimamente, fico até com receio de perder meu tempo escrevendo. O mundo já poderá ter acabado quando este texto chegar aos caros leitores. Quem vai ler?

Sem falar na sempre iminente guerra nuclear das Coréias, o fim do mundo está onipresente no noticiário nacional, como se houvessem estabelecido uma programação prévia para não deixar o brasileiro respirar sossegado dois dias segundos.

Mal se termina de falar de uma crise e já aparece outra nas manchetes, sem que tenha dado tempo da anterior terminar.

O ano mal começou, e já tivemos de volta as notícias alarmistas sobre os iminentes riscos de apagão de energia em razão da falta de chuvas nos reservatórios, ao mesmo tempo em que as enchentes em outros pontos do país provocavam novas tragédias. Imagens de reservatórios com pouca água e morros despencando eram acompanhadas de análises dos especialistas de sempre para quem o país, com este governo, não tem nenhum futuro, seja por falta ou excesso de chuvas.

Os brasileiros nem tivemos tempo de comemorar o recorde da safra de grãos, e já começaram as séries de reportagens sobre o colapso na infraestrutura, com estradas intransitáveis e congestionamentos nos aeroportos.

E assim fomos seguindo o ano de 2013, de agonia em agonia, até que sobreveio a grande crise do preço do tomate, a maior de todas, porque esta pode explodir ao mesmo tempo a inflação e os juros, levando o país à ruína completa. Em apenas três meses, ficamos novamente à beira do abismo.

Esses problemas todos existem, é claro, e alguns são bastante sérios, como já mostramos aqui no Balaio, tornando mais difícil a recuperação da economia. O clima de catastrofismo, porém, vai além da realidade dos fatos e tem como pano de fundo a sucessão presidencial de 2014, ativada pela antecipação da campanha e pela ausência de candidatos competitivos para enfrentar a candidata do governo.
Inconformados com os altos índices de popularidade da presidente Dilma Rousseff, que nas atuais pesquisas lhe garantem a reeleição já no primeiro turno, setores da sociedade que se sentiram prejudicados com a queda de juros e tarifas, especuladores e rentistas, aquela gente que não se conforma com medidas que visam a beneficiar a população de baixa renda, resolveram investir em outros campos, já que o cenário eleitoral não lhes dá muitas esperanças de voltarem ao poder tão cedo.

Alguma coisa está fora de ordem e de lugar quando assistimos à judicialização da política e à politização do judiciário, e os grandes protagonistas da cena brasileira se tornam o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que agora têm uma opinião formada sobre tudo e dão seus pitacos definitivos sobre qualquer assunto, mesmo quando não são chamados.

Gurgel já decidiu que a nova distribuição dos royalties do petróleo só deverá valer a partir de 2016, Barbosa comenta a indicação do polêmico deputado pastor Marco Feliciano para uma comissão da Câmara, e ambos se dedicam com afinco para colocar na cadeia os condenados da Ação Penal 470, recusando sumariamente qualquer recurso dos advogados de defesa.

Citado pelo ex-ministro José Dirceu numa história no mínimo malcontada no episódio para a sua indicação para o STF, o ministro Luiz Fux manda responder que não vai polemizar com réus condenados. Na mesma semana, o procurador-geral Gurgel determina ao Ministério Público e à Polícia Federal investigações sobre o ex-presidente Lula, a partir de declarações feitas por Marcos Valério, réu condenado a mais de 40 anos de prisão.

No mesmo momento em que Barbosa denuncia o “conluio” entre advogados e magistrados, o escritório de Sergio Bermudes, um dos mais caros do país, anuncia o patrocínio de uma festa de arromba para mais de 300 pessoas em seu apartamento de 800 metros quadrados, no Rio de Janeiro, para comemorar o aniversário de 60 anos de Luiz Fux, cuja filha Marianna, candidata a uma vaga no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, trabalha com o anfitrião. A pedido da mãe do homenageado, diante da repercussão do regabofe, a festa foi cancelada, segundo os jornais deste sábado.

Mas não faltarão outras festas do gênero, por mais que isso irrite Barbosa, para congregar os comensais dos dois lados do balcão da Casa Grande, que podem perder as eleições, mas nunca perdem a pose nem o poder.     Crédito: caiu na rede

8 horas atrás

Começou o chororô da direita Venezuelana: Capriles insinua fraude na eleição da Venezuela

BOILERDO por Betho Flávio
 

 

Oposicionista insinua tentativa de fraude na eleição da Venezuela

Há tentativa de ‘mudar vontade do povo’, disse Henrique Capriles no Twitter.

Para o governo chavista, afirmação é ‘irresponsável’.

Do G1, em São Paulo

À esquerda, candidato Nicolás Maduro, herdeiro político de Chávez; à direita, candidato Henrique Capriles, de oposição (Foto: Raul Arboleda/Ronaldo Schemidt/AFP)À esquerda, candidato Nicolás Maduro, herdeiro político de Chávez; à direita, candidato Henrique Capriles, de oposição (Foto: Raul Arboleda/Ronaldo Schemidt/AFP)

O candidato oposicionista à presidência da Venezuela, Henrique Capriles, disse neste domingo (14) que existe uma “intenção” de “querer mudar a vontade expressada pelo povo” na eleição presidencial da Venezuela.

“Alertamos o país e o mundo sobre a intenção de mudar a vontade expressada pelo povo”, disse Capriles em sua conta no Twitter. No mesmo post, ele pede a seus partidários que compartilhem a informação.

A campanha de Capriles confirmou que a mensagem é autêntica, segundo a agência Reuters. Já o governo a classificou de irresponsável.

Os centros de votação da eleição presidencial da Venezuela começaram  a fechar, às 18h locais deste domingo (19h30 de Brasília), segundo as autoridades eleitorais, após um dia de votação considerada tranquila.

Capriles enfrenta nas urnas Nicolás Maduro, presidente interino e “herdeiro” político de Hugo Chávez.

“Tivemos um processo eleitoral que se desenvolveu com total normalidade, com total tranquilidade”, disse Sandra Oblitas, do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Ela disse que os locais de votação em que ainda havia pessoas na fila deveriam permanecer abertos.

 

“Falta um número importante de pessoas para exercer seu voto”, disse.

Fechada a votação, começou a transmissão dos dados na sala de totalização.

Nos centros, os fiscais de ambos os partidos devem conferir os resultados contando parte dos comprovantes físicos de votação.

A oposição dá importância a essa fase, pois considera que pode haver diferenças nos números.

Na Venezuela, as autoridades eleitorais não divulgam parciais. O resultado é divulgado apenas quando a eleição se define numericamente a favor de algum dos candidatos.

As pesquisas de boca-de-urna também não são permitidas.

Clima

Caravanas de motoqueiros percorrem os bairros populares gritando vivas ao líder oficialista.

O leste da capital, reduto da oposição,  permanece em silêncio, apenas com alguns fogos de artifício.

Maduro x Capriles

Os dois principais candidatos votaram à tarde.

Maduro, herdeiro político do presidente morto Hugo Chávez, Maduro, votou em Caracas.

“Está havendo recordes de participação”, afirmou Maduro ao votar, ponderando que mais de 11,5 milhões dos 18,9 milhões de eleitores no país já depositaram seus votos nas urnas, de acordo com a EFE.

“Hoje estamos aqui e as notícias são muito boas. Vocês sabem, está havendo recordes de participação por toda a Venezuela”, disse o herdeiro político de Chávez às agências de notícias. Ele assinalou estar passando por “uma grande emoção durante todo o dia”. “A história continua, a história é a garantia, falta muito ainda por fazer”, ressaltou.

Após votar, Maduro foi para o “Quartel da Montanha”, onde estão os restos mortais de Chávez, para aguardar os resultados das eleições.

Já Capriles, que também votou na capital, pediu a seus eleitores que participem do processo eleitoral  “em massa”, de acordo com a Reuters.

“Nossa força está no processo [eleitoral] e, por essa razão, pelas pessoas que têm esperado um chamado para a ‘avalanche’ [de votos], especialmente os estudantes, não vamos esperar mais. Peço que vão para os centros de votação. Façam uma ‘avalanche’ até que as urnas estejam encerradas”, disse o governador do estado de Miranda.

O candidato também instou os opositores a denunciar qualquer “atropelo” que se detecte e assegurou que “os abusos” serão derrotados com votos, em alusão as supostas irregularidades cometidas pelos oficialistas, como propaganda de boca-de-urna.

Cerca de 170 organizações internacionais acompanharam o processo eleitoral, entre elas o Centro Carter.

Economia

O sucessor de Chávez, que governará até 2019, enfrentará o desafio de reativar uma economia que começa a naufragar e de administrar uma profunda polarização social, depois de tanos anos de poder nas mãos de um líder tão carismático quanto controvertido.

A campanha eleitoral dos dois candidatos foi movida pela emoção, com o presidente interino, Maduro, usando da aura mística do falecido morto e com o líder opositor declarando-se numa “cruzada entre o bem e o mal”.

O próximo presidente tomará posse no dia 19 de abril. Seu primeiro desafio será enfrentar a economia à beira do colapso, depois de anos de um “boom” petroleiro que permitiu a Chávez custear as chamadas “missões” sociais para as classes populares.

Os analistas enumeram um coquetel explosivo: uma produção decadente, escassez generalizada, inflação de 20% em 2012, seca de divisas, tudo isso combinado com um aparelho público endividado (déficit de 15% do PIB) e um preço do barril de petróleo estancado em US$ 100.

Com seis milhões de beneficiados pelas missões e três milhões de pensionistas – quase 30% da população, Agustín Blanco, historiador e autor do livro “Fala o Comandante”, acha uma mudança radical é imperiosa para o país.

“É preciso colocar todos os venezuelanos para produzir, mas os dois candidatos seguem a mesma política assistencialista: eu vou repartir mais do que você”, lamenta, temendo “o maior colapso econômico dos últimos 50 anos

9 horas atrás

Confisco: funcionários do setor privado bancam aposentadorias milionárias do serviço público

APOSENTADOS SOLTE O VERBO por ASOV – Aposentado! Solte o Verbo…
 
http://www.midiamax.com.br Um estudo feito pelo aposentado carioca, Arthur Laranjeira, aponta que funcionários do setor privado bancam as aposentadorias dos ‘marajás’ do serviço público. Isso porque pagam o dobro à previdência e se aposentam com quase sete vezes menos. O assunto foi motivo de repercussão internacional, publicado. Segundo ele, ambas as contribuições vão para o Tesouro […]
9 horas atrás

PSDB fecha parceria com Microsoft para tentar “afundar” projetos de Software Livre

BOILERDO por Betho Flávio
 

 

VINÍCIUS VIEIRA

no #seja livre

É isso mesmo minha gente, vocês não estão no blog errado: estamos sim falando de política!

Nesta semana recebemos uma denúncia de que o Governo do Estado do Paraná estaria fechando parcerias com a Microsoft, afim de “alavancar” o ensino público estadual.

O Governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB, assinou anteontem (09) um acordo de intenções com a Microsoft no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. O presidente da Microsoft Brasil, Michel Levy, disse que o Paraná está “puxando o trem da competitividade” no país.

O mais interessante é que o Paraná é o único Estado do país que tem lei aprovada de incentivo e uso de Softwares Livres (Lei Estadual 14.058/2003), que determina que a Administração Pública do Paraná deve utilizar, preferencialmente, programas abertos de computador.

Na aquisição de softwares proprietários, deve ser dada preferência para aqueles que operem em ambiente multiplataforma, permitindo sua execução sem restrições em sistemas operacionais baseados em software livre.

Ou seja, a iniciativa também descumpre as leis 14.195/2003 e 15.6742/2007, todas da época do governador Roberto Requião (PMDB), mas que ainda estão em plena vigência.

Se você não sabe leitor, o Governo do Estado do Paraná tem um dos principais órgãos tecnológicos do país, a CELEPAR, que inclusive foi criado para “executar políticas e ações envolvendo o Software livre” no âmbito do Estado do Paraná:

O Governo do Paraná é um dos principais usuários e desenvolvedores de software livre de todo o país.

A opção pelos programas de código aberto faz parte das políticas estratégicas de governo. Sua execução é de responsabilidade da CELEPAR. (leia mais aqui)

Celepar, cadê você???

A Celepar é responsável por inúmeros projetos de Software Livre público, como por exemplo o Expresso Livre, e que infelizmente com iniciativas como esta acabarão afundando no mar do esquecimento e subemprego.

Mas como um Estado que incentiva a prática do Software Livre no país aceita um acordo destes?

Os governos não são feitos de políticos e sim de partidos. No fim das contas, quem governa, manda e desmanda é o partido político do meliante cidadão em que votamos.

Segundo as nossas pesquisas, o PSDB, partido do Governador Beto Richa, tem um histórico interessante de “acordos com a Microsoft”, vejamos:

– No próprio site do PSDB encontramos uma notícia de que o Governador de Goiás, Marconi Perillo, fez uma viajem aos EUA no ano passado (2012) afim de se reunir com a Microsoft e “agradecer” a empresa pela “economia de R$ 90 milhões aos cofres públicos de Goiás”. Se a VERDADEIRA INTENÇÃO do PSDB fosse a economia, teriam usado software Livre e não teriam gasto um único centavo!

– Em 2009 o Governo do Estado do Rio Grande do Sul também fechou parceria com a Microsoft para implantação do “Windows Educação” nas escolas públicas.

– Segundo o Presidente da Microsoft do Brasil, a empresa está negociando os mesmos termos com outros estados do país, como por exemplo o Rio de Janeiro, que apesar de ser governado pelo “PMDBista” Sérgio Cabral, tem aliança com o PSDB.

– O Criador do AI-5 Digital, Eduardo Azeredo, que também é do PSDB, recebeu apoio da Microsoft em pesquisas sobre infecção por vírus no país (leia esta página, no fim do artigo), e usa este dado para basear sua escrúpula invernada contra a Internet brasileira. É engraçado falar que “se colocarmos rédeas na internet” as infecções por vírus diminuirão, mas ninguém comenta em se usar plataformas menos suscetíveis a vírus como forma de diminuição destes dados…

– Instalações do PSDB são usadas para eventos da Microsoft

Gente, não sou “esquerdista”, muito menos “PTista” e nem sequer confio ou apoio nenhum partido político, mas acho que deu pra ficar bem claro a parceria do PSDB com a Microsoft. A pergunta que não quer calar é: por que será que um partido político teria uma parceria com uma empresa desenvolvedora de software? E a resposta é simples: desvio de dinheiro público e Lobby!

Sinceramente esse Brasil me enoja…

9 horas atrás

Dono de sexshop gospel diz não ter artigos para homossexuais

PAULO LOPES por Paulo Lopes
 
A loja virtual gospel temvibrador, mas pequeno O SexshopGospel, como seu nome já deixa explícito, vende brinquedinhos sensuais a evangélicos. Mas nem todos os brinquedos, só os “leves”, disse…

[[ This is a content summary only. Visit my website for full links, other content, and more! ]]

9 horas atrás

Ao perdedor, os tomates

BRASIL , BRASIL por Nogueira Junior
 
 
Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa   “Os principais jornais de circulação nacional demonstram um entusiasmo quase triunfal pelas notícias sobre aumentos pontuais dos preços de certos gêneros alimentícios. Os índices anunciados no último mês realmente mostram um descompasso nos valores de alguns produtos, com especial destaque para o tomate, que se tornou até mesmo tema de anedotas nas redes sociais.

O movimento de alta produz sua consequência natural em qualquer economia: a queda nas vendas do varejo. A imprensa adora citar aquela frase famosa do estrategista do ex-presidente americano Bill Clinton, James Carville, anotada num quadro da sede da campanha eleitoral de 1992: “É a economia, estúpido”.

Na sexta-feira (12/04), porém, a reação natural dos consumidores faz os editores se esquecerem da lição contida na frase, justamente para fazer uso político de seu significado. O Globo e a Folha de S.Paulo pareceram ter combinado. Com variação sutil, os dois diários anunciam em suas manchetes: “Alta de alimentos derrubavendas de supermercados”, disse a Folha; “Alta dos preços já derruba vendas em supermercados”, anunciou o Globo.

A análise da intencionalidade de uma frase, no caso das manchetes de jornais, virou brincadeira de criança, tamanha a falta de sutileza do texto jornalístico. Observem a leitora e o leitor, por exemplo, o uso do verbo “derrubar” em contexto que induz a certa dramaticidade, e, no caso do Globo, a inserção do advérbio “já”, de intensidade, que denota uma suposta antecipação da queda nas vendas do varejo, apresentada como fato incontornável.” Artigo Completo, ::AQUI:: 

9 horas atrás

O papel de Fidel Castro no contra-golpe na Venezuela, em 2002

BOILERDO por Betho Flávio
 

030911_fidel-golpe-de-estado

Venezuela – Solidários –

Antonio Ibiapino da Silva

a Venezuela sofre uma forte agitação política.

No núcleo da agitação existia um golpe militar, coordenado por um setor do exercito venezuelano e seu comandante era o General Vázquez Velasco.

No dia 12, o presidente Hugo Chávez liga para Fidel Castro eram 12:38h. Fidel atende o telefone e recebe informes sobre os acontecimentos no país.

Entre os informes, Chávez diz: “Estamos en el Palacio atrincherados hemos perdido la forza militar que podia decidir y nos quitaran la señal de televisión”. Dito isso, Fidel pergunta: “que forças tens”? Hugo Chávez respondeu que contava com 200 a 300 homens e que estavam todos esgotados. Fidel indaga uma vez mais: “Tanques tienes”? Não temos, havia tanques, mas retiraram estão agora nos quartéis. Fidel faz a última pergunta, queria saber se o presidente contava com outras forças. Mas a resposta não foi satisfatória, o presidente Hugo Chávez disse que havia outras forças, mas estavam longe e sem comunicação; falou também de um aliado, tratava-se do General Raúl Isaias Baduel, chefe da Divisão de Brindados.

Após o informe Fidel pediu ao presidente Chávez para expressar um ponto de vista sobre a situação; com a devida permissão do presidente, Fidel disse: “propunha uma saída, através de um acordo digno, pois é necessário preservar a vida dos homens que tens, eles são fieis, não os sacrifique. Mas Chávez respondeu que todos estavam dispostos a morrer lutando.

Eu sei que esses homens são valiosos, mas penso que nestas circunstâncias tenho melhores condições de refletir que você. Peço que não renuncies em nenhuma condição, exija garantias honoráveis e garantias para que não sejas vítima dessa tragédia. O esforço primordial é para que preserves a tua vida e a de teus companheiros. É importante que procure alguém com autoridade entre as fileiras golpista e propunha sua disposição para sair do país, contanto que não renuncie.

Aqui de Cuba, eu tratarei de mobilizar o corpo diplomático em nosso país e na Venezuela. Também enviaremos dois aviões com nossos conselheiros e um grupo de diplomatas para transladá-lo.

Hugo Chávez pensou um pouco e finalmente aceitou a proposta do comandante Fidel.

O Comandante cubano elaborou três possibilidades estratégicas para o problema do golpe. A primeira era ficar dentro do palácio Miraflores e resistir até a morte; a segunda era sair do palácio e tentar reunir-se com o povo para desencadear uma resistência nacional com ínfimas possibilidade de êxito e a terceira era exatamente sair do país de forma segura e ganhar tempo para reorganizar as forças necessárias para a vitória.

Em plena madrugada Fidel se reuniu com o corpo diplomático e propôs que os embaixadores seguissem com Filipe Pérez Roque, Ministro das Relações Exteriores, à Caracas para, pacificamente, resgatar vivo o presidente da República.

Inicialmente a proposta não pode ser concretizada, porque os golpistas não concordaram, comunicando ainda que Hugo Chávez seria submetido a um Conselho de Guerra.

Chávez tenta conversar com o comando golpista, colocou seu uniforme de pára-quedista e seguiu acompanhado de seu ajudante, Jesús Suáres Chourio, para o Forte de Tiuna; Quartel General e posto de mando militar do golpe.

Nesse momento não havia comunicação, ninguém sabia o que estava acontecendo; apenas a televisão divulgava esporadicamente que Chávez tinha se demitido. O objetivo era desmobilizar os partidários de Chávez e também o povo. Fidel liga para Chávez, mas não consegue completar a ligação, ele já estava preso.

No dia 12 de abril Fidel fala com a filha do presidente Chávez, Maria Gabriela, que comunicou a prisão do presidente.

Às 10:02h do mesmo dia, Maria Gabriela chama outra vez Fidel e transmite as palavras de Chávez. De imediato, Fidel pergunta: “tu estarias disposta a informar ao mundo com tuas próprias palavras”? Ela responde: “Qué no haria jo por mi padre”?

Então Fidel chama Randy Alonso, jornalista e diretor do Mesa Redonda. Antes das 11:00h, Randy chama Maria Gabriela, através do telefone informado por Fidel, e faz a gravação, que Cuba entregou as agencias credenciadas em Havana e também as transmite pelo noticiário de televisão.

Às 12:40h do dia 12 de abril de 2002, a informação cubana na própria voz de Maria Gabriela desmoraliza a CNN, que publicava as mentiras divulgadas pelos militares. A desmoralização foi motivo de reunião por parte da direção da CNN.

As noticias veiculadas em Cuba foram escutadas por milhões de venezuelanos e pelos militares fieis a Hugo Chávez, e ainda serviram para que a CNN parasse com as mentiras de que o Chávez havia renunciado.

Há noite, precisamente às 11:15h. Maria Gabriela liga para Fidel e começa falar com voz trágica. O Comandante nem deixou que ela terminasse, interrompeu a e perguntou: “o que aconteceu?” Maria Gabriela responde: “Levaram meu pai em um helicóptero, e não sabemos onde ele está agora”. Fidel a interrompe novamente dizendo: “Você tem que denunciar isso com a sua própria voz”. Randy Alonso, estava com Fidel e também um grupo de dirigentes da juventude, pararam a reunião e Randy fez a denúncia com a própria voz da filha do Chávez. Mais uma vez, o mundo sabe a verdade, através de Cuba.

No dia 13 sábado, às 10:00h. Maria Gabriela liga novamente para Fidel e comunica que os pais do presidente queriam falar com o comandante Fidel e fazer uma declaração.

Na fala a mãe de Chávez, informa que o chefe militar da Guarnição acabara de falar com seu esposo, Hugo de los Reyes Chávez e, que esse havia dito que seguia firme a constituição.

Em seguida Fidel fala com Lucas Rincón, Inspetor Geral das Forças Armadas, o qual afirmou que a Brigada de Paraquedista, a Divisão Brindada e a Base de Caça Bombardeiro F-16 estavam contra o golpe e prontas para atuar. Após o informe Fidel pede para que fossem evitados confrontos entre militares.

Alguns minutos depois a brava Maria Gabriela liga para Fidel e diz que o General Baduel, chefe de Brigada de Paraquedistas estava querendo comunicar-se com Fidel e que as forças leais de Maracay desejavam fazer uma declaração ao povo da Venezuela e a opinião pública internacional.

Fidel fala com o General Badual e diz: “tudo bem, a declaração pode ser feita agora mesmo”. Espere, disse o General; e passou o telefone ao General Julio García Montoya, secretário permanente do Conselho Nacional de Segurança e Defesa. O General Montoya fala com Fidel que logo o coloca em contato com Randy, para que fizesse a declaração, que consistiu no seguinte: “Las Fuersas Armadas venezolanas são fieles a la Contitución”. Nesse instante Fidel declara a seus assessores que o golpe estava derrotado. Mas restava uma preocupação, era com a vida de Chávez.

Às 4:15h da tarde, Fidel telefonou ao embaixador de Cuba na Venezuela, Germán Sánchez e perguntou se era possível fazer um contato com o General golpista, Vázquez Velasco. O embaixador respondeu que sim. Neste caso, disse Fidel fale em meu nome e expresse a opinião de que um rio de sangue pode correr na Venezuela e que somente um homem poderia evitar essa possibilidade perigosa; esse homem é Hugo Cháves.

O General Vásquez respondeu a chamada e afirmou que Chávez estava sob seu poder e garantiu que a vida do mesmo seria preservada, mas não podia libertá-lo. Na ocasião o embaixador insistiu, mas o General interrompeu a ligação desligando o telefone.

Fidel imediatamente chama a Maria Gabriela e comunica sobre as palavras de Vázquez, especialmente no que se relacionava com as garantias de preservar a vida do presidente. Ao mesmo tempo pediu para comunicar-se com o General Baduel.

Eram 4:49h da tarde, com Baduel Fidel expressa a opinião de continuar fazendo pressão sobre o General chefe dos golpistas. O General Baduel aproveitou para comunicar ao Comandante Fidel que estava selecionando os homens e também preparando os helicópteros para fazer o resgate do presidente Chávez.

Durante o resto do dia até à 0:00h da noite do dia 13, Fidel Castro tratou de fazer contatos com várias pessoas sobre o resgate e sobretudo com a preservação do vida do resgatado. Falou com Diosdado Cabello Hector Navarro, ministro da Educação Superior sugerindo que ordenasse a Vázquez a liberação do Chávez e que o advertisse da grave responsabilidade, caso desacatasse essa ordem.

Os golpista permaneciam irredutíveis e esperavam um avião de um empresário para transladar o presidente a um lugar desconhecido.

Estou convicto de que Fidel Alejandro Castro Ruz foi o grande estrategista da batalha para salvar a vida e também a Revolução Bolivariana. A inteligência do comandante e sua capacidade de dirigir conflitos de alto risco fez a diferença naquela situação em que o povo venezuelano poderia ter se confrontado em uma desnecessária e violenta guerra civil, pondo em risco a vida de milhares de pessoas.

Fidel sabia que a guerra era suja, que por trás daquela desordem estavam os Estados Unidos e a CIA mancomunada com o gusano Pedro Carmona, para desestabilizar o governo legitimo e o povo, e assim alterar o curso da Revolução, para fazer prevalecer a concepção metafísica, porque essa correspondia naquele momento conjuntural os interesses das classes dominantes.

De fato o golpe foi arquitetado pelos Estados Unidos, para impedir a ideia dos revolucionários venezuelanos de querer mudar o histórico regime social vigente no país de Bolívar, de Dom José Maria Gual, de Dom José Maria Espanha e do contemporâneo e heróico povo, que hora lutava por um mundo em que todos e todas tivessem direito ao bem estar e a vida.

Antonio Ibiapino da Silva é advogado e sindicalista.Autor do livro “Fidel e a democracia” também é membro do Partido dos Trabalhadores no estado do Ceará.

Nicolás Maduro eleito presidente da Venezuela com vantagem de apenas 1,5% dos votos por Luiz Carlos Azenha Ilustração publicada por Augusto Ferreira no Facebook por Luiz Carlos Azenha O ex-chanceler da Venezuela e presidente-em-exercício, Nicolás Maduro, foi eleito neste domingo presidente da Venezuela, com 50,66% dos votos. O candidato oposicionista Henrique Capriles Radonski obteve 49,07%. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, Maduro teve 7.505.338 votos contra 7.270.403 votos de Capriles. A participação foi de 78,71%. Em 2012, Capriles obteve 44,55% dos votos ante 54,84% de Hugo Chávez, que teve seu quarto mandato interrompido em 5 de março de 2013 pela morte causada por um câncer. Foi a décima oitava eleição em 14 anos na Venezuela. Aconteceu onze anos depois de parte da mídia brasileira ter celebrado um golpe cívico-militar contra o presidente Hugo Chávez, retratado aqui. Horas antes do fechamento das urnas, um cracker invadiu as contas do twitter do candidato e presidente-em-exercício Nicolas Maduro e de outras personalidades e instituições ligadas ao chavismo, deixando mensagens como a que aparece abaixo. Oficialistas denunciaram que o cracker atuava a partir de Bogotá, na Colômbia. O fotógrafo Joka Madruga está em Caracas (aqui, um álbum com as imagens dele no Flickr): O post Nicolás Maduro eleito presidente da Venezuela com vantagem de apenas 1,5% dos votos apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 6 horas atrás “Falido” aos 72, Requião diz que humor na blogosfera é essencial por Luiz Carlos Azenha por Luiz Carlos Azenha O senador Roberto Requião (PMDB-PR) sugeriu, durante o Segundo Encontro de Blogueiros, Redes Sociais e Cultura Digital do Paraná, que ativistas digitais e militantes políticos usem o humor, a ironia e o sarcasmo em seus espaços para desconstruir a mensagem da direita e enfrentar o pensamento único da grande mídia. Segundo Requião, blogs muito intelectualizados correm o risco de afastar novos leitores ou de falar apenas para os mesmos. A observação veio num dia em que vários participantes falaram sobre o risco de a blogosfera se tornar uma “igrejinha”. A blogueira Maria Frô, por exemplo, saudou a presença de militantes que vão organizar um encontro apenas entre blogueiros de saúde, em São Paulo, uma novidade que demonstra que mais e mais gente se apropria das ferramentas disponíveis no espaço digital para se organizar e reivindicar. Antes, o blogueiro Eduardo Guimarães demonstrou preocupação com o tema, lembrando que milhões de brasileiros já se informam prioritariamente pelas redes sociais e que o número de internautas cresce diária e velozmente. As mesas do encontro foram marcadas por outra constatação: a de que o poder da Globo e seus veículos associados vem crescendo no Brasil, ainda que o principal veículo das Organizações enfrente perda de audiência. É que, como lembraram Eduardo Guimarães e este que vos escreve, a Globo hoje se utiliza — com sua tradicional competência organizativa — de todas as plataformas de informação disponíveis para chegar ao público. Como exemplo, lembrei a notícia segundo a qual a emissora contratou mil artistas para participar das Fun Fest da Copa do Mundo, as festas que acompanharão os jogos nas cidades-sede em 2014. As Organizações montaram uma empresa de eventos exclusivamente para isso. Ou seja, a Globo ganha dinheiro com a transmissão da Copa, com os patrocinadores da Copa, com os jogadores da Copa, com a abertura da Copa, com os torcedores da Copa… Requião disse aos participantes que não acredita que o problema da imensa concentração midiática no Brasil — com certeza, uma das maiores do mundo — será enfrentado pelo governo Dilma, mesmo num eventual segundo mandato. O senador sugeriu que se faça uma tranfusão de 10% do sangue da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, para sua colega brasileira Dilma Rousseff. Na Argentina, Kirchner conseguiu aprovar uma Ley de Medios que barra o avanço do grupo monopolista local, o Clarín, equivalente argentina das Organizações Globo. [Leia aqui sobre as leis de mídia na América Latina] Requião, o tuiteiro mais influente do Senado brasileiro, disse aos presentes que cuida pessoalmente de sua conta no Twitter, mas que seu perfil no Facebook é administrado por assessores. Ele foi instado pela blogueira Maria Frô a investir mais no Face. O senador foi definido como um “meme vivo”. Memes são mensagens básicas, equivalentes a manchetes de jornais, que pela facilidade de compreensão e poder de fogo recebem grande número de compartilhamentos. O senador paranaense é reconhecido pelo estilo direto no Twitter: Requião descreveu sua tentativa de aprovar no Senado uma lei que garanta o direito de resposta, que está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. Depois de receber apoio praticamente unânime, o projeto passou a enfrentar dificuldades, com o acréscimo de emendas que poderiam descaracterizá-lo. Algumas emendas vieram de senadores que anteriormente haviam dado apoio completo à ideia. O projeto deverá ser analisado na sessão da próxima quarta-feira, mas sem a presença de Requião, que estará no Paraguai como observador de eleições locais. Requião não especulou sobre se os senadores foram vítimas da chamada “síndrome de abstinência do Jornal Nacional”. Ao falar das dificuldades enfrentadas pela blogosfera, especialmente o cerco judicial — ele dividiu a mesa com o autor do blog do Tarso, multado em 106 mil reais pelo TRE-PR, a pedido do candidato Luciano Ducci, por colocar no blog uma enquete eleitoral –, Roberto Requião disse que chega aos 72 anos de idade “falido”, depois de ter gasto 800 mil reais com a Justiça. “Sou o político mais processado do Brasil”, afirmou, “mas nunca por corrupção”. Um dos processos, segundo o senador, foi movido por um político a quem denunciou por corrupção, que alegou que a sentença de condenação por falcatruas ainda não havia transitado em julgado. Outra ação, movida pelo Ministério Público Federal, diz respeito à TV Educativa do Paraná. Durante o governo estadual de Requião, a emissora transmitia a chamada Escola de Governo, na qual integrantes do Executivo estadual debatiam e prestavam contas sobre ações de governo. Em caso de condenação, Requião disse que teria de ressarcir aos cofres públicos — pelo tempo usado na TV Educativa — valores que ultrapassam “em mais de dez vezes” todo o seu patrimônio. Requião disse que, na época, entusiasmado com o programa Brasil Nação, que debatia temas nacionais na TV Educativa, chegou a procurar o ex-presidente Lula para sugerir que se fizesse o mesmo em nível nacional. O então presidente pediu que o então governador do Paraná fosse ao ministro da Casa Civil, José Dirceu. Procurado, Dirceu afirmou que o governo já tinha “sua TV”. Dirceu disse a Requião, segundo este, que era “a Globo”. No encontro de blogueiros, o senador paranaense também se disse descrente dos partidos políticos brasileiros e criticou o governo Dilma. Segundo ele, a presidente está fazendo o que nem mesmo o tucano Fernando Henrique Cardoso fez em seus dois mandatos. Em caso de aprovação da MP dos Portos, que tramita no Congresso, o BNDES será autorizado a financiar a privatização (aqui, um discurso do senador a respeito do tema). Requião afirmou que Dilma só pensa na reeleição, não tem um projeto de desenvolvimento nacional coerente e apela às concessões à iniciativa privada numa tentativa de bombar o PIB. Questionado pela plateia, disse que não se trata de “correlação de forças”, nem de uma suposta aliança conservadora das bancadas ruralista e evangélica, nem do fato de que o PT não tem maioria no Congresso, ao contrário de forças políticas que sustentam ou sustentavam Hugo Chávez, Evo Morales, Cristina Kirchner ou Rafael Correa. As medidas conservadoras de Dilma, segundo Requião, são formuladas “na cúpula do governo”. Requião falou sobre a importância da coragem na política. Citou um exemplo caseiro. Foi quando, durante uma campanha eleitoral no interior do Paraná, criticou o projeto de uma estrada que destruia o meio ambiente e foi vaiado por eleitores (mais tarde, descobriu, obteve 72% dos votos na região). Apesar das críticas, Requião diz que se considera da base do governo e não vê opção para 2014. Sobre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a quem chamou de Dudu Beleza, o senador disse que “Eduardo está muito à direita, muito à direita” de Dilma. Sem entrar em detalhes, afirmou que um dos motivos para não apoiar o líder do PSB vem do fato de que ele, Requião, foi relator da CPI dos Títulos Públicos, popularmente conhecida como CPI dos Precatórios. Abaixo, uma entrevista em áudio com o senador e o registro, em vídeo, da mesa de sábado à noite do BlogProg do Paraná: 0314_162638 1 O post “Falido” aos 72, Requião diz que humor na blogosfera é essencial apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Ver arquivo anexo (3 MB, audio/mpeg) Compartilhar Marcar como não lido Curtir 7 horas atrás Ricardo Young explica assinatura em homenagem à Rota por Conceição Lemes Nota enviada pela Assessoria de Comunicação do vereador Ricardo Young (PPS-SP), via e-mail por Ricardo Young Em apenas três meses de mandato, já fiquei conhecido pelos assessoristas da Câmara Municipal como “o vereador que lê”. Durante as sessões, eles circulam pelo plenário recolhendo as assinaturas dos vereadores para dar início à tramitação de diversos projetos. Tenho como princípio a leitura de cada um antes de assinar e geralmente me posiciono contra homenagens, por acreditar que a cidade tem muitos assuntos urgentes para serem debatidos por seus vereadores. O olhar atento é importante porque já chegou às minhas mãos até mesmo projeto de homenagem a empresário de jogos de cartas! Entretanto , algumas vezes nos são apresentadas pilhas de papeis com dezenas de projetos em meio aos debates das sessões. Inadvertidamente, li apenas as linhas gerais do requerimento para tramitação do projeto que concede salva de prata à Rota e, portanto, assinei-o sem ter conhecimento da sua justificativa. Foi um erro, pois sou contra a homenagem. Assim que tomei conhecimento da justificativa para a homenagem, referindo-se ao desempenho da Rota no período da Ditadura Militar que tanto nos envergonha, tomei imediatamente a providência de me manifestar em plenário contra a medida, dizendo que “o passado da Rota é muito difícil e todos sabemos que havia muita impunidade na época da Ditadura. Obviamente, houve progressos com relação aos seus procedimentos. Daí para justificar uma homenagem assim, precisamos refletir.” Está disponível o áudio do meu discurso naquela oportunidade: https://soundcloud.com/ricardoyoungvereador-1/sessao_plenaria_2603-wav. Minha trajetória não deixa dúvidas de que sempre me preocupei com os Direitos Humanos e jamais defendi a Ditadura Militar. No mesmo dia desse discurso em plenário, fui integrado à Comissão Municipal da Verdade, que pediu a apreciação do projeto e certamente irá sugerir seu arquivamento. O público que acompanha minhas ações através do vídeo Direto do Plenário, que gravo após cada sessão, ficou a par dessa articulação no mesmo dia:http://www.youtube.com/watch?v=dDBH0LTFqrM Por fim, vale esclarecer que as assinaturas dos vereadores significam apenas o apoio à tramitação do projeto, ou seja: a permissão para que a ideia seja debatida pelas comissões e no plenário. As assinaturas não coincidem, portanto, com o voto favorável ao projeto, que passará por votação apenas no final do seu caminho pela Casa. Os paulistanos elegeram três coroneis reformados da Polícia Militar para representá-los nesta legislatura, portanto, é de cunho democrático que permitamos o debate dessas questões. O mais importante, no entanto, é que a sociedade acompanhe o nosso trabalho atentamente e marque presença, como estão fazendo desta vez. Pois só podemos pensar verdadeiramente nossa cidade quando o interesse público tem vez e voz. Leia também: Vereadores criticam nosso texto sobre homenagem de Telhada à Rota Petistas assinaram projeto de homenagem à Rota: A troco do quê? O post Ricardo Young explica assinatura em homenagem à Rota apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 10 horas atrás Vinícius Vieira: A parceria de Beto Richa com a Microsoft por Luiz Carlos Azenha por sugestão do Buranello Ambrosio, no Facebook PSDB fecha parceria com Microsoft para tentar “afundar” projetos de Software Livre VINÍCIUS VIEIRA 11/04/2013 no #seja livre É isso mesmo minha gente, vocês não estão no blog errado: estamos sim falando de política! Nesta semana recebemos uma denúncia de que o Governo do Estado do Paraná estaria fechando parcerias com a Microsoft, afim de “alavancar” o ensino público estadual. O Governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB, assinou anteontem (09) um acordo de intenções com a Microsoft no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. O presidente da Microsoft Brasil, Michel Levy, disse que o Paraná está “puxando o trem da competitividade” no país. O mais interessante é que o Paraná é o único Estado do país que tem lei aprovada de incentivo e uso de Softwares Livres (Lei Estadual 14.058/2003), que determina que a Administração Pública do Paraná deve utilizar, preferencialmente, programas abertos de computador. Na aquisição de softwares proprietários, deve ser dada preferência para aqueles que operem em ambiente multiplataforma, permitindo sua execução sem restrições em sistemas operacionais baseados em software livre. Ou seja, a iniciativa também descumpre as leis 14.195/2003 e 15.6742/2007, todas da época do governador Roberto Requião (PMDB), mas que ainda estão em plena vigência. Se você não sabe leitor, o Governo do Estado do Paraná tem um dos principais órgãos tecnológicos do país, a CELEPAR, que inclusive foi criado para “executar políticas e ações envolvendo o Software livre” no âmbito do Estado do Paraná: O Governo do Paraná é um dos principais usuários e desenvolvedores de software livre de todo o país. A opção pelos programas de código aberto faz parte das políticas estratégicas de governo. Sua execução é de responsabilidade da CELEPAR. (leia mais aqui) Celepar, cadê você??? A Celepar é responsável por inúmeros projetos de Software Livre público, como por exemplo o Expresso Livre, e que infelizmente com iniciativas como esta acabarão afundando no mar do esquecimento e subemprego. Mas como um Estado que incentiva a prática do Software Livre no país aceita um acordo destes? Os governos não são feitos de políticos e sim de partidos. No fim das contas, quem governa, manda e desmanda é o partido político do meliante cidadão em que votamos. Segundo as nossas pesquisas, o PSDB, partido do Governador Beto Richa, tem um histórico interessante de “acordos com a Microsoft”, vejamos: – No próprio site do PSDB encontramos uma notícia de que o Governador de Goiás, Marconi Perillo, fez uma viajem aos EUA no ano passado (2012) afim de se reunir com a Microsoft e “agradecer” a empresa pela “economia de R$ 90 milhões aos cofres públicos de Goiás”. Se a VERDADEIRA INTENÇÃO do PSDB fosse a economia, teriam usado software Livre e não teriam gasto um único centavo! – Em 2009 o Governo do Estado do Rio Grande do Sul também fechou parceria com a Microsoft para implantação do “Windows Educação” nas escolas públicas. – Segundo o Presidente da Microsoft do Brasil, a empresa está negociando os mesmos termos com outros estados do país, como por exemplo o Rio de Janeiro, que apesar de ser governado pelo “PMDBista” Sérgio Cabral, tem aliança com o PSDB. – O Criador do AI-5 Digital, Eduardo Azeredo, que também é do PSDB, recebeu apoio da Microsoft em pesquisas sobre infecção por vírus no país (leia esta página, no fim do artigo), e usa este dado para basear sua escrúpula invernada contra a Internet brasileira. É engraçado falar que “se colocarmos rédeas na internet” as infecções por vírus diminuirão, mas ninguém comenta em se usar plataformas menos suscetíveis a vírus como forma de diminuição destes dados… – Instalações do PSDB são usadas para eventos da Microsoft Gente, não sou “esquerdista”, muito menos “PTista” e nem sequer confio ou apoio nenhum partido político, mas acho que deu pra ficar bem claro a parceria do PSDB com a Microsoft. A pergunta que não quer calar é: por que será que um partido político teria uma parceria com uma empresa desenvolvedora de software? E a resposta é simples: desvio de dinheiro público e Lobby! Sinceramente esse Brasil me enoja… Leia também: Dr. Rosinha: O terrorismo econômico dos pró-juros altos O post Vinícius Vieira: A parceria de Beto Richa com a Microsoft apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 11 horas atrás “Estado continua passando por cima das caveiras dos povos indígenas” por Conceição Lemes Gersem Baniwa: Atual projeto de nação não tem lugar para povos indígenas. Foto: Daiane Souza/UnB Agência Thiago Pimenta – Portal EBC Após manifesto de funcionários da Funai por um plano de indigenismo brasileiro, o Portal EBC entrevistou o indígena e doutor em antropologia Social, Gersem Baniwa, que atualmente é professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Na opinião de Gersem, que é originário do grupo indígena Baniwa (localizado normalmente no noroeste do Amazonas), um plano indigenista passa previamente por um projeto de nação do país, não podendo acontecer de forma dissociada: “Quando observamos a difícil situação de vida dos povos indígenas, pelas permanentes violações de seus direitos básicos, como o direito ao território e à saúde, podemos acreditar que ou o Brasíl ainda não definiu seu projeto de nação; ou já definiu e neste projeto não há lugar para os povos indígenas”, destaca. O pesquisador, que já trabalhou em projetos no Ministério da Educação, reconhece alguns avanços das ações do governo na área escolar e na saúde indígena. O pesquisador reforça os esforços de gestores e técnicos que tentam avançar nas políticas indigenistas, mas denuncia as pressões sofridas pelos índios brasileiros por outros setores. PLANO INDIGENISTA Portal EBC: Antes de tudo, em que consiste um plano indigenista? Gersem: Um plano indigenista para o Brasil passa pela existência de um Projeto de Nação do Brasil. Quando observamos a difícil situação de vida dos povos indígenas, pelas permanentes violações de seus direitos básicos, como o direito ao território e à saúde, podemos acreditar que ou o país ainda não definiu seu projeto de nação; ou já definiu e neste projeto não há lugar para os povos indígenas. Portal EBC: O texto da Constituição de 88 reconhece aos indígenas o direito à organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e dá a eles os direitos originários sobre as terras que ocupam. Já a União é responsável por demarcar essas terras, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Não seria esse o começo desse projeto? Gersem: A sociedade brasileira tentou dar sua contribuição por ocasião da Constituinte de 1988, assegurando direitos básicos que garantissem a continuidade étnica e cultural dos povos indígenas, por meio dos direitos sobre suas terras tradicionais e o reconhecimento de suas culturas, tradições e organização social, além do reconhecimento da plena capacidade civil e de cidadania. Minha hipótese é de que essas conquistas legais tinham relação com sentimento de culpa pelos séculos de massacres e mortes impostos aos índios pelos colonizadores, portanto, como medidas reparadoras do ponto de vista moral. Mesmo reconhecendo alguns avanços pontuais no campo da educação (acesso à educação básica e superior ampliado), do direito à terra principalmente na Amazônia Legal e de participação política (06 prefeitos e 76 vereadores indígenas), o Estado continua passando por cima das cabeças e de caveiras dos povos indígenas como acontece de forma escancarada e vergonhosa no Estado de Mato Grosso do Sul, onde os índios Guarani-Kaiowá continuam sob fogo cruzado por fazendeiros e políticos da região. Para as elites econômicas e políticas do país, os povos indígenas continuam sendo percebidos e tratados como empecilhos para o desenvolvimento econômico do país (que na verdade é o enriquecimento desses grupos). Portanto, um plano indigenista brasileiro depende necessariamente da clareza de que nação, sociedade e país se quer construir. Os povos indígenas só terão chance se o Brasil assumir com seriedade a construção de um projeto de nação baseada em uma sociedade pluriétnica, multicultural e solidária. Portal EBC: Quais seriam os pontos são mais importantes para um bom plano indigenista para o país? Gersem: O ponto mais importante de um plano indigenista é garantir as condições reais para a garantia plena dos direitos indígenas, baseadas no protagonismo e na cidadania dos indivíduos e coletividades indígenas. Somente a garantia desses direitos pode garantir a continuidade étnica e cultural desses povos, por meio de segurança territorial, segurança econômico-alimentar, política de educação adequada e política de saúde eficiente. Isso também daria sinal de que os povos indígenas podem ter seu espaço na sociedade brasileira. Percebemos uma grande contradição na política indigenista atual: uma parte minoritária do Estado (governo) que tenta adotar o discurso e a prática em favor dos povos indígenas e a outras majoritária que ao contrário, adota discursos e práticas anti-indígenas. SITUAÇÃO ATUAL DOS ÍNDIOS BRASILEIROS Portal EBC: Como você vê a atual situação dos indígenas brasileiros? O que precisa mudar? Gesem: Hoje os povos indígenas do Brasil passam por uma situação muito difícil e ruim, com violações constantes aos seus direitos e com a crescente violência física e de morte que sofrem. Os dez anos seguintes à promulgação da CF de 1988 foram de gradativo processo de conquistas de direitos concretos (demarcação de terras, educação escolar, organização social e participação política) mas, os últimos três anos foram de estagnação com forte tendência de retrocesso sem precedentes para os povos indígenas. A leitura que faço é que o Estado (comandado pelas elites políticas e econômicas) se arrependeu de reconhecer os direitos indígenas e agora faz de tudo para, em primeiro plano, violar esses direitos e em segundo plano, anular ou reduzir esses direitos. Ou é isso, ou o Estado está assumindo sua incapacidade e incompetência para garantir os direitos dos povos indígenas. As políticas existentes são completamente insatisfatórias. Estão sempre voltadas para resolver ou minimizar problemas acumulados. As políticas indigenistas continuam sendo autoritárias, paternalistas e tutelares. Embora o Brasil tenha adotado a Convenção 169 da OIT, há anos, até hoje ela não foi regulamentada. Neste sentido, um plano indigenista moderno precisa superar seriamente a visão imediatista, autoritária e de descaso institucional. Precisa ser construído um plano transparente e participativo de curto, médio e longo prazo, com metas, objetivos e condições claros de implementação. O mais importante é o plano indigenista ser do Estado e não apenas de um governo ou do órgão indigenista. Portal EBC: Que ações merecem destaque na atual política indigenista? Gersem: É importante reconhecer que nos últimos houve esforços e tentativas do governo federal em avançar nas políticas de atendimento voltadas para os povos indígenas, principalmente após o fim do monopólio da política indigenista pela Fundação Nacional do Índio (Funai), no início da década de 1990. O Ministério da Saúde tem se esforçado para tentar responder às demandas indígenas. O Ministério do Meio Ambiente iniciou experiências inovadoras ainda no final da década de 1990 em apoio técnico e financeiro para projetos socioeconômicos alternativos e autossustentáveis de comunidades indígenas na Amazônia. O Ministério da Educação empreendeu esforços junto aos estados e municípios em busca de melhorias no atendimento escolar às aldeias indígenas. Sem dúvida que essas experiências das últimas duas décadas lograram avanços e êxitos parciais e de algum modo contribuíram para a recuperação da autoestima e de esperança no futuro dos povos indígenas, expressa por meio do crescimento demográfico desses povos que está se aproximando de um milhão de indígenas no país (considerando que na década de 1960 chegaram à cifra de 200.000 indígenas) e da presença cidadã dos indígenas na vida do país. As experiências revelaram também questões preocupantes, como as limitações do Estado no atendimento aos direitos e anseios indígenas. Os gestores e técnicos de ministérios bem que tentaram avançar nas políticas voltadas aos povos indígenas, mas percebe-se atualmente o limite dessas possibilidades, diante do contexto político e econômico do país. Essas possibilidades esbarram na falta de vontade política dos dirigentes maiores em dar relevância às questões indígenas. Sem determinação política o tema nunca entra na lista de prioridades do governo e, por isso, as instâncias e estruturas que atuam junto a esses povos estão sempre esvaziadas, desestruturadas e desqualificadas, sem recursos financeiros, sem equipes e sem condições administrativas. Deste modo fica difícil assegurar os direitos indígenas que ficam a mercê dos interesses econômicos anti-indígenas. Muitas vezes parece que o governo se presta a servir aos interesses desses grupos. Portal EBC: Como você avalia o trabalho da Funai hoje? Gersem: Nos últimos dez anos a Funai tem se esforçado para estar ao lado dos povos indígenas no enfrentamento dos problemas existentes nas aldeias, mas é um órgão do Estado e dos governos, portanto, dominada pela incapacidade e ineficiência institucional. É um órgão com eminência de falência institucional, por ausência de força e crédito político, falta de recursos humanos, equipe reduzida e mal preparada, e com infraestrutura arcaica. É evidente o processo de sucateamento e enfraquecimento do órgão nos últimos anos, na mesma proporção em que as oligarquias econômicas e políticas nos municípios e Estados se organizaram e se fortaleceram contra os direitos indígenas. O enfraquecimento da Funai é o mais claro exemplo do descompromisso do governo e do Estado para com a defesa e garantia dos direitos indígenas no país. Com isso, os povos indígenas cada vez mais estão à mercê e se tornam reféns de municípios, estados e grupos políticos e econômicos hostis aos direitos indígenas. Isso deixa claro também a necessidade de reorganização e fortalecimento do papel do governo federal na defesa e garantia desses direitos. Portal EBC: Como você vê a atual atenção à saúde prestada aos indígenas? Gersem: A política de saúde indígena no Brasil é a que mais se esforçou na busca por um plano mais adequado para o atendimento aos povos indígenas que teve início com a implantação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI´s), enquanto uma etnoterritorialização do atendimento, o que é uma ideia inovadora com grandes possibilidades. No entanto, tem sofrido como todas as demais políticas indigenistas das profundas contradições e irracionalidades da política e da administração pública brasileira. Recentemente foi criada a Secretaria Especial de Saúde Indígena, como resultado de décadas de luta dos povos indígenas, mais uma iniciativa relevante e, no entanto, foi neutralizada pelos gargalos administrativos homogêneos da burocracia estatal pensada para atender as realidades dos centros urbanos. Sem equipes e sem condições logísticas adequadas, a política de saúde indígena está sendo um pesadelo para a saúde dos povos indígenas. O mesmo acontece no campo das políticas de educação escolar indígena, principalmente em regiões da Amazônia e do Nordeste, onde construções de infraestrutura e transporte logístico básicas não são possíveis de serem resolvidas pelos irracionais procedimentos licitatórios. O mesmo acontece com a falta de recursos humanos qualificados para atuar nas aldeias ou próximo às aldeias, pois as formas de contratação, temporárias ou de carreira, não são adequadas, pois dificilmente profissionais qualificados se dispõem a trabalhar nas aldeias com baixos salários pagos pelo poder público. Portal EBC: Como você vê a situação dos indígenas isolados e recém-contatados? Gersem: Entendo que esses povos apresentam consciência sobre a situação de não estabelecerem contato permanente com a sociedade nacional e por isso devem ser respeitados nessa decisão. Neste sentido, cabe ao Estado protegê-los, criar condições de proteção sem ação interventiva ou esforço para estabelecer contato, pois estes povos fazem parte da nação brasileira, ainda que desconhecidos da população majoritária. PRESSÕES SOFRIDAS POR POVOS INDÍGENAS Portal EBC: Quais são as maiores pressões sofridas pelos indígenas brasileiros? Quais são os agentes dessas pressões? Gersem: Na atualidade, as maiores pressões aos povos indígenas vêm dos grupos ruralistas e mineradores do país além, é claro, dos próprios agentes do Estado e das grandes construtoras interessados pelos territórios indígenas e principalmente pelos recursos naturais neles existentes. As principais ameaças vêm das elites econômicas, principalmente ruralistas, na medida em que estão, a todo custo, espoliando as terras indígenas. É importante afirmar que não é possível garantir a continuidade etnocultural dos povos indígenas sem a garantia territorial. Mas não podemos esquecer a outra ameaça que vem das igrejas religiosas, que estão realizando, verdadeiros massacres culturais por meio de suas imposições doutrinárias em detrimento das culturas e valores indígenas. Portal EBC: De que forma essas pressões podem ser aliviadas? Gersem: Primeiro, a partir de um ordenamento territorial, respeitando-se os direitos constitucionais dos povos indígenas. No Brasil, é necessário se criar o hábito e a cultura de se respeitar as leis e o Estado ou governos precisam criar vontade e capacidades para exerceram o poder para zelar pelo cumprimento das leis, indistintamente de classes, grupos sociais ou credos. Segundo, é necessário respeitar a legislação nacional e internacional que asseguram a participação e a consulta prévia e qualificada aos povos indígenas em qualquer projeto ou programa governamental que lhes afetem. Em terceiro lugar, o que é mais importante é a superação do preconceito histórico sobre os povos indígenas de que são empecilhos para o desenvolvimento do país e a superação do racismo que considera os povos indígenas como atrasados ou não civilizados. Não é possível pensar o Brasil desenvolvido e civilizado enquanto não aprender a respeitar e valorizar um dos seus três pilares étnicos, que formaram o povo e a nação brasileira, que são os povos indígenas ou povos originários. Portal EBC: As grandes obras como a construção de hidrelétricas e rodovias também ameaçam os povos indígenas? Gersem: Sem dúvida, depois da luta pela terra as construções de grandes obras ameaçam seriamente a vida presente e futura dos povos indígenas, na medida em que afetam diretamente os ecossistemas dos territórios indígenas que são fundamentais para a sobrevivência física e cultural. É importante destacar que os povos indígenas precisam integralmente de seus territórios, enquanto ecossistemas integrados e abrangentes para perpetuarem suas culturas, tradições, seus conhecimentos e seus modos de vida. Portal EBC: Qual a sua opinião sobre a recente militarização nessas grandes obras, como a presença da Força Nacional no Complexo Tapajós? Gersem: Acho completamente desnecessária e mostra claramente a atitude arbitrária e autoritária do governo. Mostra ainda total falta de sensibilidade e capacidade de diálogo com o movimento social indígena. E o que mais assusta com essa atitude do governo é a possibilidade de que o governo esteja radicalmente decidido a seguir o discurso de em nome do “relevante interesse público” passar por cima dos povos indígenas, ou seja, mais uma vez os povos indígenas podem pagar com suas vidas o suposto bem estar da sociedade majoritária e pode no futuro próximo estimular instabilidade social nas regiões e no país. Um diálogo franco, transparente e democrático com os interessados deveria ser instituído para mediar e solucionar conflitos de interesses. Nem sempre a força física e militar é a melhor solução para muitos casos. Portal EBC: A lei 5.371 diz que a Funai deve exercer o poder de polícia nas áreas reservadas e nas matérias atinentes à proteção do índio. Como você vê a questão do poder de polícia conferido à Funai? A instituição deve ter autonomia ou deve recorrer a outros órgãos de segurança pública? Gersem: Em primeiro lugar não tenho nada contra o poder de polícia da Funai, mas acho isso completamente inviável pelas condições em que o órgão se encontra: enfraquecido, desestruturado e principalmente sem equipe qualificada. Em segundo lugar, é importante considerar o papel do estado brasileiro na defesa e proteção dos direitos dos povos indígenas e, para isso, dispõe de vários instrumentos e mecanismos institucionais, como Ministério Público, a Polícia Federal e a Força Nacional e outros órgãos. Não acredito que somente uma Funai armada irá resolver os problemas dela e dos povos indígenas, mas sim um plano indigenista sério, forte e eficiente, com o peso e a responsabilidade do Estado e dos governos. Portal EBC: Um delegado da Polícia Federal da Delegacia Vilhena, em Rondônia, sugeriu que a Funai fizesse a regularização quanto ao porte de armas de fogo por parte dos servidores. Você é contra ou a favor do porte de armas por funcionários da instituição? Gersem: Em primeiro lugar, sou contra porte de armas para qualquer cidadão que não represente órgãos de segurança pública, de modo que os funcionários da Funai só deveriam portar armas caso eles exerçam poder de polícia, caso contrário sou completamente contra. PERSPECTIVAS PARA O INDIGENISMO BRASILEIRO Portal EBC: Na sua opinião, qual é a maior urgência do indigenismo brasileiro? Gersem: A maior urgência é a definição clara de uma política indigenista para o país com metas de curto, médio e longo prazo. Uma política que estabeleça com clareza o lugar dos povos indígenas na nação brasileira. E para mostrar compromisso e seriedade com esta política é fundamental a aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas que expresse este plano indigenista de curto, médio e longo prazo de forma articulado. O governo federal precisa assumir a responsabilidade pela defesa e proteção dos direitos desses povos, conforme determina a Constituição Federal. Só uma atuação exemplar do governo federal pode tirar os povos indígenas das mãos sanguinárias das elites econômicas, principalmente ruralistas. Portal EBC: Quais são as perspectivas futuras para o indigenismo brasileiro? Gersem: De muita angústia, muita dúvida e muita luta na tentativa de evitar que mais uma onda de genocídios volte a ser executada no Brasil. A esperança está em uma geração de jovens indígenas que estão se formando nas academias brasileiras e que ao longo dos próximos anos vão estar assumindo a liderança de suas aldeias e seus povos e, em muitos casos, também ocupando espaços nos órgãos da administração pública e nos poderes constituídos do país e que podem propor e construir novas alternativas de resistência e sobrevivência dos povos indígenas do Brasil. O grande desafio dessa nova geração de lideranças indígenas é domesticar a hostilidade, a ambição, a vaidade e o senso de tirania dos grupos políticos e econômicos que dominam as estruturas e as políticas do Estado e dos governos. Mas tenho certeza que os povos indígenas continuarão sua histórica luta de resistência mas também de fé por dias melhores em mundos melhores. Edição: Leyberson Pedrosa Leia também: Leia também: Dom Pedro Casaldáliga é ameaçado por invasores de Marãiwatsédé Índios suruís criam comissão da verdade para apurar crimes da ditadura “Terrorismo” informativo foi usado contra Guarani Kaiowá em MS, diz antropólogo Márcio Meira Márcio Meira: Indígenas não ficam congelados no tempo STF e as terras dos Guarani Kaiowá: a morte coletiva Mariana Boujikian: “O Estado não pode mais ser conivente com o extermínio velado dos guarani” Marco Antonio Delfino e Kenarik Boujikian: Portaria 303 da AGU afronta os direitos dos povos indígenas O post “Estado continua passando por cima das caveiras dos povos indígenas” apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 12 horas atrás Dr. Rosinha: O terrorismo econômico dos pró-juros altos por Luiz Carlos Azenha por Dr. Rosinha, no Facebook Gráfico apresentado ontem pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) em seminário da revista ‘Brasileiros’. Lembre-se desse gráfico da inflação ao se deparar por aí com capas de revistas semanais como ‘Veja’ e ‘Época’. Quem de fato pisa no tomate? A velha mídia e seu terrorismo barato, pró-juros altos. Leia também: Gerson Carneiro e o jornal que “corrige” o Enem O post Dr. Rosinha: O terrorismo econômico dos pró-juros altos apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 12 horas atrás Gerson Carneiro: Jornal que “corrige” o Enem tem vidraça por Conceição Lemes por Gerson Carneiro, via e-mail A mídia adora atirar pedras no Enem. Outro dia li esta frase sobre o Enem que não me sai da cabeça: “A demagogia política anda de braço dado com a demagogia linguística”. Pouco tempo depois li estas duas manchetes. Frases do Enem? Nãooooooooooo. Do jornal que ultimamente tem atacado de corretor implacável de Redações do Enem. Minha sugestão: estudantes, abram o olho com os jornalões! Não sigam o exemplo deles. Ah…só para relembrar: 31 dias é o período de um mês; Michelle Bachellet é ex-presidente do Chile. Divirta-se um pouco mais: Altamiro Borges: Um colar de tomates a serviço da alta dos juros @emirsader: Tomate trai, baixa o preço e oposição vai pro vinagre O dia em que o Estadão se curvou a Gerson Carneiro O post Gerson Carneiro: Jornal que “corrige” o Enem tem vidraça apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 16 horas atrás Tarso Genro e a arrogância da grande mídia: “Tomate não é uma concessão pública” por Conceição Lemes Segundo publicado pela Veja, tomate é “O fruto da carne” por Tarso Genro, em Carta Maior Um debate sobre a “regulação” da mídia que ocorreu aqui no RS por ocasião do “Fórum da Liberdade”, que eu não participei e do “Fórum da Igualdade”, que eu participei como conferencista inaugural, teve ampla repercussão no Estado e refletiu nacionalmente através uma matéria decente publicada na Folha de São Paulo. Foi um episódio que demonstrou, mais uma vez, a intolerância e a arrogância da “Grande Mídia”, para traficar os seus valores — fundados no lucro e na anarquia do mercado — no sentido de os tornarem artificialmente universais. Como julgo este assunto extremamente importante para a esquerda e para o projeto democrático de nação que está em disputa no país, vou relatar o conteúdo da minha exposição no “Fórum da Igualdade”. Não vou citar nomes de pessoas nem de empresas, porque não só não tenho interesse de promover um debate personalizado sobre o assunto, como também entendo que esta matéria não é restrita ao nosso Rio Grande e deve ser alvo de discussões que não podem ser banalizadas por conjunturas regionais. Tudo começou com a minha ausência no “Fórum da Liberdade”, onde eu participaria como autoridade da sessão inaugural e a minha presença no ‘Fórum da Igualdade”, para o qual eu fora convidado como conferencista de abertura, tendo como ouvintes sindicalistas, militantes de esquerda, parlamentares de partidos que formam no grupo de opinião que rejeita o projeto neoliberal e também dirigentes do movimentos sociais. Este Fórum, com escassa repercussão midiática, porque composto de grupos, entidades e pessoas com força econômica escassa, para ter qualquer interferência promocional na grande mídia, é diferente do “Fórum da liberdade”. Este , como se sabe, é composto por doutrinadores, empresários, executivos de empresas que defendem -já de forma um pouco monótona- a redução dos gastos sociais (“improdutivos”), o “enxugamento do Estado” (nos salários e nas políticas sociais) e a “redução da carga tributária”, não sem militar pelo aumento dos investimentos públicos em infraestrutura, pelas renúncias fiscais e pelos financiamentos subsidiados para as grandes empresas. É uma pauta legítima na sociedade que vivemos, é claro, mas que cumprida integralmente levaria o nosso país ao caos social, quem sabe a uma ruptura anárquica pela direita autoritária, já que a devastação das escassas políticas de coesão social mínima, que conseguimos implementar nos últimos anos, geraria uma revolta generalizada entre os pobres do país, que usufruem de direitos sociais muito limitados ainda hoje no nosso Brasil. A fala que proferi no “Fórum da Igualdade” despertou a ira no “Fórum da Liberdade” e também uma divulgação viciada do conteúdo da minha palestra, interditando o debate que ali propus, através dos estereótipos de costume: “quer o controle da mídia”, “quer a censura à imprensa “, “quer vedar o direito de opinião”, etc. A argumentação mais sólida que ofereceram foi o “exemplo tomate”. Este exemplo, passará para a história da liberdade de imprensa no país, já que uma conhecida editorialista disse, mais ou menos o seguinte: “essa questão da mídia livre é que nem o tomate, que está caro, ou seja, não se compra; se não gostou das matérias, muda de emissora ou de jornal”. Só que o tomate não é uma concessão pública, nem o acesso a ele está regulado pela Constituição Federal. Um detalhe insignificante que muda tudo. Vejamos o que eu disse no “Fórum da Igualdade.” Tratei, fundamentalmente, de dois assuntos na minha palestra para os trabalhadores. Primeiro, que as empresas de comunicação, em regra, não cumprem a finalidade constitucional das concessões, pois a norma que as regula orienta que a programação das emissoras contemple conteúdos regionais, educativos, culturais, e proteja os valores da família -ou seja também tenha como sentido valorizar a comunidade familiar — obviamente adequando-se à moralidade contemporânea. Disse, ainda, na minha fala, que oitenta por cento dos programas sairiam do ar, se esta norma constitucional fosse cumprida. Segundo, tratei da evolução da questão das liberdades, que percorreu a gênese da democracia. Inicialmente, como lutas pela “liberdade de pensamento” (já que era vedado inclusive na intimidade, mesmo sem publicitar, desconfiar da validade da religião católica). Depois, como “luta pela liberdade de expressão”, já no Renascimento, quando alguns eruditos brilhantes começam a se libertar da dogmática religiosa absoluta e resolveram expressar-se em público como dissidentes “humanistas” (os painéis de Michelangelo na Capela Sistina vêem um Deus Homem, promovendo uma inversão figurativa da Teologia: o Deus abstrato e longínquo passa a ser concebido como um forte Homem concreto); depois, abordei uma importante liberdade dos modernos, a “liberdade de imprensa”, que se consagra na Revolução Francesa, avassala a Europa ( liberdade de dizer em público e imprimir o “dito”, que subverte o monopólio da fala pelas elites) e torna-se um valor democrático altamente respeitado. Finalmente, abordei um quarto tema. A questão da “liberdade de fazer circular livremente as opiniões”. Sustentei que hoje existe uma absoluta desigualdade de meios, para que as opiniões possam circular de maneira equânime, embora as redes na internet tenham aberto novas fronteiras para a circulação da comunicação. Mas, atenção: as redes são acessíveis a todas as opiniões (e é bom que o sejam), mas as TVs e Rádios das “Grandes Mídias” empresariais com tendência monopolista não são acessíveis a todas as opiniões. As opiniões, nas “Grandes Mídias”, inclusive podem ser (e frequentemente o são) filtradas, editadas, selecionadas, distorcidas ou manipuladas, inclusive com o enquadramento dos jornalistas da própria empresa. Nem sempre, nem em todos os momentos, nem em todas as empresas de comunicação isso ocorre. Mas todas estão disponíveis para estes métodos, ao gosto dos seus proprietários. Sustentei, portanto, que há um bloqueio radical da circulação da opinião, cuja divulgação é orientada pela empresa de comunicação, a partir dos valores culturais, ideológicos e políticos dos seus proprietários. Qual a sugestão que dei no Foro da Igualdade, que me convidou para a fazer a abertura solene do seu evento? Censura? Expropriação de empresas? Não. Disse que o Estado deve promover políticas de financiamento e subsídios (que as atuais instituições de comunicação empresariais inclusive já têm) e novos marcos regulatórios, para que possam surgir mil canais de comunicação, com igualdade de qualidade tecnológica e profissional (com mais oportunidades de trabalho livre para os próprios jornalistas), através instituições de comunicação que não dependam do mercado e dos grandes anunciantes. Canais que possam ter uma política de informação mais objetiva e aberta e um debate político mais amplo do que a ladainha neoliberal. Canais que não adotem como mercadoria-notícia a escalada da cultura da força e da violência, dentro da qual concorrem os principais meios de comunicação do país. Trata-se de dar novas oportunidades de escolha aos cidadãos, aos pais, às mães, aos consumidores, que somos todos nós, para que possamos ver e ouvir outras coisas, debater outras idéias, sem qualquer tipo de censura, seja do Estado, seja dos proprietários das empresas e dos seus anunciantes. Isso certamente foi demais e a “circulação da opinião restrita”, que eu mencionara nos meus argumentos em favor da “circulação da opinião mais livre”, foi comprovada pela voz massiva e monocórdia das respostas à palestra, que proferi aos trabalhadores. Revolveram a tese do “controle dos meios de comunicação pelo Estado” – como se já não houvesse controle do Estado, que é o poder concedente dos canais- misturando este assunto com a minha ausência no Foro da Liberdade. O mesmo em que o Vice-Governador do Estado, em outro momento de abertura, foi solenemente vaiado porque ousou dizer que o Governo Lula melhorou o Brasil. A intolerência demonstrada pela “Grande Mídia”, também neste episódio, prova que ainda temos um largo caminho a percorrer, para permitir que as opiniões divergentes circulem livremente na nossa democracia limitada, hoje já mais sufocada pela força do poder econômico e da ganância. Estas questões não interessam ao “Foro da Liberdade”, mas certamente interessam ao “Fórum da Igualdade”. Por isso fui neste, mais fraco. Não no outro, mais forte. Leia também: FHC, no papel, marcha o Brasil para o buraco O post Tarso Genro e a arrogância da grande mídia: “Tomate não é uma concessão pública” apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 18 horas atrás Marcos Coimbra: FHC marcha o Brasil para o buraco por Conceição Lemes Marcos Coimbra: FHC e mídia de direita são tão parecidos que é difícil saber, hoje, quem influencia quem. Felizmente a maioria da população pensa diferente por Marcos Coimbra, em CartaCapital A vida é cheia de coincidências. Recentemente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou um de seus habituais artigos de discussão política. Foi daqueles nos quais assume o papel de farol das oposições. Seu conteúdo era, como se esperaria, fortemente crítico em relação ao governo. Por coincidência, no mesmo dia, os principais jornais estavam cheios de notícias negativas sobre a situação nacional. Depois de lê-los, qualquer um ficaria com a impressão de que o Brasil caminha em marcha acelerada para o buraco (se é que já não estaria dentro dele). Em outra coincidência, ficou pronta, naquele domingo, uma nova pesquisa nacional da Vox Populi. Feita em todo o País, sua amostra era suficiente para que os resultados sejam representativos dos sentimentos da opinião pública brasileira. O artigo de FHC e o tom do noticiário eram tão semelhantes que um desavisado poderia suspeitar. Os editores e o ex-presidente estariam combinados? Você diz isso e nós aquilo? Nós mostramos os “fatos” e você os interpreta? Conhecendo os personagens, é pouco provável. Mas FHC e a mídia conservadora não precisam combinar (no sentido de pactuar) exatamente porque combinam (no sentido de possuir afinidades). Cada um à sua maneira, contam as mesmas histórias. São tão parecidos que é difícil saber, hoje, quem influencia quem. Tendo há muito abandonado o vigor analítico de seus tempos de sociólogo, as ideias de FHC se parecem cada vez mais àquelas dos editorialistas e comentaristas da direita da mídia. E esses, por o admirarem com veneração, fazem o possível para imitar seu pensamento. A cada dia, FHC fica mais Globo e Veja (até porque não conseguiria viver sem eles) e elas mais FHC. Todos imaginam um Brasil lastimável, onde tudo dá errado. São, no entanto, de um otimismo imenso. Paradoxalmente, acreditam que estamos à beira do abismo, mas acreditam em uma saída simples e rápida: derrotar o “lulopetismo” na próxima eleição. Em contraste flagrante, não há qualquer coincidência entre o seu pensamento e o sentimento da vasta maioria do País. A pesquisa da Vox, como as outras recentemente divulgadas, do Ibope e do Datafolha, mostra quão pequena é a parcela da sociedade afinada com a oposição, seja nos partidos, nas instituições, na indústria de comunicação ou na opinião pública. Os entrevistados se dizem satisfeitos com o País e esperançosos em relação ao futuro. Entendem que sua vida tem melhorado e vai melhorar ainda mais. Sabem que falta muito por fazer, mas confiam no caminho trilhado. Aprovam o governo. A maioria considera “ótimo” ou “bom” o modo como Brasília lida com a economia, enfrenta a crise econômica internacional, trata as questões do emprego e da inflação, administra programas sociais, conduz a política habitacional, cuida da imagem externa do País. Gostam da presidenta: mais de 80% dos entrevistados a definem como “ativa”, com “garra”, “decidida”, “conhecedora do Brasil”, “boa administradora”. Mesmo em itens em que os políticos tendem a se sair mal, ela obtém índices muito favoráveis. Mais de 70% afirmam ser ela “sincera”, “próxima do povo” e “de palavra”. É tamanha a diferença entre as convicções oposicionistas e o sentimento popular que é como se vivêssemos em dois países. Em um, tudo vai mal e a mudança política seria imperiosa. No outro, as coisas seguem de maneira satisfatória e as perspectivas são positivas. Neste, a continuidade política é lógica. Está errada a maioria dos brasileiros? Os únicos certos são os próceres oposicionistas, os articulistas de meia dúzia de jornais e a minoria da sociedade? Somente eles conheceriam a “verdade”? Todos os restantes seriam ignorantes e incapazes de conhecer suas vidas, donde inabilitados para dizer-se satisfeitos de forma racional? Não é apenas autoritária a tese de que só alguns poucos privilegiados conhecem o Brasil e possuem a visão certa das coisas. É tola e inútil para a atuação política. Pode ser agradável para uma liderança escrever um artigo para jornal e ler na mesma edição uma manchete a confirmar sua análise. Assim como pode ser prazeroso para um jornalista referendar, por meio de seu trabalho, as ideias do ídolo. Nada disso adianta quando não coincide com o que o povo pensa e deseja. As oposições se acham superiores, mas estão apenas a léguas dos cidadãos. E são eles, os cidadãos, que elegem os governantes. Leia também: Tarso Genro denuncia um episódio em que a grande mídia demonstrou sua intolerância O post Marcos Coimbra: FHC marcha o Brasil para o buraco apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir

Maduro eleito com 50,6%. Chávez é vitorioso

por Esquerdopata
 
 Eleição de Nicolás Maduro projeta a continuidade de regimes de esquerda na América Latina; nos últimos anos, com a riqueza gerada pelo petróleo, o regime de Caracas reduziu a desigualdade social e apoiou vários países da região, como a Bolívia, o Equador, a Argentina e, sobretudo, Cuba, além de El Salvador e Nicarágua; Maduro promete dar continuidade à Revolução Bolivariana, mas, sem o carisma de Chávez, terá que construir sua própria liderança. 
Brasil 247 – Hugo Chávez acaba de vencer sua última eleição. Com os resultados oficiais divulgados na Venezuela, Nicolás Maduro, seu herdeiro político, é o novo presidente do país que possui as maiores reservas de petróleo do mundo e, portanto, ocupa papel central na geopolítica global – e não apenas da América Latina. Maduro, segundo o primeiro boletim oficial, foi eleito com 50,66% dos votos, contra 48,3% do opositor Henrique Capriles e agradeceu a Chávez pela vitória. “Vou me entregar a Cristo redentor para ser presidente de todos e todas, e continuarei enfrentando os que odeiam para que deixem de odiar”, acrescentou. Ele ressaltou que está preparado para o que vier ao argumentar que “não é uma eleição pessoal”, mas de Chávez. 
A vitória de Maduro é também decisiva para vários países da América Latina. Com recursos gerados pelo petróleo, a Venezuela não apenas combateu desigualdades internas (foi a país que mais reduziu o Índice de Gini na última década), como também apoiou regimes de esquerda em praticamente toda a América Latina. Chávez deu apoio decisivo à Argentina quando o país rompeu com o Fundo Monetário Internacional e também ajudou a eleger e a sustentar regimes como o de Evo Morales, na Bolívia, Rafael Correa, no Equador e, sobretudo, de Raúl Castro, em Cuba, com a venda de petróleo subsidiado. Maduro, que foi chanceler de Chávez, deve manter a mesma política. Seu desafio será construir uma liderança própria, sem contar com o mesmo carisma do antecessor. 
Fiel a Chávez,  Maduro promete manter e aprofundar a chamada Revolução Bolivariana. Na última sexta-feira, ele publicou artigo no jornal inglês The Guardian a respeito. Leia, abaixo, reportagem do Opera Mundi sobre este artigo, em que ele explicita seus objetivos políticos: 
O presidente interino da Venezuela e candidato à Presidência, Nicolás Maduro, publicou nesta sexta-feira (12/04) um artigo em inglês no jornal britânico The Guardian no qual garante que irá dar continuidade ao processo revolucionário levado a cabo por Hugo 
No texto, intitulado “Sob minha Presidência, revolução de Chávez irá continuar”, Maduro diz que “legado de Chávez é tão profundo que os líderes da oposição (…) agora defendem suas conquistas”. No entanto, pontua, os venezuelanos “se lembram que muitas dessas mesmas figuras apoiaram o fracassado golpe de Estado contra Chávez em 2002 e tentaram reverter políticas que reduziram dramaticamente a pobreza e a desigualdade”. 
“O mito difundido pela mídia de que nosso projeto político iria desmoronar sem Chávez foi uma má interpretação fundamental da revolução venezuelana. Chávez deixou uma sólida construção, com fundações amplas, com um movimento unido que apoia o processo de transformação”, afirma Maduro. “Perdemos nosso extraordinário líder, mas nosso projeto – construído coletivamente por trabalhadores, fazendeiros, mulheres, indígenas, afro-descendentes e a juventudo – está mais vivo do que nunca”, pontua o presidente interino. 
No plano internacional, continua o texto, a Venezuela irá continuar a “trabalhar” com seus vizinhos, para “aprofundar a integração regional e combater a pobreza e a injustiça social. É uma visão hoje compartilhada pela região, por isso minha candidatura recebeu apoio tão contundente de figuras como o ex-presidente brasileiro Lula da Silva e de tantos movimentos sociais latino-americanos”. 
Maduro escreveu que a América Latina está vivendo “uma segunda independência” política e social. “Sob a minha presidência, a Venezuela vai continuar a apoiar esta transformação regional e construir uma nova forma de socialismo para os nossos tempos”, diz o presidente interino. 
5 horas atrás

Nicolás Maduro é eleito presidente da Venezuela

por Esquerdopata
 
 Maduro 50,66. Capriles 49,07.  Resultados irreversíveis, diz conselho eleitoral.  
8 horas atrás

Contra o retrocesso na política de drogas

por Esquerdopata
 
Instituto Brasileiro de Ciências Criminais

Tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 7.663/10, de autoria do Deputado Osmar Terra (PMDB/RS), que pretende alterar a Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), na forma do Substitutivo do Relator Givaldo Carimbão (PSB/AL). 
Inspirado por uma política de “enfrentamento simbólico”, a proposta pretende revisar a lei atual, influenciada pelo “pânico moral” decorrente de suposta “epidemia” do uso de crack e municiada pelos meios de comunicação de massa, que noticiam o aumento de usuários de drogas em áreas carentes das grandes cidades brasileiras na véspera dos grandes eventos esportivos vindouros. O texto aponta como estratégia a ser priorizada a internação “involuntária”, preferencialmente em comunidades terapêuticas e religiosas, e impõe que o Estado as financie, indicando claramente a abstinência como meta a ser alcançada para a “cura” da dependência de drogas. Isso representa verdadeiro retrocesso na abordagem do tema no Brasil, diante dos avanços da Lei Antimanicomial (Lei 10.216/2001) e da própria Lei 11.343/2006. 
De forma resumida, pode-se dizer que o projeto pretende ampliar a adoção de métodos de tratamento de eficácia não comprovada cientificamente, e propõe um novo sistema nacional de políticas de drogas que fere princípios constitucionais, como o do Estado Laico, e ainda direitos humanos dos usuários de drogas. 
Como já afirmado antes neste espaço, a ausência de diferenciação clara na lei entre usuário e traficante, que concede ampla margem de discricionariedade aos operadores do Direito na sua aplicação, somada ao aumento da pena para o crime de tráfico, são algumas das principais causas do exponencial crescimento da população carcerária brasileira nas últimas décadas. 
O Projeto de Lei não só ignora a realidade da aplicação da Lei de Drogas, como resgata a lógica autoritária da lei anterior (Lei 6.368/1976), e ainda falha ao não reconhecer a redução de danos como estratégia principal de prevenção. 
Na parte penal, a proposta cria um sistema punitivo ainda mais desproporcional do que o hoje existente: contempla novo aumento da pena mínima do delito de tráfico (que já sofrera aumento em 2006), a qual passará de cinco para oito anos, superior até à pena mínima do crime de homicídio. Como se não bastasse, propõe aumentar as penas mínimas dos arts. 34, 35, 36 e 37 da Lei 11.343/2006, além de reduzir o alcance do § 4.º do art. 33, que hoje permite a redução de 1/6 a 2/3 da pena para réus primários e sem ligações com o crime organizado. Ademais, propõe a criação de duas novas hipóteses de aumento de pena (no concurso de duas ou mais pessoas, e quando o crime envolve a “mistura de drogas”), e aumenta o tempo de cumprimento das medidas alternativas previstas no art. 28. 
Essas mudanças agravarão ainda mais a péssima situação carcerária do país, em que o tráfico de drogas representa a segunda modalidade delitiva de maior incidência nas prisões, só perdendo para os crimes patrimoniais. 
Estudos realizados aqui e alhures atestam o fracasso e os altos custos dessa política de encarceramento, que nunca trouxe resultados positivos. O crescimento da população carcerária no Brasil nos últimos dois decênios não encontra paralelo no mundo, não se tendo obtido, com isso, qualquer benefício à segurança dos cidadãos. 
Em relação a políticas públicas de forma geral, o texto do substitutivo pretende ampliar o controle sobre usuários de drogas, ao criar um “sistema nacional de informações sobre drogas”, um tipo de “cadastro”, no qual as internações e altas devem ser registrados em 72 horas, e ainda submeterá o usuário que for penalizado com medidas alternativas a um monitoramento “para avaliar o seu progresso”. 
No que diz com o tratamento, institui duas categorias de internação, voluntária e involuntária, sendo que esta última pode ser solicitada pela família (tal como na Lei 10.216/2001), ou mesmo por um “servidor público”, ampliando não apenas o leque de possibilidades, mas também o prazo máximo de até 180 dias para “desintoxicação” mediante internação. 
No caso de “adolescentes e crianças usuárias de drogas e em situação de rua”, a proposta prevê a obrigatoriedade de “acolhimento institucional”, contrariando a diretriz consagrada no ECA, segundo a qual, como regra, nessa situação os menores devem ser entregues a seus familiares. Além disso, ao criar hipóteses obrigatórias de internação, apenas com parecer médico, reduz-se o importante papel exercido pelo Judiciário no controle da legalidade de medidas restritivas de direitos, tanto no caso de adultos como de menores de idade. Em resumo, prioriza-se a internação obrigatória de usuários em instituições não médicas sem controle judicial. 
O retrocesso é tanto que foram ressuscitadas medidas autoritárias de “denúncia” ou notificação obrigatórias de uso de drogas por parte das instituições de ensino, de triste memória da Lei 6.368/1976, o que representa renúncia a abordagens educativas no ambiente escolar em prol de uma lógica denuncista, vertical, punitiva e moralista. 
O projeto propõe tornar “obrigatória” na execução dos planos de políticas de atenção ao usuário e dependente, dentre outras medidas, o fomento a “parcerias com instituições religiosas e associações e organizações não governamentais na abordagem das questões do abuso de drogas”, o que configura interferência religiosa na política de drogas e viola a Constituição Federal em seu art. 19, I, que proíbe a subvenção estatal em cultos ou igrejas. 
Diante disso, deve-se ter em mente que essa proposta de mudança na lei segue uma estratégia clara de ampliação da atuação (e do financiamento) das comunidades terapêuticas, ligadas, na maioria das vezes, a grupos religiosos, mas também a grupos laicos que se opõem à política de saúde mental que vinha sendo adotada pelo Ministério da Saúde, na priorização do atendimento na rede pública de saúde, no formato preferencialmente ambulatorial, por meio dos CAPS-AD. 
Nesse sentido, ao invés de incrementar o investimento público no SUS e nos hospitais e centros públicos de atendimento, a proposta é muito clara ao beneficiar clínicas privadas e comunidades ditas “terapêuticas”, autorizando o custeio com dinheiro público do tratamento nesses estabelecimentos em caso de inexistência de vagas em programas estatais e possibilitando, inclusive, a redução das exigências de fiscalização. 
Por todas essas razões, cumpre apontar para a necessidade de aprofundamento da discussão do referido projeto pela sociedade, eis que há vários equívocos e questões que precisam ser corrigidas de modo a se garantir o respeito à Constituição e aos direitos fundamentais dos cidadãos usuários de drogas. E, se levado à votação na forma como se encontra, há que ser rejeitado por configurar um retrocesso sem precedentes, devendo ser vetado o aumento de penas, garantida a política antimanicomial e ampliada a assistência pública a usuários na modalidade ambulatorial. Essa é a estratégia mais eficaz para a reinserção social e familiar dos dependentes, cabível a internação somente em casos extremos, conforme determinam a ética médica e os organismos internacionais de saúde – em plena conformidade com o ordenamento constitucional em vigor no Brasil. 
Participamos da campanha DIGA NÃO AO PROJETO DE LEI QUE VAI MANDAR USUARIOS DE DROGAS PARA A CADEIA, Assine a petição. 

10 horas atrás

Em que país vive a oposição?

por Esquerdopata
 
 Coincidências 
Marcos Coimbra, CartaCapital 

A vida é cheia de coincidências. Recentemente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou um de seus habituais artigos de discussão política. Foi daqueles nos quais assume o papel de farol das oposições. Seu conteúdo era, como se esperaria, fortemente crítico em relação ao governo. 
Por coincidência, no mesmo dia, os principais jornais estavam cheios de notícias negativas sobre a situação nacional. Depois de lê-los, qualquer um ficaria com a impressão de que o Brasil caminha em marcha acelerada para o buraco (se é que já não estaria dentro dele). 
Em outra coincidência, ficou pronta, naquele domingo, uma nova pesquisa nacional da Vox Populi. Feita em todo o País, sua amostra era suficiente para que os resultados sejam representativos dos sentimentos da opinião pública brasileira. 
O artigo de FHC e o tom do noticiário eram tão semelhantes que um desavisado poderia suspeitar. Os editores e o ex-presidente estariam combinados? Você diz isso e nós aquilo? Nós mostramos os “fatos” e você os interpreta? 
Conhecendo os personagens, é pouco provável. Mas FHC e a mídia conservadora não precisam combinar (no sentido de pactuar) exatamente porque combinam (no sentido de possuir afinidades). Cada um à sua maneira, contam as mesmas histórias. 
São tão parecidos que é difícil saber, hoje, quem influencia quem. Tendo há muito abandonado o vigor analítico de seus tempos de sociólogo, as ideias de FHC se parecem cada vez mais àquelas dos editorialistas e comentaristas da direita da mídia. E esses, por o admirarem com veneração, fazem o possível para imitar seu pensamento. 
A cada dia, FHC fica mais Globo e Veja (até porque não conseguiria viver sem eles) e elas mais FHC. Todos imaginam um Brasil lastimável, onde tudo dá errado. São, no entanto, de um otimismo imenso. Paradoxalmente, acreditam que estamos à beira do abismo, mas acreditam em uma saída simples e rápida: derrotar o “lulopetismo” na próxima eleição. 
Em contraste flagrante, não há qualquer coincidência entre o seu pensamento e o sentimento da vasta maioria do País. A pesquisa da Vox, como as outras recentemente divulgadas, do Ibope e do Datafolha, mostra quão pequena é a parcela da sociedade afinada com a oposição, seja nos partidos, nas instituições, na indústria de comunicação ou na opinião pública. 
Os entrevistados se dizem satisfeitos com o País e esperançosos em relação ao futuro. Entendem que sua vida tem melhorado e vai melhorar ainda mais. Sabem que falta muito por fazer, mas confiam no caminho trilhado. 
Aprovam o governo. A maioria considera “ótimo” ou “bom” o modo como Brasília lida com a economia, enfrenta a crise econômica internacional, trata as questões do emprego e da inflação, administra programas sociais, conduz a política habitacional, cuida da imagem externa do País. 
Gostam da presidenta: mais de 80% dos entrevistados a definem como “ativa”, com “garra”, “decidida”, “conhecedora do Brasil”, “boa administradora”. Mesmo em itens em que os políticos tendem a se sair mal, ela obtém índices muito favoráveis. Mais de 70% afirmam ser ela “sincera”, “próxima do povo” e “de palavra”. 
É tamanha a diferença entre as convicções oposicionistas e o sentimento popular que é como se vivêssemos em dois países. Em um, tudo vai mal e a mudança política seria imperiosa. No outro, as coisas seguem de maneira satisfatória e as perspectivas são positivas. Neste, a continuidade política é lógica. 
Está errada a maioria dos brasileiros? Os únicos certos são os próceres oposicionistas, os articulistas de meia dúzia de jornais e a minoria da sociedade? Somente eles conheceriam a “verdade”? Todos os restantes seriam ignorantes e incapazes de conhecer suas vidas, donde inabilitados para dizer-se satisfeitos de forma racional? 
Não é apenas autoritária a tese de que só alguns poucos privilegiados conhecem o Brasil e possuem a visão certa das coisas. É tola e inútil para a atuação política. 
Pode ser agradável para uma liderança escrever um artigo para jornal e ler na mesma edição uma manchete a confirmar sua análise. Assim como pode ser prazeroso para um jornalista referendar, por meio de seu trabalho, as ideias do ídolo. 
Nada disso adianta quando não coincide com o que o povo pensa e deseja. As oposições se acham superiores, mas estão apenas a léguas dos cidadãos. E são eles, os cidadãos, que elegem os governantes. 

11 horas atrás

De quem é a mão que balança o berço da mídia?

por Esquerdopata
 
 Nunca antes, na história deste País, houve uma coincidência tão grande entre capas de revistas e manchetes de jornais; essa sintonia ocorre às vésperas de uma reunião do Comitê de Política Monetária e tem dois objetivos paralelos: arrancar juros maiores do governo e desgastar a presidente Dilma; quem seriam os articuladores? FHC? Roberto Setubal? 
Brasil 247 – Há quem acredite em coincidências. E na hipótese de que, ao longo desta semana, os editores das revistas Época e Veja tenham tido a mesma inspiração. A capa seria dedicada ao tema inflação e não haveria nada melhor para sinalizar a escolha do que o tomate. Nos dois casos, a mesma piadinha: a de que a presidente Dilma Rousseff teria “pisado no tomate”. 
Assim como nas revistas semanais, coincidências também ocorreriam nos principais jornais do País, que, num mesmo dia, seriam capazes de produzir manchetes idênticas, sobre o estouro da meta inflacionária e a necessidade de juros maiores. Aconteceu com Globo, Estado e Folha na semana passada. 
No entanto, deve-se desconfiar de tamanha sintonia entre veículos de comunicação, que, não por acaso, ganharam o carimbo de PIG, Partido da Imprensa Golpista. Por que, afinal, escolhas tão idênticas e manchetes tão afins num mundo de múltiplos acontecimentos? Haveria alguma articulação? Um ponto de contato entre seus editores? Uma construção de consensos artificiais no processo de formação da opinião pública? Ou será que tudo acontece mesmo por acaso? 
Seja como for, a sintonia entre os meios de comunicação acontece num momento emblemático. Dentro de 48 horas, técnicos do Banco Central começam a discutir a política monetária e qual será a próxima taxa Selic, hoje fixada em 7,25%. Seja em Época, Veja, nos jornais, como no editorial do Globo deste domingo, ou na voz de lobistas do sistema financeiro, como Maílson da Nóbrega, Alexandre Schwartsman e Ilan Goldfajn, o que se pede, com todas as letras, é uma dose forte de juros, cujos efeitos serviriam muito mais para realimentar a especulação financeira do que para baixar o preço do tomate, que subiu em razão de secas e já está em queda acentuada. 
Diante de tudo isso, é de se perguntar: de quem é a mão que balança o berço da mídia? Será Roberto Setubal, presidente do Itaú Unibanco, que tem se mostrado como maior antagonista da política de juros baixos? Ou, quem sabe, Fernando Henrique Cardoso, que manteve sua interlocução privilegiada com os magnatas da mídia brasileira nos últimos anos? 
Neste fim de semana, tanto Veja como Época também tiveram a ideia de comparar Dilma a Margaret Thacther. Sobre a presidente brasileira, diz Veja que ela “esnoba o capital externo, demoniza o lucro e muda as regras do jogo toda hora” (alguém pensou em Roberto Setubal, que disse o mesmo ao Financial Times?) 
Há uma mão invisível no noticiário. Só falta descobrir a quem pertence.

13 horas atrás

A diferença

por Esquerdopata
 
Luis Fernando Verissimo 

Uma vez imaginei o encontro de Batman e Drácula numa clínica geriátrica, na Suíça.

Batman não acredita que Drácula tenha mais de 500 anos. Não lhe daria mais de 200.

– Tempo demais – diz Drácula. – Estou na terceira idade do Homem. Depois da mocidade e da maturidade, a indignidade… 
O cúmulo da indignidade, para o conde, é a dentadura falsa. Ele não pode ver sua própria dentadura sobre a mesinha de cabeceira sem meditar sobre a crueldade do tempo. Já tentou o suicídio, sem sucesso. 
Estirou-se numa praia do Caribe ao meio-dia, para que o Sol o reduzisse a nada. Só conseguiu uma boa queimadura. Dedicou-se a uma dieta exclusiva de alho. Só conseguiu que as mulheres o expulsassem da cama. 
A estaca no coração também não funcionara. Precisava ser de um determinado tipo de madeira benta, usada numa determinada fase da Lua, a logística do empreendimento o derrotara. E ninguém se dispõe a matá-lo, agora que seus caninos são postições e ele não é mais uma ameaça. Drácula está condenado à vida eterna, à velhice sem redenção e à indignidade sem-fim. Internou-se na clínica com a vaga esperança de que a Morte, que vem ali buscar tanta gente, um dia o leve por distração. 
– E você, Batman? 
Batman conta que está na clínica para retardar a Morte. Não confessa sua idade, mas recusa-se a tirar a máscara para que não vejam suas rugas. Ele não é um super-herói com superpoderes, inclusive o de não morrer, como o Super-homem. 
– Eu sou dos que morrem – diz Batman, com um suspiro. 
No tom da sua voz está a lamúria milenar da espécie dos que morrem. Drácula parece não ouvi-lo. Está interessado em outra coisa. 
– Você vai terminar esse iogurte? – pergunta. 
Mas Batman continua sua queixa. 
– Eu já não voava. Hoje quase não caminho. Não posso mais dirigir o Batmóvel, não renovaram minha carteira… 
Mas ele não quer a redenção da morte. Quer a vida eterna, a mesma vida eterna de um homem de aço. 
– Vamos fazer um trato – sugere Drácula. – Quando a Morte vier buscá-lo, trocaremos de lugar. Você veste este meu robe de cetim e a echarpe de seda, eu visto essa sua fantasia ridícula, e a… 
Mas Batman o interrompe com um gesto. A Morte não pode ser enganada. 
– Claro que pode – diz Drácula. – É só você passar um pouco da minha pomada no seu cabelo que a Morte o tomará por mim e… 
– Que cabelo? – pergunta Batman, com outro suspiro, também antigo. 
– Não somos muito diferentes – diz Drácula. 
– Somos completamente diferentes! – rebate Batman. – Eu sou o Bem, você é o Mal. Eu salvava as pessoas, você chupava o seu sangue e as transformava em vampiros como você. Somos opostos. 
– E no entanto – volta Drácula com um sorriso, mostrando os caninos de fantasia – somos, os dois, homens-morcegos… Batman come o resto do seu iogurte sob o olhar cobiçoso do conde. 
– A diferença é que eu escolhi o morcego como modelo. Foi uma decisão artística, estética, autônoma. 
– E estranha – diz Drácula. – Por que morcego? Eu tenho a desculpa de que não foi uma escolha, foi uma danação genética. Mas você? Por que o morcego e não, por exemplo, o cordeiro, símbolo do Bem? Talvez o que motivasse você fosse uma compulsão igual à minha, disfarçada. Durante todo o tempo em que combatia o Mal e fazia o Bem, seu desejo secreto era de chupar pescoços. Sua sede não era de justiça, era de sangue. Desconfie dos paladinos, eles também querem sangue. 
– Se eu ainda pudesse fazer um punho você ia ver qual é a minha compulsão neste momento – rosna Batman. 
Mas Drácula não perde a calma. 
– E veja a ironia, Batman. O Morcego Bom passa, o Morcego Mau fica. Um não quer morrer e morre, o outro quer morrer e não morre.Ou talvez não seja uma ironia, seja uma metáfora para o mundo. O Bem acaba sem recompensa e o único castigo do Mal é nunca acabar. 
Drácula continua: 
– Somos dois aristocratas, Batman, um feudal e outro urbano, um da Velha Europa e outro da Nova América. Eu era Vlad, o Impalador, na Transilvânia, você, o herdeiro de uma imensa fortuna em Gotham. Eu era o terror dos aldeães, você um rico caridoso. Os pobres nunca ameaçaram invadir a sua mansão com archotes, mas somos, os dois, da mesma classe, a dos sanguessugas. O que nos diferencia é que eu não tinha remorsos. 
Batman pede que Drácula se retire. Dali a pouco chegará Robin com os netos e ele não quer que as crianças se assustem.

Nicolás Maduro eleito presidente da Venezuela com vantagem de apenas 1,5% dos votos por Luiz Carlos Azenha Ilustração publicada por Augusto Ferreira no Facebook por Luiz Carlos Azenha O ex-chanceler da Venezuela e presidente-em-exercício, Nicolás Maduro, foi eleito neste domingo presidente da Venezuela, com 50,66% dos votos. O candidato oposicionista Henrique Capriles Radonski obteve 49,07%. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, Maduro teve 7.505.338 votos contra 7.270.403 votos de Capriles. A participação foi de 78,71%. Em 2012, Capriles obteve 44,55% dos votos ante 54,84% de Hugo Chávez, que teve seu quarto mandato interrompido em 5 de março de 2013 pela morte causada por um câncer. Foi a décima oitava eleição em 14 anos na Venezuela. Aconteceu onze anos depois de parte da mídia brasileira ter celebrado um golpe cívico-militar contra o presidente Hugo Chávez, retratado aqui. Horas antes do fechamento das urnas, um cracker invadiu as contas do twitter do candidato e presidente-em-exercício Nicolas Maduro e de outras personalidades e instituições ligadas ao chavismo, deixando mensagens como a que aparece abaixo. Oficialistas denunciaram que o cracker atuava a partir de Bogotá, na Colômbia. O fotógrafo Joka Madruga está em Caracas (aqui, um álbum com as imagens dele no Flickr): O post Nicolás Maduro eleito presidente da Venezuela com vantagem de apenas 1,5% dos votos apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 6 horas atrás “Falido” aos 72, Requião diz que humor na blogosfera é essencial por Luiz Carlos Azenha por Luiz Carlos Azenha O senador Roberto Requião (PMDB-PR) sugeriu, durante o Segundo Encontro de Blogueiros, Redes Sociais e Cultura Digital do Paraná, que ativistas digitais e militantes políticos usem o humor, a ironia e o sarcasmo em seus espaços para desconstruir a mensagem da direita e enfrentar o pensamento único da grande mídia. Segundo Requião, blogs muito intelectualizados correm o risco de afastar novos leitores ou de falar apenas para os mesmos. A observação veio num dia em que vários participantes falaram sobre o risco de a blogosfera se tornar uma “igrejinha”. A blogueira Maria Frô, por exemplo, saudou a presença de militantes que vão organizar um encontro apenas entre blogueiros de saúde, em São Paulo, uma novidade que demonstra que mais e mais gente se apropria das ferramentas disponíveis no espaço digital para se organizar e reivindicar. Antes, o blogueiro Eduardo Guimarães demonstrou preocupação com o tema, lembrando que milhões de brasileiros já se informam prioritariamente pelas redes sociais e que o número de internautas cresce diária e velozmente. As mesas do encontro foram marcadas por outra constatação: a de que o poder da Globo e seus veículos associados vem crescendo no Brasil, ainda que o principal veículo das Organizações enfrente perda de audiência. É que, como lembraram Eduardo Guimarães e este que vos escreve, a Globo hoje se utiliza — com sua tradicional competência organizativa — de todas as plataformas de informação disponíveis para chegar ao público. Como exemplo, lembrei a notícia segundo a qual a emissora contratou mil artistas para participar das Fun Fest da Copa do Mundo, as festas que acompanharão os jogos nas cidades-sede em 2014. As Organizações montaram uma empresa de eventos exclusivamente para isso. Ou seja, a Globo ganha dinheiro com a transmissão da Copa, com os patrocinadores da Copa, com os jogadores da Copa, com a abertura da Copa, com os torcedores da Copa… Requião disse aos participantes que não acredita que o problema da imensa concentração midiática no Brasil — com certeza, uma das maiores do mundo — será enfrentado pelo governo Dilma, mesmo num eventual segundo mandato. O senador sugeriu que se faça uma tranfusão de 10% do sangue da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, para sua colega brasileira Dilma Rousseff. Na Argentina, Kirchner conseguiu aprovar uma Ley de Medios que barra o avanço do grupo monopolista local, o Clarín, equivalente argentina das Organizações Globo. [Leia aqui sobre as leis de mídia na América Latina] Requião, o tuiteiro mais influente do Senado brasileiro, disse aos presentes que cuida pessoalmente de sua conta no Twitter, mas que seu perfil no Facebook é administrado por assessores. Ele foi instado pela blogueira Maria Frô a investir mais no Face. O senador foi definido como um “meme vivo”. Memes são mensagens básicas, equivalentes a manchetes de jornais, que pela facilidade de compreensão e poder de fogo recebem grande número de compartilhamentos. O senador paranaense é reconhecido pelo estilo direto no Twitter: Requião descreveu sua tentativa de aprovar no Senado uma lei que garanta o direito de resposta, que está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. Depois de receber apoio praticamente unânime, o projeto passou a enfrentar dificuldades, com o acréscimo de emendas que poderiam descaracterizá-lo. Algumas emendas vieram de senadores que anteriormente haviam dado apoio completo à ideia. O projeto deverá ser analisado na sessão da próxima quarta-feira, mas sem a presença de Requião, que estará no Paraguai como observador de eleições locais. Requião não especulou sobre se os senadores foram vítimas da chamada “síndrome de abstinência do Jornal Nacional”. Ao falar das dificuldades enfrentadas pela blogosfera, especialmente o cerco judicial — ele dividiu a mesa com o autor do blog do Tarso, multado em 106 mil reais pelo TRE-PR, a pedido do candidato Luciano Ducci, por colocar no blog uma enquete eleitoral –, Roberto Requião disse que chega aos 72 anos de idade “falido”, depois de ter gasto 800 mil reais com a Justiça. “Sou o político mais processado do Brasil”, afirmou, “mas nunca por corrupção”. Um dos processos, segundo o senador, foi movido por um político a quem denunciou por corrupção, que alegou que a sentença de condenação por falcatruas ainda não havia transitado em julgado. Outra ação, movida pelo Ministério Público Federal, diz respeito à TV Educativa do Paraná. Durante o governo estadual de Requião, a emissora transmitia a chamada Escola de Governo, na qual integrantes do Executivo estadual debatiam e prestavam contas sobre ações de governo. Em caso de condenação, Requião disse que teria de ressarcir aos cofres públicos — pelo tempo usado na TV Educativa — valores que ultrapassam “em mais de dez vezes” todo o seu patrimônio. Requião disse que, na época, entusiasmado com o programa Brasil Nação, que debatia temas nacionais na TV Educativa, chegou a procurar o ex-presidente Lula para sugerir que se fizesse o mesmo em nível nacional. O então presidente pediu que o então governador do Paraná fosse ao ministro da Casa Civil, José Dirceu. Procurado, Dirceu afirmou que o governo já tinha “sua TV”. Dirceu disse a Requião, segundo este, que era “a Globo”. No encontro de blogueiros, o senador paranaense também se disse descrente dos partidos políticos brasileiros e criticou o governo Dilma. Segundo ele, a presidente está fazendo o que nem mesmo o tucano Fernando Henrique Cardoso fez em seus dois mandatos. Em caso de aprovação da MP dos Portos, que tramita no Congresso, o BNDES será autorizado a financiar a privatização (aqui, um discurso do senador a respeito do tema). Requião afirmou que Dilma só pensa na reeleição, não tem um projeto de desenvolvimento nacional coerente e apela às concessões à iniciativa privada numa tentativa de bombar o PIB. Questionado pela plateia, disse que não se trata de “correlação de forças”, nem de uma suposta aliança conservadora das bancadas ruralista e evangélica, nem do fato de que o PT não tem maioria no Congresso, ao contrário de forças políticas que sustentam ou sustentavam Hugo Chávez, Evo Morales, Cristina Kirchner ou Rafael Correa. As medidas conservadoras de Dilma, segundo Requião, são formuladas “na cúpula do governo”. Requião falou sobre a importância da coragem na política. Citou um exemplo caseiro. Foi quando, durante uma campanha eleitoral no interior do Paraná, criticou o projeto de uma estrada que destruia o meio ambiente e foi vaiado por eleitores (mais tarde, descobriu, obteve 72% dos votos na região). Apesar das críticas, Requião diz que se considera da base do governo e não vê opção para 2014. Sobre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a quem chamou de Dudu Beleza, o senador disse que “Eduardo está muito à direita, muito à direita” de Dilma. Sem entrar em detalhes, afirmou que um dos motivos para não apoiar o líder do PSB vem do fato de que ele, Requião, foi relator da CPI dos Títulos Públicos, popularmente conhecida como CPI dos Precatórios. Abaixo, uma entrevista em áudio com o senador e o registro, em vídeo, da mesa de sábado à noite do BlogProg do Paraná: 0314_162638 1 O post “Falido” aos 72, Requião diz que humor na blogosfera é essencial apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Ver arquivo anexo (3 MB, audio/mpeg) Compartilhar Marcar como não lido Curtir 7 horas atrás Ricardo Young explica assinatura em homenagem à Rota por Conceição Lemes Nota enviada pela Assessoria de Comunicação do vereador Ricardo Young (PPS-SP), via e-mail por Ricardo Young Em apenas três meses de mandato, já fiquei conhecido pelos assessoristas da Câmara Municipal como “o vereador que lê”. Durante as sessões, eles circulam pelo plenário recolhendo as assinaturas dos vereadores para dar início à tramitação de diversos projetos. Tenho como princípio a leitura de cada um antes de assinar e geralmente me posiciono contra homenagens, por acreditar que a cidade tem muitos assuntos urgentes para serem debatidos por seus vereadores. O olhar atento é importante porque já chegou às minhas mãos até mesmo projeto de homenagem a empresário de jogos de cartas! Entretanto , algumas vezes nos são apresentadas pilhas de papeis com dezenas de projetos em meio aos debates das sessões. Inadvertidamente, li apenas as linhas gerais do requerimento para tramitação do projeto que concede salva de prata à Rota e, portanto, assinei-o sem ter conhecimento da sua justificativa. Foi um erro, pois sou contra a homenagem. Assim que tomei conhecimento da justificativa para a homenagem, referindo-se ao desempenho da Rota no período da Ditadura Militar que tanto nos envergonha, tomei imediatamente a providência de me manifestar em plenário contra a medida, dizendo que “o passado da Rota é muito difícil e todos sabemos que havia muita impunidade na época da Ditadura. Obviamente, houve progressos com relação aos seus procedimentos. Daí para justificar uma homenagem assim, precisamos refletir.” Está disponível o áudio do meu discurso naquela oportunidade: https://soundcloud.com/ricardoyoungvereador-1/sessao_plenaria_2603-wav. Minha trajetória não deixa dúvidas de que sempre me preocupei com os Direitos Humanos e jamais defendi a Ditadura Militar. No mesmo dia desse discurso em plenário, fui integrado à Comissão Municipal da Verdade, que pediu a apreciação do projeto e certamente irá sugerir seu arquivamento. O público que acompanha minhas ações através do vídeo Direto do Plenário, que gravo após cada sessão, ficou a par dessa articulação no mesmo dia:http://www.youtube.com/watch?v=dDBH0LTFqrM Por fim, vale esclarecer que as assinaturas dos vereadores significam apenas o apoio à tramitação do projeto, ou seja: a permissão para que a ideia seja debatida pelas comissões e no plenário. As assinaturas não coincidem, portanto, com o voto favorável ao projeto, que passará por votação apenas no final do seu caminho pela Casa. Os paulistanos elegeram três coroneis reformados da Polícia Militar para representá-los nesta legislatura, portanto, é de cunho democrático que permitamos o debate dessas questões. O mais importante, no entanto, é que a sociedade acompanhe o nosso trabalho atentamente e marque presença, como estão fazendo desta vez. Pois só podemos pensar verdadeiramente nossa cidade quando o interesse público tem vez e voz. Leia também: Vereadores criticam nosso texto sobre homenagem de Telhada à Rota Petistas assinaram projeto de homenagem à Rota: A troco do quê? O post Ricardo Young explica assinatura em homenagem à Rota apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 10 horas atrás Vinícius Vieira: A parceria de Beto Richa com a Microsoft por Luiz Carlos Azenha por sugestão do Buranello Ambrosio, no Facebook PSDB fecha parceria com Microsoft para tentar “afundar” projetos de Software Livre VINÍCIUS VIEIRA 11/04/2013 no #seja livre É isso mesmo minha gente, vocês não estão no blog errado: estamos sim falando de política! Nesta semana recebemos uma denúncia de que o Governo do Estado do Paraná estaria fechando parcerias com a Microsoft, afim de “alavancar” o ensino público estadual. O Governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB, assinou anteontem (09) um acordo de intenções com a Microsoft no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. O presidente da Microsoft Brasil, Michel Levy, disse que o Paraná está “puxando o trem da competitividade” no país. O mais interessante é que o Paraná é o único Estado do país que tem lei aprovada de incentivo e uso de Softwares Livres (Lei Estadual 14.058/2003), que determina que a Administração Pública do Paraná deve utilizar, preferencialmente, programas abertos de computador. Na aquisição de softwares proprietários, deve ser dada preferência para aqueles que operem em ambiente multiplataforma, permitindo sua execução sem restrições em sistemas operacionais baseados em software livre. Ou seja, a iniciativa também descumpre as leis 14.195/2003 e 15.6742/2007, todas da época do governador Roberto Requião (PMDB), mas que ainda estão em plena vigência. Se você não sabe leitor, o Governo do Estado do Paraná tem um dos principais órgãos tecnológicos do país, a CELEPAR, que inclusive foi criado para “executar políticas e ações envolvendo o Software livre” no âmbito do Estado do Paraná: O Governo do Paraná é um dos principais usuários e desenvolvedores de software livre de todo o país. A opção pelos programas de código aberto faz parte das políticas estratégicas de governo. Sua execução é de responsabilidade da CELEPAR. (leia mais aqui) Celepar, cadê você??? A Celepar é responsável por inúmeros projetos de Software Livre público, como por exemplo o Expresso Livre, e que infelizmente com iniciativas como esta acabarão afundando no mar do esquecimento e subemprego. Mas como um Estado que incentiva a prática do Software Livre no país aceita um acordo destes? Os governos não são feitos de políticos e sim de partidos. No fim das contas, quem governa, manda e desmanda é o partido político do meliante cidadão em que votamos. Segundo as nossas pesquisas, o PSDB, partido do Governador Beto Richa, tem um histórico interessante de “acordos com a Microsoft”, vejamos: – No próprio site do PSDB encontramos uma notícia de que o Governador de Goiás, Marconi Perillo, fez uma viajem aos EUA no ano passado (2012) afim de se reunir com a Microsoft e “agradecer” a empresa pela “economia de R$ 90 milhões aos cofres públicos de Goiás”. Se a VERDADEIRA INTENÇÃO do PSDB fosse a economia, teriam usado software Livre e não teriam gasto um único centavo! – Em 2009 o Governo do Estado do Rio Grande do Sul também fechou parceria com a Microsoft para implantação do “Windows Educação” nas escolas públicas. – Segundo o Presidente da Microsoft do Brasil, a empresa está negociando os mesmos termos com outros estados do país, como por exemplo o Rio de Janeiro, que apesar de ser governado pelo “PMDBista” Sérgio Cabral, tem aliança com o PSDB. – O Criador do AI-5 Digital, Eduardo Azeredo, que também é do PSDB, recebeu apoio da Microsoft em pesquisas sobre infecção por vírus no país (leia esta página, no fim do artigo), e usa este dado para basear sua escrúpula invernada contra a Internet brasileira. É engraçado falar que “se colocarmos rédeas na internet” as infecções por vírus diminuirão, mas ninguém comenta em se usar plataformas menos suscetíveis a vírus como forma de diminuição destes dados… – Instalações do PSDB são usadas para eventos da Microsoft Gente, não sou “esquerdista”, muito menos “PTista” e nem sequer confio ou apoio nenhum partido político, mas acho que deu pra ficar bem claro a parceria do PSDB com a Microsoft. A pergunta que não quer calar é: por que será que um partido político teria uma parceria com uma empresa desenvolvedora de software? E a resposta é simples: desvio de dinheiro público e Lobby! Sinceramente esse Brasil me enoja… Leia também: Dr. Rosinha: O terrorismo econômico dos pró-juros altos O post Vinícius Vieira: A parceria de Beto Richa com a Microsoft apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 11 horas atrás “Estado continua passando por cima das caveiras dos povos indígenas” por Conceição Lemes Gersem Baniwa: Atual projeto de nação não tem lugar para povos indígenas. Foto: Daiane Souza/UnB Agência Thiago Pimenta – Portal EBC Após manifesto de funcionários da Funai por um plano de indigenismo brasileiro, o Portal EBC entrevistou o indígena e doutor em antropologia Social, Gersem Baniwa, que atualmente é professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Na opinião de Gersem, que é originário do grupo indígena Baniwa (localizado normalmente no noroeste do Amazonas), um plano indigenista passa previamente por um projeto de nação do país, não podendo acontecer de forma dissociada: “Quando observamos a difícil situação de vida dos povos indígenas, pelas permanentes violações de seus direitos básicos, como o direito ao território e à saúde, podemos acreditar que ou o Brasíl ainda não definiu seu projeto de nação; ou já definiu e neste projeto não há lugar para os povos indígenas”, destaca. O pesquisador, que já trabalhou em projetos no Ministério da Educação, reconhece alguns avanços das ações do governo na área escolar e na saúde indígena. O pesquisador reforça os esforços de gestores e técnicos que tentam avançar nas políticas indigenistas, mas denuncia as pressões sofridas pelos índios brasileiros por outros setores. PLANO INDIGENISTA Portal EBC: Antes de tudo, em que consiste um plano indigenista? Gersem: Um plano indigenista para o Brasil passa pela existência de um Projeto de Nação do Brasil. Quando observamos a difícil situação de vida dos povos indígenas, pelas permanentes violações de seus direitos básicos, como o direito ao território e à saúde, podemos acreditar que ou o país ainda não definiu seu projeto de nação; ou já definiu e neste projeto não há lugar para os povos indígenas. Portal EBC: O texto da Constituição de 88 reconhece aos indígenas o direito à organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e dá a eles os direitos originários sobre as terras que ocupam. Já a União é responsável por demarcar essas terras, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Não seria esse o começo desse projeto? Gersem: A sociedade brasileira tentou dar sua contribuição por ocasião da Constituinte de 1988, assegurando direitos básicos que garantissem a continuidade étnica e cultural dos povos indígenas, por meio dos direitos sobre suas terras tradicionais e o reconhecimento de suas culturas, tradições e organização social, além do reconhecimento da plena capacidade civil e de cidadania. Minha hipótese é de que essas conquistas legais tinham relação com sentimento de culpa pelos séculos de massacres e mortes impostos aos índios pelos colonizadores, portanto, como medidas reparadoras do ponto de vista moral. Mesmo reconhecendo alguns avanços pontuais no campo da educação (acesso à educação básica e superior ampliado), do direito à terra principalmente na Amazônia Legal e de participação política (06 prefeitos e 76 vereadores indígenas), o Estado continua passando por cima das cabeças e de caveiras dos povos indígenas como acontece de forma escancarada e vergonhosa no Estado de Mato Grosso do Sul, onde os índios Guarani-Kaiowá continuam sob fogo cruzado por fazendeiros e políticos da região. Para as elites econômicas e políticas do país, os povos indígenas continuam sendo percebidos e tratados como empecilhos para o desenvolvimento econômico do país (que na verdade é o enriquecimento desses grupos). Portanto, um plano indigenista brasileiro depende necessariamente da clareza de que nação, sociedade e país se quer construir. Os povos indígenas só terão chance se o Brasil assumir com seriedade a construção de um projeto de nação baseada em uma sociedade pluriétnica, multicultural e solidária. Portal EBC: Quais seriam os pontos são mais importantes para um bom plano indigenista para o país? Gersem: O ponto mais importante de um plano indigenista é garantir as condições reais para a garantia plena dos direitos indígenas, baseadas no protagonismo e na cidadania dos indivíduos e coletividades indígenas. Somente a garantia desses direitos pode garantir a continuidade étnica e cultural desses povos, por meio de segurança territorial, segurança econômico-alimentar, política de educação adequada e política de saúde eficiente. Isso também daria sinal de que os povos indígenas podem ter seu espaço na sociedade brasileira. Percebemos uma grande contradição na política indigenista atual: uma parte minoritária do Estado (governo) que tenta adotar o discurso e a prática em favor dos povos indígenas e a outras majoritária que ao contrário, adota discursos e práticas anti-indígenas. SITUAÇÃO ATUAL DOS ÍNDIOS BRASILEIROS Portal EBC: Como você vê a atual situação dos indígenas brasileiros? O que precisa mudar? Gesem: Hoje os povos indígenas do Brasil passam por uma situação muito difícil e ruim, com violações constantes aos seus direitos e com a crescente violência física e de morte que sofrem. Os dez anos seguintes à promulgação da CF de 1988 foram de gradativo processo de conquistas de direitos concretos (demarcação de terras, educação escolar, organização social e participação política) mas, os últimos três anos foram de estagnação com forte tendência de retrocesso sem precedentes para os povos indígenas. A leitura que faço é que o Estado (comandado pelas elites políticas e econômicas) se arrependeu de reconhecer os direitos indígenas e agora faz de tudo para, em primeiro plano, violar esses direitos e em segundo plano, anular ou reduzir esses direitos. Ou é isso, ou o Estado está assumindo sua incapacidade e incompetência para garantir os direitos dos povos indígenas. As políticas existentes são completamente insatisfatórias. Estão sempre voltadas para resolver ou minimizar problemas acumulados. As políticas indigenistas continuam sendo autoritárias, paternalistas e tutelares. Embora o Brasil tenha adotado a Convenção 169 da OIT, há anos, até hoje ela não foi regulamentada. Neste sentido, um plano indigenista moderno precisa superar seriamente a visão imediatista, autoritária e de descaso institucional. Precisa ser construído um plano transparente e participativo de curto, médio e longo prazo, com metas, objetivos e condições claros de implementação. O mais importante é o plano indigenista ser do Estado e não apenas de um governo ou do órgão indigenista. Portal EBC: Que ações merecem destaque na atual política indigenista? Gersem: É importante reconhecer que nos últimos houve esforços e tentativas do governo federal em avançar nas políticas de atendimento voltadas para os povos indígenas, principalmente após o fim do monopólio da política indigenista pela Fundação Nacional do Índio (Funai), no início da década de 1990. O Ministério da Saúde tem se esforçado para tentar responder às demandas indígenas. O Ministério do Meio Ambiente iniciou experiências inovadoras ainda no final da década de 1990 em apoio técnico e financeiro para projetos socioeconômicos alternativos e autossustentáveis de comunidades indígenas na Amazônia. O Ministério da Educação empreendeu esforços junto aos estados e municípios em busca de melhorias no atendimento escolar às aldeias indígenas. Sem dúvida que essas experiências das últimas duas décadas lograram avanços e êxitos parciais e de algum modo contribuíram para a recuperação da autoestima e de esperança no futuro dos povos indígenas, expressa por meio do crescimento demográfico desses povos que está se aproximando de um milhão de indígenas no país (considerando que na década de 1960 chegaram à cifra de 200.000 indígenas) e da presença cidadã dos indígenas na vida do país. As experiências revelaram também questões preocupantes, como as limitações do Estado no atendimento aos direitos e anseios indígenas. Os gestores e técnicos de ministérios bem que tentaram avançar nas políticas voltadas aos povos indígenas, mas percebe-se atualmente o limite dessas possibilidades, diante do contexto político e econômico do país. Essas possibilidades esbarram na falta de vontade política dos dirigentes maiores em dar relevância às questões indígenas. Sem determinação política o tema nunca entra na lista de prioridades do governo e, por isso, as instâncias e estruturas que atuam junto a esses povos estão sempre esvaziadas, desestruturadas e desqualificadas, sem recursos financeiros, sem equipes e sem condições administrativas. Deste modo fica difícil assegurar os direitos indígenas que ficam a mercê dos interesses econômicos anti-indígenas. Muitas vezes parece que o governo se presta a servir aos interesses desses grupos. Portal EBC: Como você avalia o trabalho da Funai hoje? Gersem: Nos últimos dez anos a Funai tem se esforçado para estar ao lado dos povos indígenas no enfrentamento dos problemas existentes nas aldeias, mas é um órgão do Estado e dos governos, portanto, dominada pela incapacidade e ineficiência institucional. É um órgão com eminência de falência institucional, por ausência de força e crédito político, falta de recursos humanos, equipe reduzida e mal preparada, e com infraestrutura arcaica. É evidente o processo de sucateamento e enfraquecimento do órgão nos últimos anos, na mesma proporção em que as oligarquias econômicas e políticas nos municípios e Estados se organizaram e se fortaleceram contra os direitos indígenas. O enfraquecimento da Funai é o mais claro exemplo do descompromisso do governo e do Estado para com a defesa e garantia dos direitos indígenas no país. Com isso, os povos indígenas cada vez mais estão à mercê e se tornam reféns de municípios, estados e grupos políticos e econômicos hostis aos direitos indígenas. Isso deixa claro também a necessidade de reorganização e fortalecimento do papel do governo federal na defesa e garantia desses direitos. Portal EBC: Como você vê a atual atenção à saúde prestada aos indígenas? Gersem: A política de saúde indígena no Brasil é a que mais se esforçou na busca por um plano mais adequado para o atendimento aos povos indígenas que teve início com a implantação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI´s), enquanto uma etnoterritorialização do atendimento, o que é uma ideia inovadora com grandes possibilidades. No entanto, tem sofrido como todas as demais políticas indigenistas das profundas contradições e irracionalidades da política e da administração pública brasileira. Recentemente foi criada a Secretaria Especial de Saúde Indígena, como resultado de décadas de luta dos povos indígenas, mais uma iniciativa relevante e, no entanto, foi neutralizada pelos gargalos administrativos homogêneos da burocracia estatal pensada para atender as realidades dos centros urbanos. Sem equipes e sem condições logísticas adequadas, a política de saúde indígena está sendo um pesadelo para a saúde dos povos indígenas. O mesmo acontece no campo das políticas de educação escolar indígena, principalmente em regiões da Amazônia e do Nordeste, onde construções de infraestrutura e transporte logístico básicas não são possíveis de serem resolvidas pelos irracionais procedimentos licitatórios. O mesmo acontece com a falta de recursos humanos qualificados para atuar nas aldeias ou próximo às aldeias, pois as formas de contratação, temporárias ou de carreira, não são adequadas, pois dificilmente profissionais qualificados se dispõem a trabalhar nas aldeias com baixos salários pagos pelo poder público. Portal EBC: Como você vê a situação dos indígenas isolados e recém-contatados? Gersem: Entendo que esses povos apresentam consciência sobre a situação de não estabelecerem contato permanente com a sociedade nacional e por isso devem ser respeitados nessa decisão. Neste sentido, cabe ao Estado protegê-los, criar condições de proteção sem ação interventiva ou esforço para estabelecer contato, pois estes povos fazem parte da nação brasileira, ainda que desconhecidos da população majoritária. PRESSÕES SOFRIDAS POR POVOS INDÍGENAS Portal EBC: Quais são as maiores pressões sofridas pelos indígenas brasileiros? Quais são os agentes dessas pressões? Gersem: Na atualidade, as maiores pressões aos povos indígenas vêm dos grupos ruralistas e mineradores do país além, é claro, dos próprios agentes do Estado e das grandes construtoras interessados pelos territórios indígenas e principalmente pelos recursos naturais neles existentes. As principais ameaças vêm das elites econômicas, principalmente ruralistas, na medida em que estão, a todo custo, espoliando as terras indígenas. É importante afirmar que não é possível garantir a continuidade etnocultural dos povos indígenas sem a garantia territorial. Mas não podemos esquecer a outra ameaça que vem das igrejas religiosas, que estão realizando, verdadeiros massacres culturais por meio de suas imposições doutrinárias em detrimento das culturas e valores indígenas. Portal EBC: De que forma essas pressões podem ser aliviadas? Gersem: Primeiro, a partir de um ordenamento territorial, respeitando-se os direitos constitucionais dos povos indígenas. No Brasil, é necessário se criar o hábito e a cultura de se respeitar as leis e o Estado ou governos precisam criar vontade e capacidades para exerceram o poder para zelar pelo cumprimento das leis, indistintamente de classes, grupos sociais ou credos. Segundo, é necessário respeitar a legislação nacional e internacional que asseguram a participação e a consulta prévia e qualificada aos povos indígenas em qualquer projeto ou programa governamental que lhes afetem. Em terceiro lugar, o que é mais importante é a superação do preconceito histórico sobre os povos indígenas de que são empecilhos para o desenvolvimento do país e a superação do racismo que considera os povos indígenas como atrasados ou não civilizados. Não é possível pensar o Brasil desenvolvido e civilizado enquanto não aprender a respeitar e valorizar um dos seus três pilares étnicos, que formaram o povo e a nação brasileira, que são os povos indígenas ou povos originários. Portal EBC: As grandes obras como a construção de hidrelétricas e rodovias também ameaçam os povos indígenas? Gersem: Sem dúvida, depois da luta pela terra as construções de grandes obras ameaçam seriamente a vida presente e futura dos povos indígenas, na medida em que afetam diretamente os ecossistemas dos territórios indígenas que são fundamentais para a sobrevivência física e cultural. É importante destacar que os povos indígenas precisam integralmente de seus territórios, enquanto ecossistemas integrados e abrangentes para perpetuarem suas culturas, tradições, seus conhecimentos e seus modos de vida. Portal EBC: Qual a sua opinião sobre a recente militarização nessas grandes obras, como a presença da Força Nacional no Complexo Tapajós? Gersem: Acho completamente desnecessária e mostra claramente a atitude arbitrária e autoritária do governo. Mostra ainda total falta de sensibilidade e capacidade de diálogo com o movimento social indígena. E o que mais assusta com essa atitude do governo é a possibilidade de que o governo esteja radicalmente decidido a seguir o discurso de em nome do “relevante interesse público” passar por cima dos povos indígenas, ou seja, mais uma vez os povos indígenas podem pagar com suas vidas o suposto bem estar da sociedade majoritária e pode no futuro próximo estimular instabilidade social nas regiões e no país. Um diálogo franco, transparente e democrático com os interessados deveria ser instituído para mediar e solucionar conflitos de interesses. Nem sempre a força física e militar é a melhor solução para muitos casos. Portal EBC: A lei 5.371 diz que a Funai deve exercer o poder de polícia nas áreas reservadas e nas matérias atinentes à proteção do índio. Como você vê a questão do poder de polícia conferido à Funai? A instituição deve ter autonomia ou deve recorrer a outros órgãos de segurança pública? Gersem: Em primeiro lugar não tenho nada contra o poder de polícia da Funai, mas acho isso completamente inviável pelas condições em que o órgão se encontra: enfraquecido, desestruturado e principalmente sem equipe qualificada. Em segundo lugar, é importante considerar o papel do estado brasileiro na defesa e proteção dos direitos dos povos indígenas e, para isso, dispõe de vários instrumentos e mecanismos institucionais, como Ministério Público, a Polícia Federal e a Força Nacional e outros órgãos. Não acredito que somente uma Funai armada irá resolver os problemas dela e dos povos indígenas, mas sim um plano indigenista sério, forte e eficiente, com o peso e a responsabilidade do Estado e dos governos. Portal EBC: Um delegado da Polícia Federal da Delegacia Vilhena, em Rondônia, sugeriu que a Funai fizesse a regularização quanto ao porte de armas de fogo por parte dos servidores. Você é contra ou a favor do porte de armas por funcionários da instituição? Gersem: Em primeiro lugar, sou contra porte de armas para qualquer cidadão que não represente órgãos de segurança pública, de modo que os funcionários da Funai só deveriam portar armas caso eles exerçam poder de polícia, caso contrário sou completamente contra. PERSPECTIVAS PARA O INDIGENISMO BRASILEIRO Portal EBC: Na sua opinião, qual é a maior urgência do indigenismo brasileiro? Gersem: A maior urgência é a definição clara de uma política indigenista para o país com metas de curto, médio e longo prazo. Uma política que estabeleça com clareza o lugar dos povos indígenas na nação brasileira. E para mostrar compromisso e seriedade com esta política é fundamental a aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas que expresse este plano indigenista de curto, médio e longo prazo de forma articulado. O governo federal precisa assumir a responsabilidade pela defesa e proteção dos direitos desses povos, conforme determina a Constituição Federal. Só uma atuação exemplar do governo federal pode tirar os povos indígenas das mãos sanguinárias das elites econômicas, principalmente ruralistas. Portal EBC: Quais são as perspectivas futuras para o indigenismo brasileiro? Gersem: De muita angústia, muita dúvida e muita luta na tentativa de evitar que mais uma onda de genocídios volte a ser executada no Brasil. A esperança está em uma geração de jovens indígenas que estão se formando nas academias brasileiras e que ao longo dos próximos anos vão estar assumindo a liderança de suas aldeias e seus povos e, em muitos casos, também ocupando espaços nos órgãos da administração pública e nos poderes constituídos do país e que podem propor e construir novas alternativas de resistência e sobrevivência dos povos indígenas do Brasil. O grande desafio dessa nova geração de lideranças indígenas é domesticar a hostilidade, a ambição, a vaidade e o senso de tirania dos grupos políticos e econômicos que dominam as estruturas e as políticas do Estado e dos governos. Mas tenho certeza que os povos indígenas continuarão sua histórica luta de resistência mas também de fé por dias melhores em mundos melhores. Edição: Leyberson Pedrosa Leia também: Leia também: Dom Pedro Casaldáliga é ameaçado por invasores de Marãiwatsédé Índios suruís criam comissão da verdade para apurar crimes da ditadura “Terrorismo” informativo foi usado contra Guarani Kaiowá em MS, diz antropólogo Márcio Meira Márcio Meira: Indígenas não ficam congelados no tempo STF e as terras dos Guarani Kaiowá: a morte coletiva Mariana Boujikian: “O Estado não pode mais ser conivente com o extermínio velado dos guarani” Marco Antonio Delfino e Kenarik Boujikian: Portaria 303 da AGU afronta os direitos dos povos indígenas O post “Estado continua passando por cima das caveiras dos povos indígenas” apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 12 horas atrás Dr. Rosinha: O terrorismo econômico dos pró-juros altos por Luiz Carlos Azenha por Dr. Rosinha, no Facebook Gráfico apresentado ontem pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) em seminário da revista ‘Brasileiros’. Lembre-se desse gráfico da inflação ao se deparar por aí com capas de revistas semanais como ‘Veja’ e ‘Época’. Quem de fato pisa no tomate? A velha mídia e seu terrorismo barato, pró-juros altos. Leia também: Gerson Carneiro e o jornal que “corrige” o Enem O post Dr. Rosinha: O terrorismo econômico dos pró-juros altos apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 12 horas atrás Gerson Carneiro: Jornal que “corrige” o Enem tem vidraça por Conceição Lemes por Gerson Carneiro, via e-mail A mídia adora atirar pedras no Enem. Outro dia li esta frase sobre o Enem que não me sai da cabeça: “A demagogia política anda de braço dado com a demagogia linguística”. Pouco tempo depois li estas duas manchetes. Frases do Enem? Nãooooooooooo. Do jornal que ultimamente tem atacado de corretor implacável de Redações do Enem. Minha sugestão: estudantes, abram o olho com os jornalões! Não sigam o exemplo deles. Ah…só para relembrar: 31 dias é o período de um mês; Michelle Bachellet é ex-presidente do Chile. Divirta-se um pouco mais: Altamiro Borges: Um colar de tomates a serviço da alta dos juros @emirsader: Tomate trai, baixa o preço e oposição vai pro vinagre O dia em que o Estadão se curvou a Gerson Carneiro O post Gerson Carneiro: Jornal que “corrige” o Enem tem vidraça apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 16 horas atrás Tarso Genro e a arrogância da grande mídia: “Tomate não é uma concessão pública” por Conceição Lemes Segundo publicado pela Veja, tomate é “O fruto da carne” por Tarso Genro, em Carta Maior Um debate sobre a “regulação” da mídia que ocorreu aqui no RS por ocasião do “Fórum da Liberdade”, que eu não participei e do “Fórum da Igualdade”, que eu participei como conferencista inaugural, teve ampla repercussão no Estado e refletiu nacionalmente através uma matéria decente publicada na Folha de São Paulo. Foi um episódio que demonstrou, mais uma vez, a intolerância e a arrogância da “Grande Mídia”, para traficar os seus valores — fundados no lucro e na anarquia do mercado — no sentido de os tornarem artificialmente universais. Como julgo este assunto extremamente importante para a esquerda e para o projeto democrático de nação que está em disputa no país, vou relatar o conteúdo da minha exposição no “Fórum da Igualdade”. Não vou citar nomes de pessoas nem de empresas, porque não só não tenho interesse de promover um debate personalizado sobre o assunto, como também entendo que esta matéria não é restrita ao nosso Rio Grande e deve ser alvo de discussões que não podem ser banalizadas por conjunturas regionais. Tudo começou com a minha ausência no “Fórum da Liberdade”, onde eu participaria como autoridade da sessão inaugural e a minha presença no ‘Fórum da Igualdade”, para o qual eu fora convidado como conferencista de abertura, tendo como ouvintes sindicalistas, militantes de esquerda, parlamentares de partidos que formam no grupo de opinião que rejeita o projeto neoliberal e também dirigentes do movimentos sociais. Este Fórum, com escassa repercussão midiática, porque composto de grupos, entidades e pessoas com força econômica escassa, para ter qualquer interferência promocional na grande mídia, é diferente do “Fórum da liberdade”. Este , como se sabe, é composto por doutrinadores, empresários, executivos de empresas que defendem -já de forma um pouco monótona- a redução dos gastos sociais (“improdutivos”), o “enxugamento do Estado” (nos salários e nas políticas sociais) e a “redução da carga tributária”, não sem militar pelo aumento dos investimentos públicos em infraestrutura, pelas renúncias fiscais e pelos financiamentos subsidiados para as grandes empresas. É uma pauta legítima na sociedade que vivemos, é claro, mas que cumprida integralmente levaria o nosso país ao caos social, quem sabe a uma ruptura anárquica pela direita autoritária, já que a devastação das escassas políticas de coesão social mínima, que conseguimos implementar nos últimos anos, geraria uma revolta generalizada entre os pobres do país, que usufruem de direitos sociais muito limitados ainda hoje no nosso Brasil. A fala que proferi no “Fórum da Igualdade” despertou a ira no “Fórum da Liberdade” e também uma divulgação viciada do conteúdo da minha palestra, interditando o debate que ali propus, através dos estereótipos de costume: “quer o controle da mídia”, “quer a censura à imprensa “, “quer vedar o direito de opinião”, etc. A argumentação mais sólida que ofereceram foi o “exemplo tomate”. Este exemplo, passará para a história da liberdade de imprensa no país, já que uma conhecida editorialista disse, mais ou menos o seguinte: “essa questão da mídia livre é que nem o tomate, que está caro, ou seja, não se compra; se não gostou das matérias, muda de emissora ou de jornal”. Só que o tomate não é uma concessão pública, nem o acesso a ele está regulado pela Constituição Federal. Um detalhe insignificante que muda tudo. Vejamos o que eu disse no “Fórum da Igualdade.” Tratei, fundamentalmente, de dois assuntos na minha palestra para os trabalhadores. Primeiro, que as empresas de comunicação, em regra, não cumprem a finalidade constitucional das concessões, pois a norma que as regula orienta que a programação das emissoras contemple conteúdos regionais, educativos, culturais, e proteja os valores da família -ou seja também tenha como sentido valorizar a comunidade familiar — obviamente adequando-se à moralidade contemporânea. Disse, ainda, na minha fala, que oitenta por cento dos programas sairiam do ar, se esta norma constitucional fosse cumprida. Segundo, tratei da evolução da questão das liberdades, que percorreu a gênese da democracia. Inicialmente, como lutas pela “liberdade de pensamento” (já que era vedado inclusive na intimidade, mesmo sem publicitar, desconfiar da validade da religião católica). Depois, como “luta pela liberdade de expressão”, já no Renascimento, quando alguns eruditos brilhantes começam a se libertar da dogmática religiosa absoluta e resolveram expressar-se em público como dissidentes “humanistas” (os painéis de Michelangelo na Capela Sistina vêem um Deus Homem, promovendo uma inversão figurativa da Teologia: o Deus abstrato e longínquo passa a ser concebido como um forte Homem concreto); depois, abordei uma importante liberdade dos modernos, a “liberdade de imprensa”, que se consagra na Revolução Francesa, avassala a Europa ( liberdade de dizer em público e imprimir o “dito”, que subverte o monopólio da fala pelas elites) e torna-se um valor democrático altamente respeitado. Finalmente, abordei um quarto tema. A questão da “liberdade de fazer circular livremente as opiniões”. Sustentei que hoje existe uma absoluta desigualdade de meios, para que as opiniões possam circular de maneira equânime, embora as redes na internet tenham aberto novas fronteiras para a circulação da comunicação. Mas, atenção: as redes são acessíveis a todas as opiniões (e é bom que o sejam), mas as TVs e Rádios das “Grandes Mídias” empresariais com tendência monopolista não são acessíveis a todas as opiniões. As opiniões, nas “Grandes Mídias”, inclusive podem ser (e frequentemente o são) filtradas, editadas, selecionadas, distorcidas ou manipuladas, inclusive com o enquadramento dos jornalistas da própria empresa. Nem sempre, nem em todos os momentos, nem em todas as empresas de comunicação isso ocorre. Mas todas estão disponíveis para estes métodos, ao gosto dos seus proprietários. Sustentei, portanto, que há um bloqueio radical da circulação da opinião, cuja divulgação é orientada pela empresa de comunicação, a partir dos valores culturais, ideológicos e políticos dos seus proprietários. Qual a sugestão que dei no Foro da Igualdade, que me convidou para a fazer a abertura solene do seu evento? Censura? Expropriação de empresas? Não. Disse que o Estado deve promover políticas de financiamento e subsídios (que as atuais instituições de comunicação empresariais inclusive já têm) e novos marcos regulatórios, para que possam surgir mil canais de comunicação, com igualdade de qualidade tecnológica e profissional (com mais oportunidades de trabalho livre para os próprios jornalistas), através instituições de comunicação que não dependam do mercado e dos grandes anunciantes. Canais que possam ter uma política de informação mais objetiva e aberta e um debate político mais amplo do que a ladainha neoliberal. Canais que não adotem como mercadoria-notícia a escalada da cultura da força e da violência, dentro da qual concorrem os principais meios de comunicação do país. Trata-se de dar novas oportunidades de escolha aos cidadãos, aos pais, às mães, aos consumidores, que somos todos nós, para que possamos ver e ouvir outras coisas, debater outras idéias, sem qualquer tipo de censura, seja do Estado, seja dos proprietários das empresas e dos seus anunciantes. Isso certamente foi demais e a “circulação da opinião restrita”, que eu mencionara nos meus argumentos em favor da “circulação da opinião mais livre”, foi comprovada pela voz massiva e monocórdia das respostas à palestra, que proferi aos trabalhadores. Revolveram a tese do “controle dos meios de comunicação pelo Estado” – como se já não houvesse controle do Estado, que é o poder concedente dos canais- misturando este assunto com a minha ausência no Foro da Liberdade. O mesmo em que o Vice-Governador do Estado, em outro momento de abertura, foi solenemente vaiado porque ousou dizer que o Governo Lula melhorou o Brasil. A intolerência demonstrada pela “Grande Mídia”, também neste episódio, prova que ainda temos um largo caminho a percorrer, para permitir que as opiniões divergentes circulem livremente na nossa democracia limitada, hoje já mais sufocada pela força do poder econômico e da ganância. Estas questões não interessam ao “Foro da Liberdade”, mas certamente interessam ao “Fórum da Igualdade”. Por isso fui neste, mais fraco. Não no outro, mais forte. Leia também: FHC, no papel, marcha o Brasil para o buraco O post Tarso Genro e a arrogância da grande mídia: “Tomate não é uma concessão pública” apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir 18 horas atrás Marcos Coimbra: FHC marcha o Brasil para o buraco por Conceição Lemes Marcos Coimbra: FHC e mídia de direita são tão parecidos que é difícil saber, hoje, quem influencia quem. Felizmente a maioria da população pensa diferente por Marcos Coimbra, em CartaCapital A vida é cheia de coincidências. Recentemente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou um de seus habituais artigos de discussão política. Foi daqueles nos quais assume o papel de farol das oposições. Seu conteúdo era, como se esperaria, fortemente crítico em relação ao governo. Por coincidência, no mesmo dia, os principais jornais estavam cheios de notícias negativas sobre a situação nacional. Depois de lê-los, qualquer um ficaria com a impressão de que o Brasil caminha em marcha acelerada para o buraco (se é que já não estaria dentro dele). Em outra coincidência, ficou pronta, naquele domingo, uma nova pesquisa nacional da Vox Populi. Feita em todo o País, sua amostra era suficiente para que os resultados sejam representativos dos sentimentos da opinião pública brasileira. O artigo de FHC e o tom do noticiário eram tão semelhantes que um desavisado poderia suspeitar. Os editores e o ex-presidente estariam combinados? Você diz isso e nós aquilo? Nós mostramos os “fatos” e você os interpreta? Conhecendo os personagens, é pouco provável. Mas FHC e a mídia conservadora não precisam combinar (no sentido de pactuar) exatamente porque combinam (no sentido de possuir afinidades). Cada um à sua maneira, contam as mesmas histórias. São tão parecidos que é difícil saber, hoje, quem influencia quem. Tendo há muito abandonado o vigor analítico de seus tempos de sociólogo, as ideias de FHC se parecem cada vez mais àquelas dos editorialistas e comentaristas da direita da mídia. E esses, por o admirarem com veneração, fazem o possível para imitar seu pensamento. A cada dia, FHC fica mais Globo e Veja (até porque não conseguiria viver sem eles) e elas mais FHC. Todos imaginam um Brasil lastimável, onde tudo dá errado. São, no entanto, de um otimismo imenso. Paradoxalmente, acreditam que estamos à beira do abismo, mas acreditam em uma saída simples e rápida: derrotar o “lulopetismo” na próxima eleição. Em contraste flagrante, não há qualquer coincidência entre o seu pensamento e o sentimento da vasta maioria do País. A pesquisa da Vox, como as outras recentemente divulgadas, do Ibope e do Datafolha, mostra quão pequena é a parcela da sociedade afinada com a oposição, seja nos partidos, nas instituições, na indústria de comunicação ou na opinião pública. Os entrevistados se dizem satisfeitos com o País e esperançosos em relação ao futuro. Entendem que sua vida tem melhorado e vai melhorar ainda mais. Sabem que falta muito por fazer, mas confiam no caminho trilhado. Aprovam o governo. A maioria considera “ótimo” ou “bom” o modo como Brasília lida com a economia, enfrenta a crise econômica internacional, trata as questões do emprego e da inflação, administra programas sociais, conduz a política habitacional, cuida da imagem externa do País. Gostam da presidenta: mais de 80% dos entrevistados a definem como “ativa”, com “garra”, “decidida”, “conhecedora do Brasil”, “boa administradora”. Mesmo em itens em que os políticos tendem a se sair mal, ela obtém índices muito favoráveis. Mais de 70% afirmam ser ela “sincera”, “próxima do povo” e “de palavra”. É tamanha a diferença entre as convicções oposicionistas e o sentimento popular que é como se vivêssemos em dois países. Em um, tudo vai mal e a mudança política seria imperiosa. No outro, as coisas seguem de maneira satisfatória e as perspectivas são positivas. Neste, a continuidade política é lógica. Está errada a maioria dos brasileiros? Os únicos certos são os próceres oposicionistas, os articulistas de meia dúzia de jornais e a minoria da sociedade? Somente eles conheceriam a “verdade”? Todos os restantes seriam ignorantes e incapazes de conhecer suas vidas, donde inabilitados para dizer-se satisfeitos de forma racional? Não é apenas autoritária a tese de que só alguns poucos privilegiados conhecem o Brasil e possuem a visão certa das coisas. É tola e inútil para a atuação política. Pode ser agradável para uma liderança escrever um artigo para jornal e ler na mesma edição uma manchete a confirmar sua análise. Assim como pode ser prazeroso para um jornalista referendar, por meio de seu trabalho, as ideias do ídolo. Nada disso adianta quando não coincide com o que o povo pensa e deseja. As oposições se acham superiores, mas estão apenas a léguas dos cidadãos. E são eles, os cidadãos, que elegem os governantes. Leia também: Tarso Genro denuncia um episódio em que a grande mídia demonstrou sua intolerância O post Marcos Coimbra: FHC marcha o Brasil para o buraco apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia. Compartilhar Marcar como não lido Curtir

Nicolás Maduro eleito presidente da Venezuela com vantagem de apenas 1,5% dos votos

por Luiz Carlos Azenha
 

Ilustração publicada por Augusto Ferreira no Facebook

por Luiz Carlos Azenha

O ex-chanceler da Venezuela e presidente-em-exercício, Nicolás Maduro, foi eleito neste domingo presidente da Venezuela, com 50,66% dos votos.

O candidato oposicionista Henrique Capriles Radonski obteve 49,07%.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, Maduro teve 7.505.338 votos contra 7.270.403 votos de Capriles. A participação foi de 78,71%.

Em 2012, Capriles obteve 44,55% dos votos ante 54,84% de Hugo Chávez, que teve seu quarto mandato interrompido em 5 de março de 2013 pela morte causada por um câncer.

Foi a décima oitava eleição em 14 anos na Venezuela. Aconteceu onze anos depois de parte da mídia brasileira ter celebrado um golpe cívico-militar contra o presidente Hugo Chávez, retratado aqui.

Horas antes do fechamento das urnas, um cracker invadiu as contas do twitter do candidato e presidente-em-exercício Nicolas Maduro e de outras personalidades e instituições ligadas ao chavismo, deixando mensagens como a que aparece abaixo.

Oficialistas denunciaram que o cracker atuava a partir de Bogotá, na Colômbia.

O fotógrafo Joka Madruga está em Caracas (aqui, um álbum com as imagens dele no Flickr):

 

O post Nicolás Maduro eleito presidente da Venezuela com vantagem de apenas 1,5% dos votos apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia.

6 horas atrás

“Falido” aos 72, Requião diz que humor na blogosfera é essencial

por Luiz Carlos Azenha
 

por Luiz Carlos Azenha

O senador Roberto Requião (PMDB-PR) sugeriu, durante o Segundo Encontro de Blogueiros, Redes Sociais e Cultura Digital do Paraná, que ativistas digitais e militantes políticos usem o humor, a ironia e o sarcasmo em seus espaços para desconstruir a mensagem da direita e enfrentar o pensamento único da grande mídia.

Segundo Requião, blogs muito intelectualizados correm o risco de afastar novos leitores ou de falar apenas para os mesmos. A observação veio num dia em que vários participantes falaram sobre o risco de a blogosfera se tornar uma “igrejinha”.

A blogueira Maria Frô, por exemplo, saudou a presença de militantes que vão organizar um encontro apenas entre blogueiros de saúde, em São Paulo, uma novidade que demonstra que mais e mais gente se apropria das ferramentas disponíveis no espaço digital para se organizar e reivindicar.

Antes, o blogueiro Eduardo Guimarães demonstrou preocupação com o tema, lembrando que milhões de brasileiros já se informam prioritariamente pelas redes sociais e que o número de internautas cresce diária e velozmente.

As mesas do encontro foram marcadas por outra constatação: a de que o poder da Globo e seus veículos associados vem crescendo no Brasil, ainda que o principal veículo das Organizações enfrente perda de audiência. É que, como lembraram Eduardo Guimarães e este que vos escreve, a Globo hoje se utiliza — com sua tradicional competência organizativa — de todas as plataformas de informação disponíveis para chegar ao público.

Como exemplo, lembrei a notícia segundo a qual a emissora contratou mil artistas para participar das Fun Fest da Copa do Mundo, as festas que acompanharão os jogos nas cidades-sede em 2014. As Organizações montaram uma empresa de eventos exclusivamente para isso. Ou seja, a Globo ganha dinheiro com a transmissão da Copa, com os patrocinadores da Copa, com os jogadores da Copa, com a abertura da Copa, com os torcedores da Copa…

Requião disse aos participantes que não acredita que o problema da imensa concentração midiática no Brasil — com certeza, uma das maiores do mundo — será enfrentado pelo governo Dilma, mesmo num eventual segundo mandato. O senador sugeriu que se faça uma tranfusão de 10% do sangue da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, para sua colega brasileira Dilma Rousseff.

Na Argentina, Kirchner conseguiu aprovar uma Ley de Medios que barra o avanço do grupo monopolista local, o Clarín, equivalente argentina das Organizações Globo.

[Leia aqui sobre as leis de mídia na América Latina]

Requião, o tuiteiro mais influente do Senado brasileiro, disse aos presentes que cuida pessoalmente de sua conta no Twitter, mas que seu perfil no Facebook é administrado por assessores. Ele foi instado pela blogueira Maria Frô a investir mais no Face. O senador foi definido como um “meme vivo”. Memes são mensagens básicas, equivalentes a manchetes de jornais, que pela facilidade de compreensão e poder de fogo recebem grande número de compartilhamentos.

O senador paranaense é reconhecido pelo estilo direto no Twitter:

Requião descreveu sua tentativa de aprovar no Senado uma lei que garanta o direito de resposta, que está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado. Depois de receber apoio praticamente unânime, o projeto passou a enfrentar dificuldades, com o acréscimo de emendas que poderiam descaracterizá-lo.

Algumas emendas vieram de senadores que anteriormente haviam dado apoio completo à ideia. O projeto deverá ser analisado na sessão da próxima quarta-feira, mas sem a presença de Requião, que estará no Paraguai como observador de eleições locais.

Requião não especulou sobre se os senadores foram vítimas da chamada “síndrome de abstinência do Jornal Nacional”.

Ao falar das dificuldades enfrentadas pela blogosfera, especialmente o cerco judicial — ele dividiu a mesa com o autor do blog do Tarso, multado em 106 mil reais pelo TRE-PR, a pedido do candidato Luciano Ducci, por colocar no blog uma enquete eleitoral –, Roberto Requião disse que chega aos 72 anos de idade “falido”, depois de ter gasto 800 mil reais com a Justiça.

“Sou o político mais processado do Brasil”, afirmou, “mas nunca por corrupção”. Um dos processos, segundo o senador, foi movido por um político a quem denunciou por corrupção, que alegou que a sentença de condenação por falcatruas ainda não havia transitado em julgado.

Outra ação, movida pelo Ministério Público Federal, diz respeito à TV Educativa do Paraná. Durante o governo estadual de Requião, a emissora transmitia a chamada Escola de Governo, na qual integrantes do Executivo estadual debatiam e prestavam contas sobre ações de governo. Em caso de condenação, Requião disse que teria de ressarcir aos cofres públicos — pelo tempo usado na TV Educativa — valores que ultrapassam “em mais de dez vezes” todo o seu patrimônio.

Requião disse que, na época, entusiasmado com o programa Brasil Nação, que debatia temas nacionais na TV Educativa, chegou a procurar o ex-presidente Lula para sugerir que se fizesse o mesmo em nível nacional. O então presidente pediu que o então governador do Paraná fosse ao ministro da Casa Civil, José Dirceu. Procurado, Dirceu afirmou que o governo já tinha “sua TV”. Dirceu disse a Requião, segundo este, que era “a Globo”.

No encontro de blogueiros, o senador paranaense também se disse descrente dos partidos políticos brasileiros e criticou o governo Dilma. Segundo ele, a presidente está fazendo o que nem mesmo o tucano Fernando Henrique Cardoso fez em seus dois mandatos. Em caso de aprovação da MP dos Portos, que tramita no Congresso, o BNDES será autorizado a financiar a privatização (aqui, um discurso do senador a respeito do tema).

Requião afirmou que Dilma só pensa na reeleição, não tem um projeto de desenvolvimento nacional coerente e apela às concessões à iniciativa privada numa tentativa de bombar o PIB.

Questionado pela plateia, disse que não se trata de “correlação de forças”, nem de uma suposta aliança conservadora das bancadas ruralista e evangélica, nem do fato de que o PT não tem maioria no Congresso, ao contrário de forças políticas que sustentam ou sustentavam Hugo Chávez, Evo Morales, Cristina Kirchner ou Rafael Correa. As medidas conservadoras de Dilma, segundo Requião, são formuladas “na cúpula do governo”.

Requião falou sobre a importância da coragem na política. Citou um exemplo caseiro. Foi quando, durante uma campanha eleitoral no interior do Paraná, criticou o projeto de uma estrada que destruia o meio ambiente e foi vaiado por eleitores (mais tarde, descobriu, obteve 72% dos votos na região).

Apesar das críticas, Requião diz que se considera da base do governo e não vê opção para 2014. Sobre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, a quem chamou de Dudu Beleza, o senador disse que “Eduardo está muito à direita, muito à direita” de Dilma. Sem entrar em detalhes, afirmou que um dos motivos para não apoiar o líder do PSB vem do fato de que ele, Requião, foi relator da CPI dos Títulos Públicos, popularmente conhecida como CPI dos Precatórios.

Abaixo, uma entrevista em áudio com o senador e o registro, em vídeo, da mesa de sábado à noite do BlogProg do Paraná:

0314_162638 1

 

O post “Falido” aos 72, Requião diz que humor na blogosfera é essencial apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia.

7 horas atrás

Ricardo Young explica assinatura em homenagem à Rota

por Conceição Lemes
 

Nota enviada pela Assessoria de Comunicação do vereador Ricardo Young (PPS-SP), via e-mail

por Ricardo Young

Em apenas três meses de mandato, já fiquei conhecido pelos assessoristas da Câmara Municipal como “o vereador que lê”. Durante as sessões, eles circulam pelo plenário recolhendo as assinaturas dos vereadores para dar início à tramitação de diversos projetos.

Tenho como princípio a leitura de cada um antes de assinar e geralmente me posiciono contra homenagens, por acreditar que a cidade tem muitos assuntos urgentes para serem debatidos por seus vereadores. O olhar atento é importante porque já chegou às minhas mãos até mesmo projeto de homenagem a empresário de jogos de cartas!

Entretanto , algumas vezes nos são apresentadas pilhas de papeis com dezenas de projetos em meio aos debates das sessões. Inadvertidamente, li apenas as linhas gerais do requerimento para tramitação do projeto que concede salva de prata à Rota e, portanto, assinei-o sem ter conhecimento da sua justificativa. Foi um erro, pois sou contra a homenagem.

Assim que tomei conhecimento da justificativa para a homenagem, referindo-se ao desempenho da Rota no período da Ditadura Militar que tanto nos envergonha, tomei imediatamente a providência de me manifestar em plenário contra a medida, dizendo que “o passado da Rota é muito difícil e todos sabemos que havia muita impunidade na época da Ditadura. Obviamente, houve progressos com relação aos seus procedimentos. Daí para justificar uma homenagem assim, precisamos refletir.” Está disponível o áudio do meu discurso naquela oportunidade: https://soundcloud.com/ricardoyoungvereador-1/sessao_plenaria_2603-wav.

Minha trajetória não deixa dúvidas de que sempre me preocupei com os Direitos Humanos e jamais defendi a Ditadura Militar. No mesmo dia desse discurso em plenário, fui integrado à Comissão Municipal da Verdade, que pediu a apreciação do projeto e certamente irá sugerir seu arquivamento. O público que acompanha minhas ações através do vídeo Direto do Plenário, que gravo após cada sessão, ficou a par dessa articulação no mesmo dia:http://www.youtube.com/watch?v=dDBH0LTFqrM

Por fim, vale esclarecer que as assinaturas dos vereadores significam apenas o apoio à tramitação do projeto, ou seja: a permissão para que a ideia seja debatida pelas comissões e no plenário. As assinaturas não coincidem, portanto, com o voto favorável ao projeto, que passará por votação apenas no final do seu caminho pela Casa.

Os paulistanos elegeram três coroneis reformados da Polícia Militar para representá-los nesta legislatura, portanto, é de cunho democrático que permitamos o debate dessas questões. O mais importante, no entanto, é que a sociedade acompanhe o nosso trabalho atentamente e marque presença, como estão fazendo desta vez. Pois só podemos pensar verdadeiramente nossa cidade quando o interesse público tem vez e voz.

Leia também:

Vereadores criticam nosso texto sobre homenagem de Telhada à Rota

Petistas assinaram projeto de homenagem à Rota: A troco do quê?

O post Ricardo Young explica assinatura em homenagem à Rota apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia.

10 horas atrás

Vinícius Vieira: A parceria de Beto Richa com a Microsoft

por Luiz Carlos Azenha
 

por sugestão do Buranello Ambrosio, no Facebook

PSDB fecha parceria com Microsoft para tentar “afundar” projetos de Software Livre

VINÍCIUS VIEIRA 11/04/2013

no #seja livre

É isso mesmo minha gente, vocês não estão no blog errado: estamos sim falando de política!

Nesta semana recebemos uma denúncia de que o Governo do Estado do Paraná estaria fechando parcerias com a Microsoft, afim de “alavancar” o ensino público estadual.

O Governador do Paraná, Beto Richa, do PSDB, assinou anteontem (09) um acordo de intenções com a Microsoft no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. O presidente da Microsoft Brasil, Michel Levy, disse que o Paraná está “puxando o trem da competitividade” no país.

O mais interessante é que o Paraná é o único Estado do país que tem lei aprovada de incentivo e uso de Softwares Livres (Lei Estadual 14.058/2003), que determina que a Administração Pública do Paraná deve utilizar, preferencialmente, programas abertos de computador.

Na aquisição de softwares proprietários, deve ser dada preferência para aqueles que operem em ambiente multiplataforma, permitindo sua execução sem restrições em sistemas operacionais baseados em software livre.

Ou seja, a iniciativa também descumpre as leis 14.195/2003 e 15.6742/2007, todas da época do governador Roberto Requião (PMDB), mas que ainda estão em plena vigência.

Se você não sabe leitor, o Governo do Estado do Paraná tem um dos principais órgãos tecnológicos do país, a CELEPAR, que inclusive foi criado para “executar políticas e ações envolvendo o Software livre” no âmbito do Estado do Paraná:

O Governo do Paraná é um dos principais usuários e desenvolvedores de software livre de todo o país.

A opção pelos programas de código aberto faz parte das políticas estratégicas de governo. Sua execução é de responsabilidade da CELEPAR. (leia mais aqui)

Celepar, cadê você???

A Celepar é responsável por inúmeros projetos de Software Livre público, como por exemplo o Expresso Livre, e que infelizmente com iniciativas como esta acabarão afundando no mar do esquecimento e subemprego.

Mas como um Estado que incentiva a prática do Software Livre no país aceita um acordo destes?

Os governos não são feitos de políticos e sim de partidos. No fim das contas, quem governa, manda e desmanda é o partido político do meliante cidadão em que votamos.

Segundo as nossas pesquisas, o PSDB, partido do Governador Beto Richa, tem um histórico interessante de “acordos com a Microsoft”, vejamos:

– No próprio site do PSDB encontramos uma notícia de que o Governador de Goiás, Marconi Perillo, fez uma viajem aos EUA no ano passado (2012) afim de se reunir com a Microsoft e “agradecer” a empresa pela “economia de R$ 90 milhões aos cofres públicos de Goiás”. Se a VERDADEIRA INTENÇÃO do PSDB fosse a economia, teriam usado software Livre e não teriam gasto um único centavo!

– Em 2009 o Governo do Estado do Rio Grande do Sul também fechou parceria com a Microsoft para implantação do “Windows Educação” nas escolas públicas.

– Segundo o Presidente da Microsoft do Brasil, a empresa está negociando os mesmos termos com outros estados do país, como por exemplo o Rio de Janeiro, que apesar de ser governado pelo “PMDBista” Sérgio Cabral, tem aliança com o PSDB.

– O Criador do AI-5 Digital, Eduardo Azeredo, que também é do PSDB, recebeu apoio da Microsoft em pesquisas sobre infecção por vírus no país (leia esta página, no fim do artigo), e usa este dado para basear sua escrúpula invernada contra a Internet brasileira. É engraçado falar que “se colocarmos rédeas na internet” as infecções por vírus diminuirão, mas ninguém comenta em se usar plataformas menos suscetíveis a vírus como forma de diminuição destes dados…

– Instalações do PSDB são usadas para eventos da Microsoft

Gente, não sou “esquerdista”, muito menos “PTista” e nem sequer confio ou apoio nenhum partido político, mas acho que deu pra ficar bem claro a parceria do PSDB com a Microsoft. A pergunta que não quer calar é: por que será que um partido político teria uma parceria com uma empresa desenvolvedora de software? E a resposta é simples: desvio de dinheiro público e Lobby!

Sinceramente esse Brasil me enoja…

Leia também:

Dr. Rosinha: O terrorismo econômico dos pró-juros altos

O post Vinícius Vieira: A parceria de Beto Richa com a Microsoft apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia.

11 horas atrás

“Estado continua passando por cima das caveiras dos povos indígenas”

por Conceição Lemes
 

Gersem Baniwa: Atual projeto de nação não tem lugar para povos indígenas. Foto: Daiane Souza/UnB Agência

Thiago Pimenta – Portal EBC 

Após manifesto de funcionários da Funai por um plano de  indigenismo brasileiro, o Portal EBC entrevistou o indígena e doutor em antropologia Social, Gersem Baniwa, que atualmente é professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Na opinião de Gersem, que é originário do grupo indígena Baniwa (localizado normalmente no noroeste do Amazonas), um plano indigenista passa previamente por um projeto de nação do país, não podendo acontecer de forma dissociada: “Quando observamos a difícil situação de vida dos povos indígenas, pelas permanentes violações de seus direitos básicos, como o direito ao território e à saúde, podemos acreditar que ou o Brasíl ainda não definiu seu projeto de nação; ou já definiu e neste projeto não há lugar para os povos indígenas”, destaca.

O pesquisador,  que já trabalhou em projetos no Ministério da Educação, reconhece alguns avanços das ações do governo na área escolar e na saúde indígena. O pesquisador reforça os esforços de gestores e técnicos que tentam avançar nas políticas indigenistas, mas denuncia as pressões sofridas pelos índios brasileiros por outros setores.

PLANO INDIGENISTA

Portal EBCAntes de tudo, em que consiste um plano indigenista?

Gersem: Um plano indigenista para o Brasil passa pela existência de um Projeto de Nação do Brasil. Quando observamos a difícil situação de vida dos povos indígenas, pelas permanentes violações de seus direitos básicos, como o direito ao território e à saúde, podemos acreditar que ou o país ainda não definiu seu projeto de nação; ou já definiu e neste projeto não há lugar para os povos indígenas.

Portal EBC: O texto da Constituição de 88 reconhece aos indígenas o direito à organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e dá a eles os direitos originários sobre as terras que ocupam. Já a União é responsável por demarcar essas terras, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Não seria esse o começo desse projeto?

Gersem: A sociedade brasileira tentou dar sua contribuição por ocasião da Constituinte de 1988, assegurando direitos básicos que garantissem a continuidade étnica e cultural dos povos indígenas, por meio dos direitos sobre suas terras tradicionais e o reconhecimento de suas culturas, tradições e organização social, além do reconhecimento da plena capacidade civil e de cidadania.

Minha hipótese é de que essas conquistas legais tinham relação com sentimento de culpa pelos séculos de massacres e mortes impostos aos índios pelos colonizadores, portanto, como medidas reparadoras do ponto de vista moral.

Mesmo reconhecendo alguns avanços pontuais no campo da educação (acesso à educação básica e superior ampliado), do direito à terra principalmente na Amazônia Legal e de participação política (06 prefeitos e 76 vereadores indígenas), o Estado continua passando por cima das cabeças e de caveiras dos povos indígenas como acontece de forma escancarada e vergonhosa no Estado de Mato Grosso do Sul, onde os índios Guarani-Kaiowá continuam sob fogo cruzado por fazendeiros e políticos da região. Para as elites econômicas e políticas do país, os povos indígenas continuam sendo percebidos e tratados como empecilhos para o desenvolvimento econômico do país (que na verdade é o enriquecimento desses grupos). Portanto, um plano indigenista brasileiro depende necessariamente da clareza de que nação, sociedade e país se quer construir. Os povos indígenas só terão chance se o Brasil assumir com seriedade a construção de um projeto de nação baseada em uma sociedade pluriétnica, multicultural e solidária.

Portal EBC: Quais seriam os pontos são mais importantes para um bom plano indigenista para o país?

Gersem: O ponto mais importante de um plano indigenista é garantir as condições reais para a garantia plena dos direitos indígenas, baseadas no protagonismo e na cidadania dos indivíduos e coletividades indígenas.

Somente a garantia desses direitos pode garantir a continuidade étnica e cultural desses povos, por meio de segurança territorial, segurança econômico-alimentar, política de educação adequada e  política de saúde eficiente.

Isso também daria sinal de que os povos indígenas podem ter seu espaço na sociedade brasileira. Percebemos uma grande contradição na política indigenista atual: uma parte minoritária do Estado (governo) que tenta adotar o discurso e a prática em favor dos povos indígenas e a outras majoritária que ao contrário, adota discursos e práticas anti-indígenas.

SITUAÇÃO ATUAL DOS ÍNDIOS BRASILEIROS

Portal EBC: Como você vê a atual situação dos indígenas brasileiros? O que precisa mudar?

Gesem: Hoje os povos indígenas do Brasil passam por uma situação muito difícil e ruim, com violações constantes aos seus direitos e com a crescente violência física e de morte que sofrem. Os dez anos seguintes à promulgação da CF de 1988 foram de gradativo processo de conquistas de direitos concretos (demarcação de terras, educação escolar, organização social e participação política) mas, os últimos três anos foram de estagnação com forte tendência de retrocesso sem precedentes para os povos indígenas.

A leitura que faço é que o Estado (comandado pelas elites políticas e econômicas) se arrependeu de reconhecer os direitos indígenas e agora faz de tudo para, em primeiro plano, violar esses direitos e em segundo plano, anular ou reduzir esses direitos.

Ou é isso, ou o Estado está assumindo sua incapacidade e incompetência para garantir os direitos dos povos indígenas. As políticas existentes são completamente insatisfatórias. Estão sempre voltadas para resolver ou minimizar problemas acumulados. As políticas indigenistas continuam sendo autoritárias, paternalistas e tutelares. Embora o Brasil tenha adotado a Convenção 169 da OIT, há anos, até hoje ela não foi regulamentada. Neste sentido, um plano indigenista moderno precisa superar seriamente a visão imediatista, autoritária e de descaso institucional. Precisa ser construído um plano transparente e participativo de curto, médio e longo prazo, com metas, objetivos e condições claros de implementação. O mais importante é o plano indigenista ser do Estado e não apenas de um governo ou do órgão indigenista.

Portal EBC: Que ações merecem destaque na atual política indigenista?

Gersem: É importante reconhecer que nos últimos houve esforços e tentativas do governo federal em avançar nas políticas de atendimento voltadas para os povos indígenas, principalmente após o fim do monopólio da política indigenista pela Fundação Nacional do Índio (Funai), no início da década de 1990. O Ministério da Saúde tem se esforçado para tentar responder às demandas indígenas. O Ministério do Meio Ambiente iniciou experiências inovadoras ainda no final da década de 1990 em apoio técnico e financeiro para projetos socioeconômicos alternativos e autossustentáveis de comunidades indígenas na Amazônia. O Ministério da Educação empreendeu esforços junto aos estados e municípios em busca de melhorias no atendimento escolar às aldeias indígenas.

Sem dúvida que essas experiências das últimas duas décadas lograram avanços e êxitos parciais e de algum modo contribuíram para a recuperação da autoestima e de esperança no futuro dos povos indígenas, expressa por meio do crescimento demográfico desses povos que está se aproximando de um milhão de indígenas no país (considerando que na década de 1960 chegaram à cifra de 200.000 indígenas) e da presença cidadã dos indígenas na vida do país.

As experiências revelaram também questões preocupantes, como as limitações do Estado no atendimento aos direitos e anseios indígenas. Os gestores e técnicos de ministérios bem que tentaram avançar nas políticas voltadas aos povos indígenas, mas percebe-se atualmente o limite dessas possibilidades, diante do contexto político e econômico do país.

Essas possibilidades esbarram na falta de vontade política dos dirigentes maiores em dar relevância às questões indígenas. Sem determinação política o tema nunca entra na lista de prioridades do governo e, por isso, as instâncias e estruturas que atuam junto a esses povos estão sempre esvaziadas, desestruturadas e desqualificadas, sem recursos financeiros, sem equipes e sem condições administrativas. Deste modo fica difícil assegurar os direitos indígenas que ficam a mercê dos interesses econômicos anti-indígenas. Muitas vezes parece que o governo se presta a servir aos interesses desses grupos.

Portal EBC: Como você avalia o trabalho da Funai hoje?

Gersem: Nos últimos dez anos a Funai tem se esforçado para estar ao lado dos povos indígenas no enfrentamento dos problemas existentes nas aldeias, mas é um órgão do Estado e dos governos, portanto, dominada pela incapacidade e ineficiência institucional. É um órgão com eminência de falência institucional, por ausência de força e crédito político, falta de recursos humanos, equipe reduzida e mal preparada, e com infraestrutura arcaica.

É evidente o processo de sucateamento e enfraquecimento do órgão nos últimos anos, na mesma proporção em que as oligarquias econômicas e políticas nos municípios e Estados se organizaram e se fortaleceram contra os direitos indígenas. O enfraquecimento da Funai é o mais claro exemplo do descompromisso do governo e do Estado para com a defesa e garantia dos direitos indígenas no país. Com isso, os povos indígenas cada vez mais estão à mercê e se tornam reféns de municípios, estados e grupos políticos e econômicos hostis aos direitos indígenas. Isso deixa claro também a necessidade de reorganização e fortalecimento do papel do governo federal na defesa e garantia desses direitos.

Portal EBC: Como você vê a atual atenção à saúde prestada aos indígenas?

Gersem: A política de saúde indígena no Brasil é a que mais se esforçou na busca por um plano mais adequado para o atendimento aos povos indígenas que teve início com a implantação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI´s), enquanto uma etnoterritorialização do atendimento, o que é uma ideia inovadora com grandes possibilidades.

No entanto, tem sofrido como todas as demais políticas indigenistas das profundas contradições e irracionalidades da política e da administração pública brasileira. Recentemente foi criada a Secretaria Especial de Saúde Indígena, como resultado de décadas de luta dos povos indígenas, mais uma iniciativa relevante e, no entanto, foi neutralizada pelos gargalos administrativos homogêneos da burocracia estatal pensada para atender as realidades dos centros urbanos.

Sem equipes e sem condições logísticas adequadas, a política de saúde indígena está sendo um pesadelo para a saúde dos povos indígenas. O mesmo acontece no campo das políticas de educação escolar indígena, principalmente em regiões da Amazônia e do Nordeste, onde construções de infraestrutura e transporte logístico básicas não são possíveis de serem resolvidas pelos irracionais procedimentos licitatórios.

O mesmo acontece com a falta de recursos humanos qualificados para atuar nas aldeias ou próximo às aldeias, pois as formas de contratação, temporárias ou de carreira, não são adequadas, pois dificilmente profissionais qualificados se dispõem a trabalhar nas aldeias com baixos salários pagos pelo poder público.

Portal EBC: Como você vê a situação dos indígenas isolados e recém-contatados?

Gersem: Entendo que esses povos apresentam consciência sobre a situação de não estabelecerem contato permanente com a sociedade nacional e por isso devem ser respeitados nessa decisão. Neste sentido, cabe ao Estado protegê-los, criar condições de proteção sem ação interventiva ou esforço para estabelecer contato, pois estes povos fazem parte da nação brasileira, ainda que desconhecidos da população majoritária.

PRESSÕES SOFRIDAS POR POVOS INDÍGENAS

Portal EBC: Quais são as maiores pressões sofridas pelos indígenas brasileiros? Quais são os agentes dessas pressões?

Gersem: Na atualidade, as maiores pressões aos povos indígenas vêm dos grupos ruralistas e mineradores do país além, é claro, dos próprios agentes do Estado e das grandes construtoras interessados pelos territórios indígenas e principalmente pelos recursos naturais neles existentes.

As principais ameaças vêm das elites econômicas, principalmente ruralistas, na medida em que estão, a todo custo, espoliando as terras indígenas. É importante afirmar que não é possível garantir a continuidade etnocultural dos povos indígenas sem a garantia territorial. Mas não podemos esquecer a outra ameaça que vem das igrejas religiosas, que estão realizando, verdadeiros massacres culturais por meio de suas imposições doutrinárias em detrimento das culturas e valores indígenas.

Portal EBC: De que forma essas pressões podem ser aliviadas?

Gersem: Primeiro, a partir de um ordenamento territorial, respeitando-se os direitos constitucionais dos povos indígenas. No Brasil, é necessário se criar o hábito e a cultura de se respeitar as leis e o Estado ou governos precisam criar vontade e capacidades para exerceram o poder para zelar pelo cumprimento das leis, indistintamente de classes, grupos sociais ou credos.

Segundo, é necessário respeitar a legislação nacional e internacional que asseguram a participação e a consulta prévia e qualificada aos povos indígenas em qualquer projeto ou programa governamental que lhes afetem. 

Em terceiro lugar, o que é mais importante é a superação do preconceito histórico sobre os povos indígenas de que são empecilhos para o desenvolvimento do país e a superação do racismo que considera os povos indígenas como atrasados ou não civilizados. Não é possível pensar o Brasil desenvolvido e civilizado enquanto não aprender a respeitar e valorizar um dos seus três pilares étnicos, que formaram o povo e a nação brasileira, que são os povos indígenas ou povos originários.

Portal EBC: As grandes obras como a construção de hidrelétricas e rodovias também ameaçam os povos indígenas?

Gersem: Sem dúvida, depois da luta pela terra as construções de grandes obras ameaçam seriamente a vida presente e futura dos povos indígenas, na medida em que afetam diretamente os ecossistemas dos territórios indígenas que são fundamentais para a sobrevivência física e cultural. É importante destacar que os povos indígenas precisam integralmente de seus territórios, enquanto ecossistemas integrados e abrangentes para perpetuarem suas culturas, tradições, seus conhecimentos e seus modos de vida.

Portal EBC: Qual a sua opinião sobre a recente militarização nessas grandes obras, como a presença da Força Nacional no Complexo Tapajós?

Gersem: Acho completamente desnecessária e mostra claramente a atitude arbitrária e autoritária do governo. Mostra ainda total falta de sensibilidade e capacidade de diálogo com o movimento social indígena. E o que mais assusta com essa atitude do governo é a possibilidade de que o governo esteja radicalmente decidido a seguir o discurso de em nome do “relevante interesse público” passar por cima dos povos indígenas, ou seja, mais uma vez os povos indígenas podem pagar com suas vidas o suposto bem estar da sociedade majoritária e pode no futuro próximo estimular instabilidade social nas regiões e no país. Um diálogo franco, transparente e democrático com os interessados deveria ser instituído para mediar e solucionar conflitos de interesses. Nem sempre a força física e militar é a melhor solução para muitos casos.

Portal EBC: A lei 5.371 diz que a Funai deve exercer o poder de polícia nas áreas reservadas e nas matérias atinentes à proteção do índio. Como você vê a questão do poder de polícia conferido à Funai? A instituição deve ter autonomia ou deve recorrer a outros órgãos de segurança pública?

Gersem: Em primeiro lugar não tenho nada contra o poder de polícia da Funai, mas acho isso completamente inviável pelas condições em que o órgão se encontra: enfraquecido, desestruturado e principalmente sem equipe qualificada.

Em segundo lugar, é importante considerar o papel do estado brasileiro na defesa e proteção dos direitos dos povos indígenas e, para isso, dispõe de vários instrumentos e mecanismos institucionais, como Ministério Público, a Polícia Federal e a Força Nacional e outros órgãos. Não acredito que somente uma Funai armada irá resolver os problemas dela e dos povos indígenas, mas sim um plano indigenista sério, forte e eficiente, com o peso e a responsabilidade do Estado e dos governos.

Portal EBC: Um delegado da Polícia Federal da Delegacia Vilhena, em Rondônia, sugeriu que a Funai fizesse a regularização quanto ao porte de armas de fogo por parte dos servidores. Você é contra ou a favor do porte de armas por funcionários da instituição?

Gersem: Em primeiro lugar, sou contra porte de armas para qualquer cidadão que não represente órgãos de segurança pública, de modo que os funcionários da Funai só deveriam portar armas caso eles exerçam poder de polícia, caso contrário sou completamente contra.

PERSPECTIVAS PARA O INDIGENISMO BRASILEIRO

Portal EBC: Na sua opinião, qual é a maior urgência do indigenismo brasileiro?

Gersem: A maior urgência é a definição clara de uma política indigenista para o país com metas de curto, médio e longo prazo. Uma política que estabeleça com clareza o lugar dos povos indígenas na nação brasileira. E para mostrar compromisso e seriedade com esta política é fundamental a aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas que expresse este plano indigenista de curto, médio e longo prazo de forma articulado.

O governo federal precisa assumir a responsabilidade pela defesa e proteção dos direitos desses povos, conforme determina a Constituição Federal. Só uma atuação exemplar do governo federal pode tirar os povos indígenas das mãos sanguinárias das elites econômicas, principalmente ruralistas.

Portal EBC: Quais são as perspectivas futuras para o indigenismo brasileiro?

Gersem: De muita angústia, muita dúvida e muita luta na tentativa de evitar que mais uma onda de genocídios volte a ser executada no Brasil. A esperança está em uma geração de jovens indígenas que estão se formando nas academias brasileiras e que ao longo dos próximos anos vão estar assumindo a liderança de suas aldeias e seus povos e, em muitos casos, também ocupando espaços nos órgãos da administração pública e nos poderes constituídos do país e que podem propor e construir novas alternativas de resistência e sobrevivência dos povos indígenas do Brasil.

O grande desafio dessa nova geração de lideranças indígenas é domesticar a hostilidade, a ambição, a vaidade e o senso de tirania dos grupos políticos e econômicos que dominam as estruturas e as políticas do Estado e dos governos. Mas tenho certeza que os povos indígenas continuarão sua histórica luta de resistência mas também de fé por dias melhores em mundos melhores.

Edição: Leyberson Pedrosa

Leia também:

Leia também:

Dom Pedro Casaldáliga é ameaçado por invasores de Marãiwatsédé

Índios suruís criam comissão da verdade para apurar crimes da ditadura

“Terrorismo” informativo foi usado contra Guarani Kaiowá em MS, diz antropólogo Márcio Meira

Márcio Meira: Indígenas não ficam congelados no tempo

STF e as terras dos Guarani Kaiowá: a morte coletiva

Mariana Boujikian: “O Estado não pode mais ser conivente com o extermínio velado dos guarani”

Marco Antonio Delfino e Kenarik Boujikian: Portaria 303 da AGU afronta os direitos dos povos indígenas

 

O post “Estado continua passando por cima das caveiras dos povos indígenas” apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia.

12 horas atrás

Dr. Rosinha: O terrorismo econômico dos pró-juros altos

por Luiz Carlos Azenha
 

por Dr. Rosinha, no Facebook

Gráfico apresentado ontem pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) em seminário da revista ‘Brasileiros’. Lembre-se desse gráfico da inflação ao se deparar por aí com capas de revistas semanais como ‘Veja’ e ‘Época’. Quem de fato pisa no tomate? A velha mídia e seu terrorismo barato, pró-juros altos.

Leia também:

Gerson Carneiro e o jornal que “corrige” o Enem

O post Dr. Rosinha: O terrorismo econômico dos pró-juros altos apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia.

12 horas atrás

Gerson Carneiro: Jornal que “corrige” o Enem tem vidraça

por Conceição Lemes
 

por Gerson Carneiro, via e-mail

A mídia adora atirar pedras no Enem. Outro dia li esta frase sobre o Enem que não me sai da cabeça:  “A demagogia política anda de braço dado com a demagogia linguística”.

Pouco tempo depois li estas duas manchetes.


Frases do Enem? Nãooooooooooo. Do jornal que ultimamente tem atacado de corretor implacável de Redações do Enem.

Minha sugestão:  estudantes, abram o olho com os jornalões! Não sigam o exemplo deles.

Ah…só para relembrar: 31 dias é o período de um mês; Michelle Bachellet é ex-presidente do Chile.

Divirta-se um pouco mais:

Altamiro Borges: Um colar de tomates a serviço da alta dos juros

@emirsader: Tomate trai, baixa o preço e oposição vai pro vinagre

O dia em que o Estadão se curvou a Gerson Carneiro

O post Gerson Carneiro: Jornal que “corrige” o Enem tem vidraça apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia.

16 horas atrás

Tarso Genro e a arrogância da grande mídia: “Tomate não é uma concessão pública”

por Conceição Lemes
 

Segundo publicado pela Veja, tomate é “O fruto da carne”

por Tarso Genro, em Carta Maior

Um debate sobre a “regulação” da mídia que ocorreu aqui no RS por ocasião do “Fórum da Liberdade”, que eu não participei e do “Fórum da Igualdade”, que eu participei como conferencista inaugural, teve ampla repercussão no Estado e refletiu nacionalmente através uma matéria decente publicada na Folha de São Paulo.

Foi um episódio que demonstrou, mais uma vez, a intolerância  e a arrogância da  “Grande Mídia”,  para traficar os seus valores — fundados no lucro e na anarquia do mercado — no sentido de os tornarem artificialmente universais.

Como julgo este assunto extremamente importante para a esquerda e para o projeto democrático de nação que está em disputa no país, vou relatar o conteúdo da minha exposição no “Fórum da Igualdade”. Não vou citar nomes de pessoas nem de empresas, porque não só não tenho interesse de promover um debate personalizado sobre o assunto, como também entendo que  esta matéria não é restrita ao nosso Rio Grande e deve ser alvo de discussões que não podem ser banalizadas por conjunturas regionais.

Tudo começou com a minha ausência no “Fórum da Liberdade”, onde eu participaria como autoridade da sessão inaugural e a minha presença no ‘Fórum da Igualdade”, para o qual eu fora convidado como conferencista de abertura, tendo como ouvintes sindicalistas, militantes de esquerda, parlamentares de partidos que formam no grupo de opinião que rejeita o projeto neoliberal e também dirigentes do movimentos sociais.

Este Fórum, com escassa repercussão midiática,  porque composto de grupos, entidades e pessoas com força econômica escassa,  para ter qualquer interferência promocional na grande mídia,  é diferente do  “Fórum da liberdade”. Este , como se sabe, é composto por doutrinadores, empresários, executivos de empresas que defendem   -já de forma  um pouco monótona-   a redução dos gastos sociais (“improdutivos”), o “enxugamento do Estado” (nos salários e nas políticas sociais) e a “redução da carga tributária”, não sem militar pelo  aumento dos investimentos públicos em infraestrutura, pelas renúncias fiscais e pelos financiamentos subsidiados para as grandes empresas.

É uma pauta legítima na sociedade que vivemos, é claro, mas que cumprida integralmente levaria o nosso país ao caos social, quem sabe a uma ruptura anárquica pela direita autoritária, já que a devastação das escassas políticas de coesão social mínima, que conseguimos implementar nos últimos anos, geraria uma revolta generalizada entre os pobres do país, que usufruem de direitos sociais muito limitados ainda hoje no nosso Brasil.

A fala que proferi no “Fórum da Igualdade” despertou a ira no “Fórum da Liberdade” e também  uma divulgação viciada do conteúdo da minha palestra, interditando o debate que ali propus, através dos estereótipos de costume: “quer o controle da mídia”, “quer a censura à imprensa “, “quer vedar o direito de opinião”, etc. A  argumentação mais sólida que ofereceram foi o “exemplo tomate”.

Este exemplo, passará para a história da liberdade de imprensa no país, já que uma conhecida editorialista disse, mais ou menos o seguinte: “essa questão da mídia livre é que nem o tomate, que  está caro, ou seja, não se compra; se não gostou das matérias, muda de emissora ou  de jornal”.

Só que o tomate não é uma concessão pública, nem o acesso a ele está regulado pela Constituição Federal. Um detalhe insignificante que muda tudo. Vejamos o que eu disse no “Fórum da Igualdade.”

Tratei, fundamentalmente, de dois assuntos na minha palestra para os trabalhadores.

Primeiro, que as empresas de comunicação, em regra, não cumprem  a finalidade constitucional das concessões, pois a norma que as regula orienta que a programação das emissoras  contemple conteúdos regionais, educativos, culturais,  e proteja os valores da família  -ou seja também tenha como sentido valorizar a comunidade familiar —  obviamente adequando-se à moralidade contemporânea. Disse, ainda,  na minha fala,  que oitenta por cento dos programas sairiam do ar, se esta norma constitucional fosse cumprida.

Segundo, tratei da evolução da questão das liberdades, que percorreu a gênese da democracia. Inicialmente, como lutas pela “liberdade de pensamento”  (já que era vedado inclusive na intimidade, mesmo sem publicitar, desconfiar da validade da religião católica).   Depois, como “luta pela liberdade de expressão”, já no Renascimento, quando alguns eruditos brilhantes começam a se libertar da dogmática religiosa absoluta e resolveram  expressar-se  em público como dissidentes “humanistas”  (os painéis de Michelangelo na Capela Sistina vêem um Deus Homem,  promovendo uma inversão figurativa da Teologia: o Deus abstrato e longínquo  passa a ser concebido como um forte Homem concreto);    depois, abordei uma importante liberdade dos modernos, a “liberdade de imprensa”, que se consagra na Revolução Francesa, avassala a Europa ( liberdade de dizer em público e  imprimir o “dito”, que  subverte o monopólio da fala pelas elites) e torna-se um  valor democrático altamente respeitado.

Finalmente, abordei um quarto tema. A questão da “liberdade de fazer circular livremente as  opiniões”. Sustentei  que hoje existe uma absoluta desigualdade de meios,  para que as opiniões possam circular de maneira equânime, embora as redes na internet  tenham aberto novas fronteiras para a circulação da comunicação.

Mas, atenção: as redes são acessíveis a todas as opiniões  (e é bom que o sejam), mas as TVs e Rádios das “Grandes Mídias” empresariais com tendência monopolista não são acessíveis a todas as opiniões.

As opiniões, nas “Grandes Mídias”, inclusive  podem ser  (e frequentemente o são) filtradas, editadas, selecionadas, distorcidas ou manipuladas, inclusive com o enquadramento dos jornalistas da própria empresa. Nem sempre, nem em todos os momentos,  nem em todas as empresas  de comunicação isso ocorre. Mas todas estão disponíveis para estes métodos, ao gosto dos seus proprietários.

Sustentei, portanto, que há um bloqueio radical da circulação da opinião, cuja divulgação é orientada pela empresa de comunicação,  a partir dos valores culturais, ideológicos e políticos  dos seus proprietários.

Qual a sugestão que dei no Foro da Igualdade,  que me convidou para a fazer a abertura solene do seu evento? Censura? Expropriação de empresas? Não.

Disse que o Estado deve promover políticas de financiamento e subsídios  (que as atuais instituições de comunicação empresariais inclusive já têm) e novos marcos regulatórios, para que possam surgir mil canais de comunicação, com igualdade de qualidade tecnológica e profissional (com mais oportunidades de trabalho livre para os próprios jornalistas), através instituições de comunicação que não dependam   do mercado e dos grandes anunciantes.

Canais que possam  ter uma política de informação mais objetiva e aberta e um  debate político mais amplo do que a ladainha neoliberal. Canais que não adotem como mercadoria-notícia a escalada da cultura  da força e da violência, dentro da qual concorrem os principais meios de comunicação do país. Trata-se de dar novas oportunidades de escolha aos cidadãos, aos pais, às mães, aos consumidores, que somos todos nós, para que possamos ver e ouvir outras coisas, debater outras idéias, sem qualquer tipo de censura, seja  do Estado, seja dos proprietários das empresas e dos  seus anunciantes.

Isso certamente foi demais e a “circulação da opinião restrita”, que eu mencionara nos meus argumentos em favor  da “circulação da opinião mais livre”, foi comprovada pela voz massiva e monocórdia das respostas à palestra, que proferi aos trabalhadores. Revolveram a tese do “controle dos meios de comunicação pelo Estado”  – como se já não houvesse controle  do Estado, que é o poder concedente dos canais-  misturando este assunto com a minha ausência no Foro da Liberdade. O mesmo em que o Vice-Governador do Estado, em outro momento de abertura,  foi solenemente vaiado porque ousou dizer que o Governo Lula melhorou o Brasil.

A  intolerência demonstrada pela “Grande Mídia”, também  neste episódio, prova que ainda temos um largo caminho a percorrer,  para permitir  que as opiniões divergentes circulem livremente na nossa democracia limitada, hoje  já mais sufocada pela força do poder econômico e da ganância. Estas questões não interessam ao “Foro da Liberdade”, mas certamente interessam ao “Fórum da Igualdade”. Por isso fui neste, mais fraco. Não no outro, mais forte.

Leia também:

FHC, no papel, marcha o Brasil para o buraco

O post Tarso Genro e a arrogância da grande mídia: “Tomate não é uma concessão pública” apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia.

18 horas atrás

Marcos Coimbra: FHC marcha o Brasil para o buraco

por Conceição Lemes
 

Marcos Coimbra: FHC e mídia de direita são tão parecidos que é difícil saber, hoje, quem influencia quem. Felizmente a maioria da população pensa diferente

por Marcos Coimbra, em CartaCapital

A vida é cheia de coincidências. Recentemente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou um de seus habituais artigos de discussão política. Foi daqueles nos quais assume o papel de farol das oposições. Seu conteúdo era, como se esperaria, fortemente crítico em relação ao governo.

Por coincidência, no mesmo dia, os principais jornais estavam cheios de notícias negativas sobre a situação nacional. Depois de lê-los, qualquer um ficaria com a impressão de que o Brasil caminha em marcha acelerada para o buraco (se é que já não estaria dentro dele).

Em outra coincidência, ficou pronta, naquele domingo, uma nova pesquisa nacional da Vox Populi. Feita em todo o País, sua amostra era suficiente para que os resultados sejam representativos dos sentimentos da opinião pública brasileira.

O artigo de FHC e o tom do noticiário eram tão semelhantes que um desavisado poderia suspeitar. Os editores e o ex-presidente estariam combinados? Você diz isso e nós aquilo? Nós mostramos os “fatos” e você os interpreta?

Conhecendo os personagens, é pouco provável. Mas FHC e a mídia conservadora não precisam combinar (no sentido de pactuar) exatamente porque combinam (no sentido de possuir afinidades). Cada um à sua maneira, contam as mesmas histórias.

São tão parecidos que é difícil saber, hoje, quem influencia quem. Tendo há muito abandonado o vigor analítico de seus tempos de sociólogo, as ideias de FHC se parecem cada vez mais àquelas dos editorialistas e comentaristas da direita da mídia. E esses, por o admirarem com veneração, fazem o possível para imitar seu pensamento.

A cada dia, FHC fica mais Globo e Veja (até porque não conseguiria viver sem eles) e elas mais FHC. Todos imaginam um Brasil lastimável, onde tudo dá errado. São, no entanto, de um otimismo imenso. Paradoxalmente, acreditam que estamos à beira do abismo, mas acreditam em uma saída simples e rápida: derrotar o “lulopetismo” na próxima eleição.

Em contraste flagrante, não há qualquer coincidência entre o seu pensamento e o sentimento da vasta maioria do País. A pesquisa da Vox, como as outras recentemente divulgadas, do Ibope e do Datafolha, mostra quão pequena é a parcela da sociedade afinada com a oposição, seja nos partidos, nas instituições, na indústria de comunicação ou na opinião pública.

Os entrevistados se dizem satisfeitos com o País e esperançosos em relação ao futuro. Entendem que sua vida tem melhorado e vai melhorar ainda mais. Sabem que falta muito por fazer, mas confiam no caminho trilhado.

Aprovam o governo. A maioria considera “ótimo” ou “bom” o modo como Brasília lida com a economia, enfrenta a crise econômica internacional, trata as questões do emprego e da inflação, administra programas sociais, conduz a política habitacional, cuida da imagem externa do País.

Gostam da presidenta: mais de 80% dos entrevistados a definem como “ativa”, com “garra”, “decidida”, “conhecedora do Brasil”, “boa administradora”. Mesmo em itens em que os políticos tendem a se sair mal, ela obtém índices muito favoráveis. Mais de 70% afirmam ser ela “sincera”, “próxima do povo” e “de palavra”.

É tamanha a diferença entre as convicções oposicionistas e o sentimento popular que é como se vivêssemos em dois países. Em um, tudo vai mal e a mudança política seria imperiosa. No outro, as coisas seguem de maneira satisfatória e as perspectivas são positivas. Neste, a continuidade política é lógica.

Está errada a maioria dos brasileiros? Os únicos certos são os próceres oposicionistas, os articulistas de meia dúzia de jornais e a minoria da sociedade? Somente eles conheceriam a “verdade”? Todos os restantes seriam ignorantes e incapazes de conhecer suas vidas, donde inabilitados para dizer-se satisfeitos de forma racional?

Não é apenas autoritária a tese de que só alguns poucos privilegiados conhecem o Brasil e possuem a visão certa das coisas. É tola e inútil para a atuação política.

Pode ser agradável para uma liderança escrever um artigo para jornal e ler na mesma edição uma manchete a confirmar sua análise. Assim como pode ser prazeroso para um jornalista referendar, por meio de seu trabalho, as ideias do ídolo.

Nada disso adianta quando não coincide com o que o povo pensa e deseja. As oposições se acham superiores, mas estão apenas a léguas dos cidadãos. E são eles, os cidadãos, que elegem os governantes.

Leia também:

Tarso Genro denuncia um episódio em que a grande mídia demonstrou sua intolerância

O post Marcos Coimbra: FHC marcha o Brasil para o buraco apareceu primeiro em Viomundo – O que você não vê na mídia.

thekimonogallery: Nioteru of the Ogiya. Ukiyo-e woodblock…

 
 

thekimonogallery:

Nioteru of the Ogiya. Ukiyo-e woodblock print, about 1830’s, Japan, by artist Keisai Eisen.

10 horas atrás

selenechou: Armand Point, 1861-1932 – French Symbolist…

 
 

selenechou:

Armand Point, 1861-1932 – French Symbolist painter.

10 horas atrás

blastedheath: Pierre Roy (French, 1880-1950), Le Cabinet du…

 
 

blastedheath:

Pierre Roy (French, 1880-1950), Le Cabinet du naturaliste [A Naturalist’s Study], 1928. Oil on canvas. Tate.

10 horas atrás

toinelikesart: Art by Stephen Dupont, 1967, Australia, is a…

 
 

toinelikesart:

Art by

Stephen Dupont, 1967, Australia, is a photojournalist and portrait photographer who focuses on fragile cultures and marginalized people

Ditadura e peste emocional: a experiência argentina na Copa do Mundo de 1978

por racismoambiental
 

Argentina vence suspeitosamente a seleção peruana por seis a zero.

Por Raúl Enrique Rojo*, em Sul21

Este texto foi preparado para o seminário “Reflexões sobre o desenvolvimento de Porto Alegre”, realizado na Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em março passado, organizado pela Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e MERCOSUL (CEFOR) da Câmara Municipal de Porto Alegre.

Primeiramente contextualizemos a disputa da Copa Mundial de Futebol na Argentina, em 1978. O país estava sumido, havia dois anos, na mais escura e sanguinária ditadura de sua história. O regime militar imperante, com certeza, não tinha atraído a disputa para a margem direita do Prata (já que, como sabem os brasileiros, estas decisões são tomadas com bastante antecedência(1), mas decidiu apropriar-se dela e usá-la como álibi propagandístico para consumo externo. Decidiu usar também como uma cortina de fumaça que não só escamotearia a pobreza das periferias e a dissensão das maiorias, mas, sobretudo, ofuscaria a usurpação do poder que estava em sua origem e o contemporâneo plano de sequestro, tortura e morte de seus oponentes e até dos que tinham tido a desgraça de despertar a cobiça de algum uniformizado ou de estar no lugar indébito no momento inapropriado, ou presenciado o que deveriam ter ignorado.

Houve, porém, mais. Estas realidades deram evidentemente outra importância ao Campeonato Mundial, a sua organização e a participação nele da seleção nacional. Em torno desta e da obtenção da Copa foi se criando uma sorte de mística nacionalista e de epopeia triunfalista que deveria galvanizar as multidões e enfileirá-las por trás dos governantes fardados, apagando toda divergência de opiniões e de interesses.

Já na primeira reunião da Junta Militar, celebrada no dia do golpe de Estado (24 de março de 1976) parece que seus membros falaram de futebol. O almirante Emilio Massera comunicou então ao general Jorge Rafael Videla que Argentina tinha que confirmar sua decisão de organizar a Copa de 1978 e que esta não custaria mais de setenta milhões de dólares. Videla teria afirmado que ainda que custasse cem milhões não haveria problemas (2). Finalmente “vinte e cinco milhões de argentinos”, como dizia a assinatura musical associada ao evento(3), acabaram pagando setecentos milhões de dólares por ela(4). E isso sem contar o meio milhão de dólares gasto pelo governo militar com a empresa norte-americana de comunicação e relações públicas Burson-Marsteler, recomendada por Henry Kissinger, para combater uma campanha contra a realização da Copa na Argentina que começava a ganhar espaço na mídia (5). Com efeito, pouco depois do golpe de 1976, em alguns países europeus se tornou evidente que a Argentina tinha se convertido em um grande campo de concentração. Por isso João Havelange foi pressionado para levar a disputa da Copa para o Brasil. Pablo Llonto, jornalista e advogado defensor dos direitos humanos, afirma, na sua detalhada obra sobre o Mundial de 1978, que o regime militar argentino ficou com a organização do torneio em troca (mediada por Havelange) da liberação de Paulo Antônio Paranaguá, filho de um diplomata brasileiro, detido pelo exército argentino em 1977 junto com sua noiva(6). Havelange se tornaria um firme apoiador do regime argentino e como tal foi condecorado por Videla durante a cerimônia de inauguração(7).

A realização e a conquista da Copa de 1978 foi o primeiro de três objetivos que perseguiram os militares argentinos em suas ânsias de se perpetuar no poder. O segundo era uma guerra relâmpago contra o Chile pelas ilhas do Canal de Beagle, interrompida no final desse mesmo ano, graças a mediação do Vaticano. Quanto ao terceiro, o enfrentamento com a Grã Bretanha pelas Ilhas Malvinas, foi o atestado de óbito do regime e atestou o retrocesso histórico das Forças Armadas no país. A Copa de 1978, portanto, satisfez as aspirações dos militares e foi a detonadora das temerárias aventuras posteriores.

O Campeonato Mundial de Futebol foi utilizado pelo regime para amortecer o impacto de suas políticas e desviar a atenção em torno do terror. Os gritos de gol abafaram os gritos de dor dos torturados. Os cânticos nas tribunas silenciaram os alaridos dos desaparecidos. A Copa foi um instrumento do qual se valeu a ditadura para afastar a população da angustiante verdade.

É certo que influiu naquele sucesso político do esporte a capacidade ainda intacta dos militares argentinos para manipular os sentimentos coletivos e a cumplicidade internacional. Mas é importante observar hoje que tais objetivos e estratégias, próprios de um regime ditatorial e perverso do passado, continuam à espreita dos governos democráticos de nossos dias. Muitos podem ver-se tentados a aproveitar competências de grande repercussão nacional e mundial, como a Copa da FIFA, para afogar na euforia unanimista das palavras de ordem as dificuldades políticas ou econômicas. O certo é que, na Argentina de 1978, a idolatria do futebol desempenhou o papel de uma miragem mistificadora(8) que pretendeu dissimular os segredos vergonhosos de uma empresa criminal. A função da exaltação coletiva das massas populares pela Copa e a seleção nacional de futebol consistiu em uma sorte de evasão onírica, de diversionismo social ou do que Eric Fromm tem chamado de “válvula de escape” que permitiu por então a reabsorção dos indivíduos na massa anônima, no “conformismo dos autômatos”, para falar uma vez mais como Fromm(9).

Se algum valor exemplar pode ter a Copa de 1978 na Argentina, e particularmente na sua capital, é o de servir de anátema, de enérgica reprovação a um modelo que não deve ser imitado. Lembremos, apenas, alguns “momentos fortes” daquela Copa: o mais que sugestivo triunfo da equipe argentina frente à do Peru (a quem precisava ganhar por quatro gols para ir à final e acabou vencendo por 6 a 0)(10); a bomba que estourou na casa (nada menos que) do Secretario da Fazenda da Nação, Juan Alemann (que por razões econômicas, tinha se oposto à organização da Copa) quando a seleção argentina fez o quarto gol na partida contra os peruanos; e, por fim, a tristemente célebre manifestação de populares na Praça de Maio, sob os balcões da Casa Rosada, após a conquista do Campeonato, aplaudindo o genocida Videla como o factótum do triunfo.

O mais dramaticamente hilário é que esta empresa de descerebração (se teve marcados resultados internos) rendeu muito pouco em nível internacional ao regime militar. Quase todos os jornalistas credenciados para a cobertura da Copa fizeram eco da ditadura imperante e aproveitaram a vinda ao país para dar voz aos dissidentes. Recordo que na França o programa diário que transmitia de Buenos Aires as notícias da Copa tinha a guisa de apresentação gráfica um gol do qual pendurava uma rede de arames farpados. Já nas arquibancadas do “Monumental de Nuñez”, os turistas perguntavam pela Escola de Mecânica da Armada (Marinha), o maior e mais conhecido campo de concentração do regime, que se achava a menos de dez quadras do estádio e era visível desde alguns pontos dele. Lembro também de ter escutado de um cartola da Associação do Futebol Argentino, no seu regresso de uma viagem internacional, que: “nem com três mundiais de futebol limparíamos a barra!”.

Do ponto de vista urbanístico, a Copa de 1978 poderia ser o reverso dos Jogos Olímpicos de 1992 em Barcelona, quando um grande acontecimento internacional completou a renovação da cidade. Para Buenos Aires, sede principal do torneio, o acontecimento serviu para realizar uma série de operações urbanísticas de grande impacto (e não só vinculadas à renovação da infraestrutura esportiva), ainda que com intenções muito diversas às da capital catalã, pois em todas estas operações apareceria a concepção modernizadora autoritária e tecnocrática que inspirava o regime, e seu desprezo pelo dissenso e a cidade histórica.

A ditadura decidiu utilizar para a ocasião dois dos estádios existentes na cidade, escolhidos por suas respectivas localizações: o chamado “Monumental”, do Clube Atlético River Plate, no rico corredor do norte portenho, e o “Fortim”, do Clube Atlético Velez Sarsfield, no bairro de Liniers, no Oeste de Buenos Aires, nas proximidades de uma projetada autoestrada e da avenida perimetral General Paz.Os outros grandes estádios de Buenos Aires, todos eles situados na zona Sul, assim como os do vizinho município de Avellaneda, foram descartados. Quanto aos construídos fora da Capital (Mar del Plata, Córdoba e Mendoza), não têm passado de caríssimos elefantes brancos que só lotam uma ou duas vezes por ano e se deterioram à vista e paciência de todos. No que tange aos de Buenos Aires, ainda que se justificasse que ambos os estádios tinham sido escolhidos pela possibilidade de aproveitar suas instalações, eles foram renovados integramente, dotados de uma tribuna completa (no caso do “Monumental”) e de amplos setores para espectadores sentados (no “Fortim”). Com acessos modernizados, ganharam painéis eletrônicos, colunas, passarelas e iluminação com a tecnologia mais avançada. Tudo com recursos públicos e apenas valores simbólicos por parte dos clubes(11).

A renovação dos estádios trouxe também operações sobre o entorno urbano destinadas a eliminar todo sinal visível de algo que pudesse constituir prejuízo na imagem do país. Para isto, implementou-se um plano de erradicação das vilas situadas em zonas próximas aos estádios onde se disputariam as partidas ou em zonas de interesse turístico. A primeira grande experiência de erradicação se produz entre fins de 1977 e começo de 1978 na vila do Baixo Belgrano, que ocupava uns onze quarteirões próximos a zonas de jardins e ao estádio Monumental. Depois, a vila de Colegiales, situada em um extenso e desativado pátio de manobras das estradas de ferro da linha Mitre. Neste caso, a decisão de despejo compulsório também incluiu um clube que possuía havia mais de vinte anos, a título precário, sua sede na vizinhança da vila. Nestas terras o governo municipal se limitou a traçar novas ruas, já que os quarteirões ficaram desocupados por vários anos. Um caso distinto foi o da “Vila 40”, que ocupava um imenso prédio no centro da Capital, onde tinham vivido até então 380 locatários, amparados em outros tempos pelo Ministério de Bem-estar Social (extinto pelo regime militar). Uma vez desalojados os ocupantes, as autoridades construíram no lugar uma nova praça pública denominada Monsenhor D’Andrea. Do plano de erradicação restam ainda algumas cicatrizes urbanas como o complexo de monoblocos conhecido (não por acaso) como “Forte Apache”, em Ciudadela, na periferia portenha. Outras “soluções arquitetônicas” foram, todavia, mais tópicas, como o muro construído para esconder dos olhos dos turistas estrangeiros a “Vila 15”, no bairro dos Matadouros, que recebeu por isso o nome popular de “Cidade Oculta”.

Uma obra de grande impacto e preço exorbitante foi o edifício da ATC, Argentina Televisora Color, que ocupou um vasto espaço nos jardins do nobre bairro de Palermo Chico. José López Rega, o “super-ministro” da terceira presidência de Perón, tinha previsto realizar ali um “Altar da Pátria” de reminiscências franquistas. Depois do golpe de Estado de 1976 foi fácil para os militares mudar o destino do lugar para localizar ali a nova tecnologia necessária para a transmissão da Copa ao exterior. Por cima de uma suave lomba vizinha, se achava (por então inconclusa) a Biblioteca Nacional, projetada quinze anos antes por Clorindo Testa, estabelecendo um contraponto interessante no aspecto arquitetônico, mas inquietante quanto às prioridades culturais do regime. Porém, o “detalhe” desconsiderado pelos novos donos do poder foi que o prédio ficaria na rota dos aviões do vizinho aeroporto da cidade, circunstancia que obrigou a arrojadas e caríssimas soluções construtivas que encareceram em mais seis vezes o orçamento original(12).

Quanto a hotéis e aeroportos, ainda que a propaganda oficial falasse de contingentes extraordinários de turistas que chegariam para a Copa, a distância do país dos grandes centros de origem do turismo de massa e o conhecimento das atrocidades do regime fizeram que só alguns torcedores viajassem à Argentina em junho de 1978. A maioria era de brasileiros que aproveitaram a proximidade e que sonhavam com a reprise pela seleção canarinho de suas atuações em Suécia, Chile e México. Construíram-se, assim, poucos hotéis em Buenos Aires, mas destacou-se por sua concepção e tamanho o “Bauen” (hoje autogerido pelos empregados depois da falência dos proprietários). Também se realizaram obras no Aeroporto de Ezeiza, que o deixaram tão pouco acolhedor como era antes para os passageiros, porque, segundo o Almirante Carlos Lacoste, a obra tinha concepção “moderna”, oposta à “velha pieguice argentina” (sic) segundo a qual toda a família deve acompanhar um viajante ao aeroporto.

Afilhado político de Massera, Lacoste alcançou com estes méritos a presidência do Ente Autárquico Mundial 78 (EAM 78) encarregado da gestão da Copa e, depois desta, alguns ministérios e até a presidência provisional da Argentina durante algumas semanas, no interregno entre os generais Viola e Galtieri. Só em 1984 renunciou a sua reeleição como vice-presidente da FIFA, cargo que o conduziu a sua excelente relação com o inamovível João Havelange. As contas do EAM 78 sob sua gestão nunca foram esclarecidas, sendo interessante saber que Lacoste incrementou seu patrimônio em quatrocentos por cento, recebendo apenas uma “repreensão ética” do juiz Miguel Pons por ter especulado no mercado de capitais enquanto era funcionário público. Lacoste é considerado suspeito de estar por trás da bomba a Juan Alemann e da morte em um atentado não esclarecido do general Omar Actis, o primeiro presidente da EAM 78, que queria fazer um Mundial mais austero. Ele foi assassinado em 21 de agosto de 1976, dois dias antes de uma conferência de imprensa na qual iria apresentar seu projeto. Com o assassinato de Actis, Lacoste organizou a Copa a seu gosto e de seus sócios fardados e a paisana(13). E quando acabou o torneio, a Argentina tinha duplicado sua dívida com o FMI…

Se não é, pois, por íntima convicção esportiva, a estrita conveniência moral e material recomenda denunciar a tentação de instrumentalizar um evento como a Copa do Mundo de Futebol. Não acobertemos sob uma fraseologia ufanista sempre disponível a cegueira, a complacência e a subserviência de tantos “amantes do futebol”, dispostos a unir-se no mesmo “oba-oba” populista e a tirar proveito de fundos generosos e gastos sem controle. Por acréscimo, a experiência argentina nos ensina que por trás deste miserável decorado folclórico podem se esconder outros objetivos, invisíveis ou opacos, que concernem a essa massificação regressiva das emoções que Wilhelm Reich denominou “peste emocional”(14). Se para Reich esta noção aparece vinculada a um certo biologicismo, não é menos certo o que dizem dois autores franceses, Jean-Marie Brohm e Marc Perelman (em seu interessante ensaio sobre “a barbárie nos estádios”). Este conceito permite compreender o profundo parentesco de numerosos fenômenos sociais frequentemente desagregados e de fazer associações sumamente instrutivas(15). Qualificando como uma “peste emocional” o resultado da instrumentalização do futebol, Brohm e Perelman têm insistido sobre os efeitos psicológicos de massa que aquela pode trazer. As “paixões esportivas” desatadas desta forma não são, com efeito, anódinas emoções coletivas (identitárias ou igualitárias), mas a expressão do que pode chegar a ser uma “uma patologia social pandêmica”. A manipulação dos certames e sua desvirtuação para servir a fins extra-esportivos, podem favorecer a insidiosa manifestação de uma forma de alienação social que poderíamos qualificar, conforme Eric Fromm, como uma “paixão destrutiva”(16).

Conclusões

Se a sociologia acadêmica de nossos dias tem tendido a esquecer a importância dos fenômenos de multidão, a psicologia social, a Escola de Frankfurt e outras correntes teóricas têm insistido em um aspecto contrário: o papel da psicologia de massa, em particular sobre o que Theodor Adorno chamou de “a monstruosa mecânica da diversão”(17) que, se supõe, deveria lutar contra o aborrecimento e o vazio psicológico da multidão solitária de hoje. Como demonstra o agir dos ditadores argentinos de 1978, o futebol é precisamente um recurso a disposição dos “condutores” que pretendem direcionar as “multidões manifestantes” e as “multidões atuantes”, para retomar a terminologia de Gabriel Tarde(18). São estas multidões as que, quando inebriadas pelo futebol, podem conduzir-se como matilhas guerreiras, matilhas de caça e de linchamento, e às vezes mesmo como multidões criminais cujo comportamento fora das “arenas” constituem espetáculos ordinários periodicamente noticiados pela mídia. O encerramento em espaços fechados (arenas, estádios, autódromos, ginásios), produz isso que o premio Nobel de literatura Elias Canetti denomina também “massa em anel” e que, com diversas descargas emocionais se converte (de massa inerte, passiva e expectante que era) em massa rítmica, excitada e barulhenta.

“O clamor que em outros tempos se acostumava produzir nas execuções públicas quando o carrasco brandia a cabeça do criminoso, é o clamor que se escuta hoje nas manifestações esportivas, tendo-se convertido na voz da massa”, dirá Canetti(19). Esses clamores (rugidos, gritos, brados, vaias e cantos interpretados ao som de cornetas e “vuvuzelas” diversas) são outras tantas descargas de massa que se opõem a outras descargas de massa: massa contra massa, torcida organizada contra torcida organizada, multidões vitoriosas contra multidões vencidas, hordas desencadeadas enfim. Estas manifestações não têm nada de espontâneo, nem são a consequência de inofensivas brincadeiras, mas as preliminares da “peste emocional”, ela mesma resultado de uma alteração profunda da estrutura do caráter das massas a raiz de sua manipulação política: os indivíduos afetados pela peste emocional se distinguem, com efeito, como lembra Reich(20), “por uma atividade mais ou menos destruidora e temerária”. Seu pensamento aparece perturbado por conceitos irracionais e é determinado essencialmente por emoções nas quais a razão não intervém, preparando-os acriticamente para outras cruzadas chauvinistas. Não esqueçamos que entre a Copa de 1978 e a malfadada aventura guerreira de Malvinas passaram-se apenas quatro anos…

(*) Raúl Enrique Rojo é doutor em Sociologia, professor da UFRGS e argentino.

1 Cabe destacar que a designação da Argentina como sede da Copa de 1978 foi feita em um Congresso da FIFA celebrado em Londres em 1966, quando também se decidiu que os torneios de 1974 e 1982 se realizariam na Alemanha e Espanha, respectivamente. Em tudo caso, naquele Congresso ninguém podia prever o que sucederia doze anos depois.

2 Eduardo GALEANO, El fútbol a sol y a sombra, Buenos Aires, Siglo XXI, 2006.

3 Composta por Martin Darré, “Veinticinco millones de argentinos” foi muito mais difundida (e popular) que a própria marcha oficial da Copa, de autoria de Ennio Morricone. (o compositor da música de vários espaguete-westerns de Sergio Leone). Talvez porque mais conforme com o pensamento do governo.

4 Quatro anos depois, na Copa disputada na Espanha, se gastou menos da quarta parte.

5 Eduardo VAN DER KOOY, “Un grito en la oscuridad”, in:El libro de oro del Mundial (1930-1998), Buenos Aires, Clarín, 1998.

6 O diplomata não era outro que Marcos Henrique Paranaguá, sobrinho trineto do Marquês de Paranaguá, ministro da Guerra brasileiro durante o conflito da Tríplice Aliança.

7 Pablo LLONTO, La vergüenza de todos. El dedo en la llaga del Mundial 78, Buenos Aires, Ediciones Madres de Plaza de Mayo,2005.

8 O termo pertence a Jean-Marie BROHM e Marc PERELMAN, Le football, une peste emotionelle. La barbarie des stades, Paris, Gallimard, 2006, p. 15.

9 Eric FROMM. La peur de la liberté, Paris, Buchet-Castel, 1963, p. 147-148.

10 Conf. David A. YALLOP, How they stole the game, Londres, Constable, 2011.

11 Até há pouco tempo os ex integrantes da Junta Militar continuavam sendo sócios honorários de River Plate como expressão de agradecimento pelos favores concedidos à dita instituição esportiva.

12 Os estúdios ficam flutuando e recobertos em uma cápsula de ar, evitando os vazamentos de sons provenientes dos aviões que sobrevoam constantemente.

13 Conf. Carlos del FRADE, Ciudad goleada. Central y Ñuls. Fútbol, lavado de dinero y poder, Rosario, Editorial Último Recurso, 2005, p. 24.

14 Wilhelm REICH, L’Analyse caractérielle, Paris, Petite Bibliothèque Payot, 1976, p. 437.

15 Por exemplo entre as frustrações e a reação política, entre o autoritarismo e as rigidezes caracteriais, entre o doutrinamento e a irracionalidade política ou entre as neuroses caracteriais e os preconceitos racistas Conf. Jean-Marie BROHM e Marc PERELMAN,op. cit., p. 36.

16 Eric FROMM, La passion de détruire. Anatomie dela destructivité humaine. Paris, Robert Laffont, 1975, p. 50-51.

17 Theodor W. ADORNO, Minima moralia. Réflexions sur la vie mutilée, Paris, Payot, 2001, p. 150.

18 Gabriel TARDE, L’opinion et la foule, Paris, PUF, 1989, p. 58-59.

19 Elias CANETTI, Masse et puissance. Paris, Gallimard, 1966, p. 34.

20 Wilhelm REICH, L’Analyse caracterielle, op. cit, p. 437.


Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.

12 horas atrás

Maduro apresentará amanhã, segunda-feira, provas do ‘intervencionismo’ americano

por racismoambiental
 

UOL – CARACAS, 14 Abr 2013 (AFP) – O candidato chavista à eleição presidencial deste domingo e presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que amanhã, segunda-feira, apresentará “novas evidências” do intervencionismo dos Estados Unidos em seu país.

“Com os Estados Unidos há sempre dificuldades porque estão sempre conspirando. Amanhã vamos apresentar novas provas da intervenção direta de funcionários da embaixada americana em situações internas da Venezuela”, declarou Maduro durante coletiva de imprensa logo após votar em um colégio eleitoral de Caracas.

“O que aconteceria se um militar venezuelano, adido militar na embaixada da Venezuela em Washington, começasse a buscar militares no Pentágono para desacreditar a autoridade de (Barack) Obama ou para levantar-se contra Obama?”, acrescentou Maduro, quando perguntado se trabalhá para melhorar as relações diplomáticas com os Estados Unidos, se eleito presidente. ”Enquanto estiver aqui como presidente e a revolução no governo da Venezuela não aceitaremos que humilhem a dignidade deste país”, declarou.

Maduro, que horas antes de notificar a morte de Hugo Chávez em 5 de março anunciou a expulsão de dois adidos militares de embaixada americana acusados de conspiração, assegurou que a regularização das relações diplomáticas dependerá “do respeito a nosso país”.

“Estamos sempre prontos”, insistiu Maduro, que entre 2006 e 2012 foi chanceler.

Os Estados Unidos responderam à expulsão de seus adidos militares com a expulsão de dois diplomatas venezuelanos em solo americano.

Em 25 de março o governo venezuelano também anunciou a suspensão do “canal de comunicação” informal criado no fim de 2012 entre Washington e Caracas.

Desde que Chávez chegou ao poder, em 1999, os dois países têm uma relação tensa, apesar de a Venezuela, com as maiores reservas de petróleo do mundo, vender cerca de 900.000 barris de petróleo por dia para seu vizinho do norte.

Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.

12 horas atrás

Júri de réu confesso do Massacre de Felisburgo está previsto para maio

por racismoambiental
 

Por Joana Tavares, do Portal Minas Livre

Foi em novembro de 2004. Jagunços armados invadiram o acampamento Terra Prometida, em Felisburgo, no Vale do Jequitinhonha e mataram cinco trabalhadores. Outros vinte ficaram gravemente feridos, barracos e plantações foram queimados. Quase nove anos depois, o acusado de ser o mandante do crime, Adriano Chafik, que confessou publicamente estar presente no dia da chacina, terá seu primeiro júri. O julgamento, inicialmente previsto para janeiro deste ano, foi finalmente marcado para o dia 15 de maio, em Belo Horizonte.

Segundo Sílvio Netto, da Direção Estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o motivo do adiamento de quase cinco meses foi um problema processual para se transferir o caso da comarca de Jequitinhonha. “Mas são mais de oito anos de espera por justiça, de impunidade para um réu confesso e para um crime de tamanha repercussão”, destaca.

O MST defendia que o julgamento fosse em Belo Horizonte, e não na comarca do caso, em Jequitinhonha, para evitar pressões políticas pela absolvição. Além de Chafik, será julgado, no dia 15, seu primo, Calixto Luedy, acusado de ser responsável pela contratação dos pistoleiros, por alojá-los na cidade após o crime e de armar um esquema de fuga. Os pistoleiros serão julgados em Jequitinhonha, isoladamente. “Na nossa avaliação, a morosidade tem sido tão grande para que se faça Justiça que quando nossos advogados se depararam com a possibilidade de maior adiamento para fazer o julgamento unificado, o Movimento optou par que se faça o julgamento dos principais culpados de imediato”, explica Sílvio.

Recentemente, o acusado de ser o mandante do assassinato de um casal de extrativistas no Pará, José Rodrigues Moreira, foi inocentado pelo júri, que condenou dois pistoleiros. Os 79 policiais militares envolvidos no Massacre do Carandiru, que causou a morte de 111 detentos, serão julgados neste mês, 11 anos depois do crime. Em Carajás, 19 trabalhadores foram assassinados, 114 policiais foram incriminados, mas apenas os dois comandantes, o coronel Mário Pantoja e o coronel José Maria Pereira de Oliveira, foram condenados.

“Temos dito que a Justiça tem lado, e ela demonstra cotidianamente que esse lado não é o dos trabalhadores. Ela nos enfrenta tanto mantendo um crime impune tanto tempo, como tomando lado dos fazendeiros, do latifúndio, do agronegócio nos conflitos de terra, e também absolvendo réus que comprovadamente foram responsáveis por crimes contra os trabalhadores”, pontua Sílvio Netto. “O que vai garantir a condenação, no caso de Felisburgo, é a capacidade de mobilização da sociedade. Mesmo com todas as provas que Chafik é um assassino e foi o principal responsável pelas mortes, será a capacidade de mobilização e indignação das pessoas que pode pautar a condenação”, reforça.

O MST pretende organizar um acampamento por Justiça para Felisburgo durante o julgamento, que deve durar ao menos três dias. Segundo Sívio Netto, está sendo reorganizada uma campanha com a participação de diversas entidades da sociedade civil para organizar a mobilização em solidariedade às famílias acampadas, pela condenação de Chafik e em defesa da reforma agrária.

No dia 17 de abril, data do massacre de Eldorado dos Carajás e dia internacional da luta pela terra, será realizada uma plenária da campanha por Justiça em Felisburgo, em local ainda a ser confirmado. “Vamos homenagear os mortos de Carajás, exigir justiça para o massacre e deflagrar a campanha por Justiça para Felisburgo, com uma convocatória para que toda a sociedade se some nessa luta”, afirma.

Veja abaixo a nota do MST sobre o julgamento.

A Justiça tarda, e se depender do MST não vai falhar

Tombaram cinco Sem-Terra… Mas nós seguimos firmes em frente

O MST depois de mais de 8 anos de impunidade diante do massacre de Felisburgo, vem a público anunciar que oficialmente foi marcado o julgamento do assassino, mandante e réu confesso Adriano Chafick. O julgamento vai acontecer a partir do dia 15 de maio de 2013, em Belo Horizonte a contra gosto do réu que esperava o júri na comarca de Jequitinhonha onde tem maior poder econômico e político.

Ninguém mais do que nós trabalhadores aprendemos o quanto foi e continua sendo sofrida a espera por justiça, pois sabemos que para além de exigirmos justiça pelo brutal e covarde crime que Adriano e seus pistoleiros cometeram, mantê-los soltos significa diretamente uma constante ameaça as nossas vidas, pois esses já provaram que são capazes de promover o inferno na Terra. Assim como se ficarem em liberdade o Latifúndio recebe uma carta branca do Estado Brasileiro para continuar como maquina de morte.

Ao longo do último período, fizemos juntamente com o Comitê Justiça para Felisburgo – espaço composto por vários setores da sociedade, diversas movimentações no sentido de acumular forças para fazer uma condenação popular desses assassinos. Denunciamos e recolocamos a nossa pauta no centro do debate em Minas Gerais, agora é chegada a hora de colocarmos em prática nossa determinação e nos organizar para virmos todos e todas para BH nos dias do julgamento e fazer uma grande mobilização popular, trazendo a mística da indignação presente e que ela nos aponte os caminhos da Justiça para Felisburgo, da Justiça Social e da Soberania Popular.

Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.

12 horas atrás

Corrida contra preconceito percorre ruas de São Paulo

por racismoambiental
 
Elaine Patricia Cruz, Repórter da Agência Brasil São Paulo – Apesar da garoa, centenas de pessoas participaram na manhã de hoje (14) de uma corrida contra o preconceito. Vestidos com camisas com as cores do arco-íris, os participantes percorreram percurso de 5 quilômetros, passando por várias ruas do centro da capital. A largada teve início por volta das 8h na Rua Líbero Badaró, próximo à sede da prefeitura e do Mosteiro de São Bento. Segundo os organizadores, 2 mil pessoas se inscreveram para participar da prova. A 1ª Corrida contra o Preconceito foi organizada pela Coordenação de Programas para a Juventude, da Secretaria Estadual de Esporte, Lazer e Juventude de São Paulo. “Essa é a primeira corrida contra o preconceito. É a união do Poder Público com a sociedade civil mostrando que todos são iguais, independentemente de suas diferenças”, disse Janaina Lima, coordenadora da Juventude. Segundo ela, a ideia da corrida e das camisetas coloridas é “ilustrar a diversidade da sociedade”. “Independentemente dessas diversidades, as diferenças devem ser respeitadas”, disse à Agência Brasil. Utilizando o esporte como meio de integração, a secretaria pretende discutir o preconceito racial, sexista, religioso, contra homossexuais e  contra pessoas com deficiência.  “O esporte é para todos, tem esse caráter social”. Uma das participantes da corrida foi Adalgiza da Silva, 47 anos, que trabalha em uma confecção infantil, e disse ter adorado participar do evento. Ela também destacou o tema da corrida: “É muito importante as pessoas se conscientizarem”. Bastante animado, Henry Fujimoto, de 11 anos, também participou. Em uma cadeira de rodas, Henry completou o circuito da prova – disputando ao lado da mãe Silvana de Melo Cruz Fujimoto. “Sempre faço caminhada, mas hoje a gente correu. Estou me sentindo nas nuvens. Pela primeira vez consegui correr”, contou Silvana. “Preconceito está por fora. Isso é coisa que não existe dentro de casa. E não tem que existir”, ressaltou. O policial militar Antonio Carlos Araújo Pereira, 24 anos, conquistou a segunda posição na categoria masculina. “Gostei da prova. O tempo estava bom, apesar das ruas [estarem] um pouco molhadas”. “É uma boa ideia do pessoal fazer um evento esportivo para divulgar essa campanha contra o preconceito, já que é algo que está muito falado e vem ocorrendo muito nos dias de hoje”, acrescentou. A vencedora da prova feminina foi a funcionária pública Rosana Balbino. “Cada corrida tenho como um treino. Participo e dou todo o máximo possível”, disse, ressaltando estar feliz por participar de uma prova contra o preconceito. “[O preconceito] é uma barreira que a gente tem que passar por cima, porque existe. Correr contra o preconceito foi algo maravilhoso. Precisamos deixar isso aí [o preconceito] de lado”. Após a prova, a banda de reggae Tribo de Jah fez um show gratuito no Vale do Anhangabaú. Edição: Carolina Pimentel – Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.
12 horas atrás

Belo Monte: doze questões sem resposta

por racismoambiental
 

Por Dion Márcio C. Monteiro*, para OutrasPalavras

Encravado na Amazônia brasileira, o Xingu é um dos mais importantes rios da região. Dele dependem aproximadamente 14 mil indígenas do Mato Grosso e Pará, além de centenas de comunidades compostas por ribeirinhos, pescadores, extrativistas, quilombolas e agricultores familiares. Tiram sua alimentação das águas deste rio, e o utilizam como meio de transporte — não raro, o único. Antes das expedições holandesas, inglesas e portuguesas ao Xingu, ocorridas principalmente no século 17, a população indígena era muito maior, com aldeias que contabilizavam até 3 mil habitantes. Com o passar do tempo, a situação só tem se agravado para as comunidades originárias e tradicionais existentes na região.

Em 1975, sob o comando dos militares que governavam o Brasil desde o golpe de Estado de 1964, a Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A (Eletronorte) iniciou os estudos do Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu, primeiro passo no projeto de construção da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte. Foi responsável por este levantamento o Consórcio Nacional de Engenheiros Consultores S.A (CNEC Engenharia), empresa naquele momento integrante do grupo Camargo Correa, um dos maiores interessados em participar do processo de construção de Belo Monte.

O ano de 1989 é um marco no processo de resistência ao então chamado Complexo Hidrelétrico do Xingu (o conjunto então proposto, sete barragens no curso do rio). Realizou-se em Altamira, Pará, o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu. Reuniu aproximadamente 3 mil pessoas, entre lideranças indígenas como Raoni Metuktire (cacique Kayapó), Marcos Terena e Ailton Krenak; o então diretor da Eletronorte José Antônio Muniz Lopes (que se tornou presidente da Eletronorte no governo FHC e preside agora a Eletrobrás; o cantor inglês Sting; além de centenas de ambientalistas e jornalistas.

A enorme indignação dos indígenas e demais povos da floresta, e sua intensa repercussão internacional, forçaram o governo a recuar, mudar de estratégia e refazer seu projeto. Porém a ponto de levar empresários e políticos influentes a desistir de suas intenções iniciais. Dezesseis anos depois, em agosto de 2005, a Eletrobrás firmou acordo de cooperação com as construtoras Norberto Odebrecht, Andrade Gutierrez e Camargo Correa para a conclusão dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental da UHE Belo Monte. Em maio de 2009 o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA) foram entregues ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), órgão brasileiro responsável pela análise destes documentos e posterior emissão das licenças para a realização do leilão e obras da hidrelétrica.

Em fevereiro de 2010, o governo brasileiro emitiu a chamada Licença Prévia (LP) que autoriza o leilão de Belo Monte. Além das empreiteiras já citadas, teve apoio do grupo francês GDF Suez; de importantes grupos eletro-intensivos e mineradores, como Votorantim, Vale e Alcoa; diversos empresários; governadores, prefeitos e parlamentares. Mas por que os povos do Xingu lutam, há mais de vinte anos, contra a construção desta hidrelétrica — apelidada de “Belo Monstro” pelos moradores e moradores da região? A resposta parece ser clara para quem conhece a floresta e o rio, mas aparentemente “incompreensível” para quem mora a milhares de quilômetros de distância, no centro-sul do Brasil.

O EIA/RIMA de Belo Monte foi elaborado pela Leme Engenharia, afiliada ao Grupo Tractebel Engineering, por sua vez vinculado ao grupo GDF Suez, um dos possíveis participantes do leilão para construção da UHE Belo Monte. Em outubro de 2009, cinco meses após a versão final do documento ter sido entregue ao Ibama, chegou ao mesmo órgão, e ao Ministério Público Federal (MPF), um relatório alternativo, de 230 páginas, intinulado “Analise Crítica do Estudo de Impacto Ambiental do Aproveitamento Hidrelétrico de Belo Monte”. Foi elaborado por mais de quarenta pesquisadores. Antropólogos, sociólogos, zoólogos, biólogos, etimólogos, doutores em energia e planejamento de sistemas energéticos, historiadores, cientistas políticos, economistas, engenheiros, hidrólogos, ictiólogos, entre outros, compõem um grupo denominado Painel de Especialistas. Ligados a universidades e centros de pesquisas nacionais e internacionais, eles fizeram uma análise detalhada dos estudos de Belo Monte.

Geração média será muito menor que a anunciada.
Lago desalojará 20 mil famílias e custo
da obra, financiado pelo BNDES, pode chegar a R$ 30 bi

Seu relatório levanta várias interrogações ainda sem respostas, além de diversas outras questões que foram abordadas de forma incorreta ou inconsistente no EIA elaborado pela empresa contratada pela Eletrobrás. Reúne uma grande quantidade de informações instigantes.

1. O primeiro fator a chamar atenção – e um dos menos destacados pelo governo federal – é a destinação da energia a ser gerada UHE Belo Monte. Aproximadamente 80% da eletricidade atenderá as empresas do Centro-Sul do país. Até 20%, caso a negociação realizada entre a União e o governo do Pará se concretize, ficarão para atender empresas eletro-intensivas deste estado, principalmente as Vale e Alcoa. Gerarão vantagens competitivas para estes grupos no cenário internacional, mas não proverão nem 1 quilowatt (KW) para as comunidades amazônicas que até hoje não possuem energia elétrica.

2. Também não é divulgado que a energia prometida (aproximadamente 11 mil megawatt (MW), só será entregue durante quatro meses no ano. Em outros quatro meses a usina funcionará apenas com 30% a 40% de sua capacidade máxima; nos quatro meses restantes, não gerará praticamente nenhuma energia. A média anual ficará em torno de 4,5 mil MW, segundo os dados da própria Eletrobrás – uma média muito baixa quando se faz a relação custo-benefício, podendo inclusive inviabilizar financeiramente o projeto.

3. O estudo entregue pela Eletrobrás ao IBAMA não informa que mais de 20 mil pessoas serão obrigatoriamente deslocadas das áreas onde vivem, deixando para trás suas relações sociais e econômicas, além de elementos materiais de suas memórias. Chama atenção que o EIA utiliza como parâmetro a média brasileira de componentes por grupo familiar, entre três e quatro pessoas. Na região amazônica, porém, a média é outra. A bibliografia disponível indica que o grupo familiar é composto, em média, por 5,5 a 7 pessoas. As conseqüências deste equivoco são graves, pois ao subestimar a população remanejada não é possível pensar corretamente as estruturas e equipamentos sociais necessários para atender quem precisará de moradia, escola, posto de saúde, estradas e outros equipamentos públicos. Problemas semelhantes já se manifestaram nas construções das hidrelétricas de Tucuruí (PA), Balbina (AM) e Samuel (RO).

4. O EIA de Belo Monte afirma que o reservatório, com 516 Km², atingirá diretamente três municípios: Altamira, Vitória do Xingu e Brasil Novo. Porém, especialistas afirmam que Anapu e Senador José Porfírio também serão afetados pelo lago. O estudo oficial diz que onze municípios sofrerão impactos sócio-econômicos e ambientais da hidrelétrica: Altamira, Senador José Porfírio, Anapu, Vitória do Xingu, Pacajá, Placas, Porto de Moz, Uruará, Brasil Novo, Gurupá e Medicilândia, perfazendo mais de 300 mil habitantes. Pautado nesta informação, o MPF tem apresentado uma das contestações ao processo de licenciamento. Se o próprio EIA informa que onze municípios sofrerão impactos, sustentam os procuradores do Ministério Público, então não são suficientes as quatro audiências públicas realizadas – em Belém, Altamira, Brasil Novo e Vitória do Xingu. Faltaram a participação, o amplo debate e os esclarecimentos à população afetada, razões de ser das audiências.

5. A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia (MME), afirmou, em outubro de 2009, que o custo de Belo Monte seria 16 bilhões de reais. Cinco meses depois, e um mês após a emissão da LP, a EPE reavaliou este custo, estimando-o em aproximadamente R$ 20 bilhões. As empreiteiras, principais interessadas na construção da usina, avaliam que o valor final não será menor que R$ 30 bilhões. Esta indefinição sobre o custo total da obra impossibilita uma segura avaliação em relação ao custo-benefício e à viabilidade econômica. É importante frisar que não estão sendo consideradas a rede de transmissão de energia, subestações, e outras estruturas necessárias ao completo funcionamento do complexo hidrelétrico. Em março de 2010, a EPE também elevou, em mais de 20% (de R$ 68 para R$ 83), o preço-teto da energia vendida nos leilões da Usina de Belo Monte.

6. Os empreendedores estimam que aproximadamente 100 mil pessoas migrarão para a região, principalmente rumo à cidade de Altamira. Alguns especialistas falam que este número, como outros informados pelo governo, também está subestimado. Calculam, amparados no que ocorreu em obras semelhantes, um mínimo de 150 mil pessoas. A Eletrobrás observa no EIA/RIMA que 18 mil empregos diretos serão gerados no pico da obra, no terceiro e o quarto anos de construção. Somados os 23 mil empregos indiretos previstos, seriam 41 mil postos de trabalho. Nas contas do próprio governo, portanto, aproximadamente 60 mil pessoas que migrarão não terão emprego em nenhum momento. A obra deve durar dez anos. No final da construção, a quantidade de empregos estimados é de apenas 700 diretos e 2.700 indiretos. O EIA/RIMA avalia que 32 mil migrantes deverão ficar na região após o termino da obra, a maioria em Altamira.

Índios não foram ouvidos adequadamente. Emissões
de gases-estufa podem estar subestimadas. Certas condições do
Ibama só serão conferidas anos após conclusão da usina

7. De acordo com o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) o metano (CH4) é um gás de efeito-estufa que causa um impacto 25 vezes maior no aquecimento global que o gás carbônico, por tonelada emitida. As hidrelétricas são responsáveis pela liberação de metano, pois a vegetação que fica submersa com a formação do lago (no caso de Belo Monte, com mais de 500 Km²), libera, ao se decompor, grandes quantidades do gás. A produção de CH4 também ocorre com o processo de passagem da água pelas turbinas e vertedouros da hidrelétrica, algo ignorado pelo EIA/RIMA. As grandes hidrelétricas agravam em especial esta situação, pois quanto maiores a área alagada, e a água movimentada, maior a emissão de metano.

8. O EIA/RIMA afirma que serão afetadas diretamente pela usina de Belo Monte as Terras Indígenas Paquiçamba (do povo Juruna), e Arara da Volta Grande do Xingu (do povo Arara), além da Área Indígena Juruna do Quilômetro 17 (também do povo Juruna). O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) afirma que também será afetada diretamente a Terra Indígena Trincheira Bacajá (dos povos Kayapó e Xicrin). Porém, mesmo reconhecendo este impacto direto, o governo recusa-se a realizar as oitivas indígenas, conforme determinam o artigo 231 da Constituição e a convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), da qual o Brasil é signatário. Este também é um dos principais questionamentos levantados pelo Ministério Público Federal.

9. Com a construção da barragem principal da usina de Belo Monte, uma área de aproximadamente 100 quilômetros, na chamada Volta Grande do Xingu, terá a sua vazão de água reduzida a algo em torno de 30% do fluxo atual. Sobre isso, o parecer técnico nº114/2009, assinado por seis analistas ambientais do Ibama, e um dos documentos básicos para a emissão da LP, é claro. Diz o parecer: “o estudo sobre o hidrograma de consenso não apresenta informações que concluam acerca da manutenção da biodiversidade, a navegabilidade e as condições de vida das populações do TVR [Trecho de Vazão Reduzida]”.

10. Para que as águas do rio Xingu possam fluir da barragem principal até as vinte turbinas que estão previstas para Belo Monte, serão abertos dois gigantescos canais no meio da floresta, o que movimentará aproximadamente 150 milhões de metros cúbicos de terra, e 60 milhões de metros cúbicos de rocha, equivalentes à movimentação de material realizada na abertura do Canal do Panamá. Os impactos não foram totalmente contabilizados no EIA/RIMA de Belo Monte, além de não ter sido fornecida informação clara sobre o local onde o material retirado será depositado, caso a obra avance.

11. O parecer técnico nº114/2009 também afirma que “tendo em vista o prazo estipulado pela Presidência [do IBAMA], esta equipe não concluiu sua analise a contento. Algumas questões não puderam ser analisadas na profundidade apropriada, dentre elas as questões indígenas e as contribuições das audiências públicas”. Porém, em relação ao que puderam identificar, os analistas ambientais destacam, além das questões referentes ao TVR, o não-dimensionamento a contento dos impactos decorrentes do afluxo populacional para a região. Em consequência, podem ser insuficientes as medidas que tentarão preparar a região para receber tal afluxo, além de estar indefinida a responsabilidade de cada agente públicos nas ações necessárias. Um terceiro elemento apresentado no parecer 114/2009 é um elevado grau de incerteza em relação ao prognóstico da qualidade da água, em especial no reservatório dos canais da hidrelétrica.

12. A Licença Prévia nº342/2010, emitida pelo Ibama em 1º de fevereiro de 2010, apresentou quarenta condições para a execução da obra. O cumprimento de várias delas, porém, só poderá ser atestado após a conslusão e pleno funcionamento da obra. É o caso da garantia de qualidade da água, navegação e modos de vida da população da Volta Grande do rio Xingu. A licença também posterga a apresentação das estratégias para garantir a infra-estrutura que antecede as obras. Ela só será definida depois da escolha da empresa que gerará a energia. Estas indefinições estão sendo questionadas por diversos movimentos sociais, ONGs e Ministério Público. Entende-se que não é possível adiar o atendimento destas condicionantes. Após realizado o leilão, a pressão política e econômica do consórcio vencedor para o rápido início dos trabalhos será muito mais forte. Haverá enorme risco de que fiquem à margem do debate fatores importantes para a preservação da vida, e do próprio rio Xingu.

Alternativas: recorrer a fontes limpas, debater
novo paradigma de produção e consumo, rever
relações entre ser humano e natureza

Estes doze pontos, levantados a partir do exame do EIA/RIMA e do relatório do Painel de Especialistas, não esgotam as questões existentes. Uma destas é o perigo iminente de se retomar o projeto original para a construção de hidreléticas no rio Xingu. Ele previa sete represas, número tarde reduzido cinco. As indefinições existentes sobre Belo Monte torna incerta a viabilidade econômica, o que pode despertar a tentação de “completá-la”. O volume de energia entregue pela usina equivalerá a cerca 39% de sua capacidade máxima de geração – enquanto a recomendação técnica é de pelo menos 55%. Nada impede que o governo, no futuro, proponha “otimizar” o empreendimento construindo novas barragens no Xingu.

É interessante também verificar o envolvimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para financiar até 80% de Belo Monte, a instituição precisará se capitalizar, principalmente depois que a EPE reavaliou o custo da obra para R$ 20 bilhões. O banco também financiar o projeto em até trinta anos, dos quais cinco de carência e 25 de amortização. Atualmente, a diretoria do BNDES permite apenas o financiamento em 25 anos, dos quais vinte de amortização. As taxa de juros para o empréstimo ao consorcio ganhador serão as menores do mercado. Vale lembrar que uma das principais fontes de recursos do BNDES é o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), um fundo especial destinado ao custeio do seguro-desemprego, abono salarial e financiamento do desenvolvimento econômico dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.

Belo Monte é um dos maiores investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Como tal, tem recebido atenção especial. Isto ficou particularmente claro em fevereiro de 2010. A Advocacia-Geral da União (AGU) ameaçou processar membros do MPF que se contrapõem ao licenciamento e construção da usina, alegando que as ações judiciais propostas por eles são “sem fundamento, destinadas exclusivamente a tumultuar a consecução de políticas públicas relevantes para o país”.

Diversas comunidades indígenas já deixaram clara sua oposição à construção de Belo Monte. Uma das mensagens foi expressa em carta enviada em 1º de novembro de 2009, ao presidente Lula, pelos povos indígenas Mebengôkre (Kayapó), Xavante, Yudjá (Juruna), Kawaiwet (Kaiabi), Kisêdjê (Suiá), Kamaiurá, Kuikuro, Ikpeng, Panará, Nafukua, Tapayuna, Yawalapiti, Waurá, Mehinaku e Trumai, habitantes da bacia do Rio Xingu e das regiões circunvizinhas. Reunidos na aldeia Piaraçu (Terra Indígena Capoto/Jarina), afirmaram textualmente: “Caso o governo decida iniciar as obras de construção de Belo Monte, alertamos que haverá uma ação guerreira por parte dos povos indígenas do Xingu. A vida dos operários e indígenas estará em risco e o governo brasileiro será responsabilizado”.

O modelo de desenvolvimento implementado na região amazônica tem sido historicamente pautado nos grandes projetos de exploração vegetal, mineral, e hídrica. Isto pode ser verificado nas hidrelétricas de Tucuruí (PA); Curuá-Una (PA); Balbina (AM); Samuel (RO); nos projetos de exploração de ouro em Serra Pelada, no município de Curionópolis, realizado por uma cooperativa de garimpeiros; na exploração de ferro em Parauapebas, realizado pela Vale; na exploração de bauxita em Juruti, realizado pela Alcoa; exploração de níquel em Ourilândia do Norte, pela Vale; exploração de bauxita em Oriximiná, pela Mineração Rio do Norte/Vale; exploração de Cobre em Canaã dos Carajás (Vale); e exploração de bauxita em Paragominas (mais uma vez, Vale). Todos os projetos citados estão localizados no Pará.

Data do final do século 16 o início da exploração dos recursos naturais da Amazônia. Foi sempre um processo autoritário, que se estendeu na fase “moderna”, a partir do final dos anos 1930. O processo tem demonstrado a insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento e, em especial, a urgência alternativas. Elas incluem um cardápio de transformações. A energia pode ser gerada a partir de fontes limpas: solar, eólica, resíduos da biomassa não-oriundos de monoculturas. Relações humanas sustentáveis não podem sobrepor os elementos econômicos ambientais, sociais ou culturais. O paradigma de desenvolvimento pode perfeitamente estabelecer harmonia entre a natureza e os seres humanos, garantindo a existência primeira do planeta. A insistência no atual padrão ampliará os desastres climáticos e ambientais, já em estágio avançado.

Dion Márcio C. Monteiro é economista do Instituto Amazônia Solidária e Sustentável (IAMAS), doutorando em Sociologia na Université Paris-Nord (França), e componente do Comitê Metropolitano do Movimento Xingu Vivo para Sempre.

Bibliografia de referência:

Enviada por José Carlos para Combate Racismo Ambiental.

12 horas atrás

Lázaro Ramos entrevista Joaquim Barbosa para o Canal Brasil

por racismoambiental
 

“Escuto muito jazz e música clássica, e já fui roqueiro”, contou o presidente do Supremo Tribunal

Da Editoria Gente & Variedades

A nova temporada do programa ‘Espelho’ segue cheia de novidades. O entrevistado da semana, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, bateu um papo com o ator e apresentador Lázaro Ramos sobre o mensalão, gosto musical e trajetória de vida.

“Escuto muito jazz e música clássica, e já fui roqueiro”, conta. Se já pensou em ser ator? “Eu nunca quis. Mas, durante muito tempo, pensei que se tivesse tido uma boa oportunidade seria um bom ator. Mas a timidez fez com que jamais fizesse um teste”, revela. De acordo com a Coluna Vip do jornal Correio* deste dábado (13) a entrevista foi dividida em duas partes. A primeira, trajetória, será exibida na segunda-feira. A outra, justiça, vai ao ar no dia 22 de abril.

13 horas atrás

Atual projeto de nação não tem lugar para povos indígenas, diz indígena e doutor em antropologia

por racismoambiental
 

Gersem Baniwa (Daiane Souza/UnB Agência)

Thiago Pimenta – Portal EBC

Após manifesto de funcionários da Funai por um plano de  indigenismo brasileiro, o Portal EBC entrevistou o indígena e doutor emantropologia Social, Gersem Baniwa, que atualmente é professor da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).

Na opinião de Gersem, que é originário do grupo indígena Baniwa (localizado normalmente no noroeste do Amazonas), um plano indigenista passa previamente por um projeto de nação do país, não podendo acontecer de forma dissociada: “Quando observamos a difícil situação de vida dos povos indígenas, pelas permanentes violações de seus direitos básicos, como o direito ao território e à saúde, podemos acreditar que ou o Brasíl ainda não definiu seu projeto de nação; ou já definiu e neste projeto não há lugar para os povos indígenas”, destaca.

O pesquisador,  que já trabalhou em projetos no Ministério da Educação, reconhece alguns avanços das ações do governo na área escolar e na saúde indígena. O pesquisador reforça os esforços de gestores e técnicos que tentam avançar nas políticas indigenistas, mas denuncia as pressões sofridas pelos índios brasileiros por outros setores.

 

PLANO INDIGENISTA

Portal EBCAntes de tudo, em que consiste um plano indigenista?

Gersem: Um plano indigenista para o Brasil passa pela existência de um Projeto de Nação do Brasil. Quando observamos a difícil situação de vida dos povos indígenas, pelas permanentes violações de seus direitos básicos, como o direito ao território e à saúde, podemos acreditar que ou o país ainda não definiu seu projeto de nação; ou já definiu e neste projeto não há lugar para os povos indígenas.

Portal EBC: O texto da Constituição de 88 reconhece aos indígenas o direito à organização social, costumes, línguas, crenças e tradições e dá a eles os direitos originários sobre as terras que ocupam. Jà a União é responsável por demarcar essas terras, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. Não seria esse o começo desse projeto?

Gersem: A sociedade brasileira tentou dar sua contribuição por ocasião da Constituinte de 1988, assegurando direitos básicos que garantissem a continuidade étnica e cultural dos povos indígenas, por meio dos direitos sobre suas terras tradicionais e o reconhecimento de suas culturas, tradições e organização social, além do reconhecimento da plena capacidade civil e de cidadania. Minha hipótese é de que essas conquistas legais tinham relação com sentimento de culpa pelos séculos de massacres e mortes impostos aos índios pelos colonizadores, portanto, como medidas reparadoras do ponto de vista moral.

Mesmo reconhecendo alguns avanços pontuais no campo da educação (acesso à educação básica e superior ampliado), do direito à terra principalmente na Amazônia Legal e de participação política (06 prefeitos e 76 vereadores indígenas), o Estado continua passando por cima das cabeças e de caveiras dos povos indígenas como acontece de forma escancarada e vergonhosa no Estado de Mato Grosso do Sul, onde os índios Guarani-Kaiowá continuam sob fogo cruzado por fazendeiros e políticos da região. Para as elites econômicas e políticas do país, os povos indígenas continuam sendo percebidos e tratados como empecilhos para o desenvolvimento econômico do país (que na verdade é o enriquecimento desses grupos). Portanto, um plano indigenista brasileiro depende necessariamente da clareza de que nação, sociedade e país se quer construir. Os povos indígenas só terão chance se o Brasil assumir com seriedade a construção de um projeto de nação baseada em uma sociedade pluriétnica, multicultural e solidária.

Portal EBC: Quais seriam os pontos são mais importantes para um bom plano indigenista para o país?

Gersem: O ponto mais importante de um plano indigenista é garantir as condições reais para a garantia plena dos direitos indígenas, baseadas no protagonismo e na cidadania dos indivíduos e coletividades indígenas. Somente a garantia desses direitos pode garantir a continuidade étnica e cultural desses povos, por meio de segurança territorial, segurança econômico-alimentar, política de educação adequada e  política de saúde eficiente.  Isso também daria sinal de que os povos indígenas podem ter seu espaço na sociedade brasileira. Percebemos uma grande contradição na política indigenista atual: uma parte minoritária do Estado (governo) que tenta adotar o discurso e a prática em favor dos povos indígenas e a outras majoritária que ao contrário, adota discursos e práticas anti-indígenas.

Leia também:

Funcionários da Funai fazem manifesto por índios isolados

SITUAÇÃO ATUAL DOS ÍNDIOS BRASILEIROS

Portal EBC: Como você vê a atual situação dos indígenas brasileiros? O que precisa mudar?

Gesem: Hoje os povos indígenas do Brasil passam por uma situação muito difícil e ruim, com violações constantes aos seus direitos e com a crescente violência física e de morte que sofrem. Os dez anos seguintes à promulgação da CF de 1988 foram de gradativo processo de conquistas de direitos concretos (demarcação de terras, educação escolar, organização social e participação política) mas, os últimos três anos foram de estagnação com forte tendência de retrocesso sem precedentes para os povos indígenas.  A leitura que faço é que o Estado (comandado pelas elites políticas e econômicas) se arrependeu de reconhecer os direitos indígenas e agora faz de tudo para, em primeiro plano, violar esses direitos e em segundo plano, anular ou reduzir esses direitos. Ou é isso, ou o Estado está assumindo sua incapacidade e incompetência para garantir os direitos dos povos indígenas. As políticas existentes são completamente insatisfatórias. Estão sempre voltadas para resolver ou minimizar problemas acumulados. As políticas indigenistas continuam sendo autoritárias, paternalistas e tutelares. Embora o Brasil tenha adotado a Convenção 169 da OIT, há anos, até hoje ela não foi regulamentada. Neste sentido, um plano indigenista moderno precisa superar seriamente a visão imediatista, autoritária e de descaso institucional. Precisa ser construído um plano transparente e participativo de curto, médio e longo prazo, com metas, objetivos e condições claros de implementação. O mais importante é o plano indigenista ser do Estado e não apenas de um governo ou do órgão indigenista.

Portal EBC: Que ações merecem destaque na atual política indigenista?

Gersem: É importante reconhecer que nos últimos houve esforços e tentativas do governo federal em avançar nas políticas de atendimento voltadas para os povos indígenas, principalmente após o fim do monopólio da política indigenista pela Fundação Nacional do Índio (Funai), no início da década de 1990. O Ministério da Saúde tem se esforçado para tentar responder às demandas indígenas. O Ministério do Meio Ambiente iniciou experiências inovadoras ainda no final da década de 1990 em apoio técnico e financeiro para projetos socioeconômicos alternativos e autossustentáveis de comunidades indígenas na Amazônia. O Ministério da Educação empreendeu esforços junto aos estados e municípios em busca de melhorias no atendimento escolar às aldeias indígenas. Sem dúvida que essas experiências das últimas duas décadas lograram avanços e êxitos parciais e de algum modo contribuíram para a recuperação da autoestima e de esperança no futuro dos povos indígenas, expressa por meio do crescimento demográfico desses povos que está se aproximando de um milhão de indígenas no país (considerando que na década de 1960 chegaram à cifra de 200.000 indígenas) e da presença cidadã dos indígenas na vida do país. As experiências revelaram também questões preocupantes, como as limitações do Estado no atendimento aos direitos e anseios indígenas. Os gestores e técnicos de ministérios bem que tentaram avançar nas políticas voltadas aos povos indígenas, mas percebe-se atualmente o limite dessas possibilidades, diante do contexto político e econômico do país. Essas possibilidades esbarram na falta de vontade política dos dirigentes maiores em dar relevância às questões indígenas. Sem determinação política o tema nunca entra na lista de prioridades do governo e, por isso, as instâncias e estruturas que atuam junto a esses povos estão sempre esvaziadas, desestruturadas e desqualificadas, sem recursos financeiros, sem equipes e sem condições administrativas. Deste modo fica difícil assegurar os direitos indígenas que ficam a mercê dos interesses econômicos anti-indígenas. Muitas vezes parece que o governo se presta a servir aos interesses desses grupos.

Portal EBC: Como você avalia o trabalho da Funai hoje?

Gersem: Nos últimos dez anos a Funai tem se esforçado para estar ao lado dos povos indígenas no enfrentamento dos problemas existentes nas aldeias, mas é um órgão do Estado e dos governos, portanto, dominada pela incapacidade e ineficiência institucional. É um órgão com eminência de falência institucional, por ausência de força e crédito político, falta de recursos humanos, equipe reduzida e mal preparada, e com infraestrutura arcaica. É evidente o processo de sucateamento e enfraquecimento do órgão nos últimos anos, na mesma proporção em que as oligarquias econômicas e políticas nos municípios e Estados se organizaram e se fortaleceram contra os direitos indígenas. O enfraquecimento da Funai é o mais claro exemplo do descompromisso do governo e do Estado para com a defesa e garantia dos direitos indígenas no país. Com isso, os povos indígenas cada vez mais estão à mercê e se tornam reféns de municípios, estados e grupos políticos e econômicos hostis aos direitos indígenas. Isso deixa claro também a necessidade de reorganização e fortalecimento do papel do governo federal na defesa e garantia desses direitos.

Portal EBC: Como você vê a atual atenção à saúde prestada aos indígenas?

Gersem: A política de saúde indígena no Brasil é a que mais se esforçou na busca por um plano mais adequado para o atendimento aos povos indígenas que teve início com a implantação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI´s), enquanto uma etnoterritorialização do atendimento, o que é uma ideia inovadora com grandes possibilidades. No entanto, tem sofrido como todas as demais políticas indigenistas das profundas contradições e irracionalidades da política e da administração pública brasileira. Recentemente foi criada a Secretaria Especial de Saúde Indígena, como resultado de décadas de luta dos povos indígenas, mais uma iniciativa relevante e, no entanto, foi neutralizada pelos gargalos administrativos homogêneos da burocracia estatal pensada para atender as realidades dos centros urbanos. Sem equipes e sem condições logísticas adequadas, a política de saúde indígena está sendo um pesadelo para a saúde dos povos indígenas. O mesmo acontece no campo das políticas de educação escolar indígena, principalmente em regiões da Amazônia e do Nordeste, onde construções de infraestrutura e transporte logístico básicas não são possíveis de serem resolvidas pelos irracionais procedimentos licitatórios. O mesmo acontece com a falta de recursos humanos qualificados para atuar nas aldeias ou próximo às aldeias, pois as formas de contratação, temporárias ou de carreira, não são adequadas, pois dificilmente profissionais qualificados se dispõem a trabalhar nas aldeias com baixos salários pagos pelo poder público.

Portal EBC: Como você vê a situação dos indígenas isolados e recém-contatados?
Gersem: Entendo que esses povos apresentam consciência sobre a situação de não estabelecerem contato permanente com a sociedade nacional e por isso devem ser respeitados nessa decisão. Neste sentido, cabe ao Estado protegê-los, criar condições de proteção sem ação interventiva ou esforço para estabelecer contato, pois estes povos fazem parte da nação brasileira, ainda que desconhecidos da população majoritária.

PRESSÕES SOFRIDAS POR POVOS INDÍGENAS

Portal EBC: Quais são as maiores pressões sofridas pelos indígenas brasileiros? Quais são os agentes dessas pressões?

Gersem: Na atualidade, as maiores pressões aos povos indígenas vêm dos grupos ruralistas e mineradores do país além, é claro, dos próprios agentes do Estado e das grandes construtoras interessados pelos territórios indígenas e principalmente pelos recursos naturais neles existentes. As principais ameaças vêm das elites econômicas, principalmente ruralistas, na medida em que estão, a todo custo, espoliando as terras indígenas. É importante afirmar que não é possível garantir a continuidade etnocultural dos povos indígenas sem a garantia territorial. Mas não podemos esquecer a outra ameaça que vem das igrejas religiosas, que estão realizando, verdadeiros massacres culturais por meio de suas imposições doutrinárias em detrimento das culturas e valores indígenas.

Portal EBC: De que forma essas pressões podem ser aliviadas?

Gersem: Primeiro, a partir de um ordenamento territorial, respeitando-se os direitos constitucionais dos povos indígenas. No Brasil, é necessário se criar o hábito e a cultura de se respeitar as leis e o Estado ou governos precisam criar vontade e capacidades para exerceram o poder para zelar pelo cumprimento das leis, indistintamente de classes, grupos sociais ou credos. Segundo, é necessário respeitar a legislação nacional e internacional que asseguram a participação e a consulta prévia e qualificada aos povos indígenas em qualquer projeto ou programa governamental que lhes afetem. Em terceiro lugar, o que é mais importante é a superação do preconceito histórico sobre os povos indígenas de que são empecilhos para o desenvolvimento do país e a superação do racismo que considera os povos indígenas como atrasados ou não civilizados. Não é possível pensar o Brasil desenvolvido e civilizado enquanto não aprender a respeitar e valorizar um dos seus três pilares étnicos, que formaram o povo e a nação brasileira, que são os povos indígenas ou povos originários.

Portal EBC: As grandes obras como a construção de hidrelétricas e rodovias também ameaçam os povos indígenas?

Gersem: Sem dúvida, depois da luta pela terra as construções de grandes obras ameaçam seriamente a vida presente e futura dos povos indígenas, na medida em que afetam diretamente os ecossistema dos territórios indígenas que são fundamentais para a sobrevivência física e cultural. É importante destacar que os povos indígenas precisam integralmente de seus territórios, enquanto ecossistemas integrados e abrangentes para perpetuarem suas culturas, tradições, seus conhecimentos e seus modos de vida.

Portal EBC: Qual a sua opinião sobre a recente militarização nessas grandes obras, como a presença da Força Nacional no Complexo Tapajós?

Gersem: Acho completamente desnecessária e mostra claramente a atitude arbitrária e autoritária do governo. Mostra ainda total falta de sensibilidade e capacidade de diálogo com o movimento social indígena. E o que mais assusta com essa atitude do governo é a possibilidade de que o governo esteja radicalmente decidido a seguir o discurso de em nome do “relevante interesse público” passar por cima dos povos indígenas, ou seja, mais uma vez os povos indígenas podem pagar com suas vidas o suposto bem estar da sociedade majoritária e pode no futuro próximo estimular instabilidade social nas regiões e no país. Um diálogo franco, transparente e democrático com os interessados deveria ser instituído para mediar e solucionar conflitos de interesses. Nem sempre a força física e militar é a melhor solução para muitos casos.

Portal EBC: A lei 5.371 diz que a Funai deve exercer o poder de polícia nas áreas reservadas e nas matérias atinentes à proteção do índio. Como você vê a questão do poder de polícia conferido à Funai? A instituição deve ter autonomia ou deve recorrer a outros órgãos de segurança pública?

Gersem: Em primeiro lugar não tenho nada contra o poder de polícia da Funai, mas acho isso completamente inviável pelas condições em que o órgão se encontra: enfraquecido, desestruturado e principalmente sem equipe qualificada. Em segundo lugar, é importante considerar o papel do estado brasileiro na defesa e proteção dos direitos dos povos indígenas e, para isso, dispõe de vários instrumentos e mecanismos institucionais, como Ministério Público, a Polícia Federal e a Força Nacional e outros órgãos. Não acredito que somente uma Funai armada irá resolver os problemas dela e dos povos indígenas, mas sim um plano indigenista sério, forte e eficiente, com o peso e a responsabilidade do Estado e dos governos.

Portal EBC: Um delegado da Polícia Federal da Delegacia Vilhena, em Rondônia, sugeriu que a Funai fizesse a regularização quanto ao porte de armas de fogo por parte dos servidores. Você é contra ou a favor do porte de armas por funcionários da instituição?

Gersem: Em primeiro lugar sou contra porte de armas para qualquer cidadão que não represente órgãos de segurança pública, de modo que os funcionários da Funai só deveriam portar armas caso eles exerçam poder de polícia, caso contrário sou completamente contra.

PERSPECTIVAS PARA O INDIGENISMO BRASILEIRO

Portal EBC: Na sua opinião, qual é a maior urgência do indigenismo brasileiro?

Gersem: A maior urgência é a definição clara de uma política indigenista para o país com metas de curto, médio e longo prazo. Uma política que estabeleça com clareza o lugar dos povos indígenas na nação brasileira. E para mostrar compromisso e seriedade com esta política é fundamental a aprovação do Estatuto dos Povos Indígenas que expresse este plano indigenista de curto, médio e longo prazo de forma articulado. O governo federal precisa assumir a responsabilidade pela defesa e proteção dos direitos desses povos, conforme determina a Constituição Federal. Só uma atuação exemplar do governo federal pode tirar os povos indígenas das mãos sanguinárias das elites econômicas, principalmente ruralistas.

Portal EBC: Quais são as perspectivas futuras para o indigenismo brasileiro?

Gersem: De muita angústia, muita dúvida e muita luta na tentativa de evitar que mais uma onda de genocídios volte a ser executada no Brasil. A esperança está em uma geração de jovens indígenas que estão se formando nas academias brasileiras e que ao longo dos próximos anos vão estar assumindo a liderança de suas aldeias e seus povos e, em muitos casos, também ocupando espaços nos órgãos da administração pública e nos poderes constituídos do país e que podem propor e construir novas alternativas de resistência e sobrevivência dos povos indígenas do Brasil. O grande desafio dessa nova geração de lideranças indígenas é domesticar a hostilidade, a ambição, a vaidade e o senso de tirania dos grupos políticos e econômicos que dominam as estruturas e as políticas do Estado e dos governos. Mas tenho certeza que os povos indígenas continuarão sua histórica luta de resistência mas também de fé por dias melhores em mundos melhores.

Edição: Leyberson Pedrosa

Compartilhada por João Alexandre Guarani Kaiowá.

13 horas atrás

Perú: La manipulación mediática y la banalización de los medios

por racismoambiental
 

Por Payo Pauch – Servindi

14 de abril, 2013.- En las sociedades capitalistas-consumistas, los medios de comunicación masiva (prensa, radio, TV, e Internet) se han convertido en un sector estratégico de influencia y poder en los diferentes ámbitos de la vida económica, política, y sociocultural de un país.

Esta poderosa industria de la comunicación se encuentra enmarcada por objetivos específicos, algunos de los cuales son: la manipulación ideológica, el consumismo compulsivo y la formación de la mentalidad moldeable y sumisa de sus consumidores.

Pues, nos sugestionan, nos hipnotizan, nos manipulan, nos cautivan, para vendernos ideas y productos a través de la información, el entretenimiento y los anuncios comerciales, cuyo objetivo final son sus pingües ganancias y una óptima rentabilidad financiera.

Convierten a su público en apéndices del mercado, con mentalidades programadas, gustos dirigidos e ideas sugeridas. Siendo su función convencer a la población de su adhesión a las ideas y vorágine del libre mercado y el capitalismo salvaje; exacerbando para ello, el individualismo, la competencia, el egoísmo, el éxito material, castrando por ende la conciencia crítica y reflexiva del ciudadano.

El estudioso Vicente Romano, considera que la manipulación va dirigida al pensamiento, los sentimientos y las acciones de la persona, siendo el objetivo final la pasividad y la sumisión. La manipulación se da cuando se producen informaciones fragmentadas, seleccionadas o silenciadas, que nos hacen creer que estamos bien informados, produciendo deliberadamente mensajes que no concuerdan con la realidad social.

El lingüista y politólogo Noam Chomsky, elaboró la lista de las “Diez Estrategias de Manipulación Mediática”, que debemos tener muy en cuenta a la hora de ver, leer y escuchar el contenido de los medios.

Citaré cinco estrategias de Chomsky, para hacer un paralelo con lo que sucede en nuestros medios, a saber:

1.- La estrategia de la distracción: consiste en mantener la atención del público distraída con noticias insignificantes, banales, lejos de los verdaderos problemas sociales, políticos y económicos.

En el Perú, el periodismo de espectáculo ha invadido nuestros medios, la cultura del rating y el sensacionalismo es el que predomina, en detrimento del periodismo de información veraz, que apenas se logra contar con cinco dedos de la mano.

Tanto los reality shows, programas de farándula, de humor, de concursos, ocupan espacios y horarios estelares, provocando espectáculos escandalosos y deplorables, impregnados de violencia, discriminación y chabacanería; conculcando el derecho a la intimidad, mancillando la dignidad, y provocando vergüenza ajena.

Trastocan valores, distorsionando la visión de lo bueno y lo malo, es así que el delincuente juvenil “Gringazo” ganó fama y notoriedad convirtiéndolo en antihéroe.

Todo ello, ante una sociedad indolente, relajada moralmente y tolerante con personajes y sucesos negativos. Pues, “hay que darle circo a la gente”.

2.- La estrategia de la gradualidad: para hacer que se acepte una medida inaceptable, basta aplicarla gradualmente, por años consecutivos; es de esta manera que privatizaciones, desempleo masivo, salarios bajos, se impusieron poco a poco.

En el país, la perorata “el perro del hortelano” del anterior gobierno, cuyo fin es el negociado y venta de nuestros recursos naturales, sigue vigente con la ayuda y apoyo de los medios de derecha. Porque “la plata viene sola” según el expresidente.

3.- La estrategia de diferir: para aceptar una decisión impopular, es necesario presentarla como “dolorosa y necesaria”, obteniendo la aceptación pública, en el momento, para una aplicación futura.

El pedido de indulto para el reo Alberto Fujimori, con apoyo de los medios derechistas, es un claro ejemplo de dicha estrategia. No puede haber impunidad ante delitos graves de lesa humanidad. Sería un craso error político de este gobierno, si le concediera el indulto político.

4.- Utilizar el aspecto emocional mucho más que la reflexión: es una técnica clásica, para causar un corto circuito en el análisis racional y sentido crítico de los individuos. Permite abrir la puerta al inconsciente, para implantar o injertar ideas, deseos, temores, miedos, o inducir a comportamientos.

La prensa de la derecha bruta y achorada de nuestro país, con su discurso mendaz, provocador, y acusador, satanizan sistemáticamente a los Presidentes progresista de América Latina y el Caribe. Especialmente el desaparecido Presidente de Venezuela, Hugo Chávez Frías fue blanco del odio visceral y el escarnio sin precedentes.

Criticados, vapuleados, y calificados de “populistas”, repiten la misma monserga, todos los días, para que algo quede en la memoria de la gente, silenciando maliciosamente las buenas relaciones y cooperación entre los países de la región.

En la política local, los ataques, venganzas, y calumnias, es pan de cada día, los medios no tienen principios solamente cálculos políticos. Se emula a los políticos corruptos y ladrones, y se acusa o silencia a los políticos probos.

La parcialidad y la manipulación de sus contenidos informativos, han provocado la pérdida de credibilidad y ética periodística. Ya lo decía Malcolm X: “Si no estáis prevenidos ante los medios de comunicación, os harán amar al opresor y odiar al oprimido”.

5.- Estimular al público a ser complaciente con la mediocridad: promover al público a creer que es moda el hecho de ser vulgar, inculto, mal hablado, o admirador de gente sin talento, a despreciar lo intelectual, exagerar el culto al cuerpo etc.

Cuando leemos en la prensa, oímos en la radio, y miramos en la TV. e Internet, generalmente nos ofrecen y venden ideología basura y consumismo irracional, creando en el ciudadano una falsa conciencia de bienestar efímera y volátil, que desaparece si no consume.

Asimismo, han hecho de la violencia física y psicológica, uno de sus temas favoritos y cotidianos, lo vemos en los informativos, novelas, películas, series etc. provocando el conocimiento deformado y la mente programada para aceptar como algo natural la mediocridad.

Felizmente hay ciudadanos que van tomando conciencia de la manipulación mediática, y la falta de fiabilidad informativa de nuestros medios.

Es hora de dejar de ser consumidores pasivos de información, y pasar a ser ciudadanos críticos y reflexivos de nuestra realidad. Denunciemos la falta de ética de los dueños de medios y periodistas; luchemos por la regulación mediática; y consumamos medios alternativos y publicaciones con contenidos críticos y de análisis, porque todavía existen periodistas que dicen la verdad por encima del poder mediático.

“Si no lees el periódico, serás un desinformado; si lees el periódico serás un mal informado” (Mark Twain).

Referencias:

  • Chomsky, Noam: Diez Estrategias de Manipulación Mediática. En foro.enfemenino.com
  • Romano, Vicente: La Formación de la Mentalidad Sumisa. Educap/Epla. Lima-Perú, 2008.
  • Serrano, Pascual: Desinformación. Como los medios ocultan el mundo. Ediciones Península. Barcelona-España, 2009.
  • Phillips, Meter; Huff, Mickey: Proyecto Censurado 2011. Las 25 historias periodísticas más importantes censuradas por la prensa comercial en 2010. Timeli Ediciones Venezolana- Venezuela, 2011.
13 horas atrás

Bancada ruralista pressiona para tirar poderes da Funai [e rasgar a Constituição de 1988]

por racismoambiental
 

Karine Melo, Repórter da Agência Brasil

Brasília – Deputados da bancada ruralista prometem apertar o cerco contra a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a atribuição do órgão de auxiliar na demarcação de terras indígenas no Brasil. Entre as estratégias para pressionar o governo por mudanças, integrantes da Frente Parlamentar da Agricultura dizem já ter assinaturas suficientes – mais de 180 – para protocolar um pedido de criação de uma comissão parlamentar de inquérito para investigar a Funai, mas ainda não há definição sobre quando isso será feito.

Na semana passada o grupo contabilizou duas vitórias. Na primeira, conseguiu convocar a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para prestar esclarecimentos na Comissão de Agricultura da Casa sobre as questões indígenas. A data da ida da ministra ao Congresso deve ser definida ainda esta semana pelo presidente comissão, deputado Giacobo (PR-PR).

Os ruralistas conseguiram ainda, na última quarta-feira (10), o apoio que faltava para a criação de uma comissão especial para apreciar e dar parecer à Proposta de Emenda à Constituição (PEC 215/2000) que inclui, nas competências exclusivas do Congresso Nacional, a aprovação de demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, a titulação de terras quilombolas, a criação de unidades de conservação ambiental e a ratificação das demarcações de terras indígenas já homologadas, estabelecendo que os critérios e procedimentos de demarcação serão regulamentados por lei. A comissão foi criada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), em retribuição ao apoio que recebeu dos ruralistas para comandar a Casa.

“Nós estamos criando uma série de injustiças para aqueles que são proprietários de terras, independentemente do tamanho. O que nos preocupa é a falta de critérios e de uma condição de defesa dentro dos processos de homologação conduzidos pelos antropólogos [da Funai]”, diz o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) que integra a Frente Parlamentar da Agricultura.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) reagiu à criação da comissão. Em nota divulgada no site, o Cimi repudiou a decisão. “O ato do presidente da Câmara constitui-se em um atentado à memória dos deputados constituintes, ataca de forma vil e covarde os direitos que os povos indígenas conquistaram a custo de muito sangue e atende os interesses privados de uma minoria latifundiária historicamente privilegiada em nosso país”, diz o documento.

Procurada pela Agência Brasil, a Funai enviou nota classificando a PEC 215/00 como um retrocesso e uma ação contrária à efetivação dos direitos territoriais dos povos indígenas.

“A Funai acredita que tal medida, ao invés de contribuir para a redução dos conflitos fundiários decorrentes dos processos de demarcação de terras indígenas, ocasionará maior tensionamento nas relações entre particulares e povos indígenas, diante das inseguranças jurídicas e indefinições territoriais que irá acarretar”, alerta o documento.

Entre as preocupações da Funai está o fato de a PEC prever a criação de mais uma instância no procedimento administrativo de regularização fundiária de terras indígenas. “Isso tornará mais complexo e moroso o processo de reconhecimento dos direitos territoriais dos povos indígenas – se não significar sua  paralisia -, com graves consequências para a efetivação dos demais diretos destes povos, como, por exemplo, garantia de políticas de saúde e educação diferenciadas, promoção da cidadania e da sustentabilidade econômica, proteção aos recursos naturais, entre outros.”

Esta semana a bancada ruralista na Câmara deve se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa. No encontro, os parlamentares vão pedir a conclusão do julgamento da Terra Indígena Raposa Serra do Sol – que ainda depende da publicação do acórdão do julgamento e dos embargos declaratórios a respeito das 19 condicionantes impostas pela Corte, em 2009, para que a demarcação da área fosse mantida em terras contínuas.

Depois que isso for feito, a polêmica Portaria 303 da Advocacia-Geral da União (AGU) pode entrar em vigor. A norma proíbe a ampliação de áreas indígenas já demarcadas e a venda ou arrendamento de qualquer parte desses territórios, se isso significar a restrição do pleno usufruto e da posse direta da área pelas comunidades indígenas. Ela também veda o garimpo, a mineração e o aproveitamento hídrico da terra pelos índios, além de impedir a cobrança, pela comunidade indígena, de qualquer taxa ou exigência para utilização de estradas, linhas de transmissão e outros equipamentos de serviço público que estejam dentro das áreas demarcadas.

As divergências da Frente Parlamentar da Agricultura em relação às atribuições da Funai também levaram o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a se comprometer a criar um grupo de trabalho para receber as manifestações dos deputados. Em 30 dias, representantes da Secretaria de Assuntos Legislativos da pasta, da Funai e parlamentares devem começar a discutir propostas que envolvem a demarcação e desapropriação de terras no país.

A Frente Parlamentar Ambientalista, presidida pelo deputado Sarney Filho (PV-MA), marcou uma reunião para a próxima quarta-feira (17). Na avaliação dos ambientalistas, os apoiadores da PEC 215 são motivados por “interesses pessoais e individuais contrariados”. “A PEC é um retrocesso absoluto, ela acaba com qualquer possibilidade de política indigenista e de política ambiental. Tirar a prerrogativa do Poder Executivo de criar unidade de conservação e reservas indígenas e passar para o Congresso é a mesma coisa de dizer que não vai ter mais”, disse Sarney Filho.

Edição: Lílian Beraldo

15 horas atrás

CE – Antiga Jaguaribara reaparece nas águas do Açude Castanhão

por racismoambiental
 

Postes de iluminação pública indicam onde ficavam as ruas, 11 anos depois da inundação. Fotos: Ellen Freitas

Postada por Janete Melo, com o comentário: “Alguns dias antes da remoção completa da população estive na cidade antiga (já em ruínas) e na nova, projetada; os dois cenários eram desoladores. Há informações que os índices de suicídio são altos. As autoridades não falam, mas o processo foi concluído às pressas devido a uma grande chuva que ocorreu na região, fazendo com que as águas subissem muito rapidamente. Há relatos de que pelo menos 35.000 animais tenham ficado submersos. Em 2011 voltei à cidade; a tristeza ainda ronda por todos os recantos da região”.

Reportagem visitou as ruínas da cidade, que desapareceu com a construção do maior reservatório do Ceará

Ellen Freitas, Diário do Nordeste

Jaguaribara O sertão que virou mar diante dos “jaguaribarenses”, há mais de uma década, voltou a emocionar a população, quando a seca decidiu revelar as ruínas da antiga cidade. O Açude Castanhão, responsável por transformar a vida de inúmeras famílias, hoje devolve um pouco de uma história de luta e partida, acompanhada de momentos importantes da cidade e do Estado.

Da parede da barragem é impossível saber onde se localiza a antiga cidade, que fica há cerca de 50 km de distância da nova sede. A reportagem acompanhou, com exclusividade, a primeira visita às ruínas da Velha Jaguaribara após 11 anos de sua inundação. Para chegar ao local foi preciso navegar durante uma hora, sendo esta a rota mais próxima. A visita foi acompanhada pelo vereador Mathusalém Maia, que foi o primeiro a saber das ruínas, a Coordenadora de Cultura do município, Mariane Souza e pelo guia Gil Queiroz, sendo os dois primeiros antigos moradores da cidade.

Nos primeiros quilômetros, era quase impossível de imaginar o que haveria ali. A cidade teve mais da metade dos seus prédios e casas demolidos e tudo ficou submerso durante todo esse tempo. Aos poucos, o trajeto foi se revelando pelos galhos das árvores e pelas grandes pedras que indicavam o caminho da velha localidade. As primeiras surpresas foram os postes que levavam eletricidade. Eles resistiram à força das águas e se mantiveram de pé, dando uma vaga ideia de como era a região.

Reminiscências

De repente, já estava em vista os escombros da antiga caixa d´água no bairro São Vicente, que abastecia toda a cidade. As ruínas foram trazendo à tona o que existia ali.

“Eu não tinha grandes expectativas na ida porque eu já tinha visto a cidade toda demolida antes das águas cobrirem, mas quando eu avistei de longe a caixa d´água me veio na cabeça o tempo em que tudo ainda estava ali. Lembrei de quando eu corria por ali de bicicleta, dos jogos no campinho em frente. Faz tanto tempo que eu deixei o lugar, mas me senti de novo em casa, na minha cidade, no meu lar, onde vivi metade da minha vida”, recorda Mariana. Ela tinha apenas 12 anos quando viu toda a sua cidade virar escombros.

E logo ali em frente dava para ver o enfileirado de postes de iluminação, os alicerces das residências, os locais onde ficava a pracinha, a igreja, as casas dos amigos, o rio que era o principal lazer dos moradores e a vida que existia, debaixo de milhares de metros cúbicos de água.

Navegando pelo local mais uma surpresa. O monumento erguido em homenagem ao centenário de morte do revolucionário Tristão Gonçalves de Alencar Araripe estava totalmente descoberto, cercado por antigas árvores. Alí, sucumbiu o então Presidente da Confederação do Equador no Ceará, morto por tropas imperiais. A revolução pretendia emancipar os estados do Nordeste dos domínios da Coroa e instalar um regime republicano.

Na época, a localidade era conhecida como Santa Rosa, pertencente ao território de Jaguaretama. Tristão morreu lutando em 30 de outubro de 1824. No centenário de sua morte, em 1924, o Instituto Ceará ergueu o monumento no local exato onde seu corpo foi encontrado, pendurado em uma árvore.

Explorando ainda o local, foi avistada uma casa que não foi encoberta pela água. Era residência do fazendeiro mais importante da cidade, Melanias Bezerra. Ao ver os escombros da casa onde nasceu, Mathusalém não conteve as lágrimas. Depois de alguns minutos em silêncio, observando a grande pilha de tijolos, ele conta que sua casa era uma das que não haviam sido demolidas e descreve emocionado o que havia ali.

Na internet

“Eu e meus irmãos, brincávamos debaixo dessa árvore, lembro de ficar correndo com os meninos, nesse espaço da frente. A gente costumava ir ajudar o papai a espremer cana-de-açúcar pra gente tomar com limão”, conta, emocionado. De volta à sede, os primeiros registros fotográficos feitos pelos que estiveram na visita ganharam as redes sociais. Sensibilizadas, algumas pessoas choraram ao relembrar com saudades da antiga cidade e de tudo o que viveram. As lembranças voltam como um filme triste. Houve até quem dissesse ter vontade de reconstruir tijolo por tijolo, para voltar aquele tempo.

O projeto de construção do açude foi um choque para a população, segundo conta a Irmã Maria Bernadete, que acompanhou como tudo aconteceu. “Em 1985, Jaguaribara vivia seu melhor momento tanto político quando de mobilização social e, de repente, veio essa notícia de que seria evacuada para construção da barragem.

Resistência à obra

Foram sete anos de luta contra a construção da obra, tudo o que pudemos fazer foi feito e, em 1999, foi dada a licença de instalação. “Não podíamos fazer mais nada”, relata.

Diante de brigas na Justiça por alguns direitos que até hoje não foram conquistados, pendências com relação à posse de casas e lotes para os agricultores, Irmã Bernadete conta um dos momentos mais emocionantes de toda essa história.

“Havia um pescador, inconsolado de cócoras ao lado do rio, chorando muito. Sua mudança já estava toda no carro e estavam aguardando ele para partir. Eu fui até ele e fiquei do seu lado, quando ele perguntou ´ Irmã, como é que eu vou me separar desse rio?´, e eu respondi que ele voltasse lá sempre que sentisse saudades. Depois disso não o vi mais nem recordo de seu nome, mas eu me emociono todas as vezes que lembro de seu sofrimento ao ter de deixar o lugar”, relata a irmã.

Documentários, reportagens, livros, artigos, há uma vasta literatura sobre a história da Velha Jaguaribara. Porém, o que há de mais precioso, as pessoas carregam em suas memórias e em seus corações. Sentimentos que jamais poderão ser descritos com tamanha intensidade. Só quem viveu e viu toda a história acontecer sabe o quanto é importante preservar a memória do lugar para manter a identidade dos novos moradores.

Hoje, a população aguarda ansiosamente o projeto de construção da Casa da Memória, um museu que contará toda a história desse momento importante para a história da cidade. Os poucos objetos que restaram da velha cidade coberta pela água estão expostos em uma pequena casa alugada pela Prefeitura.

16 horas atrás

Ruralistas orquestram campanha para manipular opinião pública e pressionar Joaquim Barbosa, Presidente do STF

por racismoambiental
 

Tania Pacheco – Combate ao Racismo Ambiental

A matéria abaixo é reproduzida do Correio do Estado, de Mat0 Grosso do Sul, sobre uma coletiva dada ontem pela direção da Federação de Agricultura e Pecuária de MS. Com pequenas variações, as alegações são as mesmas que vêm sendo repetidas até a náusea, inclusive as acusações à Funai, culpada de incitar invasões e violências. O novo dos dois últimos dias, que justificou a coletiva, foi a morte do “produtor rural” cuja “propriedade” teria sido invadida. Não por acaso, todas as primeiras versões publicadas a respeito tiveram a assinatura da própria Famasul. Por que a publico? Porque considero fundamental, em determinadas conjunturas, estar atenta a determinados discursos.

Não há dúvida de que o ex-PM morreu e de que um indígena está hospitalizado. O problema é como a mesma história é contada. No caso da Famasul, trata-se de uma campanha claramente orquestrada, preparando o encontro que 18 senadores ruralistas terão terça-feira, 16, a partir das 18:30h, com o Presidente do Supremo, Joaquim Barbosa. A pauta será exatamente “a publicação do acórdão dos embargos declaratórios do processo Raposa Serra do Sol por parte do STF” (entre aspas uma vez que retiro a frase do texto abaixo), fundamental para que a AGU 303 entre em vigor, e os direitos dos povos indígenas – mas não só – sejam varridos para a lata de lixo da Justiça brasileira.

Até o final da tarde de terça teremos, com certeza, uma enxurrada de declarações (não é sem motivo que Kátia Abreu vem usando microfones, fotógrafos e cinegrafistas diariamente), numa escalada de tentativas de manipular a opinião pública e de pressionar o Presidente do STF. E mais: é bem possível que não faltem provocações para que novos atos de violência aconteçam, de forma alimentar a fogueira do discurso ruralista.

Considerando esse cenário que me parece bastante preocupante, antes de publicar a notícia da Famasul gostaria de fazer duas observações. A primeira é que postarei, antes dela, o título linkado da reportagem escrita por Ruy Sposati para o CIMI, sobre os acontecimentos de sexta-feira, dia 12. Sugiro que ela seja lida antes ou depois, não importa. A segunda observação é mais complicada; é fundamental que tenhamos tod@s bem claro que, caso a AGU entre em vigor, não serão apenas os direitos dos povos originários e tradicionais que estão sendo varridos para a lata de lixo. Junto com eles estarão indo, igualmente, a Convenção 169, parte da Constituição brasileira e, é óbvio, o que nos resta de crença no Supremo Tribunal Federal e na própria Justiça.

***

– Texto de Ruy Sposati: “Demarcação inconclusa de terra indígena provoca invasão, conflito e morte no MS”

– Texto do Correio do Estado, de MS:

Famasul diz que Funai descumpre lei e estimula violência

O Ministério da Justiça tem a responsabilidade de atuar na resolução da questão indígena, em especial nas condutas da Fundação Nacional do Índio (Funai), que descumpre a legislação, ignorando inclusive diretrizes do Supremo Tribunal Federal (STF), nos procedimentos demarcatórios no Estado. A afirmação é do diretor financeiro da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul), Almir Dalpasquale, durante coletiva de imprensa neste sábado (13) motivada pela morte do produtor rural Arnaldo Alves Ferreira, 68 anos, ocorrida na tarde de ontem (12).

Dono de uma pequena área, Ferreira foi amarrado e espancado por um grupo de indígenas que invadiram sua propriedade. Ferreira chegou a ser socorrido pela PM, mas morreu a caminho do hospital. Segundo informações levantadas pelo Departamento de Operações de Fronteira (DOF), os indígenas estavam em conflito com o produtor já há alguns dias, ameaçando invadir a propriedade.

“Há tempos buscamos a aprovação da Portaria 303 para normatizar os procedimentos demarcatórios. Quantas mortes ainda teremos? Onde vamos chegar?”, lamentou Dalpasquale. A Portaria 303 determina que a administração pública federal siga as diretrizes definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para o Caso Raposa Serra do Sol, como por exemplo, a impossibilidade de ampliação de terras indígenas já demarcadas. A vigência da Portaria está condicionada à publicação do acórdão dos embargos declaratórios do processo Raposa Serra do Sol por parte do STF.

Durante a coletiva, o diretor secretário da Famasul, Ruy Fachini, destacou que ao agir de modo insubordinado em relação às diretrizes do STF, a Funai não só descumpre a legislação como cria expectativas nas comunidades indígenas, estimulando invasões e violência. Atualmente, Mato Grosso do Sul tem 54 propriedades invadidas.

Dalpasquale lamentou que o descaso tenha resultado na perda de mais uma vida e disse que a Famasul vai acompanhar as investigações e a apuração do assassinato. E destacou que a vida é um preço muito alto pela omissão do poder público. “O desenvolvimento do Centro-Oeste está ligado à expansão da agropecuária com a vinda de produtores trazidos pelo Governo Federal, do qual muitos receberam áreas. Esse mesmo poder público não pode agora lavar as mãos diante do problema”, enfatizou”.

Clipping do dia

por luisnassif
 

As matérias para serem lidas e comentadas. 

6 horas atrás

Multimídia do dia

por luisnassif
 

Os vídeos selecionados. 

6 horas atrás

Fora de Pauta

por luisnassif
 

O espaço para os temas livres e variados. 

6 horas atrás

Fotos, charges e tirinhas

por luisnassif
 

O espaço para as imagens. 

8 horas atrás

A questão da homofobia no futebol

por luisnassif
 

Por hugo

Do site Impedimento.org

Dos tabus no futebol

11/04/2013

Este texto não é sobre a invencibilidade do Galo na Libertadores.

Quem aí está disposto a discutir a sério a homofobia no futebol brasileiro? A pergunta não é dirigida a quem ainda não conseguiu se desvencilhar do preconceito, muito menos a quem usa o discurso de ódio como objetivo de vida ou plataforma política.

A pergunta é para quem acha que a homofobia no futebol brasileiro precisa ser discutida e combatida. Estamos dispostos a começar?

Não parece fácil e o temor pelas reações contrárias talvez cale muita gente. A Coligay, torcida organizada que surgiu no final dos anos 70 nas arquibancadas do estádio Olímpico, deve ter sido mais bem compreendida na época do que atualmente, quando só é lembrada para reforçar o preconceito disfarçado de rivalidade. Se alguém pensa que a Coligay foi uma das coisas mais sensacionais que aconteceram no futebol gaúcho, diz isso apenas nos pequenos círculos de amizade.

leia mais

8 horas atrás

Encontro em SP reúne secretário Juca Ferreira e nomes do rap

por luisnassif
 
alfeu

 

Da CartaCapital

Juca Ferreira quer “descriminalizar” hip-hop em São Paulo

Piero Locatelli

11.04.2013 12:56

O promotor de vendas Bruno de Andrade, 18 anos, mora no bairro de Heliópolis, zona sul de São Paulo. Fã de rap, reclama que precisa ir até o centro da cidade para ver os shows que deseja, mesmo quando os grupos têm origem na periferia. “O cara tem que vir da favela para o centro ouvir um rap, e não o contrário, como deveria ser”, diz. Andrade foi uma das pessoas que participaram de um encontro entre o secretário municipal de Cultura de São Paulo, Juca Ferreira, com grupos e artistas ligados ao hip-hop na noite de quarta-feira 10, no Centro Cultural São Paulo. O encontro uniu artistas famosos, como os rappers Rappin Hood e Emicida, além de produtores culturais, professores da rede pública, MCs, DJs e dançarinos. No evento, eles escancaram os problemas deste movimento cultural na cidade.

O gênero vem sendo escanteado pelo poder público desde o conflito no show do Racionais MC’s na Praça da Sé em 2007. Naquele dia, diversas pessoas ficaram feridas em uma ação da polícia durante o show na Virada Cultural. Desde então, o rap tem ficado relegado ao segundo plano nos eventos culturais da cidade.

leia mais

9 horas atrás

A roda de choro do Bar do Alemão

por luisnassif
 

Por Barão do Pandeiro

9 horas atrás

Baú de relíquias – Hermínio Bello de Carvalho

por luisnassif
 
Autor:  Hermínio Bello de Carvalho

“Precisava fotografar Pixinguinha para a capa do disco que acabara de produzir com ele, em 1971, o “Som Pixinguinha”. Saímos pela Cinelândia, na companhia do fotógrafo Fernando Azevedo. Há pouco tempo, encontrei em meus guardados um rolo de filme com outras imagens originais daquele ensaio. São fotos inéditas de Pixinguinha, sobras das muitas que foram clicadas na Cinelândia, que seria o cenário da capa. Portanto, a reprodução abaixo é uma coleção dessas jóias raríssimas que trazemos para vocês”. (Hermínio Bello de Carvalho).

Fonte: Oficina de Coisas e Reparos nº 10.

leia mais

9 horas atrás

Waltel Branco, um músico extraordinário

por luisnassif
 
joao

 

Agora vai no P.Q.P Bach e nao acha nenhuma obra de Waltel

Luís Nassif
La Insignia. Brasil, julho de 2006.

Imagens:    Áudios audio/mpeg icon12_-_moda_de_viola.mp3

leia mais

14 horas atrás

O que motiva a alta popularidade do governo Dilma?

por luisnassif
 

Do site da Época

Por que Dilma é tão popular?!

ALBERTO CARLOS ALMEIDA

ALBERTO CARLOS ALMEIDA é cientista político, autor dos livros A cabeça do brasileiroO dedo na ferida: menos imposto, mais consumoalberto.almeida@institutoanalise.com.br 

A última pesquisa do Datafolha mostrou que Dilma teria 58% dos votos se a eleição para presidente fosse hoje. Além disso, ela teria no Nordeste um desempenho eleitoral superior às demais regiões do país. O voto é muito mais previsível do que a maioria das pessoas imagina. O desempenho de Dilma no voto tem a ver com seu desempenho no governo.

Na mesma pesquisa do Datafolha, a presidente Dilma alcança a marca de 65% na soma de ótimo e bom. Grande parte dos votos vem desse grupo, vem daqueles que avaliam positivamente seu governo. A regra é simples e está baseada nas duas últimas eleições nas quais o presidente em exercício pôde se candidatar à reeleição, Fernando Henrique em 1998 e Lula em 2006.

leia mais

14 horas atrás

As expectativas e a alta dos juros

por luisnassif
 
Rui Daher

Do blog do Rui Daher, no Terra Magazine

Dominó de Botequim. As expectativas

Estranhei quando vi César de Albuquerque entrar hoje no Botequim. Ele costuma vir somente no último domingo do mês para quitar parcela de dívida que tem com o Serafim.

Pra quem não lembra, Buqué trabalha numa fábrica de peças para bicicletas há 27 anos e não aguenta mais. Apenas espera o relógio de ouro prometido a empregados com 30 anos de casa para sair. É famoso pelo excepcional espírito crítico sobre comportamentos pessoais nas empresas.

Diz-me ter vindo conversar com o Serafim para sentir se o português planeja aumentar os juros cobrados pelo empréstimo. Tem certeza de que o tomate, que já impregnou o Banco Central, o ministro Mantega e as folhas e telas cotidianas, será justificativa bastante para aplacar o sofrimento de banqueiros e seus economistas-chefes.

– Periga chegar ao seu Serafim, diz preocupado. 

Tento confortá-lo, dizendo não haver qualquer motivo sério em usar o aumento dos juros para controlar a inflação.

Ele treme os lábios e balbucia:

– As expectativas, meu caro, as expectativas. É o que tenho lido e ouvido. Se a cabeça é ruim ou mal intencionada até guerras elas podem provocar. Já pensou se os americanos tivessem entrado na expectativa criada pelo gordinho da Coreia do Norte?

Vídeos:  

leia mais

14 horas atrás

Avião pousa no mar da ilha de Bali, na Indonésia

por luisnassif
 
ROSE

Felizmente ninguém morreu quando este jato ‘perdeu a pista’ ontem, em Bali.

 Foto: AP

leia mais

15 horas atrás

Jorge Hage vê má influência do poder econômico na política

por luisnassif
 
Assis Ribeiro

Da CartaCapital

Financiamento empresarial de campanha é incompatível com a democracia”, diz Jorge Hage

Por André Barrocal

Jorge Hage. Ele está desde 2006 na chefia da CGU. Foto: Antonio Cruz/ABr

Há dez anos na Controladoria Geral da União (CGU), primeiro como secretário-executivo e desde 2006 como chefe do órgão fiscalizador do uso de recursos públicos federais, o baiano Jorge Hage Sobrinho desenvolveu uma visão privilegiada do sistema político brasileiro que lhe dá certeza: o poder econômico tem muita e má influência. O peso quase absoluto das doações feitas por empresas para campanhas, diz o ministro, deforma a democracia. Leva a classe política a trabalhar para os financiadores, não para os eleitores, e com isso gera o grosso da corrupção.

A crua avaliação ajuda a entender por que o Congresso resiste a votar uma reforma política que proíbe doações empresariais para campanhas e as substituiria por dinheiro reservado nos cofres públicos para uma espécie de investimento na democracia. Também explica por que esse mesmo Congresso faz corpo mole há três anos diante de uma lei que expõe a constrangimentos e punições aquelas empresas que forem pegas comprando funcionários públicos.

leia mais

15 horas atrás

O oitavo anão

por luisnassif
 

Por jns

15 horas atrás

Neurocirurgião diz que a consciência não depende do cérebro

por luisnassif
 

Do Extra

Neurocirurgião lança livro contando que esteve no Céu

Viviane Nogueira – O Globo

O neurocirurgião Eben Alexander III era um cético com 25 anos de profissão, tendo trabalhado no Brigham & Women’s Hospital e na Escola de Medicina de Harvard, entre outros. Há quatro anos, após contrair uma meningite bacteriana, ele viveu uma experiência de quase morte (EQM) durante sete dias de coma e escreveu o livro “Uma prova do Céu” (Ed. Sextante) contando a história que mudou sua vida.

No livro o senhor diz que a consciência não depende do cérebro porque seu neocórtex estava destruído pela meningite bacteriana e, mesmo assim, o senhor viveu uma experiência intensa durante o coma. Os médicos fizeram algum exame para provar que seu neocórtex estava destruído?

As evidências para isso estão exames neurológicos, nas tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas que foram feitas durante o coma. Eu adoraria que tivessem feito um eletroencefalograma de alta resolução, mas meus médicos não viram razão para isso, já que eu estava devastado pela meningite e não estava em questão o quanto de meu cérebro funcionava, mas se funcionava. Os exames que foram feitos mostram que todo o meu cérebro foi afetado pela meningite de forma profunda.

leia mais

16 horas atrás

O conflito entre as formas de comportamento sexual

por luisnassif
 
Demarchi

Do Uol

Alternativas sexuais em conflito

Regina Navarro Lins

Comentando o “Se eu fosse você”

A questão da semana é o caso da internauta cujo namorado insiste em fazer sexo a três. Ela diz não aceitar de jeito nenhum. O conflito entre tradicionais formas de comportamento sexual e as novas alternativas, se torna cada vez mais comum. Acredito que daqui a algumas décadas haverá grande variedade de relacionamentos. No futuro, provavelmente, as pessoas vão experimentar diferentes formas de estar juntas.

leia mais

16 horas atrás

Lagarta Helicoverpa ataca lavoura e gera prejuízo de R$ 2 bi

por luisnassif
 
Josias Pires

Do site Carta Maior

A lagarta que comeu o agronegócio

O caso da lagarta Helicoverpa foi parar em Brasília, via telefonema do governador Jacques Wagner para a presidenta Dilma Roussef. Ele explicou que a situação era de emergência e precisavam de um decreto autorizando a importação de três tipos de inseticidas que não tem registro no país. Por Najar Tubino

Najar Tubino

O título tem dois sentidos. O primeiro é literal, a lagarta Helicoverpa atacou lavouras de milho, soja e algodão, causando prejuízo de R$1 bilhão no oeste baiano, uma das últimas fronteiras do agronegócio, e se estendendo a outros 11 estados. No total prejuízo de R$ 2 bilhões. O segundo é figurado, porque a lagarta abriu o leque para mostrar que o glorificado setor do agronegócio no país, onde a soja representa no valor bruto de produção R$ 86 bilhões, aplica métodos de organização ultrapassados, mais parece prática de garimpo, do que outra coisa.

O caso da Helicoverpa foi parar em Brasília, via telefonema do governador Jacques Wagner para a presidenta Dilma Roussef. Ele explicou que a situação era de emergência e precisavam de um decreto autorizando a importação de três tipos de inseticidas que não tem registro no país. O decreto saiu no dia 14 de março, junto com a liberação de dois produtos biológicos, o baculovirus e o bacilo thurigiensis. Em Luis Eduardo Magalhães, central do agronegócio, um encontro reuniu pesquisadores da Embrapa de várias partes e de muitos sojicultores. Participaram mais de mil pessoas no evento.

leia mais

17 horas atrás

Venezuela poderá eleger Maduro para impedir retrocesso

por luisnassif
 

Por Maíra Vasconcelos, no Portal Luis Nassif

 

Venezuela poderá eleger Maduro para impedir retrocesso político

“É possível que Maduro vença por uma ampla maioria já que o eleitorado chavista está impactado com a morte prematura de seu líder e teme um retrocesso político”. A análise é da PhD em Ciência Política e professora do curso de Relações Internacionais da UNILA (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), Renata Peixoto de Oliveira.

Ela também considerou que dar continuidade e avançar com as chamadas “missões bolivarianas” – nome dado por Hugo Chávez aos programas de assistência social – será tarefa principal de Nicolás Maduro (PSUV), tido favorito em pesquisas de opinião, para fazer progredir a “Revolução Bolivariana”. Caso seja eleito presidente hoje, Maduro e o movimento socialista bolivariano terão o desafio de criar unidade e gerar novas lideranças, condições políticas abafadas pelo personalismo e centralização das decisões políticas apoiadas por 14 anos em Hugo Chávez.

– Se vingar a continuidade do projeto político da chamada revolução bolivariana, com Nicolás Maduro no poder até 2019, além da manutenção dos serviços de assistência e distribuição de renda, em que se faz necessário avançar na área social?

leia mais

17 horas atrás

O espetáculo musical “La Cerimònia de la Llum”

por luisnassif
 

Por jns

Espetáculo concebido como um cerimonial esculpido entre a fé e o secularismo do caldo de cultura dos povos do Mediterrâneo.

No palco, a cantora catalã Lídia Pujol e o marroquino Mohamed AyoubBout, compositor multi-instrumentista.

Vídeos:  

leia mais

2 horas atrás

Vitória de Maduro: apoio de 90% de uma mídia manipuladora, sabotagens econômicas, abuso do poder econômico, boataria e outros expedientes desonestos não conseguiram eleger o candidato da direita venezuelana e do governo dos EUA

por Blog Justiceira de Esquerda
 

 

Nicolás Maduro eleito presidente da Venezuela com vantagem de apenas 1,5% dos votos 
por Luiz Carlos Azenha 
O ex-chanceler da Venezuela e presidente-em-exercício, Nicolás Maduro, foi eleito neste domingo presidente da Venezuela, com 50,66% dos votos. 
O candidato oposicionista Henrique Capriles Radonski obteve 49,07%. Segundo o Conselho Nacional Eleitoral, Maduro teve 7.505.338 votos contra 7.270.403 votos de Capriles. A participação foi de 78,71%. 
Em 2012, Capriles obteve 44,55% dos votos ante 54,84% de Hugo Chávez, que teve seu quarto mandato interrompido em 5 de março de 2013 pela morte causada por um câncer. 
Foi a décima oitava eleição em 14 anos na Venezuela. Aconteceu onze anos depois de parte da mídia brasileira ter celebrado um golpe cívico-militar contra o presidente Hugo Chávez  retratado aqui
Horas antes do fechamento das urnas, um cracker invadiu as contas do twitter do candidato e presidente-em-exercício Nicolas Maduro e de outras personalidades e instituições ligadas ao chavismo, deixando mensagens como a que aparece abaixo. 
Oficialistas denunciaram que o cracker atuava a partir de Bogotá, na Colômbia. O Pensador da Aldeia

2 horas atrás

Nicolás Maduro é eleito com 50,66% dos votos _+_A vitória apertada e o trunfo de Maduro

por Blog Justiceira de Esquerda
 

 No Altamiro Borges
Do sítio Opera Mundi 
Há exatamente 40 dias, Nicolás Maduro anunciava à Venezuela em cadeia nacional, em lágrimas: “às 16h25 de hoje, 5 de março, faleceu o comandante presidente Hugo Chávez Frías”. Semanas de luto se passaram enquanto o país se preparava para uma nova eleição. Neste domingo (14/04), após 10 dias de campanha eleitoral – a mais curta da história venezuelana – Maduro foi eleito presidente com 50,66% dos votos (7.505.338), contra 49,07% de Henrique Capriles (7.270.403). A participação foi de 78%. 

Essa foi a primeira eleição presidencial sem Chávez desde que o presidente foi eleito pela primeira vez, em 1998. Chávez passou por quatro eleições, sendo que na última derrotou o governador do Estado de Miranda, Henrique Capriles, também rival de Maduro no pleito deste domingo. Ele morreu após uma longa batalha contra um câncer na região pélvica. 

Após votar, Maduro esperou o resultado no Quartel da Montanha, no bairro de 23 de Janeiro, em Caracas. É lá que o corpo de Chávez repousa desde 15 de março, após ser velado na Academia Militar. Nos dias de homenagens, centenas de milhares de pessoas esperaram por até 30 horas na fila para dar seu adeus ao presidente. “Jamais me imaginaria aqui, mas estou aqui”, afirmou Maduro após votar em colégio do bairro de Catia. Durante a votação, o agora presidente eleito da Venezuela aparentava estar bastante emocionado. No momento de depositar seu voto na urna, levantou a mão para cima, como se dedicasse o gesto a Chávez. 
A partir de segunda-feira (15/04), Maduro, segundo suas palavras, “terá a tarefa de dar continuidade ao processo revolucionário liderado por Chávez há 14 anos”. De acordo com ele, durante coletiva de imprensa em Catia, os principais desafios são acabar com a violência e fortalecer os investimentos econômicos para desenvolver a indústria venezuelana. 
Maduro também pediu que “o ódio e a intolerância” acabem na Venezuela, em referência à oposição do país. “Aqui sempre houve diálogo. Inclusive após tirarem Chávez do poder em 2002. Mas não há pacto algum com a burguesia, mas sim com o trabalhador, com o camponês”, disse após votar, acompanhado da sua família e da de Chávez. 
Dia de votação 
Mais informação: Altamiro Borges: Nicolás Maduro é eleito com 50,66% dos votos 

 
A vitória apertada e o trunfo de Maduro 
Por Rodrigo Vianna, no blog Escrevinhador 
A vitória do chavismo foi apertada. Mas incontestável: Nicolás Maduro teve 50,66%, contra 49,07% de Capriles (isso faltando menos de 1% para totalizar). Diferença de mais de 200 mil votos. A Venezuela votou no candidato de Chavez. Na Democracia é assim: 50% mais um significam vitória. E ponto. 
Ano passado, nos EUA, Barack Obama ganhou a reeleição por dois pontos percentuais no voto popular. Foi uma eleição radicalizada. Do outro lado, havia eleitores republicanos que consideravam Obama uma espécie de “demônio socialista”, por conta do projeto de assistência pública de saúde. Os EUA viraram um país “dividido” e “ingovernável”? Não. Obama governa. E Mitt Romney sumiu, no fundo das xícaras do Tea Party. 
A diferença é que nos EUA não há embaixada americana para fomentar golpe e instabilidade… 
Isso quer dizer que a vida de Maduro será fácil? Não. A direita venezuelana mostrou força. A tendência dos chavistas, de tratar todo adversário como “fascista” e “oligarca”, não cola. Metade do país é fascista? Maduro terá que moderar o discurso… 
Chavez tirou o Estado (e o petróleo) das mãos da oligarquia, criou programas sociais, deu dignidade para os pobres. Isso tudo é fato. Vi de perto, em quatro viagens à Venezuela nos últimos cinco anos. Mas há problemas sérios de gestão. E isso ficou claro desde a primeira vez que visitei Caracas, em 2007. 
Desde aquela época, escrevi: a oposição, com 45% dos votos (era o que conseguia, na época), tem força para fazer a disputa democrática, em vez de apelar para o golpismo. 
E aí vamos ao segundo ponto. A derrota por margem estreita tira o argumento daqueles que – em Caracas, em Washington ou no Jardim Botânico carioca – afirmam: a Venezuela chavista é uma ditadura. Bobagem. A oposição tem força midiática, presença nas TVs e jornais, liberdade de organização. E há um esquema limpo para contagem de votos. 
O resultado, por margem estreita, é um chamado para a moderação. De lado a lado. A vitória apertada porde ser um trunfo de Maduro, na legitimação de seu governo. Só que os chavistas precisam agora dialogar com o centro, com aqueles que até apóiam as políticas sociais do governo – mas estão insatisfeitos com a gestão do dia-a-dia. Em Caracas, por exemplo, há problemas sérios nas áreas de segurança, coleta de lixo, transporte… 
Capriles deveria apostar no institucional, cobrando que o governo resolva os problemas concretos da população. Os tempos de subir no muro da Embaixada cubana e de fomentar golpes acabaram. Será que Capriles terá grandeza para assumir o novo papel? O problema é que parte da oposição quer golpe e confronto. E o outro problema são os gringos, acostumados com o jogo sujo. Nos últimos dias, surgiram indícios de que a CIA pode ter infiltrado mercenários armados na Venezuela. 
Maduro, por seu lado, terá que enfrentar uma burguesia e uma classe média furibundas (é esse o núcleo duro da oposição, com 30% a 40% dos votos) e, ao mesmo tempo, dialogar com aqueles 10% a 15% que votaram em Capriles mas não são “oligarcas” antipovo. 
Não basta mais invocar a figura de Chavez apenas. O presidente morto levou Maduro até o Palácio. Agora Maduro é quem precisa escrever sua história. 
Não podemos descartar que setores da oposição partam para campanhas abertas de desestabilização nos próximos dias. Mas será difícil justificar atos de violência quando – pelo voto – a oposição foi capaz de “quase” ganhar. 
Contraditoriamente, portanto, a aparente fragilidade de Maduro (“ganhou por apenas 2 pontos”) é também sua força estabilizadora. A Venezuela é uma democracia. E deve ser respeitada como tal. 
O Brasil terá um papel importante, rechaçando qualquer tentativa de ataque “por fora” da Democracia. 
Fiquemos atentos. E não esqueçamos: em Caracas, há embaixada dos Estados Unidos. Fonte de golpes e instabilidade na história da América Latina. 
Altamiro Borges: A vitória apertada e o trunfo de Maduro

2 horas atrás

Veja e Época pisam no tomate

por Blog Justiceira de Esquerda
 

Por Altamiro Borges  
A mídia nativa cada dia se parece mais com um partido político. Ela atua com direção centralizada, aciona os seus quadros (“calunistas”) e dá farta munição para sua militância (leitores direitistas). No caso da atual cruzada pela alta dos juros, sua ação é exemplar. No final de semana, as duas principais revistonas da oposição estamparam quase a mesma capa. “Dilma pisou no tomate” (Veja); “Governo pisou no tomate” (Época). Nos jornalões, o assunto também foi manchete durante a semana. Já nas tevês, a artilharia é ainda mais massiva. 
Mesmo com as recentes notícias sobre a queda do preço do tomate, as revistonas mantiveram o ataque ao novo perigo vermelho, que ameaça levar o país ao caos inflacionário. Neste sentido, como ironizou o sítio Brasil-247, elas podem repetir a famosa burrada do “boimate”. Eurípedes Alcântara, diretor de redação da Veja, ficou famoso em 1984 ao acreditar numa piada de primeiro de abril sobre o cruzamento genético entre o boi e o tomate. Ele produziu uma das maiores “barrigas” da mídia brasileira e virou motivo de chacota. 
Agora, a revista Veja volta a pisar no tomate, desta vez para atacar o governo Dilma. Na Carta ao Leitor, o mesmo Eurípides “boimate” Alcântara afirma que a presidenta “pode afundar o Brasil”. A receita é direta: “Com a inflação não tem conversa. Ela só entende uma coisa: aumento dos juros, corte de gastos e aperto no crédito – todas medidas impopulares”. Como recomenda o Brasil-247, “sobre Veja, Eurípedes e seu segundo Boimate, nada a fazer a não ser atirar tomates na publicação. Que, aliás, já estão bem mais baratos”. 
Já a Época, da bilionária famiglia Marinho, também sataniza o governo. Num jogo combinado, ela cita a “cansada” Ana Maria Braga. “’Estou usando uma joia’. Com essa frase, a apresentadora apresentou o colar de tomates de seu figurino no programa da quarta-feira. Foi apenas uma das muitas piadas que pipocaram ao longo da semana sobre o mais novo símbolo da inflação. Numa piada da internet, a atriz Claudia Raia, chefe de uma quadrilha de prostituição na novela das 9, diz que mudará de ramo e traficará tomates”. 
Como se observa, o ataque é virulento. Ele tem dois objetivos: o primeiro é político, o de desgastar o governo na véspera de uma nova campanha sucessória; o segundo é econômico, o de defender os lucros dos agiotas financeiros. A mídia rentista não vacila em brigar por seus próprios negócios. A questão principal no momento é saber se o governo Dilma vai recuar diante de tamanha pressão. Uma notinha na Folha de hoje (14) pode indicar que a presidenta ainda não se intimidou diante desta campanha terrorista: 
***** 
PAINEL 
VERA MAGALHÃES – painel@uol.com.br 
Ansiolítico eleitoral 
Apesar do recuo no consumo em supermercados e do estouro da meta da inflação, a previsão compartilhada por ala expressiva da equipe econômica do governo é a de que o índice de preços ceda em até um ponto percentual até setembro. A análise tem sido usada no Planalto para tranquilizar os que temem impacto da crise na campanha de Dilma Rousseff. Auxiliares da presidente entendem que os produtos sazonais, caso do tomate, representam 60% da alta dos últimos meses.
O otimismo é tamanho que governistas catalogam declarações dos presidenciáveis sobre economia. Falas sobre risco de “desemprego” e “inflação” serão usadas para acusar Aécio Neves e Eduardo Campos de “torcer contra o país”. 
***** 
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ocorre nesta semana. Nela será possível analisar qual o poder de interferência da mídia nos rumos econômicos do país. Quem pisará no tomate? As revistas Veja e Época com as suas manchetes terroristas? Ou o governo Dilma, aceitando a pressão terrorista dos rentistas? A conferir! Altamiro Borges: Veja e Época pisam no tomate

2 horas atrás

Revolução Bolivariana segue com Maduro

por Blog Justiceira de Esquerda
 
 Por Altamiro Borges Por Vanessa Silva, no sítio Vermelho 

No pleito presidencial deste domingo (14), Nicolás Maduro, o candidato da Revolução Bolivariana venceu o direitista Henrique Capriles por 50,6 6% a 49,07%. A diferença é de cerca de 200 mil votos. O comparecimento às urnas foi de 78,71%. Os dados foram divulgados apenas com 99,12% das urnas apuradas, quando o resultado é irreversível, pela presidenta do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Tibissay Lucena. “Com a morte de Hugo Chávez, acharam que era o fim da história. Temos um triunfo legal, Constitucional, popular. São mais de 200 mil votos de diferença. Se tivesse perdido por um voto estaria aqui para assumir minha responsabilidade e entregar o cargo. Mas estou aqui para assumir a vontade do povo”, disse Maduro em seu discurso de vitória. 
O presidente eleito pediu respeito, tolerância e disse que ele mesmo faz questão de que haja uma auditoria para que não sobre dúvidas sobre este processo eleitoral. O CNE anunciou que será realizada uma auditoria cidadã. Desta forma, a orientação é os comandos de campanha solicitem a auditoria de 100% dos comprovantes de votação. 
O órgão eleitoral também sugeriu que os acompanhantes internacionais estendam sua estadia no país para acompanhar este novo processo. 
Chávez invicto  
“Não voltarão. Não voltarão. Não voltarão. Não voltarão”, bradaram as pessoas presentes no Balcão do Povo no Palácio de Miraflores, em referência à burguesia que dominou o país durante toda a Quarta República. 
“Chávez segue invicto. E seu filho será presidente da República e vai mostrar do que é capaz, vai construir uma pátria de amor, de paz, de prosperidade”, vaticinou Maduro. Altamiro Borges: Revolução Bolivariana segue com Maduro

7 horas atrás

Sempre,eles!!!

por Blog Justiceira de Esquerda
 

NETO TEM QUE TOMAR CUIDADO COM SUA EQUIPE

“Malandragem” da prefeitura adiou assinatura de cessão do metrô

Por: Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews) – 14 de Abril de 2013 
  Nenhum problema gerencial foi o motivo para que governo e prefeitura, depois de tudo acertado, emperrassem por mais um tempo a assinatura oficial de cessão do metrô de Salvador do poder municipal para o estadual. Segundo o colunista Levy Vasconcelos, de A tarde, o problema entre os dois foi político. Por parte da Prefeitura, houve uma espécie de “malandragem” que acabou colocando o fim do impasse um pouco mais à frente. Após meses de reuniões e negociações, enfim os dois lados chegaram a um denominador comum e tudo foi acertado. Entretanto, no momento da redação final do acordo, o governo mandou à prefeitura uma sugestão de redação e, no retorno da redação final, acordos que haviam sido feitos sumiram e outros que não haviam sido discutidos terminaram acrescentados.A gestão de Jaques Wagner não engoliu e travou a assinatura. De acordo com fontes internas, enfim a redação final será decidida e esta semana deverá tudo chegar a um fim. É possível também que o governo aproveite e ponha na rua a licitação do novo metrô já no início do mês que vem. 

Tucano mineiro é acusado de traficar órgãos

C:/Users/Thietre/AppData/Local/IM/Runtime/Message/{9A7DF381-3845-4F8D-9212-E5CFF3DB57C3}/Forward\aecio_mosconi1.jpg  Na Carta Capital, Leandro Fortes expõe a impressionante história de médicos que, com a participação de outro médico, deputado estadual do PSDB mineiro, retiravam órgãos de pacientes ainda vivos. E os vendiam. 
C:/Users/Thietre/AppData/Local/IM/Runtime/Message/{9A7DF381-3845-4F8D-9212-E5CFF3DB57C3}/Forward\imagem-12.png C:/Users/Thietre/AppData/Local/IM/Runtime/Message/{9A7DF381-3845-4F8D-9212-E5CFF3DB57C3}/Forward\imagem-23.png No Conversa AfiadaTHIETRE – RIO DE JANEIRO

8 horas atrás

FHC e o “jeitinho” do PSDB

por Blog Justiceira de Esquerda
 

Por Altamiro Borges 
Nas três últimas eleições presidenciais, o PSDB fez de tudo para esconder o rejeitado FHC. Ele sumiu dos palanques e quase foi rifado nos programas de rádio e tevê. O truque covarde não deu certo e, agora, o partido resolveu ressuscitar o ex-presidente. A nova propaganda estadual da legenda em São Paulo teve novamente como estrela o “guru” dos tucanos. Azar da sigla! Arrogante, FHC se jactou do seu triste reinado, disse que a marca do seu governo foi a honestidade e disparou: “[Com o PSDB] não tem jeitinho, tem trabalho”. 
Já que ele voltou a tagarelar sobre honestidade, não custa lembrar as inúmeras maracutaias dos seus oitos anos de governo. Os casos citados ilustram bem qual é o “jeitinho” do PSDB, que a mídia demotucana insiste em blindar. 
Denúncias abafadas: Já no início do seu primeiro mandato, em 19 de janeiro de 1995, FHC fincou o marco que mostraria a sua conivência com a corrupção. Ele extinguiu, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, criada por Itamar Franco e formada por representantes da sociedade civil, que visava combater o desvio de recursos públicos. Em 2001, fustigado pela ameaça de uma CPI da Corrupção, ele criou a Controladoria-Geral da União, mas este órgão se notabilizou exatamente por abafar denúncias. 
Caso Sivam. Também no início do seu primeiro mandato, surgiram denúncias de tráfico de influência e corrupção no contrato de execução do Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia (Sivam/Sipam). O escândalo derrubou o brigadeiro Mauro Gandra e serviu para FHC “punir” o embaixador Júlio César dos Santos com uma promoção. Ele foi nomeado embaixador junto à FAO, em Roma, “um exílio dourado”. A empresa ESCA, encarregada de incorporar a tecnologia da estadunidense Raytheon, foi extinta por fraude comprovada contra a Previdência. Não houve CPI sobre o assunto. FHC bloqueou. 
Pasta Rosa. Em fevereiro de 1996, a Procuradoria-Geral da República resolveu arquivar definitivamente os processos da pasta rosa. Era uma alusão à pasta com documentos citando doações ilegais de banqueiros para campanhas eleitorais de políticos da base de sustentação do governo. Naquele tempo, o procurador-geral, Geraldo Brindeiro, ficou conhecido pela alcunha de “engavetador-geral da República”. 
Compra de votos. A reeleição de FHC custou caro ao país. Para mudar a Constituição, houve um pesado esquema para a compra de voto, conforme inúmeras denúncias feitas à época. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Eles foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara. Como sempre, FHC resolveu o problema abafando-o e impedido a constituição de uma CPI. 
Vale do Rio Doce. Apesar da mobilização da sociedade em defesa da CVRD, a empresa foi vendida num leilão por apenas R$ 3,3 bilhões, enquanto especialistas estimavam seu preço em ao menos R$ 30 bilhões. Foi um crime de lesa-pátria, pois a empresa era lucrativa e estratégica para os interesses nacionais. Ela detinha, além de enormes jazidas, uma gigantesca infra-estrutura acumulada ao longo de mais de 50 anos, com navios, portos e ferrovias. Um ano depois da privatização, seus novos donos anunciaram um lucro de R$ 1 bilhão. O preço pago pela empresa equivale hoje ao lucro trimestral da CVRD. 
Privatização da Telebras. O jogo de cartas marcadas da privatização do sistema de telecomunicações envolveu diretamente o nome de FHC, citado em inúmeras gravações divulgadas pela imprensa. Vários “grampos” comprovaram o envolvimento de lobistas com autoridades tucanas. As fitas mostraram que informações privilegiadas foram repassadas aos “queridinhos” de FHC. O mais grave foi o preço que as empresas privadas pagaram pelo sistema Telebrás, cerca de R$ 22 bilhões. O detalhe é que nos dois anos e meio anteriores à “venda”, o governo investiu na infra-estrutura do setor mais de R$ 21 bilhões. Pior ainda, o BNDES ainda financiou metade dos R$ 8 bilhões dados como entrada neste meganegócio. Uma verdadeira rapinagem contra o Brasil e que o governo FHC impediu que fosse investigada. 
Ex-caixa de FHC. A privatização do sistema Telebrás foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa das campanhas de FHC e do senador José Serra e ex-diretor do Banco do Brasil, foi acusado de cobrar R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar. Grampos do BNDES também flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do banco, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão. Além de “vender” o patrimônio público, o BNDES destinou cerca de 10 bilhões de reais para socorrer empresas que assumiram o controle das estatais privatizadas. Em uma das diversas operações, ele injetou 686,8 milhões de reais na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa. 
Juiz Lalau. A escandalosa construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo levou para o ralo R$ 169 milhões. O caso surgiu em 1998, mas os nomes dos envolvidos só apareceram em 2000. A CPI do Judiciário contribuiu para levar à cadeia o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT, e para cassar o mandato do senador Luiz Estevão, dois dos principais envolvidos no caso. Num dos maiores escândalos da era FHC, vários nomes ligados ao governo surgiram no emaranhado das denúncias. O pior é que FHC, ao ser questionado por que liberara as verbas para uma obra que o Tribunal de Contas já alertara que tinha irregularidades, respondeu de forma irresponsável: “assinei sem ver”. 
Farra do Proer. O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer) demonstrou, já em sua gênese, no final de 1995, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para ele, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais. Vale lembrar que um dos socorridos foi o Banco Nacional, da família Magalhães Pinto, a qual tinha como agregado um dos filhos de FHC. 
Desvalorização do real. De forma eleitoreira, FHC segurou a paridade entre o real e o dólar apenas para assegurar a sua reeleição em 1998, mesmo às custas da queima de bilhões de dólares das reservas do país. Comprovou-se o vazamento de informações do Banco Central. O PT divulgou uma lista com o nome de 24 bancos que lucraram com a mudança e de outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas. Há indícios da existência de um esquema dentro do BC para a venda de informações privilegiadas sobre câmbio e juros a determinados bancos ligados à turma de FHC. No bojo da desvalorização cambial, surgiu o escandaloso caso dos bancos Marka e FonteCindam, “graciosamente” socorridos pelo Banco Central com 1,6 bilhão de reais. Houve favorecimento descarado, com empréstimos em dólar a preços mais baixos do que os praticados pelo mercado. 
Sudam e Sudene. De 1994 a 1999, houve uma orgia de fraudes na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), ultrapassando R$ 2 bilhões. Ao invés de desbaratar a corrupção e pôr os culpados na cadeia, FHC extinguiu o órgão. Já na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a farra também foi grande, com a apuração de desvios de R$ 1,4 bilhão. A prática consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos do Fundo de Investimentos do Nordeste foram aplicados. Como fez com a Sudam, FHC extinguiu a Sudene, em vez de colocar os culpados na cadeia. Altamiro Borges: FHC e o “jeitinho” do PSDB 
 

8 horas atrás

O mentirão vai desmoronar

por Blog Justiceira de Esquerda
 
 No Obroguero
SEM ENTENDER O BV NÃO SE ENTENDE O MENSALÃO A sociedade tem que saber o suficiente sobre a chamada Bonificação por Volume — uma arma criada por Roberto Marinho para concentrar na Globo a publicidade brasileira. 
E o BV vai entrando espetacularmente nos debates em torno do Mensalão.

Há fortes indícios de que os 74 milhões de reais que foram definidos na acusação aos réus como “dinheiro público” eram, na verdade, BV pagos por uma empresa privada (Visanet) por serviços prestados por uma agência (DNA).

Num artigo nesta semana, o colunista Janio de Freitas, da Folha, escreveu sobre isso. 
(…) perícia de especialistas do Banco do Brasil concluiu pela existência das comprovações necessárias de que os serviços foram prestados pela DNA. E de que foi adequado o pagamento dos R$ 73,850 milhões, feito com recursos da sociedade Visanet e não do BB, como constou. Perícia e documentos que os ministros vão encontrar em breve. 
Duas coisas emergem disso tudo.

Primeiro, que é vital dar mais prazo de defesa para os réus para que os dados novos possam ser debatidos de uma maneira civilizada.

Joaquim Barbosa deve isso – o prazo – não aos réus, mas à justiça e à sociedade.

Segundo, os brasileiros devem ser inteirados do que é BV, e isso já deveria ter acontecido faz muito tempo. (Aqui, você pode encontrar informações boas e imparciais sobre o BV.)

Como escreveu Janio de Freitas, os juízes talvez ignorem o que é BV, mas os donos das empresas de mídia não.

Boa parte da fortuna pessoal deles foi erguida em cima do BV.

BV são as iniciais de Bonificação por Volume. Essencialmente, quanto mais uma agência de publicidade anuncia num veículo, mais ela recebe como bônus.

Foi, como se poderia imaginar, uma invenção da Globo – mais uma, entre tantas contribuições nocivas à sociedade.

Roberto Marinho – que como mostram os documentos pessoais de Geisel no revelador livro Dossiê Geisel cobrava ‘favores especiais’ da ditadura em troca do apoio editorial que garantia na Globo – trouxe o BV, e logo foi seguido pela Abril e pelo mercado.

A sociedade não sabe, porque a mídia jamais publicou nada sobre isso, mas o Tribunal de Contas da União (TCU) questiona o BV nos contratos públicos. Os técnicos do TCU entendem que o BV “tem o potencial de afetar a escolha das agências, consistindo em mecanismo que as estimula a concentrarem a publicidade em menor número de veículos”.

A invenção esperta, amoral e abjeta da Globo na década de 1960 levou exatamente a isso: uma brutal concentração de publicidade nela própria.

A Globo – e não está longe o dia em que este absurdo se colocará à sociedade com a devida clareza – tem 60% da receita publicitária do Brasil.

Isso conduziu, como se vê hoje, não apenas à riqueza desmesurada da família Marinho — mas a um monopólio de opinião que só foi rompido com a internet.

Os brasileiros sofreram, ao longo dos anos, uma brutal intoxicação das opiniões de Roberto Marinho, disfarçadas em intervenções pelo interesse público.

Graças ao BV, a receita publicitária da Globo em 2012 bateu um recorde positivo em todos os tempos ao mesmo tempo em que a audiência batia um recorde negativo.

Este contraste conta tudo.

Como em tantas coisas no Brasil, o BV floresceu na completa falta de transparência que a mídia ajudou a criar em assuntos de seu exclusivo interesse.

Não é apenas o BV. O dia em que forem devidamente publicadas as mamatas das empresas de jornalismo — o papel imune e, em pleno 2013, a reserva de mercado que coíbe a concorrência estrangeira – a sociedade vai entender por que as famílias da mídia acumularam tanto dinheiro e tanto poder.

É bem possível, como sugere Janio de Freitas, que diante de tão pouca informação sobre o BV, também os juízes do STF – incluído Joaquim Barbosa — não o conhecessem ao julgar o mensalão.
Por tudo isso é imperioso que, primeiro, seja dado o devido prazo para os recursos.

Depois, que se traga transparência a uma invenção de Roberto Marinho – o BV — que, lamentavelmente, sobreviveu a ele  
O jornalista Paulo Nogueira, baseado em Londres, é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
http://www.obroguero.com/2013/04/o-mentirao-vai-desmoronar.html

9 horas atrás

OLHA NOBLAT AÍ GENTE !!…

por Blog Justiceira de Esquerda
 
 

POLÍTICA

Ministro Fux reforça a suspeita de que José Dirceu diz a verdade

Ricardo Noblat O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou dizer que não cabe a um juiz polemizar com uma pessoa que condenou. 
Fux foi um dos votos… favoráveis à condenação do ex-ministro José Dirceu, acusado de comandar a “sofisticada organização criminosa” que se valeu do mensalão para tentar se apoderar de parte do aparelho do Estado. 
 
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Dirceu contou que ainda era o chefe da Casa Civil da presidência da República quando foi procurado por Fux. Ele lhe pediu apoio para ser nomeado ministro do STF. Prometeu votar por sua absolvição. É grave a acusação de Dirceu. Como ele não tem como prová-la, é sua palavra contra a palavra do ministro. Ou melhor: seria sua palavra contra a palavra do ministro caso Fux o tivesse desmentido. Em que medida a toga estaria conspurcada se Fux tivesse se limitado a ditar: “Não é verdade o que diz o ex-ministro”? Imagino que em medida alguma. Ao preferir o silêncio em tais circunstâncias, Fux só reforça a suspeita de que Dirceu disse a verdade.http://oglobo.globo.com/pais/noblat/posts/2013/04/11/ministro-fux-reforca-suspeita-de-que-jose-dirceu-diz-verdade-493010.asp 

10 horas atrás

NICOLÁS MADURO DEVE SER ELEITO COM 54% DOS VOTOS

por Blog Justiceira de Esquerda
 
 
Boca de urna aponta vantagem de oito pontos para o candidato chavista em relação a Henrique Capriles; margem de erro é de 2,5 pontos e os resultados oficiais devem sair ainda nesta noite; foram entrevistadas 1,4 mil pessoas 14 DE ABRIL DE 2013  Do Opera Mundi – O presidente interino da Venezuela, Nicolás Maduro, tem oito pontos de vantagem sobre o candidato da oposição, Henrique Capriles, na eleição deste domingo (14/04), de acordo com boca de urna da consultoria ICS (International Counsulting Services). Segundo a sondagem, divulgada às 16h de Caracas (17h30 em Brasília), 54% declararam ter votado em Maduro, enquanto 46% em Capriles. 
A pesquisa, não oficial – a divulgação de boca de urnas é proibida na Venezuela –, ressalta que até as 15h, 68% dos eleitores já haviam votado. A diferença entre os candidatos pode crescer, sublinha o estudo, pois a maioria dos que ainda não votaram deve escolher o candidato chavista. A margem de erro é de 1,5 a 2,5%, para mais ou para menos. Foram entrevistadas 1,4 mil pessoas nos 23 Estados venezuelanos.  
O chefe do comando de campanha Hugo Chávez, Jorge Rodriguez, afirmou que 13,5 milhões de pessoas já foram votar e convocou chavistas a sair as ruas para exercer o voto. http://www.brasil247.com/pt/247/mundo/98869/Nicol%C3%A1s-Maduro-deve-ser-eleito-com-54-dos-votos.htm
11 horas atrás

Misoginia: No Twitter, militante gay ataca Dilma e outras mulheres

por Blog Justiceira de Esquerda
 

No  novobloglimpinhoecheiroso

O tuiteiro @elcapeto espalha ódio na rede social e depois tranca sua página.  
Amadeu Leite Furtado
Quem acompanha as redes sociais já percebeu que, desde 2010, após a campanha suja do derrotado José Serra para presidente da República, os revoltadinhos e os meliantes, digo, militantes do ódio, saíram do armário para destilar seu preconceito, sua xenofobia, sua homofobia e, agora, sua misoginia.
Os casos mais clássicos são os da estudante universitária paulistaMayara Petruso, que foi condenada a 1 ano e meio de reclusão, devido as suas mensagens de incitação à violência contra nordestinos em sua página do Facebook em 2010; do pastor Silas Malafaia, que, apoiando Serra nas eleições de 2012 para prefeito, disse que o “kit gay” e os homossexuais são um perigo para a sociedade; e dos Revoltados on-line, reacionários que pregam a segregação e o neonazismo nas redes.
Porém, desde o ano passado, apareceu no Twitter o misógino Painho Mágico Cosme, vulgo @elcapeto. Trata-se do Chico, famoso militante gay do Rio de Janeiro, que vem sistematicamente atacando os apoiadores de Dilma Rousseff e as feministas, independente de serem defensoras da presidenta ou não. Sua misoginia fez várias vítimas no Twitter, além da presidenta. Só para citar algumas: @vleonel, @lolaescreva, @nadialapa, @Luisa_Stern e @cynaramenezes. Não bastasse isso, ele tentou beijar Zé de Abreu (hihihi!) à força num encontro no Rio de Janeiro.
Os ataques de @elcapeto não são pontuais e, sim, sistemáticos. E sempre com conotação machista com termos como “puta”, “cadela” etc. Após ser denunciado por alguns internautas, ele trancou sua página no Twitter, ou seja, apenas seus seguidores podem ver seus posts. Um tuiteiro, que tem estômago forte para segui-lo, criou o blog Militantes do Ódio no Tumblr para mostrar o que ele escreve.
Então… Essas barbaridades ficarão impunes?
ElCapeto06 *** Leia também: Ódio nas redes sociais: Tuiteiro diz que Emir Sader “merece surra de gato morto”http://novobloglimpinhoecheiroso.wordpress.com/2013/04/13/misoginia-no-twitter-militante-gay-ataca-dilma-e-outras-mulheres/

12 horas atrás

A imprensa brasileira quer nos convencer de que hoje temos mil problemas e que com o PSDB tudo ia bem… _+_ Quem mudou de perfil foi o povo brasileiro, que hoje vê as mudanças efetuadas por Lula e Dilma trazer o país do futuro para o presente

por Blog Justiceira de Esquerda
 
 

A imprensa brasileira quer nos convencer de que hoje temos mil problemas e que com o PSDB tudo ia bem. FHC não construiu uma simples ponte de madeira, esteve aos pés do FMI por oito anos e virou as costas para o povo brasileiro. 
Quem mudou de perfil foi o povo brasileiro, que hoje vê as mudanças efetuadas por Lula e Dilma trazer o país do futuro para o presente 

Análise: Mudança no perfil da procura por curso superior é positiva


ÉRICA FRAGA DE SÃO PAULO A falta de engenheiros em número suficiente para atender a demanda das empresas que atuam no Brasil tem sido um dos temas econômicos mais debatidos no país. A carência na oferta de mão de obra de profissionais de engenharia é traduzida em números elevados.  O Confea (Conselho de Engenharia e Agronomia) fala em déficit de 20 mil novos engenheiros por ano.  Comparações entre os cerca de 45 mil engenheiros formados a cada ano no Brasil e os mais de 600 mil graduados em engenharia na China são citadas com frequência.  A recente tendência de desaceleração do crescimento da economia do país não fará o assunto desaparecer da agenda, mesmo que leve a desaquecimento no mercado de trabalho. Pelo contrário.  O diagnóstico de que, para atingir taxa mais elevada de expansão do que os 3% previstos para 2013, o Brasil precisa vencer inúmeros gargalos de infraestrutura é consensual entre especialistas.  Para isso, serão necessários mais investimentos e profissionais capacitados para desenvolver projetos complexos que melhorem condições de estradas, portos, aeroportos. Tudo isso passa, necessariamente, por engenharia.  Nesse contexto, o aumento no número de ingressantes nos cursos de graduação da área pode ser o começo de uma tendência positiva.  Tem crescido tanto a procura de estudantes pelo curso quanto a oferta de vagas por parte das universidades.  Isso é um indício de que os sinais de alerta emitidos pelo mercado de trabalho têm sido compreendidos.  O problema ressaltado com frequência por quem estuda educação no país é que a velocidade dos avanços ocorre a passos lentos.  Os indicadores de qualidade do ensino básico continuam ruins se comparado com países desenvolvidos.  O pífio desempenho dos estudantes em testes nacionais e internacionais de proficiência é um exemplo.  Um país que não consegue ensinar matemática para seus alunos pode aspirar formar engenheiros com alta qualificação? 

Editoria de Arte/Folhapress

http://aposentadoinvocado1.blogspot.com.br/

13 horas atrás

PELO TWITTER, EIKE BATISTA AMEAÇA PROCESSAR VEJA

por Blog Justiceira de Esquerda
 
 
Um ano atrás, o empresário brasileiro era retratado pela publicação como “Eike Xiaoping”, símbolo do Brasil que não se envergonhava de enriquecer; agora que a fortuna encolheu, o caso de amor pode parar nos tribunais; indignado com reportagem deste fim de semana, Eike promete recorrer à justiça contra “mentira de Veja”; na revista, ele conta apenas com o apoio do colunista Lauro Jardim, que continua a soprar suas velas 
14 DE ABRIL DE 2013  
247 – Eike Batista e a revista Veja já viveram dias melhores. Um ano atrás, ele estava na capa da revista, retratado como “Eike Xiaoping”, com direito até a editorial do diretor de Redação, Eurípedes Alcântara. Eike era o símbolo do Brasil empreendedor, que não se envergonhava da própria riqueza. Agora, o caso de amor pode parar nos tribunais. 
O motivo é uma reportagem deste fim de semana, assinada pela jornalista Malu Gaspar. Nela, a publicação retrata a queda na fortuna de Eike, de R$ 98,1 bilhões para R$ 15,8 bilhões e aponta riscos para a sobrevivência do grupo EBX, altamente endividado e com ativos de qualidade duvidosa. Segundo Veja, o maior credor seria o BNDES, com uma exposição de R$ 10 bilhões, seguido pelo Itaú, com R$ 5,5 bilhões. 
De acordo com o texto, o resgate de Eike passa diretamente pelo governo federal, com a boia que está sendo lançada pela Petrobras, comandada por Graça Foster, que estuda ser cliente do Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Veja conclui o texto dizendo que “Eike sairá desta muito menor do que já foi”. 
E foi isso que fez com o bilionário demonstrasse sua indignação pelo Twitter. Num dos tweets, ele afirma: “Mentira da Veja de hoje! Exposição de risco de 10Bi de Reais com o BNDES. Número real= 109 milhões de Reais de exposição com o grupo EBX!”. Ele afirma ainda ter mandado os números para a publicação e diz que exigirá retratação no mesmo espaço e tamanho. Eike contesta ainda informação publicada na semana anterior, dando conta que seu porto no Rio corria o risco de afundar, por ter sido mal construído. (Detalhe: o porto construído no Amapá afundou). 
Em Veja, Eike ao menos pode contar com a solidariedade de seu fiel escudeiro Lauro Jardim. O titular da coluna Radar informa que Eike está prestes a vender participação de um bloco de petróleo para a empresa da Malásia Petronas, em mais uma tentativa de soprar as velas de um barco à deriva. http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/98882/Pelo-Twitter-Eike-Batista-amea%C3%A7a-processar-Veja.htm
13 horas atrás

Fique por dentro: 60 minutos com José Dirceu

por Blog Justiceira de Esquerda
 
 Do blogdacidadania. Cheguei pontualmente às 17:30 hs. da última terça-feira (9.4) ao prédio na Vila Mariana – bairro de classe média de São Paulo – em que reside o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, a fim de entrevistá-lo. Todavia, tive que esperar porque ele estava reunido com assessores. Enquanto espero no saguão do prédio, reflito que a imagem que vem sendo pintada do “poderoso chefão” através dos anos não combina com o lugar em que reside, muito distante do luxo em que acreditam que possa viver alguém que teria encabeçado “o maior escândalo de corrupção da história”. Após uns 30 minutos de espera, quatro assessores saem do elevador e ganham o saguão enquanto o porteiro me avisa de que minha subida ao apartamento do ex-ministro está liberada. Encontro Dirceu de jeans e camisa social azul-clara.  Ele fala ao telefone. Enquanto me aproximo, aponta o degrau entre o hall de entrada e a sala de estar do apartamento, sinalizando para que tenha cuidado – o piso claro torna o degrau quase imperceptível. O Dirceu que me recebe não parece um homem que está prestes a ir para a cadeia. Ao telefone, discute um problema social envolvendo índios, mas não lhe faço perguntas. Seu ar descontraído é o que me desperta a curiosidade. Nos próximos sessenta minutos, temos uma conversa informal que, sob autorização dele, transformo na entrevista abaixo. * BLOG DA CIDADANIA – Como está o seu estado de espírito diante das possibilidades de ser condenado a cumprir pena? JOSÉ DIRCEU – Estou indignado e revoltado não apenas pela injustiça cometida contra meus direitos e garantias constitucionais, mas principalmente pelo gravíssimo precedente aberto pela maioria do STF ao me condenar sem provas, com base numa interpretação equivocada da teoria do domínio funcional dos fatos, mudando décadas de jurisprudência sobre a exigência de ato de oficio. Um julgamento transmitido pela TV, com uma propaganda opressiva, marcada para coincidir com as eleições municipais e com as vésperas do primeiro e do segundo turno. Há ainda o agravante do julgamento ser antecipado para que um ministro às vésperas da aposentadoria pudesse participar. Algo nunca visto na suprema corte. BLOG DA CIDADANIA – Em caso de condenação definitiva, qual é o tempo que você efetivamente terá que cumprir em regime fechado? JOSÉ DIRCEU – Nos termos atuais, sem o julgamento dos recursos a que tenho direito, seriam 1 ano e dez mês de regime fechado e mais 1 ano e dez meses de regime semi aberto. Fui condenado a 10 anos 10 meses de prisão. A pena por formação de quadrilha é de  2 anos e 11 meses, praticamente a pena máxima, que é 3 anos. Por corrução ativa são mais 7 anos e 10 meses, mais uma vez praticamente a pena máxima, que era de 8 anos pela legislação anterior. BLOG DA CIDADANIA – Se tivesse que escolher entre o período que passou na clandestinidade e um período que poderá passar na prisão, o que preferiria? JOSÉ DIRCEU – Evidentemente a clandestinidade, onde apesar de tudo fui feliz, trabalhei, estudei, conheci o Brasil, casei, constitui família, nasceu meu filho Zeca, criei as condições para voltar a atuação política, o que já aconteceu no final de 1977. Apesar do isolamento e do afastamento de minha família por 10 anos nunca perdi a esperança e nunca deixei de lutar. A questão não é o tempo que vou passar na prisão, mas sim a condenação injusta e a ignomínia e infâmia de me condenarem por corrupção e formação de quadrilha sendo inocente e não há qualquer prova contra mim. Minha indignação é contra a operação política para me transformar num corrupto e quadrilheiro e apresentar à sociedade meu caso como um exemplo de que agora se faz justiça no Brasil com os poderosos indo para a cadeia. É uma farsa, já que sou inocente, não há crime e nem provas de que eu teria cometido qualquer ato ilícito nas minhas funções de ministro e deputado.BLOG DA CIDADANIA – Após sua condenação, houve especulações sobre a sua segurança numa eventual prisão devido à sua extrema notoriedade. Você tem alguma preocupação nesse sentido? JOSÉ DIRCEU – Prisão é prisão como todos sabemos, mas cada um sabe se cuidar e se defender, mas é evidente que a responsabilidade é de quem me condena sem provas, sem crime e com evidências claras de uma condenação política e um juízo de exceção. BLOG DA CIDADANIA – Dizem que, se você fosse condenado, iria para o que chamam de “prisão de Caras”, ou seja, para o sistema prisional de Tremembé (SP). Uma prisão como essa lhe oferece maior segurança? JOSÉ DIRCEU – Não se pode dizer hoje que estou condenado, já que ainda temos os recursos, temos o bom direito ao nosso lado e há fatos novos como as provas que os recursos da VISANET nem são públicos e nem foram desviados, o que na prática anula o julgamento numa revisão criminal depois de transitado em julgado. BLOG DA CIDADANIA – Quais as chances que você vê em reverter sua condenação no julgamento dos recursos? Ou, ao menos, em reverter alguma das condenações de forma a que não tenha que ir ao regime fechado? JOSÉ DIRCEU – Do ponto do vista do direito temos chance real de reverter a condenação por formação de quadrilha e reduzir as penas já que nem a jurisprudência do STF e nem os códigos foram observados nas penas absurdas que foram dadas. Depois do trânsito em julgado temos o direito à revisão criminal e a recorrer à CIDH da OEA e ao TPI de San Jose, Costa Rica. BLOG DA CIDADANIA – Você considera adequado o prazo de cinco dias para sua defesa apresentar recursos após a publicação do acórdão do julgamento? JOSÉ DIRCEU – Claro que não. Por isso mesmo meu advogado e os de outros réus entraram com pedidos mais do que razoáveis de um prazo maior. Não é a primeira vez nesse julgamento que nosso direito de defesa é desprezado como uma chicana e assim violado não apenas o direito de defesa mas o devido processo legal. BLOG DA CIDADANIA – A que você atribui a pressa que se vê para concluir o processo? Só como parâmetro, o julgamento das cotas raciais pelo STF já tem um ano e até hoje não foi publicado o acórdão. JOSÉ DIRCEU – As razoes são políticas, o que na prática deveria levar à anulação de todo juízo. BLOG DA CIDADANIA – Qual sua visão sobre a abertura de investigação sobre o presidente Lula pela PF a pedido da Procuradoria de Brasília? Há algum elemento que, na sua visão, justifique esse processo? JOSÉ DIRCEU – Indevida e ilegal, mais uma abuso de autoridade do MP, mais uma violência exclusivamente por razões políticas. Esse mesmo MP não abriu nenhuma investigação contra o ex-senador Demóstenes Torres mesmo tendo conhecimento dos autos de um inquérito da Policia Federal, chamada operação Las Vegas, que na prática ficou arquivado, engavetado, numa cena explícita de prevaricação até que novos fatos e atos criminosos obrigaram o MP a tomar providências legais contra o então senador, procurador e principal porta voz do MP no Congresso Nacional. BLOG DA CIDADANIA – O presidente, em caso de abertura de uma ação penal, pode enfrentar um tipo de julgamento como o que você enfrentou, com uso da teoria do “domínio do fato”, ou a AP 470 foi uma exceção que não se repetirá? JOSÉ DIRCEU – Espero que seja arquivada a investigação e que não tenhamos que analisar essa possibilidade, por absoluta falta de elementos para qualquer nova investigação e porque o próprio STF já recusou mais de uma vez incluir o presidente na AP 470. BLOG DA CIDADANIA – Como você vê a distribuição de verbas públicas para publicidade do governo federal entre os grandes meios de comunicação? Há um equilíbrio entre as mídias alternativas e as tradicionais? E entre a própria grande mídia, a distribuição lhe parece justa? JOSÉ DIRCEU – Não é justa, não há equilíbrio. Além disso é preciso respeitar a constituição e estimular a pequena e micro mídia – assim como se faz com a pequena e micro empresa -, o pluralismo e evitar o monopólio. Deve-se garantir a diversidade e a produção e defesa da cultura nacional. BLOG DA CIDADANIA – Como você vê a acusação da grande mídia ao PT de que o partido quereria censurá-la para que não divulgue escândalos contra si? JOSÉ DIRCEU – Na entrevista que dei a Folha-UOL [e que será publicada amanhã] respondi a essa questão. Por que o PT quereria censurar a imprensa? Mesmo que quisesse, não teria força. Outra coisa é regular mídia. O que não é possível é um veículo deter 70%, 80% de toda a publicidade do país. Como as organizações Globo, por exemplo.  * PS: neste sábado viajo a Curitiba para participar de uma mesa de debate em um encontro de blogueiros local. O Blog só voltará a ser atualizado no domingo. http://www.blogdacidadania.com.br/2013/04/60-minutos-com-jose-dirceu/
13 horas atrás

Fernando Morais lança biografia de Lula em setembro e já pensa em obra sobre José Dirceu

por Blog Justiceira de Esquerda
 

 
Sem título definido, a obra que resgata momentos marcantes da história do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ser lançada em setembro pela Companhia das Letras, revelou o autor, o jornalista Fernando Morais, ao Brasil Econômico nessa quinta-feira, 11. 
O recorte biográfico retrata acontecimentos e casos vividos por Lula do início dos anos 1980 até o fim do seu segundo mandato na Presidência da República, em 2010. O autor ressalta que a obra deve ficar pronta em agosto e chegará as livrarias no mês seguinte. Ele garante que não quer que a obra seja lançada em época de corrida presidencial. “Nem eu, nem a editora e nem o Lula queremos lançar o livro em ano eleitoral”. 
Para fazer algumas entrevistas, Morais tem acompanhado o político em viagens internacionais, como para Reino Unido, Moçambique, Angola e Índia. “A gente aproveita as longas viagens no avião, que costuma ser fretado, para gravar sem interrupções”. 
Autor de biografias, como Chatô, O Rei do Brasil e Olga – que resgatam as histórias do magnata da comunicação Assis Chateubriand da comunista Olga Benário Prestes, respectivamente – Morais afirma que pretende escrever um livro resgatando a trajetória de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, condenado pouco mais de dez anos de prisão pelos crimes de corrupção ativa e formação de quadrilha, no julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF).Morais_Reproduo_Gazeta_do_Povo

Fernando Morais diz que não quer e que não é desejo do ex-presidente lançar biografia em ano eleitoral
(Imagem: Reproduçã/Gazeta do Povo)
 http://midiacrucis.wordpress.com/2013/04/12/fernando-morais-lanca-biografia-de-lula-em-setembro-e-ja-pensa-em-obra-sobre-jose-dirceu/

14 horas atrás

Vejam e entendam!!!

por Blog Justiceira de Esquerda
 

 

Maduro eleito com 50,6%. Chávez é vitorioso

 
 
JUAN BARRETO: TO GO WITH AFP STORY BY BEATRIZ LECUMBERRY
A child stands in front of a graffitti at the Mountain Barracks (Cuartel de la Montana) where the remains of late Venezuelan President Hugo Chavez are staying in, in the 23 de Enero low income neighborhood in Eleição de Nicolás Maduro projeta a continuidade de regimes de esquerda na América Latina; nos últimos anos, com a riqueza gerada pelo petróleo, o regime de Caracas reduziu a desigualdade social e apoiou vários países da região, como a Bolívia, o Equador, a Argentina e, sobretudo, Cuba, além de El Salvador e Nicarágua; Maduro promete dar continuidade à Revolução Bolivariana, mas, sem o carisma de Chávez, terá que construir sua própria liderança; Capriles, no entanto, não reconhecerá o resultado 
9 horas atrás

Maduro deve ser eleito com margem estreita

 
 
Carlos Garcia Rawlins: Venezuela's acting President and presidential candidate Nicolas Maduro talks with his granddaughter Paola during a campaign rally in Caracas April 5, 2013. Maduro said on Friday that Venezuelan authorities have arrested several people suspected of plottinSegundo fontes do Conselho Nacional Eleitoral, Nicolás Maduro deve ganhar a eleição Venezuelana com uma margem de 2 e 4 pontos de vantagem sobre Henrique Capriles. Maduro teria vencido em 16 Estados e Capriles em sete 
10 horas atrás

Em tensão máxima, Venezuela limita internet

 
 
: Um dos alvos dos hackers foi o perfil no Twitter do presidente em exercício e candidato governista na eleição deste domingo, Nicolás Maduro; opositor Henrique Capriles começa a cantar vitória; futuro do chavismo está em jogo; resultado a qualquer momento 
11 horas atrás

Capriles denuncia possível fraude na Venezuela

 
 
: Pelo Twitter, o candidato opositor afirma que há a intenção de mudar a vontade popular; clima é tenso em Caracas; chavistas dizem que defenderão o resultado, nem que ganhem por um único voto; resultado a qualquer momento 
13 horas atrás

Nicolás Maduro deve ser eleito com 54% dos votos

 
 
: Boca de urna aponta vantagem de oito pontos para o candidato chavista em relação a Henrique Capriles; margem de erro é de 2,5 pontos e os resultados oficiais devem sair ainda nesta noite; foram entrevistadas 1,4 mil pessoas 
13 horas atrás

Veja ainda fará de Murici seu novo Maranhão

 
 
: Bastou o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se encontrar com o ex-presidente Lula, solidificando a aliança PT-PMDB, para que Veja o premiasse com uma reportagem sobre sua cidade de origem; agora, os ataques que antes tinham como alvo José Sarney e o Maranhão serão dirigidos à base de Renan; coisas da política 
13 horas atrás

Dois bebês tem alta da UTI Neonatal do HRC

 
 
: Um dia depois que a Secretaria de Saúde anunciou a interdição da maternidade do Hospital Regional de Ceilândia, a direção da unidade de saúde pública deu alta para dois recém nascidos que estavam na UTI Neonatal; ainda existem 17 crianças no local e apenas depois que todas tiveram alta ou forem transferidas vai haver uma desinfecção para acabar com bactéria Serratia; sete bebês morreram em apenas 13 dias 
14 horas atrás

Morro do Alemão vai ganhar quase 2 mil casas

 
 
: Com a pacificação, o governo federal vai começar a construção de 900 casas pelo programa Minha Casa, Minha Vida; as obras começam já no segundo semestre do ano; famílias que foram removidas de áreas de risco vão ser beneficiadas; intenção do governo, é erguer 1.900 moradias até 2014 
14 horas atrás

Candidatos já votaram e eleição prossegue

 
 
: Os dois principais candidatos à presidência da Venezuela já depositaram seus votos e agora aguardam o fechamento das urnas, às 19h30 no horário de Brasília; o opositor Henrique Capriles continuou a convocar os eleitores; já Nicolas Maduro destacou que a eleição já “quebrou recordes” de participação, levando mais de 11 milhões de pessoas às urnas; no total, existem 19 milhões de eleitores cadastrados no país, mas o voto não é obrigatório como no Brasil 
15 horas atrás

Um colar de tomates a serviço da alta dos juros

 
 
Da próxima vez que for usar o seu programa numa concessão pública de radiodifusão para fazer política, ao invés do colar de tomates Ana Maria Braga poderia pendurar umas melancias no pescoço! 
15 horas atrás

Inovação no tratamento de diabéticos no HRT

 
 
: O Hospital Regional de Taguatinga é o primeiro hospital público do país a realizar o atendimento pelo chamado Sistema Contínuo de Insulina; os pacientes cadastrados vão receber uma bomba de infusão, que vai fazer o monitoramento dos níveis de glicose de cada pessoa 24 horas por dia 
15 horas atrás

DF inova no tratamento de diabéticos

 
 
: O Hospital Regional de Taguatinga é o primeiro hospital público do país a realizar o atendimento pelo chamado Sistema Contínuo de Insulina; na iniciativa inédita, os pacientes cadastrados vão receber uma bomba de infusão, que vai fazer o monitoramento dos níveis de glicose de cada pessoa 24 horas por dia 
15 horas atrás

Vale do Café ganha guia para atrair turistas

 
 
: Os 15 municípios do centro-sul e médio Paraíba do Rio de Janeiro são retratados agora em um guia de viagens; artesanato, fazendas históricas e história do café são alguns dos temas dos cerca de 8 mil exemplares que vão ser distribuídos gratuitamente aos turistas; desde 2003, a região recebe curiosos para o Festival Vale do Café, com música clássica e shows em praças públicas 
15 horas atrás

Nenhum projeto aprovado em 100 dias de trabalho

 
 
: A quantidade de projetos na pauta é grande: 215; mas até agora, 100 dias depois do início dos trabalhos legislativos, os vereadores da Câmara de Salvador não conseguiram aprovar nada em plenário; justificativa, segundo o presidente da casa, é a falta de pareceres nas comissões permanentes; a reforma tributária é um dos projetos emperrados; a promessa é começar a votar as propostas esta semana 
16 horas atrás

Dona Iris monopoliza caravana e espanta aliados

 
 
: Deputada comanda 1ª edição do movimento e visita cinco cidades do interior; poucas lideranças políticas foram ao evento e só dois deputados do PMDB marcaram presença. Ninguém do PT apareceu, obedecendo a um suposto boicote ordenado por Rubens Otoni. Bilionário Júnior Friboi também se ausentou e mandou representante. Dona Iris ignora adversidades, diz que caravana foi sucesso, que já recebeu mais convites e avisa que sua missão não é conquistar líderes partidários, mas sim esclarecer o povo 
16 horas atrás

Pelo Twitter, Eike Batista ameaça processar Veja

 
 
: Um ano atrás, o empresário brasileiro era retratado pela publicação como “Eike Xiaoping”, símbolo do Brasil que não se envergonhava de enriquecer; agora que a fortuna encolheu, o caso de amor pode parar nos tribunais; indignado com reportagem deste fim de semana, Eike promete recorrer à justiça contra “mentira de Veja”; na revista, ele conta apenas com o apoio do colunista Lauro Jardim, que continua a soprar suas velas 
16 horas atrás

PF conecta braço direito de Alckmin a empreiteiro

 
 
: Operação deflagrada essa semana pela Polícia Federal e pelo Ministério Público não mostrou apenas as fraudes em licitações de prefeituras do interior paulista, mas revelou a ligação entre o empresário e o atual chefe da Casa Civil do governo de Geraldo Alckmin, Edson Aparecido; Olívio Scamatti, apontado como chefe do esquema, manteve contato telefônico com Aparecido em 2010 e fez doações de R$ 91,6 mil à campanha do tucano em 2006 
17 horas atrás

União com Déda e Valadares é boa para largada eleitoral de Jackson

 
 
: Em torno da provável candidatura do vice-governador do PMDB atuam, harmonicamente, o governador do PT e o senador do PSB; é o início da consolidação das bases que poderão dar as melhores condições para que Jackson seja forte; claro que ele, por si só, empolga parte do eleitorado, mas é na unidade do discurso e do projeto que levou Déda ao Governo em 2006 que o peemedebista terá os mecanismos para enfrentar adversários 
17 horas atrás

Primeira vez no Brasil, X Games agita Foz do Iguaçu

 
 
: Um dos maiores eventos de esporte radicais do mundo desembarcam nesta semana em Foz do Iguaçu; o X Games vai trazer ao Brasil mais de 200 atletas, que disputarão torneiros de skate, bicicross, motocross e rally; governo do Paraná reforçou policiamento para garantir a segurança das 60 mil pessoas esperadas para o evento 
18 horas atrás

Obras da Copa vão ser vistoriadas por TCU

 
 
: Todas as obras em andamento em Mato Grosso para a Copa de 2014 vão ser vistoriadas nesta segunda-feira 15 pelo Tribunal de Contas da União; o ministro Valmir Campelo vai visitar as intervenções no viaduto da UFMT e também na Arena Pantanal; vistoria também vai ser acompanhada por conselheiro do TCE, além do prefeito de Cuiabá e de Várzea Grande 
18 horas atrás

Se Maduro vencer, ou seu povo é louco ou a mídia mente

 
 
Esta parte do mundo já sofreu muito por escolhas eleitorais equivocadas e hoje vota com o bolso, com o estômago e com suas perspectivas de vida. Os venezuelanos, portanto, sabem muito bem por que votam 
18 horas atrás

Kotscho ironiza a crise do tomate

 
 
: “E assim fomos seguindo o ano de 2013, de agonia em agonia, até que sobreveio a grande crise do preço do tomate, a maior de todas, porque esta pode explodir ao mesmo tempo a inflação e os juros, levando o país à ruína completa. Em apenas três meses, ficamos novamente à beira do abismo”, comenta o ex-porta-voz de Lula 
18 horas atrás

Fiúza diz que Lula “privatizou a si mesmo”

 
 
: Colunista de Época indaga: qual o problema de o líder máximo do partido que governa o país desenvolver uma relação particular (ou patriótica) com grandes empreiteiras que têm o governo como cliente? 
18 horas atrás

Assassino confesso de taxistas é preso

 
 
: Depois de criar uma onde de insegurança entre os taxistas do Rio Grande do Sul, polícia consegue prender acusado de matar seis profissionais no mês passado; Luan Barcelos da Silva confessou os crimes e disse que os cometeu por dinheiro; o jovem de 21 anos usou a experiência com armas adquirida no Exército para confundir a polícia; “é uma pessoa fria e calculista”, explicou o chefe de polícia do estado, delegado Ranolfo Vieira Júnior 
18 horas atrás

94 cidades alagoanas estão “com nome sujo” no CAUC

 
 
: O alto número de municípios inseridos no CAUC – Cadastro Único de Convênios – é um reflexo da situação financeira que Alagoas vive. A queda no repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e as regras de financiamento são dois dos fatores que têm dificultado os pagamentos em dia e a regularização das contas junto ao governo federal. O CAUC é um serviço auxiliar de informações para transferências voluntárias da União que avalia 14 itens, como as obrigações da adimplência financeira, transparência e prestação de contas. Estima-se que mais de 96,4%n dos municípios brasileiros não podem celebrar convênios com o governo federal. 
18 horas atrás

Venezuelanos residentes também podem votar

 
 
: Sete urnas foram espalhadas pelos consulados e pela embaixada venezuelana para que os 1.108 residentes no Brasil participem das eleições deste domingo; São Paulo é o estado que concentra o maior número de eleitores, seguido do Rio de Janeiro; os venezuelanos estão cadastrados e aptos a participar da disputa entre Nicolás Maduro e o oposicionista Henrique Capriles; participação na eleição não é obrigatória como no Brasil 
18 horas atrás

Mais um acusado de matar juíza vai ser julgado

 
 
: O quinto policial militar acusado de participar da execução da juíza Patrícia Acioli vai ser julgado nesta terça-feira 16; Carlos Adílio Maciel Santos estava preso no dia do crime, mas é acusado de participar do plano para matar a magistrada; ele responde por homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha armada; outros quatro PMs já foram condenados a vão responder em regime fechado 
19 horas atrás

No Rio, Aécio avisa: “Vamos dar umas férias para o PT”

 
 
: Senador tucano Aécio Neves (PSDB-MG), que foi ao Rio para assistir à final da superliga masculina de vôlei, em que o seu Cruzeiro foi derrotado para o RJX, de Eike Batista, declarou que a oposição vai “dar férias ao PT”, que já está há dez anos no poder; ele prometeu ainda um projeto “mais ético, mais eficiente e mais moderno para o Brasil” 
19 horas atrás

Operado, Kobe Bryant fica fora da NBA

 
 
: Os Lakers anunciaram que a cirurgia foi um sucesso, mas disseram no comunicado que o tempo de recuperação pode variar de “seis a nove meses” 
19 horas atrás

Ajuda da Caixa para terminar Expresso DF

 
 
: Como obra do Programa de Aceleração do Crescimento, o corredor exclusivo que vai ligar Gama e Santa Maria ao Plano Piloto vai receber mais de R$ 600 milhões para ser concluído; recursos federais já começam a chegar este mês; a previsão do GDF é que o Expresso DF beneficie 220 mil pessoas e alivie os congestionamentos diários enfrentados pelos motoristas da região 

 

As críticas contra a Comissão da Verdade

LUIS NASSIF por luisnassif
 

Da Folha

Após quase 1 ano, Comissão da Verdade é alvo de críticas

Membros do grupo temem frustração com resultado final das investigações

Segundo essas análises, desafio de reconstituir fatos de décadas atrás foi ampliado por erros conceituais e de gestão

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
MATHEUS LEITÃO
DE BRASÍLIA

A Comissão Nacional da Verdade aproxima-se da metade do seu prazo de funcionamento sem ter revelado nenhuma novidade relevante sobre a ditadura militar (1964-1985) e sob dúvidas se vai detalhar todas as violações aos direitos humanos no regime.

Ouvidos pela Folha sob condição de anonimato, integrantes da própria comissão, da cúpula do governo e de comitês da sociedade civil se dizem céticos.

Para eles, a comissão, que encerra os trabalhos em maio de 2014, talvez esclareça só alguns casos, sem resolver a principal incógnita: quem, e a mando de que oficial, foi responsável por cada uma das mortes, torturas e desaparecimentos –devido à Lei da Anistia, não pode haver punição a essas pessoas.

A reconstituição de fatos ocorridos há décadas foi dificultado por erros conceituais e de gestão, dizem os críticos.

leia mais

2 horas atrás

NAS URNAS, O FUTURO TAMBÉM DA AMÉRICA LATINA

SINTONIA FINA por Rilton Nunes
 
 
Venezuela elege, neste domingo, não apenas o primeiro presidente depois da era Chávez, mas também o homem que irá administrar as maiores reservas de petróleo do mundo; vitória de Nicolas Maduro ou de Henrique Capriles será determinante para vários países da América Latina, como Cuba, Bolívia, Equador e mesmo o Brasil, cujas empresas exploraram oportunidades de negócios na Venezuela; pesquisas dão vantagem a Maduro, mas a folga é inferior a dez pontos. 

Neste domingo, 18.903.143 venezuelanos decidirão sobre o futuro de seu país e da própria América Latina. As últimas pesquisas eleitorais dão a Nicolas Maduro, herdeiro de Hugo Chávez, uma vantagem que oscila entre 7 e 9 pontos percentuais – o que sinaliza uma disputa mais apertada do que se previa. Henrique Capriles, que foi governador do estado de Miranda e lidera a oposição, promete acabar com a “diplomacia petroleira” da Venezuela. Como dispõe das maiores reservas de petróleo do mundo, a Venezuela ajuda vizinhos latino-americanos, como Cuba, Bolívia e Equador.  É por isso mesmo que a eleição deste domingo coloca em jogo não apenas o futuro da Venezuela, na era pós-Chávez, mas também de seus vizinhos. Com Chávez, as empresas brasileiras foram as que melhor aproveitaram as oportunidades de negócio na Venezuela. O processo chega à reta final repleto de tensões, com acusações de fraude eleitoral.  Leia abaixo o noticiário do Opera Mundi: Opositores cantam fraude antecipadamente para tumultuar eleição, diz partido de Maduro Chefe do comando de campanha de Maduro ressaltou que “a democracia venezuelana é a mais sólida do mundo” Jorge Rodriguez, chefe do comando Hugo Chávez, do candidato do PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), Nicolás Maduro, afirmou que a oposição venezuelana está criando um ambiente de desestabilização antes da eleição presidencial, cantando fraude de antemão. A declaração foi feita neste sábado (13/04), logo após o candidato opositor, Henrique Capriles, questionar a transparência do CNE (Conselho Nacional Eleitoral). “Estão cantando fraude de antemão com o interesse de tumultuar o processo eleitoral”, disse Rodriguez durante coletiva de imprensa em Caracas. Ele lembrou que ao longo de 14 anos a Venezuela já realizou 18 processos eleitorais: “a democracia venezuelana é a mais sólida do mundo”.

O chefe da campanha chavista questionou porque a oposição não colocou em dúvida a última eleição para governo de estado, realizada em 16 de dezembro. Na ocasião, Capriles foi reeleito governador de Miranda em disputa com o atual chanceler Elías Jaua. O resultado, apesar de apertado, foi aceito por ambos os candidatos. “Qualquer tentativa de agredir o processo eleitoral busca deixar vulnerável a voz do povo da Venezuela”, continuou Rodriguez.

Capriles

Capriles fez críticas neste sábado ao CNE e ao governo. “Esperamos que o que diga o CNE seja uma cópia fiel do que o povo disser. Isso é fundamental! Que amanhã o árbitro diga o que o povo disse. O CNE não pode ser um partido político”, afirmou o candidato da MUD. Ele colocou suspeita sobre o comportamento do governo venezuelano durante o processo eleitoral. “Esperamos que os senhores do governo permitam que o processo se desenvolva em paz. Amanhã será uma luta contra o poder”, disse. Questionamentos

A oposição venezuelana vem questionando a segurança e isenção do processo eleitoral desde antes do início da campanha. Durante discurso para anunciar sua candidatura, em 10 de março, Capriles acusou o CNE de já ter “tudo pronto” para a eleição de 14 de abril, pois a data foi anunciada com rapidez, cinco dias após a morte de Hugo Chávez. Em 8 de março, após jurar como presidente interino, Maduro convocou o novo pleito.

Poucos dias depois, o maior jornal opositor, El Nacional, publicou em editorial que o CNE é um “obstáculo permanente” para eleições livres e justas na Venezuela, e chegou a insinuar que o voto já não é uma forma de promover mudanças no país. Quem também fez comentários sobre o CNE foram os Estados Unidos. A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA para América Latina, Roberta Jackson, afirmou em março que julgava difícil que a Venezuela tivesse eleições “abertas, livres e transparentes”.

Essa semana, Capriles se recusou a assinar um documento, disponibilizado pelo CNE a pedido da campanha do candidato Nicolás Maduro, no qual os candidatos se comprometiam a aceitar os resultados e reconhecer a competência do órgão eleitoral como árbitro do pleito. 
SINTONIA FINA – @riltonsp – com 247 

2 horas atrás

Canto Della Terra – Andrea Bocelli & Sarah Brightman

MINHAS POESIAS por Poesias Preferidas
 
Milky-Way-Greg-Gibbs

(Fotografia de Greg Gibbs)

Si lo so
Amore che io e te
Forse stiamo insieme
Solo qualche istante
Zitti stiamo
Ad ascoltare
Il cielo
Alla finestra
Questo mondo che
Si sveglia e la notte è
Già così lontana
Già lontana

Guarda questa terra che
Che gira insieme a noi
Anche quando è buio
Guarda questa terra che
Che gira anche per noi
A dorci un po’di sole, sole, sole

My love che sei l’amore mio
Sento la tua voce e ascolto il mare
Sembra davvero il tuo respiro
L’amore che mi dai
Questo amore che
Sta lì nascosto
In mezzo alle sue onde
A tutte le sue onde
Come una barca che

Guarda questa terra che
Che gira insieme a noi
Anche quando è buio
Guarda questa terra che
Che gira anche per noi
A dorci un po’di sole, sole, sole
Sole, sole, sole

Guarda questa terra che
Che gira insieme a noi
A darci un po’di sole
Mighty sun
Mighty sun
Mighty sun

Composição de Francesco Sartori e Lucio Quarantotto
Interpretação de Andrea Bocelli e Sarah Brightman:

Tradução Canto da Terra: 
Sim eu sei
amor que eu e você
talvez estamos juntos
somente por alguns instantes
Estamos mudos
a escutar
o céu
pela janela,
este mundo que
desperta e a noite é
já tão distante,
já distante

Olhe esta terra que
que gira junto a nós
mesmo quando está escuro.
Olhe esta terra que
que gira também para nós
para nos dar um pouco de sol, sol, sol.

My love que és o meu amor
ouço a tua voz e escuto o mar,
parece mesmo o seu respiro,
o amor que você me dá
este amor que
está aí escondido
no meio das suas ondas
de todas as suas ondas
como um barco que

olhe esta terra que
que gira junto a nós
até quando está escuro.
Olhe esta terra que
que gira também para nós
para nos dar um pouco de sol.
Sol, Sol, Sol

Olhe esta terra que
que gira junto a nós
para nos dar um pouco de sol.
Mighty sun
Mighty sun
Mighty sun

@-;–

 

2 horas atrás

Venezuela: uma escolha fundamental para Argentina

JUSTICEIRA por Blog Justiceira de Esquerda
 
Após a morte do comandante Hugo Chávez, a Revolução Bolivariana é testado nas eleições deste domingo, com a frente Nicolas Maduro. Em uma chave de eleição para a região, a Argentina segue de perto o pulso Bolivariana eleitoral. 
William Castillo (VTV): “Conseguimos a dor com a decisão de lutar” Martinez Mendoza (Embaixador): “Com a Argentina continuar geminadas como governo e como povo” Pedro Calzadilla (Min. Cultura Venezuela): “Nas eleições é o futuro da América Latina” Elias Jaua (Chanceler da Venezuela): “O que é para ser plantada ratificar Chávez no domingo” Carlos Aznarez (Abstract Latina): “O empate Argentina-Venezuela é estratégica” Juan Cruz Daffunchio (MTD Aníbal Verón): “A Venezuela tem sido um pilar na luta pela unidade latino-americana” Luis D’Elia (milhas): “As eleições começam continentalizarse” Juan Carlos de Junho (NE): “A continuação do projeto fortalece continental chavismo” “Toda a minha força e todo meu coração está aí com você” 
O chefe das Mães da Plaza de Mayo, enviou uma mensagem de eleições cara aa a ser realizada na Venezuela. “Grandes homens não morrem como Chávez e menos quando há pessoas como você, que continuam o legado dele”, disse ele.https://i0.wp.com/cadenaprovincial.com.ar/wp-content/uploads/Hebe-1-e1355432601526.jpg Mais: http://www.agenciapacourondo.com.ar/
2 horas atrás

Wikileaks denunciou até onde vai a liberdade de expressão made in USA

FICHA CORRIDA por Gilmar Crestani
 

A liberdade de expressão dos grupos mafiomidiáticos não ultrapassam um cabo do wikileaks… É por isso que os dois heróis (Bradley Manning & Julian Assange) continuam presos e viraram inimigos públicos dos EUA, esta fábrica de terroristas de estado.

Wikileaks: la tarea que los medios mexicanos no han hecho

Jacinto Rodríguez Munguía 14 ABR 2013 – 04:56 CET

Sin ánimo de descalificar la información dada a conocer esta semana por Wikileaks con respecto a México, al menos para quien esto escribe lo que hasta ahora se ha revelado en esta nueva temporada de cables diplomáticos es poco o nada con respecto a lo que desde hace años se puede consultar en los archivos mexicanos por ejemplo de la Secretaría de Gobernación (ministerio del Interior).

Si se quiere conocer los trasfondos del poder hay que asomarse a los expedientes de los dos principales aparatos de inteligencia y policía de aquel tiempo: la Dirección de Investigaciones Políticas y Sociales (DIPS) y la Dirección Federal de Seguridad (DFS). De las dos, la DFS sería la encargada del trabajo más fino y, por tanto, el más sucio. Dos de sus directores, Fernando Gutiérrez Barrios y Miguel Nazar Haro dejarían sembradas cientos de historias de miedo.

Los ejemplos sobran. Pero habré de referirme a un tema que ha sido atractivo venido desde Wikileaks y que demuestra, entre otras cosas, las diferencias de la cantidad y calidad de información que existe en México: la relación de la prensa y el poder en el México de esos años.

Dice uno de los cables (1976MEXICO06463_b) que casi al final de su gobierno, el presidente Luis Echeverría estuvo interesado en adquirir la llamada cadena de periódicos El Sol de México e incluso uno de los principales diarios, El Universal, así como canales televisión para mantener un alto grado de su poder y control con el siguiente sexenio, el de su sucesor José López Portillo.

Otros cables más dan cuenta de la “difícil” y ampliamente documentada relación entre Excélsior dirigido entonces por Julio Scherer y el presidente Luis Echeverría hacia el final del sexenio. Si bien es cierto que Julio Scherer fue presionado por el poder, pocos, muy pocos periodistas como él pueden presumir (sus libros lo prueban) que estuvieron tan cerca del ex presidente Luis Echeverría y de todos los hombres del poder político y económico de esa época.

El asunto es que a partir de los cables de Wikileaks hasta hora difundidos, y perdón si incomodo, prevalece la idea de que los medios y los periodistas de esa época solo eran víctimas de la presión y control del poder sobre ellos. Si nos asomamos un poco a lo que en los archivos mexicanos muestran, veremos que esa tesis no se sostiene.

Lo que refieren los cables de Wikileaks es precisamente la parte de la historia que a los mismos medios y a muchos periodistas les conviene mostrar. La de víctimas de una tiranía (la figura presidencial) que asfixiaba a la libertad de expresión. Nada más falso que eso. La historia de la relación de la prensa y el poder no fue solamente de victimarios y víctimas.

En La Otra Guerra Secreta (Los archivos prohibidos de la prensa y el poder Debate 2007), de mi autoría, se documenta a detalle lo que difícilmente aparecerá en los mismos archivos del gobierno estadounidense. Esa cercana y conveniente relación entre la prensa y el poder en esos años. Las reuniones privadas, los acuerdos con el ministro del interior, los de connivencia a los que se llegaron por un sólo objetivo: seguir siendo también un gran poder. El cuarto poder.

Es cierto, el poder presionaba, apretaba, pero las más de las veces no era necesario. Lo que se dio, y que sigue marcando la existencia de la prensa en México, fue una legitimidad en doble sentido: los medios legitimaban al poder y este a los medios. Ambos, medios y gobierno confiaban en que su poder sería eterno permanente y que además, nadie se atrevería a guardar las huellas de esa relación: pagos, acuerdos, pactos, favores, obsequios, el colaboracionismo de periodistas con el poder etcétera.

Por ejemplo, en un memorando de julio de 1969, la sociedad de editores había acordado por unanimidad, y así lo informaba al gobierno, un “pacto de honor” para que sus publicaciones no aceptaran difundir en ellas escritos que afectaran el “buen nombre de otros socios y que por su índole se refieran a asuntos de orden privado e interno de las empresas… el punto fue abordado con motivo de ciertas publicaciones pagadas que recientemente se han venido haciendo que afectan a nuestro socio Excélsior, puesto que aluden a cuestiones internas y de índoles privada que prevalece entre dicha editorial y otras personas”. El documento es más amplio.

Así como este, miles de documentos en los archivos mexicanos dan cuenta del nivel del silencio que asumieron los medios en esta época frente a muchos problemas nacionales. De la autocensura que asumían sin queja, del retiro sin protestar de programas de radio y televisión que incomodaran al poder. Algunas actitudes simplemente denigrantes. Información que va más allá de las sabrosas anécdotas con las que algunos de estos personajes de la prensa mexicana han querido contar la historia. Otros de plano han preferido callar.

Hace unos años dejaron de ser intocables por los medios de nuestro país el poder político, el Ejército mexicano y la virgen de Guadalupe, pero no ha ocurrido lo mismo con los propios medios de comunicación. Encargados de registrar y contar la historia, la mayoría de los medios han eludido una revisión crítica de sí mismos y por tanto de sus propias responsabilidades en ese periodo de la historia que ahora trae nuevamente a cuento Wikileaks.

Sigue siendo preferible la mitificación y el martirio. El papel de víctimas del poder absoluto. La nueva temporada de la serie Wikileaks, en lo que a medios y poder en México se refiere, ha venido a reforzar la fórmula que nunca falla de culpar de todo al poder político y evadir el pasado. Una coartada perfecta: el poder lo podía todo y lo hacía todo.

Es muy probable que en los siguientes días los cables de Wikileaks nos asombren con revelaciones que rebasen las que durante los últimos años han hecho periodistas como Kate Doyle (The National Security Archive) quien dedicó años de trabajo en los archivos mexicanos. Como por ejemplo, qué periodistas informaban o compartían información con la embajada estadounidense.

Wikileaks es sin duda el fenómeno más importante en cuanto a proceso de transparencia que globalmente vivimos. Pero en el caso de México, nos quedamos deslumbrados con esa información sin darle importancia a lo que, a diferencia de otros países, sí existe en México: nuestros propios archivos de esa época.

Ahí seguirán en el Archivo General de la Nación miles de historias por contarse, aunque seguro seguirá siendo más fácil esperar las próximas temporadas de Wikileaks.

La memoria es incómoda.

Jacinto Rodríguez Munguía es autor de La otra Guerra Secreta. Los Archivos Prohibidos de la Prensa y el Poder. (Debate 2007) Blog: http://latiraniainvisible.wordpress.com/ Una versión amplia de este texto se publicará en la próxima edición de la revista emeequis, de la que el autor es editor.

Wikileaks: la tarea que los medios mexicanos no han hecho | Opinión | EL PAÍS

Filed under: Liberdade de ExpressãoLiberdade made in USA!WikiLeaks Tagged: Grupos Mafiomidiaticos  

2 horas atrás

Zara e o segredo do sucesso, uma iniciativa na privada

FICHA CORRIDA por Gilmar Crestani
 

 

Una ONG argentina denuncia a Zara por “uso de trabajo esclavo”

La de moda compañía de moda desea que se investigue a fondo cualquier sospecha de irregularidad en la cadena de producción del país suramericano

Alejandro Rebossio Buenos Aires 13 ABR 2013 – 02:33 CET14

Inditex, la dueña de la marca Zara, ha sido denunciada este jueves en Argentina por segunda vez en dos semanas por presunto uso de trabajo esclavo. La Fundación Alameda, que por su combate contra la explotación laboral siempre ha contado con la protección del papa Francisco, y el secretario de Derechos Humanos de una de las facciones de la Confederación General del Trabajo (CGT), Julio Piumato, presentaron su querella después de que un costurero se infiltrara en un taller que presuntamente hacía ropa para Inditex. La peronista CGT está dividida en tres y Piumato pertenece a una de las dos líneas antikirchneristas.

La empresa española, por su parte, expresó en un comunicado que “desea que se investigue a fondo cualquier sospecha de irregularidad en la cadena de producción argentina”. Inditex, propiedad de Amancio Ortega, el tercer millonario más rico del mundo, dijo que los 60 proveedores que tiene en el país sudamericano “son auditados periódicamente y en los últimos años se han realizado más de 300 auditorías certificadas en sus procesos”. También afirmó que “siempre ha manifestado la tolerancia cero ante una situación que atente contra la dignidad del trabajo” y añadió que “no hay nadie más interesado que la compañía en erradicar cualquier situación irregular de talleres en la cadena de producción, sea ésta propia o tercerizada”.

El costurista infiltrado, que trabaja en la cooperativa textil que tiene esa organización para trabajadores rescatados de la esclavitud, grabó con una cámara oculta las condiciones de trabajo. A finales de marzo, Alameda había denunciado que otros dos talleres esclavistas elaboraban indumentaria de la marca Zara. Los tres establecimientos se encuentran en Buenos Aires.

 

Alameda informó de que el costurero recolectó etiquetas de las marcas y facturas que demostrarían que el taller denunciado este jueves trabajaba para una sociedad, Karina Kannan SL, que a su vez es proveedora oficial de Inditex. “Kannan en realidad solo oficia de intermediario entre Zara y los talleres clandestinos donde terceriza la producción”, denunció Alameda, que también acusó de explotación laboral a otros diez talleres. La fundación, que comparte con el exarzobispo porteño Jorge Bergoglio su inquietud por la persistencia de la esclavitud en el siglo XXI, advirtió que Inditex tiene responsabilidad penal por “las condiciones de trabajo y las violaciones de los derechos humanos” de los talleres contratados indirectamente. La querella se presentó el mismo día en que la Policía Metropolitana de Buenos Aires descubrió cinco establecimientos donde era esclavizadas 45 personas.

“En el taller filmado se constatan las condiciones de total clandestinidad en la que trabajan, sin habilitación, herméticamente cerrado y en pésimas condiciones de higiene y seguridad donde incluso deambulan niños pequeños entre las máquinas y con una instalación eléctrica precaria”, denunció la Fundación Alameda. “Los costureros trabajan allí en su mayoría con cama adentro en agotadoras jornadas que van desde las 8 de la mañana hasta las 8 de la noche como mínimo, pero que suelen extenderse varias horas más. La paga miserable de 4 pesos (0,58 euros) por prenda terminadas está muy por debajo del convenio colectivo vigente”, añade Alameda, que también señala que los empleadores no pagaban las contribuciones a la Seguridad Social de los trabajadores, y habían contratado a inmigrantes que carecían de la llamada residencia precaria, necesaria para emplearse.

“En el vídeo se puede observar que el proveedor oficial de Zara suele visitar el taller y es consciente perfectamente de las condiciones pésimas de trabajo del mismo, razón por la cual no puede aducir sorpresa”, relata la Fundación Alameda. “Tampoco Zara puede sorprenderse de la situación porque encargaba decenas de miles de prendas a un proveedor oficial que solo contaba con 40 personas. Era obvio que esos volúmenes de producción se obtenían tercerizando la producción”, añadió la organización.

Inditex ya había enfrentado denuncias similares en Brasil. En 2001 llegó a un acuerdo con el Ministerio de Trabajo de ese país en el que se comprometía a acabar con las “precarias” condiciones de trabajo de sus proveedores y a invertir 1,4 millones de euros en acciones sociales.

Una ONG argentina denuncia a Zara por “uso de trabajo esclavo” | Economía | EL PAÍS

Filed under: Trabalho EscravoZara Tagged: Inditex  

3 horas atrás

Claudia Cardinale, 75 anos

FICHA CORRIDA por Gilmar Crestani
 

Uma sex symbol que não precisou posar “nua em pelo”….

Claudia Cardinale cumple 75 sonrientes, naturales y elegantes años (FOTOS)

El HuffPost / EFE  |  Publicado: 14/04/2013 13:15 CEST  |  Actualizado: 14/04/2013 13:30 CEST

Claudia Cardinale Cumpleaos Fotos

“No he querido nunca frenar el paso del tiempo. . “No me he hecho un ‘lifting’ ni nada, pero sobre todo, he estado siempre activa. He hecho 130 películas y sigo trabajando”, decía el año pasado en una entrevista con EFE, con motivo de su participación en la película de Fernando Trueba El artista y la modelo. Así de natural y elegante, este lunes, 15 de abril, cumple 75 años Claudia Cardinale.

claudia cardinale fotos

Nacida en Túnez, con sangre siciliana y residencia parisina, Claudia Cardinale recordaba con orgullo hace unos meses, en San Sebastián, que directores como Martin Scorsese o Francis Ford Coppola le han reconocido que están muy influenciados por algunas de las películas que protagonizó, como Hasta que llegó su hora, de Sergio Leone.

La actriz siempre ha agracedido su suerte de haber llegado al cine “en un momento mágico”, convirtiéndose en una de las grandes divas -y mito erótico- del celuloide italiano, junto a Sophia Loren y Gina Lollobrigida. “Con Visconti rodé cuatro películas (Rocco y sus hermanos, El Gatopardo, Sandra, Confidencias)… También hice varias con Bolognini, con Sergio Leone y Richard Brooks; y con Pasquale Squitieri, mi pareja, que hizo grandes películas sobre la mafia… He rodado con muchos y buenos directores. Visconti y Fellini, en los años 60, supusieron mi apertura al mundo, hicieron que me conociera el mundo entero. El Gatopardo es un filme mítico para mí, con Visconti, Alain Delon, Burt Lancaster… Y 8 1/2, de Fellini, igual”, contaba en una entrevista con La Vanguardia.

En 1993 recibió en Venecia el León de Oro a toda una carrera y en 2002, el Oso de Oro honorífico de la Berlinale. “No echo de menos el Oscar, sólo sería una estatuilla más, mi casa está llena de premios”, dijo en una ocasión, según recuerda El Universal.

Del cine ha sacado también sus grandes amores. “Con Franco Cristaldi, que fue mi primer productor, y después conocí a Pasquale Squitieri, que es el amor de mi vida”, ha contado.

Así ha cambiado, sin recurrir a la cirugía, según subraya, a lo largo de los años: la belleza natural de la gran diva Claudia Cardinale:

Claudia Cardinale cumple 75 sonrientes, naturales y elegantes años (FOTOS)

Filed under: Claudia Cardinale Tagged: Cinema & Outras Artes  

3 horas atrás

Três fins do mundo em apenas três meses

SARAIVA por noreply@blogger.com (SARAIVA13)
 

 

 
Ricardo Kotscho, Balaio do Kotscho 
“De vez em quando, ultimamente, fico até com receio de perder meu tempo escrevendo. O mundo já poderá ter acabado quando este texto chegar aos caros leitores. Quem vai ler?

Sem falar na sempre iminente guerra nuclear das Coreias, o fim do mundo está onipresente no noticiário nacional, como se houvessem estabelecido uma programação prévia para não deixar o brasileiro respirar sossegado dois dias seguidos.

Mal se termina de falar de uma crise e já aparece outra nas manchetes, sem que tenha dado tempo da anterior terminar.

O ano mal começou, e já tivemos de volta as notícias alarmistas sobre os iminentes riscos de apagão de energia em razão da falta de chuvas nos reservatórios, ao mesmo tempo em que as enchentes em outros pontos do país provocavam novas tragédias. Imagens de reservatórios com pouca água e morros despencando eram acompanhadas de análises dos “especialistas” de sempre para quem o país, com este governo, não tem nenhum futuro, seja por falta ou excesso de chuvas. Nós brasileiros nem tivemos tempo de comemorar o recorde da safra de grãos, e já começaram as séries de reportagens sobre o colapso na infraestrutura, com estradas intransitáveis e congestionamentos nos portos. E assim fomos seguindo o ano de 2013, de agonia em agonia, até que sobreveio a grande crise do preço do tomate, a maior de todas, porque esta pode explodir ao mesmo tempo a inflação e os juros, levando o País à ruína completa. Em apenas três meses, ficamos novamente à beira do abismo. Esses problemas todos existem, é claro, e alguns são bastante sérios, como já mostramos aqui no Balaio, tornando mais difícil a recuperação da economia. O clima de catastrofismo, porém, vai além da realidade dos fatos e tem como pano de fundo a sucessão presidencial de 2014, ativada pela antecipação da campanha e pela ausência de candidatos competitivos para enfrentar a candidata do governo. Inconformados com os altos índices de popularidade da presidente Dilma Rousseff, que nas atuais pesquisas lhe garantem a reeleição já no primeiro turno, setores da sociedade que se sentiram prejudicados com a queda de juros e tarifas, especuladores e rentistas, e todos os donos da grande mídia, aquela gente que não se conforma com medidas que visam a beneficiar a população de baixa renda, resolveram investir em outros campos, já que o cenário eleitoral não lhes dá muitas esperanças de voltarem ao poder tão cedo. Alguma coisa está fora de ordem e de lugar quando assistimos à ‘judicialização’ da política e à politização do judiciário, e os grandes protagonistas da cena brasileira se tornam o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que agora têm uma opinião formada sobre tudo e dão seus pitacos definitivos sobre qualquer assunto, mesmo quando não são chamados. Eles se consideram os últimos catões da República, os únicos e os últimos honestos num país em que ninguém mais presta, só eles. Estão sempre de cara amarrada, não se permitem um sorriso. São as próprias expressões do fim do mundo. Gurgel já decidiu que a nova distribuição dos royalties do petróleo só deverá valer a partir de 2016;  Barbosa comenta a indicação do polêmico deputado pastor Marco Feliciano para uma comissão da Câmara, como se tivesse alguma coisa a ver  com isso,  e ambos se dedicam com afinco para colocar logo na cadeia os condenados da Ação Penal 470, recusando sumariamente qualquer recurso dos advogados de defesa. Citado pelo ex-ministro José Dirceu numa história no mínimo muito malcontada, no episódio da sua indicação para o STF, o ministro Luiz Fux manda um assessor  responder que não vai polemizar com réus condenados. Na mesma semana, o procurador-geral Gurgel determina ao Ministério Público e à Polícia Federal investigações sobre o ex-presidente Lula, a partir de declarações feitas por Marcos Valério, após o réu ser condenado a mais de 40 anos de prisão. Princípios e valores variam conforme os interesses de ocasião. E tudo parece muito natural para a nossa imprensa. No mesmo momento em que Barbosa denuncia o “conluio” entre advogados e magistrados, o escritório de Sergio Bermudes, um dos mais caros do país, anuncia o patrocínio de uma festa de arromba para mais de 300 pessoas em seu apartamento de 800 metros quadrados, no Rio de Janeiro, para comemorar o aniversário de 60 anos do mesmo ministro Luiz Fux, cuja filha Marianna, candidata a uma vaga no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, trabalha com o anfitrião. A pedido da mãe do homenageado, diante da repercussão negativa do badalado regabofe, a festa foi cancelada, segundo os jornais deste sábado. Menos mal. Mas não faltarão, certamente, outras festas do gênero, por mais que isso irrite ou agrade Barbosa, recentemente homenageado no Copacabana Palace pelos mesmos donos da mídia que publicam artigos de Marianna Fux e louvam seu pai, para congregar os comensais dos dois lados do balcão da Casa Grande, que podem perder as eleições e a vergonha, mas nunca perdem a pose nem o poder. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Este é o mundo deles, com ou sem perucas, e o resto que se dane, como costumam dizer, desde os tempos dos bailes da Ilha Fiscal.” 
Enviada por: Nogueira Junior 20:50 * Artigo / CrônicaMídia CorporativaVelha Mídia   Do Blog BRASIL! BRASIL! 

3 horas atrás

As causas da desindustrialização de Portugal e da Europa

LUIS NASSIF por luisnassif
 
Adir Tavares

Do site Resistir.info

A desindustrialização de Portugal e da União Europeia

– Causas: o domínio dos grupos económicos e financeiros e a liberalização

Por Eugénio Rosa [*]   RESUMO DESTE ESTUDO 

A desindustrialização de Portugal e a destruição da agricultura e da pesca nacional é uma questão que preocupa naturalmente muitos portugueses porque um país sem as suas atividades produtivas por excelência – agricultura, pescas e indústria transformadora – não tem possibilidades de ser verdadeiramente independente. No entanto, é importante não confundir industrialização com aumento de produção pois este também pode ser alcançada com um melhor e mais intenso aproveitamento da capacidade produtiva já instalada até porque está subutilizada. 

Segundo dados do Banco Portugal, nos 20 anos anteriores ao 25 de Abril (1954/1974), a contribuição da Agricultura, Pescas e Indústria para o PIB, ou seja, para a riqueza criada anualmente, diminuiu de 55% para 40,6% do PIB, isto é em 14,4 pontos percentuais (-26,1%), enquanto nos 21 anos posteriores ao 25 de Abril (1974/1995), a diminuição foi de 40,6% para 27,4% do PIB, ou seja, em 13,2 pontos percentuais (-32,6%).E segundo dados do INE, entre 1995 e 2002, ou seja, depois de Portugal ter entrado para a União Europeia mas antes da Zona Euro, portanto em 7 anos, a contribuição da Agricultura, Pescas e Indústria para o PIB diminuiu de 21,4% para 17,3% do PIB, isto é em 4,1 pontos percentuais (-19%), enquanto no período 2002/2012, ou seja, em 10 anos de euro a contribuição da Agricultura, Pescas e Indústria para o PIB diminuiu de 17,3% para apenas 14,7% do PIB ou seja, em 2,6 pontos percentuais (-15%). Portanto, afirmar que a desindustrialização do país e a destruição da agricultura e pescas é apenas consequência da entrada do nosso pais na U.E. e na Zona Euro não tem qualquer sustentação na realidade e só torna mais difícil identificar as verdadeiras causas do problema e, também, mais difícil resolvê-lo No entanto, é certo que a entrada de Portugal na Zona Euro agravou ainda mais o problema na medida em que, por um lado, o país estava profundamente debilitado e com problemas estruturais graves (78% da população empregada tinha o 3º ciclo do ensino básico ou menos) tendo a destruição continuado e, por outro lado, tornou muito mais difícil inverter o processo já que o país perdeu instrumentos importantes de politica macroeconómica (a politica aduaneira, cambial, monetária, orçamental, de investimentos, etc.).

leia mais

3 horas atrás

Tucano mineiro é acusado de traficar órgãos

SARAIVA por noreply@blogger.com (SARAIVA13)
 
https://i0.wp.com/www.conversaafiada.com.br/wp-content/uploads/2013/04/aecio_mosconi.jpg  Na Carta Capital, Leandro Fortes expõe a impressionante história de médicos que, com a participação de outro médico, deputado estadual do PSDB mineiro, retiravam órgãos de pacientes ainda vivos. E os vendiam. 
https://i0.wp.com/www.conversaafiada.com.br/wp-content/uploads/2013/04/imagem-1.png https://i0.wp.com/www.conversaafiada.com.br/wp-content/uploads/2013/04/imagem-2.png No Conversa Afiada 
Postado por zcarlos ferreiraàs 21:00Nenhum comentário:  Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar no Orkut Marcadores: Assembléia LegislativaCarta CapitalLeandro FortesMinas Gerais,PSDBSaúdeTucanos   Do Blog COM TEXTO LIVRE
3 horas atrás

Coincidências

SARAIVA por noreply@blogger.com (SARAIVA13)
 

Da Carta Capital – 14.04.2013 07:31 

 

Marcos Coimbra

A vida é cheia de coincidências. Recentemente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso publicou um de seus habituais artigos de discussão política. Foi daqueles nos quais assume o papel de farol das oposições. Seu conteúdo era, como se esperaria, fortemente crítico em relação ao governo.

Por coincidência, no mesmo dia, os principais jornais estavam cheios de notícias negativas sobre a situação nacional. Depois de lê-los, qualquer um ficaria com a impressão de que o Brasil caminha em marcha acelerada para o buraco (se é que já não estaria dentro dele).

Em outra coincidência, ficou pronta, naquele domingo, uma nova pesquisa nacional da Vox Populi. Feita em todo o País, sua amostra era suficiente para que os resultados sejam representativos dos sentimentos da opinião pública brasileira.
As ideias de FHC ficam cada vez mais parecidas com aquelas da mídia de direita. Infelizmente para eles a maioria pensa diferente. Foto: Vanderlei Almeida/AFP As ideias de FHC ficam cada vez mais parecidas com aquelas da mídia de direita. Infelizmente para eles a maioria pensa diferente. Foto: Vanderlei Almeida/AFP O artigo de FHC e o tom do noticiário eram tão semelhantes que um desavisado poderia suspeitar. Os editores e o ex-presidente estariam combinados? Você diz isso e nós aquilo? Nós mostramos os “fatos” e você os interpreta? 

Conhecendo os personagens, é pouco provável. Mas FHC e a mídia conservadora não precisam combinar (no sentido de pactuar) exatamente porque combinam (no sentido de possuir afinidades). Cada um à sua maneira, contam as mesmas histórias.

São tão parecidos que é difícil saber, hoje, quem influencia quem. Tendo há muito abandonado o vigor analítico de seus tempos de sociólogo, as ideias de FHC se parecem cada vez mais àquelas dos editorialistas e comentaristas da direita da mídia. E esses, por o admirarem com veneração, fazem o possível para imitar seu pensamento.

A cada dia, FHC fica mais Globo e Veja (até porque não conseguiria viver sem eles) e elas mais FHC. Todos imaginam um Brasil lastimável, onde tudo dá errado. São, no entanto, de um otimismo imenso. Paradoxalmente, acreditam que estamos à beira do abismo, mas acreditam em uma saída simples e rápida: derrotar o “lulopetismo” na próxima eleição.

Em contraste flagrante, não há qualquer coincidência entre o seu pensamento e o sentimento da vasta maioria do País. A pesquisa da Vox, como as outras recentemente divulgadas, do Ibope e do Datafolha, mostra quão pequena é a parcela da sociedade afinada com a oposição, seja nos partidos, nas instituições, na indústria de comunicação ou na opinião pública.

Os entrevistados se dizem satisfeitos com o País e esperançosos em relação ao futuro. Entendem que sua vida tem melhorado e vai melhorar ainda mais. Sabem que falta muito por fazer, mas confiam no caminho trilhado.

Aprovam o governo. A maioria considera “ótimo” ou “bom” o modo como Brasília lida com a economia, enfrenta a crise econômica internacional, trata as questões do emprego e da inflação, administra programas sociais, conduz a política habitacional, cuida da imagem externa do País.

Gostam da presidenta: mais de 80% dos entrevistados a definem como “ativa”, com “garra”, “decidida”, “conhecedora do Brasil”, “boa administradora”. Mesmo em itens em que os políticos tendem a se sair mal, ela obtém índices muito favoráveis. Mais de 70% afirmam ser ela “sincera”, “próxima do povo” e “de palavra”.

É tamanha a diferença entre as convicções oposicionistas e o sentimento popular que é como se vivêssemos em dois países. Em um, tudo vai mal e a mudança política seria imperiosa. No outro, as coisas seguem de maneira satisfatória e as perspectivas são positivas. Neste, a continuidade política é lógica.

Está errada a maioria dos brasileiros? Os únicos certos são os próceres oposicionistas, os articulistas de meia dúzia de jornais e a minoria da sociedade? Somente eles conheceriam a “verdade”? Todos os restantes seriam ignorantes e incapazes de conhecer suas vidas, donde inabilitados para dizer-se satisfeitos de forma racional?

Não é apenas autoritária a tese de que só alguns poucos privilegiados conhecem o Brasil e possuem a visão certa das coisas. É tola e inútil para a atuação política.

Pode ser agradável para uma liderança escrever um artigo para jornal e ler na mesma edição uma manchete a confirmar sua análise. Assim como pode ser prazeroso para um jornalista referendar, por meio de seu trabalho, as ideias do ídolo.

Nada disso adianta quando não coincide com o que o povo pensa e deseja. As oposições se acham superiores, mas estão apenas a léguas dos cidadãos. E são eles, os cidadãos, que elegem os governantes.
Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar no Orkut Postado por celvioàs 07:510 comentários Links para esta postagem   Também do Blog ContrapontoPIG

3 horas atrás

A “grande mídia” é intolerante

FICHA CORRIDA por Gilmar Crestani
 

Não sou dos partidários de Tarso Genro. Acho, alías, que ele prestou um desserviço à democracia e a favor da RBS quanto derrubou Olívio Dutra e assim deu vitória ao Germano Rigotto. Com quinze anos de atraso, enfim reconhece que há grupos mafiomidiáticos.

A “grande mídia” é intolerante

abril 13, 2013

tarso-genro3Por Tarso Genro (*)

Um debate sobre a “regulação” da mídia que ocorreu aqui no Rio Grande do Sul por ocasião do “Fórum da Liberdade”, do qual não participei e do “Fórum da Igualdade”, do qual participei como conferencista inaugural, teve ampla repercussão no Estado e refletiu nacionalmente através uma matéria decente publicada na Folha de São Paulo. Foi um episódio que demonstrou, mais uma vez, a intolerância e a arrogância da “Grande Mídia”, para traficar os seus valores – fundados no lucro e na anarquia do mercado – no sentido de os tornarem artificialmente universais.

Como julgo este assunto extremamente importante, para a esquerda e para o projeto democrático de nação que está em disputa no país, vou relatar o conteúdo da minha exposição no “Fórum da Igualdade”. Não vou citar nomes de pessoas nem de empresas, porque não só não tenho interesse de promover um debate personalizado sobre o assunto, como também entendo que esta matéria não é restrita ao nosso Rio Grande e deve ser alvo de discussões que não podem ser banalizadas por conjunturas regionais.

Tudo começou com a minha ausência no “Fórum da Liberdade”, onde eu participaria como autoridade da sessão inaugural e a minha presença no “Fórum da Igualdade”, para o qual eu fora convidado como conferencista de abertura, tendo como ouvintes sindicalistas, militantes de esquerda, parlamentares de partidos que formam o grupo de opinião que rejeita o projeto neoliberal e também dirigentes de movimentos sociais.

Este Fórum, com escassa repercussão midiática, porque composto de grupos, entidades e pessoas com força econômica escassa, para ter qualquer interferência promocional na grande mídia, é diferente do “Fórum da Liberdade”. Este, como se sabe, é compostos por doutrinadores, empresários, executivos de empresas que defendem – já de forma um pouco monótona – a redução dos gastos sociais (“improdutivos”), o “enxugamento do Estado” (nos salários e nas políticas sociais) e a “redução da carga tributária”, não sem militar pelo aumento dos investimentos públicos em infraestrutura, pelas renúncias fiscais e pelos financiamentos subsidiados para as grandes empresas.

É uma pauta legítima na sociedade que vivemos, é claro, mas que cumprida integralmente levaria o nosso país ao caos social, quem sabe a uma ruptura anárquica pela direita autoritária, já que a devastação das escassas políticas de coesão social mínima, que conseguimos implementar nos últimos anos, geraria uma revolta generalizada entre os pobres do país, que usufruem de direitos sociais muito limitados ainda hoje no nosso Brasil.

A fala que proferi no “Fórum da Igualdade” despertou a ira no “Fórum da Liberdade” e também uma divulgação viciada do conteúdo da minha palestra, interditando o debate que ali propus, através dos estereótipos de costume: “quer o controle da mídia”, “quer a censura a imprensa “, “quer vedar o direito de opinião”, etc. A argumentação mais sólida que ofereceram foi o “exemplo tomate”. Este exemplo, passará para a história da liberdade de imprensa no país, já que uma conhecida editorialista disse, mais ou menos o seguinte: “essa questão da mídia livre é que nem o tomate, que está caro, ou seja, não se compra; se não gostou das matérias, muda de emissora ou de jornal”. Só que o tomate não é uma concessão pública, nem o acesso a ele está regulado pela Constituição Federal. Um detalhe insignificante que muda tudo. Vejamos o que eu disse no “Fórum da Igualdade.”

Tratei, fundamentalmente, de dois assuntos na minha palestra para os trabalhadores: primeiro, que as empresas de comunicação, em regra, não cumprem a finalidade constitucional das concessões, pois a norma que as regula orienta que a programação das emissoras contemple conteúdos regionais, educativos, culturais, e proteja os valores da família – ou seja também tenha como sentido valorizar a comunidade familiar – obviamente adequando-se à moralidade contemporânea. Disse, ainda, na minha fala, que oitenta por cento dos programas sairiam do ar, se esta norma constitucional fosse cumprida.

Segundo, tratei da evolução da questão das liberdades, que percorreu a gênese da democracia. Primeiro como lutas pela “liberdade de pensamento” (já que era vedado inclusive na intimidade, mesmo sem publicizar, desconfiar da validade da religião católica); depois, como “luta pela liberdade de expressão”, já no Renascimento, quando alguns eruditos brilhantes começam a se libertar da dogmática religiosa absoluta e resolveram expressar-se em público como dissidentes “humanistas” (os painéis de Michelangelo na Capela Sistina vêem um Deus Homem, promovendo uma inversão figurativa da Teologia: o Deus abstrato e longínquo passa a ser concebido como um forte Homem concreto); depois, abordei uma importante liberdade dos modernos, a “liberdade de imprensa”, que se consagra na Revolução Francesa, avassala a Europa (liberdade de dizer em público e imprimir o “dito”, que subverte o monopólio da fala pelas elites) e torna-se um valor democrático altamente respeitado.

Finalmente, abordei um quarto tema. A questão da “liberdade de fazer circular livremente as opiniões”. Sustentei que hoje existe uma absoluta desigualdade de meios, para que as opiniões possam circular de maneira equânime, embora as redes na internet tenham aberto novas fronteiras para a circulação da comunicação. Mas, atenção: as redes são acessíveis a todas as opiniões (e é bom que o sejam), mas as TVs e Rádios das “Grandes Mídias” empresariais com tendência monopolista, não são acessíveis a todas as opiniões.

As opiniões, nas “Grandes Mídias”, inclusive podem ser (e frequentemente o são) filtradas, editadas, selecionados, distorcidas ou manipuladas, inclusive com o enquadramento dos jornalistas da própria empresa. Nem sempre, nem em todos os momentos, nem em todas as empresas de comunicação isso ocorre. Mas todas estão disponíveis para estes métodos, ao gosto dos seus proprietários.

Sustentei, portanto, que há um bloqueio radical da circulação da opinião, cuja divulgação é orientada pela empresa de comunicação, a partir dos valores culturais, ideológicos e políticos dos seus proprietários. Qual a sugestão que dei no Forum da Igualdade, que me convidou para a fazer a abertura solene do seu evento? Censura? Expropriação de empresas? Não. Disse que o Estado deve promover políticas de financiamento e subsídios (que as atuais instituições de comunicação empresariais inclusive já tem) e novos marcos regulatórios, para que possam surgir mil canais de comunicação, com igualdade de qualidade tecnológica e profissional (com mais oportunidades de trabalho livre para os próprios jornalistas), através instituições de comunicação que não dependam do mercado e dos grandes anunciantes.

Canais que possam ter uma política de informação mais objetiva e aberta e um debate político mais amplo do que a ladainha neoliberal. Canais que não adotem como mercadoria-notícia a escalada da cultura da força e da violência, dentro da qual concorrem os principais meios de comunicação do país. Trata-se de dar novas oportunidades de escolha aos cidadãos, aos pais, às mães, aos consumidores, que somos todos nós, para que possamos ver e ouvir outras coisas, debater outras idéias, sem qualquer tipo de censura, seja do Estado, seja dos proprietários das empresas e dos seus anunciantes.

Isso certamente foi demais e a “circulação da opinião restrita”, que eu mencionara nos meus argumentos em favor da “circulação da opinião mais livre”, foi comprovada pela voz massiva e monocórdia das respostas à palestra, que proferi aos trabalhadores. Revolveram a tese do “controle dos meios de comunicação pelo Estado” – como se já não houvesse controle do Estado, que é o poder concedente dos canais – misturando este assunto com a minha ausência no “Fórum da Liberdade”. O mesmo em que o Vice-Governador do Estado, em outro momento de abertura, foi solenemente vaiado porque ousou dizer que o Governo Lula melhorou o Brasil.

A intolerência demonstrada pela “Grande Mídia”, também neste episódio, prova que ainda temos um largo caminho a percorrer, para permitir que as opiniões divergentes circulem livremente na nossa democracia limitada, hoje já mais sufocada pela força do poder econômico e da ganância. Estas questões não interessam ao “Fórum da Liberdade”, mas certamente interessam ao “Fórum da Igualdade”. Por isso fui neste, mais fraco. Não no outro, mais forte.

(*) Governador do Estado do Rio Grande do Sul

A “grande mídia” é intolerante | rsurgente

Filed under: Tarso Genro Tagged: Grupos Mafiomidiaticos  

3 horas atrás

Na Alemanha não tem esta de anistia e prescrição

FICHA CORRIDA por Gilmar Crestani
 

Só no Brasil a justiça acredita em anestia e prescrição de crimes praticados por ditadores. Nestas horas os vira-latas botam o rabo entre as pernas e os vira-bostas engolem o fruto de seu trabalho…

Alemania sigue la pista a los antiguos vigilantes nazis de Auschwitz

El centro que persigue los crímenes nazis lanza una investigación para castigar a 50 nonagenarios, guardas del campo de exterminio, como cómplices del Holocausto

Juan Gómez Berlín 14 ABR 2013 – 00:34 CET49

ampliar foto

Kurt Schrimm, responsable de la Oficina de Investigación de los Crímenes nazis, en el archivo de la institución. / THOMAS KIENZLE (AFP)

Comienza una de las últimas ofensivas legales para castigar a los cómplices impunes del Holocausto. Casi setenta años después de la capitulación incondicional de la Alemania nazi, la Central para el Esclarecimiento de los Crímenes Nacionalsocialistas, con sede en Ludwigsburg, ha anunciado esta semana que investiga a 50 antiguos guardias del campo de concentración y exterminio de Auschwitz para llevarlos ante la justicia. Se trata de nonagenarios, en buena parte antiguos miembros de alguna unidad de la organización paramilitar nazi SS, que vigilaron a los presos en Auschwitz. Allí murieron asesinadas alrededor de 1,3 millones de personas, la mayoría judías, durante la II Guerra Mundial. Además de estas cincuenta acusaciones relacionadas con Auschwitz, los investigadores de Ludwigsburg rastrean criminales de los campos de la muerte de Sobibor y Belzec. También tienen pistas de miembros de los llamados einsatzgrupen, los escuadrones paramilitares encargados de asesinar judíos, gitanos, partisanos, enfermos mentales y demás “indeseables” o “asociales” en la retaguardia de los vastos territorios ocupados por Alemania.

La persecución anunciada esta semana será posible gracias a la jurisprudencia del juicio al guardia de Sobibor John Demjanjuk, en 2011. Un tribunal de Múnich lo consideró culpable de complicidad en casi 30.000 asesinatos y lo sentenció a cinco años de cárcel. El juez consideró probado que Demjanjuk fue trawniki entre marzo y septiembre de 1943: uno de los prisioneros de guerra soviéticos que colaboraron con la SS como guardias voluntarios en sus campos de exterminio. Su trabajo se limitaba a sacar a los judíos recién llegados de los vagones de ganado o conducirlos poco después a las cámaras de gas. Sobibor, como Belzec y Treblinka, era poco más que un matadero donde los nazis asesinaron a entre 150.000 y 250.000 personas. El juez de Múnich vinculó el trabajo voluntario del ucraniano de nacimiento y antiguo ciudadano estadounidense Demjanjuk con todos los asesinatos perpetrados durante los meses que pasó en Sobibor.

 

Una reciente sentencia abre la vía para enjuiciar a los guardias

Según el fiscal Kurt Schrimm, la central de Ludwigsburg ha ampliado por eso su radio de acción contra los veteranos de la maquinaria nazi. “Hasta ahora”, reconoce, “los vigilantes del campo no habían interesado demasiado” a los fiscales. Pero la sentencia contra Demjanjuk pone una nueva herramienta legal en manos del ministerio público, puesto que ya no es necesario probar la implicación en delitos concretos.

Las pruebas de que los sospechosos fueron vigilantes en el campo de exterminio de Auschwitz-Birkenau, la gran fábrica del exterminio industrial construida por los alemanes en la Polonia ocupada, bastarían para presentar cargos por complicidad en aquellos asesinatos.

En la central de Ludwigsburg esperan enviar la documentación de estos cincuenta nuevos sospechosos a las Fiscalías competentes en cada caso. Éstas estudiarán de nuevo los informes y decidirán si presentan cargos concretos. El director del Centro Simon Wiesenthal en Israel, Efraim Zuroff, celebró el nuevo paso “aunque no salgan adelante todas las acusaciones”. Zuroff se dice “realista” y asegura que “bastaría con que se presenten cargos formales contra cinco o diez de ellos para que yo me pusiera a gritar aleluyas por el centro de Berlín”.

 

El fiscal: “No se trata de encarclear a nonagenarios, sino de ofrecer justicia”

El Código Penal alemán contemplaba hasta finales de los 60 un plazo de 20 años para la prescripción de los delitos de asesinato. Para evitar que los crímenes nazis quedaran definitivamente impunes con el vigésimo aniversario de la fundación de la República Federal en 1949, los legisladores anularon la prescripción de los delitos de genocidio tras una serie de señalados debates en el Parlamento (Bundestag) de Bonn. Diez años más tarde eliminaron la prescripción de cualquier delito de asesinato.

Schrimm ha explicado que “no se trata de poner ancianos nonagenarios entre rejas”, sino de “ofrecer justicia a las víctimas”. 50 años después del primero de los llamados Procesos de Auschwitz en Fráncfort, los fiscales impulsan esta nueva serie de pesquisas mientras buscan la colaboración con las autoridades de otros países, en particular los suramericanos. Muchos nazis huyeron a América para eludir a la Justicia tras la derrota de Alemania en la II Guerra Mundial. Según contó esta semana el fiscal al diario Süddeutsche Zeitung, “la colaboración con Brasil es prometedora”.

Alemania sigue la pista a los antiguos vigilantes nazis de Auschwitz | Internacional | EL PAÍS

Filed under: AlemanhaHolocaustoNazismo Tagged: AuschwitzPoder Judiciário  

3 horas atrás

O PODER E SUA MALDIÇÃO

SARAIVA por noreply@blogger.com (SARAIVA13)
 

 

 

Do Blog do Mauro Santayana – 13/04/2013

  Mauro Santayana     (JB) – Desde que a história do poder começou a ser escrita, dela tem sido inseparável o registro da corrupção. Contra a corrupção do poder, Savonarola, sugeriu um governo de santos. Platão um governo de sábios austeros. Em uma de suas famosas cartas, algumas tidas como apócrifas, ele fala da perversão do poder pelo hedonismo em Siracusa – ele que fora mal sucedido conselheiro de dois de seus tiranos, Dione e Dionísio. Pôde entender Platão que uma coisa são as idéias, outras, os homens.  .             Savonarola é o modelo de todos os combatentes da corrupção na História. Coube-lhe opor-se ao mais corrupto e corruptor de todos os papas, Rodrigo Borgia, que ocupou o trono com o nome de Alexandre VI. O frade dominicano desafiou o papado e soube esquivar-se da astúcia do Pontífice, que lhe ofereceu tudo, até mesmo o chapéu cardinalício, com o propósito de  retirá-lo da Toscana, onde se sentia seguro. .            O monge acabou sendo vencido pelas armas, preso, julgado e condenado à morte. Naquele episódio, e em outros, Mamon, o deus do papa, se sobrepôs ao Cristo de Savonarola.              Ainda agora se revela, pelo Wikileaks, que o  considerou natural a repressão no Chile de Pinochet, e exagerada a reação mundial, provocada pelas forças de esquerda, contra o golpe.  .             A morte de Mme. Thatcher convida a uma viagem pela geografia da corrupção por excelência. Provavelmente não se conheça, em toda a História, processo mais extenso e mais profundo de corrupção da política pelo poder financeiro do que o eixo entre Washington, com Reagan, Londres, com a dama de ferro, e o Vaticano, com Wojtyla, no início dos 80. Convenhamos que os que os corromperam souberam fazê-lo. .             Na conspiração, que se selou em encontro na Biblioteca do Vaticano, Reagan e Wojtyla – em menos de uma hora – com a presença de Alexander Haig, acertaram os movimentos coordenados para destruir o sistema socialista, acabar com o estado de bem-estar social no resto do mundo e  globalizar o sistema econômico mundial. Nenhum dos três seria capaz de engenhar o plano, que – tudo indica – lhes foi entregue pelo Clube de Bilderbeg. .             É conveniente registrar que não tiveram muitas dificuldades na União Soviética, cujos burocratas, seduzidos pelo “doce charme da burguesia”, sonhavam com a vida faustosa dos executivos norte-americanos e ingleses.  .             E dificuldades ainda menores nos países em desenvolvimento, alguns deles, como o Brasil, com recursos internos que lhes permitiam resistir à desnacionalização de sua economia. Como se sabe, ocorreu o contrário, com a embasbacada adesão dos dois Fernandos ao Consenso de Washington.  .          O resultado do processo está aí, com o desmoronamento da economia européia, o avanço da pobreza pelos países centrais, e a corrupção, alimentada pelo sistema neoliberal, grassando pelo planeta inteiro. .          Os maiores bancos do mundo exercem diretamente o poder político em alguns países, como o Goldman Sachs o exerceu na Itália, com Mario Monti, e Papademus, na Grécia, até as eleições. Isso sem falar no Banco Central Europeu, sob o comando de Mario Draghi, também do mesmo banco. No passado, os Estados intervinham no sistema financeiro, para controlá-lo e proteger os cidadãos; hoje, os bancos intervêm nos Estados, com o propósito de garantir seus lucros, o parasitismo dos rentistas e as milionárias remunerações de seus “executivos”. .          Para fazer frente ao descalabro da economia, causado pela ficção dos derivativos, os governos europeus cortam os gastos sociais e levam famílias inteiras à miséria e ao desespero. Idosos são expulsos de suas casas, por não terem como pagar as prestações ou os aluguéis, os hospitais públicos reduzem o número de leitos, as indústrias recorrem à falência, e os suicídios se sucedem. Há dias, sem dinheiro para honrar compromissos de pequena monta, um casal de meia-idade, que possuía seu negócio de fundo de quintal, se enforcou, em Civitanova, na Itália. O irmão da senhora, atingido pela tragédia, também se matou, afogando-se no Adriático. ,        Em Portugal – e ali sobram capitais privados ociosos, que adquirem, sôfregos, ativos brasileiros – o desespero atingiu limites extremos, e a União Européia, de joelhos diante dos banqueiros, exige de Lisboa maiores cortes no orçamento social. .          No fim de um de seus mais belos romances, Terra Fria, o escritor português Ferreira de Castro dá à mulher a notícia da presença de um militante revolucionário na cidade:          “Ele disse que chegará o dia em que haverá pão para todos”.           E, com o pão, a dignidade – é a nossa esperança.           

Mauro Santayana é um jornalista autodidata brasileiro. Prêmio Esso de Reportagem de 1971, fundou, na década do 1950, O Diário do Rio Doce, e trabalhou, no Brasil e no exterior, para jornais e publicações como Diário de Minas, Binômio, Última Hora, Manchete, Folha de S. Paulo, Correio Brasiliense, Gazeta Mercantil e Jornal do Brasil onde mantêm uma coluna de comentários políticos.Cobriu, como correspondente, a invasão da Checoslováquia, em 1968, pelas forças do Pacto de Varsóvia, a Guerra Civil irlandesa e a Guerra do Saara Ocidental, e entrevistou homens e mulheres que marcaram a história do Século XX, como Willy Brandt, Garrincha, Dolores Ibarruri, Jorge Luis Borges, Lula e Juan Domingo Perón. Amigo e colaborador de Tancredo Neves, contribuiu para a articulação da sua eleição para a Presidência da República, que permitiu o redemocratização do Brasil. Foi secretário-executivo da Comissão de Estudos Constitucionais e Adido Cultural do Brasil em Roma. 

..

   

Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar no Orkut Postado por celvioàs 21:030 comentários Links para esta postagem   Do Blog ContrapontoPIG.  

3 horas atrás

Maradona é maior que Pelé

FICHA CORRIDA por Gilmar Crestani
 

Já o Pelé visitaria o Rei de Espanha e pediria para ser rei do Brasil…

Maradona visita los restos de Chávez y pide el voto para Maduro

El exfutbolista argentino llama a votar por el candidato oficialista en las elecciones del domingo

13 ABR 2013 – 23:48 CET6

Maduro abraza a Maradona ante los restos de Hugo Chávez. / REUTERS

El exfutbolista argentino Diego Maradona visitó hoy el cuartel de Caracas donde descansan los restos del presidente Hugo Chávez y llamó a votar este domingo por el candidato oficialista, Nicolás Maduro. Acompañado por Maduro, Maradona rindió honores a Chávez y asistió al cañonazo de salva que se dispara diariamente en el lugar a las 16.25 hora local, la hora a la que murió el mandatario el pasado 5 de marzo.

“Lo que me dejó Hugo fue una gran amistad, una sabiduría política increíble. Hugo Chávez ha cambiado la forma de pensar del latinoamericano, nosotros estábamos entregados a Estados Unidos y él nos metió en la cabeza que podíamos caminar solos”, dijo al canal de televisión estatal.

Maradona sostuvo que la muerte de Chávez significó para él “una pérdida enorme” y pidió disculpas por no haber podido asistir a sus funerales.

 

más información

Chávez y Maradona mantenían una relación cercana, al calor de su rechazo a Estados Unidos y a los que llamaron “políticas imperialistas”.

De visita en Caracas para apoyar al candidato oficialista, Maradona afirmó que Maduro representa la mejor opción para suceder a Chávez. “Con Maduro vamos a seguir en la misma línea de no dejarnos pisotear con nadie. La gente en las urnas el domingo tiene que reafirmar los conceptos de Chávez a través de Nicolás”, señaló.

Maduro recordó que Maradona “quería mucho a Chávez y Chávez también lo quiso mucho a él”. En el acto, realizado en el llamado Cuartel de la Montaña, en el oeste de Caracas, participaron también la hija menor de Chávez y su segunda exesposa, María Isabel Rodríguez.

El exfutbolista acompañó ayer a Maduro en su acto de cierre de campaña para las elecciones de este domingo, donde casi 19 millones de venezolanos están llamados a las urnas para elegir quién los gobernará en los próximos seis años.

Maradona visita los restos de Chávez y pide el voto para Maduro | Internacional | EL PAÍS

Filed under: MaradonaPelé Tagged: Política  

3 horas atrás

Brasil también vota en Venezuela

FICHA CORRIDA por Gilmar Crestani
 

Dos gigantes del petróleo llamados no sólo a entenderse sino a trabajar juntos por el futuro del continente

Juan Arias Río de Janeiro 13 ABR 2013 – 15:40 CET9

Henrique Capriles y Nicolás Maduro, en campaña. / AFP

Aunque pueda parecer una paradoja, tanto el candidato venezolano del gobierno, Nicolás Maduro, como el de la oposición, Henrique Capriles, han hecho público que se inspiran en el “modelo Brasil”, que ha sabido conjugar desarrollo económico y fuertes políticas sociales para acabar con la miseria. De ahí que los analistas políticos hayan afirmado que Brasil “también vota en Venezuela”.

Mientras el modelo político de Maduro es el expresidente Lula da Silva, el de Capriles es la mezcla de la política de Fernando Henrique Cardoso, al que define como “socialdemócrata”, y de Lula, sobretodo en el modelo que acuñó en su primer gobierno.

Lula ha grabado un vídeo para apoyar a Maduro en el que afirma que él es “la Venezuela que Chávez soñó”. En una entrevista al diario O Globo, Capriles asegura que no le ha molestado ese vídeo pues reconoce que entre Lula y Chávez existió una gran amistad personal, y además porque, dice “no soy seguidor de personas sino de modelos”. Y su modelo es el de Brasil, gobierne quien gobierne.

La diplomacia norteamericana y Obama en concreto, vieron siempre a Lula como un “moderador” de los arrobos místico socialistas de Chávez, una función que consideraban muy importante y que Lula supo desarrollar magistralmente.

A pesar de la cercanía con el chavismo de la izquierda del Partido de los Trabajadores (PT), que es el partido de Lula y de la presidenta Dilma Rousseff, ninguno de los dos se dejó influenciar por el chavismo puro. Lula mantuvo firme la economía neoliberal de Cardoso y la autonomía de los tres poderes. Y él y Dilma nunca se dejaron, por ejemplo, arrastrar por la parte más de izquierdas del partido que en estos años pedía un “control social” de los medios de comunicación. Dilma llegó a acuñar la célebre frase: “Prefiero el ruido de los periódicos al silencio de tumba de las dictaduras”.

Brasil sabe que sus relaciones con Venezuela son fundamentales tanto económica como políticamente. Con Maduro, dicen los expertos, Brasil continuará haciendo de moderador del chavismo más duro y podría ser un elemento importante para que Venezuela no se enzarce en guerras intenstinas, ahora, sin la fuerza del carisma de Chávez. Con Capriles, Brasil no tiene dudas de que Venezuela abrirría nuevos caminos de cooperación y que se reforzaría el Mercosur.

De ahí que si es cierto, simbólicamente, que también Brasil vota en Venezuela, igualmente lo es que Venezuela está votando quizás la apertura de una nueva era de colaboración más estrecha con Brasil, dos gigantes del petróleo llamados no sólo a entenderse sino a trabajar juntos por el futuro del continente. De ello podrá depender además una relación más estrecha de ambos países con la administración de la Casa Blanca.

Brasil también vota en Venezuela | Internacional | EL PAÍS

Filed under: BrasilHenrique CaprilesNicolás MaduroVenezuela Tagged: Eleições  

4 horas atrás

Ruralistas tentam retirar poderes da Funai

 
: Esta semana a bancada ruralista na Câmara deve se reunir com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa. No encontro, os parlamentares vão pedir a conclusão do julgamento da Terra Indígena Raposa Serra do Sol 
4 horas atrás

EUA prometem defender Japão da Coreia do Norte

 
: O Japão está dentro da área de alcance dos mísseis norte-coreanos e por isso o país vem tomando precauções. No sábado, a Agência Nacional de Notícias da Coreia (KCNA) sinalizou que qualquer tentativa do Japão de abater os mísseis norte-coreanos resultaria em guerra 
4 horas atrás

A grande mídia é intolerante

 
Há um bloqueio radical da circulação da opinião, cuja divulgação é orientada pela empresa de comunicação, a partir dos valores culturais, ideológicos e políticos dos seus proprietários 
4 horas atrás

Estadão vê PIB fraco, mas pede “alta significativa dos juros” e “tranco na economia”

 
: Há sinais contraditórios no jornal da família; de um lado, o editorial aponta uma economia frágil, com baixo crescimento; de outro, o colunista Celso Ming cobra uma postura firme do Comitê de Política Monetária, comandado por Alexandre Tombini 
5 horas atrás

Dora: Dilma e Eduardo são “inimigos cordiais”

 
: Segundo a colunista do Estadão, Dilma atua com “mãos de ferro calçadas em luvas de veludo” na sua relação com o governador pernambucano 
5 horas atrás

Danuza prevê patrões de domésticas fora da lei

 
: Colunista da Folha, ela volta a comentar a PEC das Domésticas e diz que o governo está interferindo demais nas relações entre empregadores e empregados; ela também criticou a lei municipal do Rio que multa os moradores que atirarem lixo nas ruas 
8 horas atrás

CLOSE UP by Anish Adhikari

 
 

CLOSE UP by Anish Adhikari

 

Anish Adhikari: Photos · Blog 

     

8 horas atrás

demoiselle by Vadim Abrazhevich

 
 

demoiselle by Vadim Abrazhevich

 

Vadim Abrazhevich: Photos · Blog 

     

9 horas atrás

Street is colorful (part IV) by Jacek Gadomski

 
 

Street is colorful (part IV) by Jacek Gadomski

Photo captured during trip to Vietnam at Hội An (Minh An)

Jacek Gadomski: Photos · Blog

tem a ver comigo

por Betina Siegmann

Edney "InterNey" Souza

Professor, Palestrante e Conselheiro - Inovação e Marketing Digital

Luíz Müller Blog

Espaço de divulgação de textos e ações que defendem trabalho decente no Rio Grande e no Brasil

silvio.evanni's Blog

"O HOMEM DEPENDE DO SEU PENSAMENTO" - Informação; Política; Saúde; Cultura; Esporte; Turismo...

Alexandre Bahia

Constituição, Direitos Fundamentais, Diversidade, Teoria do Processo...

ALÔ BRASIL

O caminho para sua salvação é saber a verdade..

Joelson Miranda

ITAQUAQUECETUBA/SP

Para além da aula: blog do Professor Celso

Orientações e dicas para os estudantes do Ensino Médio

Blog do murilopohl

A serviço do PT, Democrático, Socialista e Revolucionário

Enseada Turismo

Sua agência virtual

Blog do EASON

Política, Música & Outros Papos

Poemas e contos da anja e para anja

poemas e contos sensuais e eróticos

following the open way

commenting the content of "The open way"

Mamillus de Venus

TOQUE PERTUBADO NA MENTE SUTIL

nadandonapororoca

Just another WordPress.com site

lolilolapt

Just another WordPress.com site

brazilnotes

Just another WordPress.com site

Julio Benedito

União de idéias tolas.